Astrônomos encontram sistema planetário com sete mundos rochosos, quiçá habitáveis
Com coletiva organizada pela Nasa e publicação simultânea na revista científica “Nature”, um grupo de astrônomos acaba de anunciar uma descoberta extraordinária: um sistema com sete planetas, dos quais todos eles, em princípio, poderiam conservar água em estado líquido em sua superfície — condição tida pelos cientistas como essencial para a vida. Três deles em particular parecem mais promissores para a presença de oceanos.
O sistema orbita uma pequena estrela localizada a cerca de 40 anos-luz da Terra, na constelação de Aquário. É na vizinhança do ponto de vista astronômico, mas ainda muito além das nossas tecnologias atuais para uma visita. Uma sonda com nossa tecnologia atual (viajando a 62 mil km/h) levaria cerca de 700 mil anos só para chegar lá. Em um avião de passageiros, o tempo de viagem ficaria mais longo: 44 milhões de anos. Meio fora de mão.
Chamado de Trappist-1, o astro é tão pequeno que tem um diâmetro apenas um pouco maior do que Júpiter, o maior planeta do Sistema Solar. Seus planetas, por sua vez, têm todos porte similar ao do nosso — alguns um pouco menores, outros um pouco maiores — e passam rotineiramente à frente de sua estrela-mãe do ponto de vista de quem está aqui na Terra. Foi graças a isso que eles foram descobertos.
No ano passado, usando um telescópio dedicado de 60 cm instalado em La Silla, chamado Trappist, os cientistas haviam descoberto três planetas. Observações subsequentes feitas com o telescópio espacial de infravermelho Spitzer, da Nasa, e com o VLT (Very Large Telescope), do ESO (Observatório Europeu do Sul), revelaram outros quatro (na verdade cinco, já que o terceiro do estudo anterior na verdade se revelou ser uma combinação do sinal de dois planetas até então não identificados).
CONFIRA A COLETIVA DA NASA, COM TRADUÇÃO SIMULTÂNEA
Uma grande combinação de fatores torna a descoberta uma das mais importantes da história da pesquisa de exoplanetas até agora — a proximidade daqui, o número de planetas rochosos, a distância que cada um deles guarda de sua estrela, o tamanho diminuto do astro central e, sobretudo, a possibilidade de monitorar os chamados trânsitos planetários. Tudo isso favorece a possibilidade de que muito em breve — no mais tardar já no ano que vem — os astrônomos serão capazes de investigar as condições que realmente predominam nesses mundos e descobrir quais são habitáveis mesmo, se é que algum deles é.
O Telescópio Espacial James Webb, com lançamento marcado pela Nasa para o ano que vem, terá a capacidade de detectar sinais da composição da atmosfera dos planetas de Trappist-1. E talvez até mesmo o Hubble seja capaz de dizer algo a respeito deles agora.
Com isso, poderemos testar muitos de nossos modelos — e sanar muitas de nossas dúvidas — sobre a real habitabilidade de planetas de porte similar ao da Terra em torno de estrelas anãs vermelhas, astros bem menores que o nosso Sol.
A CONFUSÃO DA HABITAÇÃO
Por falar nisso, o Mensageiro Sideral aposta que você ouvirá hoje todo tipo de confusão a respeito de quantos desses mundos podem ser de fato habitáveis.
O mais comum nesses casos é os cientistas usarem o critério de zona habitável — a região do sistema que não é nem muito quente, nem muito fria, e seria ideal para a manutenção de água em estado líquido.
Um modelo “otimista” de zona habitável foi sugerido por Erik Petigura e seus colegas da Universidade da Califórnia em Berkeley, em 2013, e estipula que ela seria a faixa ao redor da estrela em que um planeta receberia no mínimo um quarto e no máximo quatro vezes a radiação com que o Sol banha a Terra.
Por esse critério, o sistema Trappist-1 teria cinco planetas na zona habitável. O primeiro ficaria fora por pouco, ao receber cerca de 4,25 vezes a radiação incidente sobre a Terra, e o sétimo, que receberia pouco mais de um décimo (com uma incerteza grande, porque desse planeta só foi observado um único trânsito, o que deixa uma enorme margem de erro sobre o tempo que leva para ele completar uma volta em torno da estrela).
Definições mais rigorosas (e portanto estreitas) da zona habitável a deixam apenas com quatro ou três planetas. Esse, por sinal, é o número usado na nota divulgada à imprensa pelo ESO, supostamente atribuindo ao estudo essa conta. Mas não é bem isso que o artigo científico original diz.
Com efeito, os descobridores do sistema, liderados por Michaël Gillon, da Universidade de Liège, na Bélgica, escrevem logo no resumo de seu artigo para a “Nature”: “os sete planetas têm temperaturas de equilíbrio baixas o suficiente para tornar possível a presença de água líquida em suas superfícies”.
Isso quer dizer que estejam todos na zona habitável então? Não. Até porque, como vimos, há várias definições possíveis para a zona habitável, e mesmo estar dentro dela não é garantia de habitabilidade (pergunte à Lua). Só quer dizer que, em princípio, todos eles podem ser ao menos minimamente adequados para a vida. Mas isso, contudo, só será verdade se os planetas internos tiverem atmosferas capazes de manter um efeito estufa bem fraquinho, de forma a não serem muito quentes, e o mais externo tiver o fenômeno inverso — um superefeito estufa capaz de mantê-lo aquecido mesmo mais distante de seu sol. Ninguém espera que todos eles estejam configurados exatamente de modo a permitir água líquida, claro.
Para tentar encaminhar essa questão de uma forma um pouco mais concreta, os pesquisadores fizeram um exercício adicional com os planetas de modo a simular suas condições climáticas caso eles tivessem atmosferas similares à da Terra. Nessas circunstâncias, os três planetas mais internos seguiriam uma rota evolutiva de um efeito estufa descontrolado (à moda de Vênus, que tem temperaturas de 460 graus Celsius à sombra, embora receba apenas o dobro da radiação que a Terra recebe e reflita 80% disso de volta para o espaço por conta da intensa refletividade de suas nuvens) e os outros três poderiam ter oceanos de água líquida (e provavelmente foi desse trecho que o pessoal de imprensa do ESO tirou seu número).
Sendo radicalmente criterioso, podemos destacar que apenas um planeta no sistema — o terceiro — recebe nível de radiação bem próximo do terrestre, apenas 14% a mais.
E aí, qual é a sua aposta? Temos aí sete planetas habitáveis? Cinco? Quatro? Três? Um? Nenhum? Na verdade, todas essas discordâncias entre as diferentes maneiras de olhar a questão são um jeito bem longo e enfadonho de dizer: “não sabemos”. Mas esse é justamente o charme do sistema Trappist-1. Ele será o laboratório ideal, com planetas potencialmente dominados por vapor d’água, outros quiçá com oceanos e um ou dois possivelmente congelados (como inteligentemente ilustra a imagem lá em cima, que serviu de capa para a “Nature”).
Ao estudar os planetas de Trappist-1, teremos uma ótima chance de, em breve, saber como o nível de radiação influencia a habitabilidade de mundos de porte similar ao da Terra — baseado não em cálculos e especulações, mas em observações diretas das atmosferas desses mundos.
Toda vez que eles transitam à frente de sua estrela, parte da luz estelar passa de raspão por seu invólucro de ar e chega até nós, carregando consigo a “assinatura” de átomos e moléculas que encontrou pelo caminho.
Com base nesse “espectro”, os cientistas poderão identificar características como composição da atmosfera, densidade e temperatura, e elas ajudarão a realizar modelagens mais efetivas da dinâmica desses planetas. O Telescópio Espacial James Webb, a partir do ano que vem, com certeza será capaz de detectar esse sinal dos planetas de Trappist-1; e o Hubble talvez possa iniciar esse trabalho agora mesmo!
UM SISTEMA BEM CARACTERIZADO
Apesar de não termos ainda essas informações ambientais individuais de cada planeta, é notável o quanto já foi possível descobrir dos mundos do Trappist-1 só com o estudo inicial de seus padrões de trânsito.
Em tese, a observação da passagem de um planeta à frente de sua estrela só pode revelar o seu tamanho relativo, comparado ao astro central, e sua órbita aproximada. Quanto maior o percentual de bloqueio da luz estelar, maior é o planeta. E quanto maior é a órbita, mais tempo demora entre um trânsito e outro.
O sistema Trappist-1, contudo, oferece uma vantagem importante: ele é extremamente compacto. Para que você tenha uma ideia, todos os planetas estão espalhados por uma região que equivale a mais ou menos um quarto da distância entre Mercúrio, o mais interno dos planetas por aqui, e o Sol. Trappist-1 b, o mais interno, completa uma volta a cada 36 horas. Trappist-1 h, o mais externo, fecha uma órbita a cada 20 dias aproximadamente (com uma margem de erro de vários dias, pelo fato de só ter sido observado um trânsito).
Acostumado à vastidão pela qual se espalham os planetas do Sistema Solar, você pode pensar que nunca vimos nada nem remotamente parecido com o Trappist-1 de perto. Ledo engano. Na verdade, descobrimos algo suspeitamente similar em 1610, quando Galileu observou pela primeira vez as quatro maiores luas de Júpiter.
Por sinal, Gillon e seus colegas são rápidos em apontar a incrível semelhança. “Notamos que a taxa de massa entre os seis planetas internos e [a estrela] Trappist-1 é de cerca de 0,02%, assim como é a dos satélites galileanos e Júpiter, talvez sugerindo uma história de formação similar.”
E essa não é a única coincidência. Lembre que as luas jovianas Io, Europa e Ganimedes têm uma peculiaridade: suas órbitas estão sincronizadas de modo que, a cada quatro voltas de Io, Europa dá duas voltas e Ganimedes dá uma. É o que os cientistas chamam de padrão de ressonância — as órbitas vão mudando e evoluindo gradualmente até serem travadas nesse esquema.
Pois bem. O mesmo se dá com os planetas de Trappist-1. A cada oito voltas do planeta mais interno, o segundo dá cinco, o terceiro dá três, o segundo dá duas e assim por diante. Esse padrão indica que os planetas provavelmente se formaram mais longe da estrela e então migraram para dentro, até atingirem esse padrão de ressonância. (Quanto mais distante da estrela é o local de formação de um planeta, mais água ele terá à disposição para sua composição, então isso é uma boa notícia para os “habitamaníacos”.)
O mais interessante disso tudo, contudo, é que o grau de compactação e sincronização do sistema permite que os cientistas consigam, além de saber o tamanho aproximado dos planetas, também estimar a massa de cada um deles. Isso porque a atração gravitacional entre eles causa pequenos atrasos ou adiantamentos a cada trânsito, chamados de TTVs (transit timing variations), e essas flutuações acontecem na proporção direta da massa dos planetas, o que permite calculá-las.
Resumo da ópera: sabemos que os mundos de Trappist-1 têm não só tamanho parelho ao da Terra como também têm massa similar. Com isso, podemos calcular a densidade (massa dividida por volume) deles e dizer que são todos tipicamente rochosos, como a Terra.
A exemplo das luas galileanas em Júpiter, espera-se que os planetas tenham sua rotação travada pela força de maré exercida pela estrela-mãe, mantendo sempre a mesma face voltada para ela o tempo todo. Contudo, as simulações climáticas realizadas pelos pesquisadores sugerem que isso não seria um impeditivo para a manutenção de oceanos de água líquida. O próximo passo agora é investigar se algum desses mundos de fato tem oceanos. E, claro, você sabe o que vem depois.
E QUANTO À VIDA?
Só de sacanagem, deixei para o final o que todo mundo de fato quer saber. Pode haver vida em algum desses planetas?
A resposta, claro, é que essa é uma questão totalmente em aberto no momento. Existe uma grande incerteza sobre quão adequados podem ser mundos que orbitam estrelas anãs vermelhas. Há astrônomos que defendem que eles são ótimos, e outros que eles são imprestáveis, porque sua zona habitável fica muito próxima à estrela, onde os planetas estariam suscetíveis às violentas erupções estelares típicas desses astros, acompanhadas de doses cavalares de raios X.
Também há modelos que sugerem que a atmosfera desses mundos poderia, com o passar do tempo, ser erodida pela atividade estelar, o que tornaria a habitabilidade uma condição, na melhor das hipóteses, efêmera (talvez à moda de Marte).
Por fim, há um fator que não nos encoraja a apontar radiotelescópios para Trappist-1 em busca de uma possível civilização inteligente por lá — a julgar pelo padrão de rotação rápida da estrela, ela é relativamente jovem, com idade estimada em pouco mais de 500 milhões de anos. Quando o nosso Sol tinha 500 milhões de anos (há 4 bilhões de anos), a Terra, se tanto, era habitada somente por micróbios. É um tempo provavelmente insuficiente para o aparecimento de vida complexa, que dirá inteligente. Mas, claro, não custa tentar.
E se houver, por exemplo, criaturas parecidas com cianobactérias emitindo grandes quantidades de oxigênio para a atmosfera, via fotossíntese, talvez o telescópio James Webb possa detectá-las indiretamente, ao analisar a composição do ar. Será? O tempo dirá.
É sem dúvida uma época realmente empolgante para a astronomia. Depois de séculos de especulação, estamos finalmente no limiar de descobrir a incrível variedade e riqueza de ambientes — habitáveis e inabitáveis — que existem nos mundos além do Sistema Solar. Fico arrepiado só de pensar o que os próximos anos nos reservam. Vamos ver o que há lá fora.
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Notícia muito alvissareira para a astronomia e, definitivamente, empolgante. Agora gostaria de fazer uma pergunta Salvador: Está em andamento, se é possível, a construção de algum equipamento ou telescópio que permita algum dia a visualização direta destes exoplanetas.
No campo teórico, seria possível a construção de algum telescópio que permitisse tal visualização. hoje ou no futuro.
Há hoje telescópios capazes de visualizar planetas gigantes e jovens, mas já há ideias ótimas para partir para os rochosos e velhos. O futuro promete, meu caro!
Bom dia Salvador!
Lendo sobre as semelhanças do sistema Trappist-1 e Jupiter com sua luas, me lembrei de algo:
Não me recordo se li aqui ou em outro site que Jupiter poderia ter se tornado uma estrela, mas faltaram apenas alguns detalhes para ele “acender”. Isso procede mesmo?
Caso sim, poderíamos ter aí um caso similar nesse sistema?
Finalizando, vejo muitas pessoas que não acompanham tanto astronomia se queixando que a NASA deveria chamar coletivas apenas para “algo importante”. Claro que cada um tem sua opinião, mas será que param pra pensar no trabalho que pra chegar a esses dados e conclusão? Em quantas gerações de cientistas foram necessárias para termos a tecnologia atual para tais descobertas. Creio eu que essas mesmas pessoas creem que basta apontar uma luneta para o céu e sair caçando alienígenas. Mas, paciência, afinal, a maioria mal sabe o básico de ciência, e não são obrigados a gostar ou entender de astronomia. Infelizmente é a realidade de nosso país, em que o povo cada vez mais se distancia da ciência.
Um grande abraço, e muito obrigado pelo seu incrível trabalho, nos entregando todas essas informações mastigadas para que tenhamos um melhor entendimento.
Faltou apenas um monte de massa para Júpiter acender. Mas não é um detalhe, porque não sei como alguém poderia socar tantas massas de Júpiter em Júpiter a essa altura… 😛
Supondo que Júpiter conseguisse acender, como você imaginaria o Sistema Solar?? As luas de Júpiter seriam pequenos planetas, haverias alteração nas orbitas dos demais planetas?? E aqui na Terra, como seria?? Desculpe encher tanto, mas me bateu uma curiosidade!!!
Se Júpiter acendesse sem ganhar massa, ficaria tudo igual (embora eu não consiga imaginar como isso seria possível). O gelo das luas jovianas ia derreter, provavelmente produzindo oceanos sob uma atmosfera de vapor d’água. Mas não sei quanto tempo eles durariam, pela baixa gravidade e ausência de campo magnético delas, salvo por Ganimedes.
Salvador, eu posso estar redondamente enganado, pois sou péssimo em física. Me corrija caso eu esteja falando bobeira, por favor.
Mas se Jupiter adquirisse mais massa, a força da sua gravidade não aumentaria tmb?
Com isso, não teríamos até a possibilidade de um sistema binário, em que o Sol e Jupiter se atraíssem e formassem um único campo de atração, com todos os outros planetas sendo atraídos pelos dois?
Desculpe a pergunta boba, abraços.
Veja, se você tivesse como aumentar a massa de Júpiter, a gravidade dele aumentaria. Isso provavelmente acabaria por desestabilizar todo o Sistema Solar. Não devemos nos preocupar, porque não há como isso acontecer, mas é o que aconteceria se alguém colocasse mais massa nele. Abraço!
Cara , isso aí é a Federação Galática que tanto o Mensageiro Sideral desdenha ! Kkkkkk
Não desdenho, só peso as probabilidades. Talvez haja uma Federação Galáctica. Talvez não. No momento, se houver, ela é superdiscreta. rs
Salvador,
Sugiro o seguinte exercício:
Imagine que um grupo de cientistas de Trappist-1 tenha anunciado, na data de ontem, a descoberta de 8 planetas que circundam uma estrela vizinha chamada Sol. O que o relatório de pesquisa diria sobre estes planetas recém descobertos no sistema solar? Quais planetas, na perspectiva deles, estariam na “zona habitável”? Algum deles teria chance de conter água em estado líquido? Haveria chance de ter vida complexa ou inteligente em algum desses planetas? E o que diriam especificamente sobre a Terra, ela mereceria um destaque no relatório em relação aos demais planetas? E se apontassem um rádio receptor para o sistema solar, haveria possibilidade de se captar algum tipo de transmissão?
Sara Seager falou disso. Se o pessoal de Trappist-1 olhasse para nós, iam encontrar três planetas rochosos na zona habitável — Vênus, Terra e Marte. Só um deles, contudo, seria de fato habitável. Mas aí eles iam apontar o James Webb deles (na verdade, precisariam de um James Webb um pouco mais caprichado, porque estamos numa anã amarela, maior e mais brilhante, e eles estão numa estrelinha fraquinha) e encontrariam grande quantidade de oxigênio na nossa atmosfera, evidência bastante conclusiva de vida, possivelmente complexa. (Os cientistas acreditam que a complexidade da vida tenha surgido em razão do aumento do oxigênio na atmosfera, capaz de alimentar metabolismo mais poderoso e multicelular.) Sobre vida inteligente, se tivessem um radiotelescópio encapetado, poderiam captar nossas transmissões ominidirecionais de TV. Com um radiotelescópio como o de Arecibo, teriam de ter a sorte de estarmos estudando com radar um asteroide bem naquela direção, para o sinal concentrado “vazar” na direção deles. É isso.
Detalhe. Hoje receberiam em seus radiotelescopios a TV e o rádio de 1977, por exemplo o gol do Basílio que tirou o Corinthians da fila…
Salvador Vc disse que alguns cientistas dizem que anas vermelhas São ideais para receber planetas com vida.
Pq isso ocorreria na opinião deles?
Porque planetas rochosos na zona habitável são muito comuns nessas estrelas e o tempo de vida delas é muito maior que o do Sol, de modo que, mesmo que a vida seja um evento raro, haverá tempo para aparecer por lá, se as condições forem boas.
A contrapartida são as doses cavalares de raios X e UV, as erupções estelares e o alto nível de atividade no início da vida da estrela, que pode “secar” os planetas antes que eles sequer tenham a chance de começar a desenvolver vida.
Valeu
Olha ai, Salva, até o Google já chegou lá em Trapist, hehehe
https://www.google.com.br/logos/doodles/2017/seven-earth-size-exoplanets-discovered-6423181526040576-hp.gif
Abraços
Sensacional o Doodle!
Tenho uma dúvida: Sempre que procuramos por sinais de vida é restrito apenas a nossa galáxia, certo? Neste caso, devido à enorme distância que separa a Via Láctea de outras galáxias (por exemplo, Andrômeda), caso haja transmissões de ondas provenientes de alguma civilização localizada em algum sistema planetário de Andrômeda, nós nunca conseguiríamos captar esse sinal? Às vezes ponho-me a pensar que embora poucos planetas possam ser berços de civilizações, considerando-se apenas uma galáxia, provavelmente a vida seja mais abundante se considerarmos que pelo menos um planeta tenha originado uma civilização complexa, em cada galáxia. E devido à distância, não consigamos localizá-las.
Na verdade, há SETI intergaláctica também. O Breakthrough Listen está ouvindo galáxias vizinhas. Mas isso exige que os transmissores lá sejam mais potentes do que qualquer coisa que sonhamos construir agora… e ninguém está esperando um bate-papo. Por isso o foco é maior nas estrelas vizinhas. Ligação DDI é muito cara. (Alguém ainda sabe o que é DDI, depois da internet e do Skype?)
Pô, Salva, esta é fácil.
Qualquer um que goste de Raul Seixas, sabe o que é DDI ( Discagem Direta Interestelar ), hehehe
https://youtu.be/tSZ50OH2R3M
Toca Raul!!! 🙂
Salvador, estava pensando em uma situação, e gostaria de saber se existem estudos a respeito: o que leio a respeito de viagens pelo espaço partem do principio de acelerar um módulo, remetendo-o a um destino. Não teria como freá-lo, ao invés de acelera-lo, aproveitando-se dos vários movimentos (rotação, translação, movimento do sistema solar, expansão do universo,…)para que nos desloquemos de um ponto para outro ponto? Sabendo-se coordenadas de início e término, e os movimentos nos quais estamos sujeitos, diminuindo-se os vetores de velocidade poderiamos simplesmente “para” e esperar o “universo” chegar a nós, e não nos dirigirmos a ele. Ao invés de irmos a velocidade da luz, deixar a velocidade da luz chegar a nós.
ops…”parar”
Bem, todos os movimentos são relativos, então você só pode acelerar ou frear em relação a algum referencial específico. Para se aproximar de um objeto, você terá de acelerar com relação a ele. Mas pode estar freando com relação a outro. Quando a Voyager faz um estilingue em torno de um planeta para acelerar, ela acelera com relação ao Sol, mas não muda de velocidade com relação ao planeta que forneceu o estilingue. 😉
Não seria bem isso..considerando o universo, com suas dimensões (10, 11..ou quantas forem), acredito ser possivel atualmente fazer um sistema de coordenadas. Supondo-se que nós, nem nenhum planeta, nunca passará pelo mesmo ponto desta coordenada, em virtude da expansão do universo, e que com todas as forças envolvidas agindo simultaneamente, nós teríamos uma trajetória definida. Concordo que visto da Terra estariamos acelerando, mas em relação a maior força, que seria da expansão do universo, estaríamos freando. Como folhas de árvore sendo levadas pela correnteza e uma presa a um galho ficando estatica. Ao invés de procurar como acelerar em relação a corpos, tentar descobrir como parar em relação ao Big Bang. Como um satélite consegue ficar entre a Terra e o Sol permanentemente, significa que ele está viajando do Japão ao Brasil na velocidade da rotação da Terra. Criarmos elementos estacionários em relação ao Sol, em relação a via Lactea, um ponto estacionário em relação ao ponto zero do universo. Desta forma estes pontos estariam “viajando” em relação à outros simplesmente ficando parado. A principio como pontos de observação seriam perfeitos. Já como desembarcar no Brasil ou no Japão, ai a dificuldade é outra. Seria como não dispender energia para acelerar daqui para la, e sim não gastarmos nada de energia e nos deslocarmos. O planeta Terra fugiria da sonda…
Todos os sistemas de coordenadas são relativos. Você está partindo de uma premissa falsa. Está dizendo que um planeta nunca jamais passará pelas mesmas coordenadas. E isso é verdadeiro, mas não pela razão que você pensa. Você precisa dizer se ele jamais passará pelas mesmas coordenadas com relação A QUÊ. Se for com relação à sua estrela, sim, ele passará nas mesmas coordenadas espaciais. Se for com relação à galáxia, vai demorar um bocado, mas ele poderá passar pelas mesmas coordenadas espaciais. Se for com relação as galáxias na borda do Universo observável, aí já podemos dizer que não, ele não passará pelas mesmas coordenadas. Agora, porque eu disse que o que você falou é verdadeiro? Porque aprendemos com Einstein que não existem espaço e tempo. Existe espaço-tempo. O tempo é uma coordenada. E como sempre estamos avançando no tempo, jamais estaremos nas mesmas coordenadas espaço-temporais por mais que um instante.
Quanto a dimensões extra, além das quatro conhecidas, ainda é algo bastante especulativo. Se existirem, serão tão pequenas que não teriam grande impacto para nossas ambições de viagens espaciais pelo espaço-tempo quadridimensional. Ao menos da maneira que as entendemos hoje. Vai saber o que vem por aí. Mas eu pessoalmente acho que não deveríamos evocar dimensões adicionais sem um bom motivo observacional.
Dado a reduzida dimensão da estrela-mãe os planetas com possibilidade de água líquida teriam que ficar quase colados a ela, estou certo? Se sim, os raios gama provenientes da estrela não impossibilitaria vida orgânica nestes mundos?
Raios gama são menos comuns. Mas X e UV podem ser um problema. Contudo, sob uma coluna de água, num oceano, nada disso incomoda na verdade.
Então a vida estaria restrita ou seria mais viável no ambiente subaquático?
Aí depende dela. Se houver mecanismos evolutivos capaz de torná-la resistente a esse ambiente de radiação forte, ela poderia ocupar a superfície. Se não, estaria restrita ao fundo do mar. Não sabemos. 😛
Oi Salvador, só uma dica, o Google está usando no doodle o termo “exoplaneta descoberto”, talvez ajude no posicionamento a inclusão desta palavra chave.
Grande abraço e parabéns pelo blog!
Valeu! Abraço!
Mano Salva, não sei se tu concordas, mas na minha singela visão, o nosso querido Albert Einstein, gênio incontestável, terá suas teorias relativísticas revisadas e aperfeiçoadas num futuro próximo.
Justifico!
O “Beto”, com suas mega-equações, nos limitou e nos sentenciou a vivermos limitados/abaixo da velocidade da luz, teorias que se sustentam até o presente momento.
Mas, .. claro que, isso está muito longe de resolver nossos problemas de locomoções siderais.
Já existem novas pesquisas em pleno andamento que já comprovaram que certas partículas ultrapassam em muito a velocidade da luz.
É lógico e interessante lembrar que já passamos pelo geocentrismo, tido como verdade naquela época pretérita da humanidade.
Enfim, o que eu acho mais importante disso tudo é que, a ciência não pára, está sempre numa crescente., … abs.
Nyco, não temos nem um fiapo de evidência de que existam partículas mais rápidas que a luz.
Concordo com você que a relatividade geral precisa de adaptações para se encaixar ao mundo quântico, mas isso não produzirá revisões que destruam o limite de velocidade máxima do Universo.
Por fim, destaco duas coisas:
1- O Universo não está nem aí para nossos problemas de locomoções siderais. Se for impossível é impossível, e acabou.
2- A relatividade não impõe um drama tão grande para viagens interestelares; de um lado, temos a relatividade restrita indicando que podemos dilatar o tempo e viajar a lugares arbitrariamente longos com viagens arbitrariamente curtas, bastando para isso se aproximar o suficiente da velocidade da luz, sem jamais superá-la. De outro lado, a relatividade geral permite rearranjos do espaço-tempo que permitiriam viagens aparentemente mais rápidas que a luz sem violar o limite de velocidade máxima.
Então, na minha modesta opinião, a relatividade já nos dá tudo que precisamos para voos interestelares. Se essa soluções são praticáveis ou não, são outros 500. Mas não são proibidas pela teoria. Então por que deveríamos querer nos livrar dela?
Mano, eu sou um otimista inveterado e acredito em fiapos de esperanças.
Não podemos jogar na vala as pesquisas com os Neutrinos, devido a um simples erro de conexão.
Também existem pesquisas em andamento com os Táquions, ainda um mistério.
Fico muito esperançoso ao ver esses cientistas guerreiros correndo atrás de fatos novos.
Também acredito que as distâncias físicas existem para serem superadas.
Quando?
O tempo é o senhor da razão. , … abs.,. ..
Táquions são hipotéticos. Neutrinos foi cagada mesmo. Eles não viajam mais depressa que a luz.
E o problema todo, na verdade, é que teremos de jogar a relatividade fora se algo viajar mais depressa que a luz.
OK querer substituir a relatividade por algo que a abarque, mas você não vai achar nada que a jogue fora. Ela é bem-sucedida demais para isso, e há argumentos matemáticos contundentes que proíbem qualquer coisa de acelerar mais que a luz. Mesmo os táquions, hipotéticos que são, passariam sempre acima da velocidade da luz, sem jamais poder atingir velocidades subluz — é como se eles vivessem num outro regime do Universo, onde as leis da relatividade não se aplicam. Mas no nosso regime, não tem chororô.
Nyco, talvez você esteja se referindo a um anúncio feito por cientistas de que teriam captado neutrinos que se deslocaram em velocidade superior à da luz. eles mesmos, porém, mais tarde desmentiram os resultados, houve erro nas medições. assim, continuamos com o limite máximo da velocidade da luz.
Infelizmente não tenho mais as notícias relacionadas a esse caso, mas me lembro que aconteceu,
Abraços!
Em 2011 (no CERN), houve um revés com as pesquisas envolvendo o Neutrino. Um cabo mal conectado colocou tudo a perder, mas as pesquisas continuam e agora incluindo os táquions.
O que escrevo nunca foi dieto antes. Há 30 anos estudo a nova cosmologia. Grandes cosmólogos como Brian Swimme ou o biólogo Nobel em medicina e química Christian de Duve que escreveu um dos melhores livros sobre a Vida:poeira cósmica, a vida como imperativo cómico.. Estes e outros dizem: quando a evolução chega uam certo nivel de complexidade e de auto-organização, a vida surge como um imperativo cósmico. Neste sentido o universo está cheio de vida. Não é como os cosmólogos que não incluem a física quântica e a nova biologia, acham o universo como algo morto, com algumas pitadinhas de vida. Ao contrário,tudo são pre-condições para que surgisse a expressão mais avançada da evolução que é a vida e como sub-capítulo da vida, a vida consciente e racional. Então o universo estaria cheio de vida. O que os cientistas estão provando é aquilo que pode ser o normal em todo o universo.
Leonardo Boff, autor junto com o cosmólogo norte-americano Mark Hathaway de o Tao da libertação: exploração da ecologia de transformação,Vozes 2010. Neste ano a edição norte-americana recebeu a medalha de ouro em nova ciência e cosmologia e foi premiada pela fundação do físico quântico Carl F. von Weizsächer em fins de 2016 com a medalha de prata.
Caro Professor, obrigado por seu comentário!
Concordo plenamente. Incluindo e intuindo que o Universo é um ser vivo. E como tal, não há de faltar vida para qualqueis lugares para onde dirigirmos nossos olhos. Vida eclodindo sobre as retinas dos olhos esbugalhados de perplexidade.
é triste para nós.(corrigindo)
Incrível descoberta. Muito feliz e dá orgulho.
Com o James Webb(2018), podemos descobrir vida?
Como o Hubble já pode iniciar o trabalho?
Esse negócio de ficar para a próxima geração o privilégio de viajar até eles, é triste para a nós.
Gostaria de estar vivo para ver descobrirem outras vidas e irem até lá.
Aí Sim, é o dever cumprido!
Acho que todos nós pensamos assim.
Quem sabe se pintar um Zefram Cochrane? 🙂
Espero que neste caso, ele também chame a atenção de vulcanos, e não de klingons ou romulanos (nem cito os borgs, pois seria uma puta falta de sorte.
Hehehe.
Aí, o Roddenberry acertaria mais uma. Seria demais! rsrs
Referência encontrada com sucesso!
😉
Já existe, e se chama Elon Musk….
Viva muito, e prospere.
Somos humanos,, então, para nós é “Live long, prosper and be happy” 🙂
“Vida longa, próspera e feliz” ou. em tradução direta, “Viva muito, prospere e seja feliz.”
Cá entre nós, até os vulcanos precisariam desse complemento… Acabei de assistir inteira a série Star Trek: Enterprise no Netflix. Achei-a brilhante, espetacular, pena que durou apenas 4 temporadas e que fizeram bobagem no último episódio, apesar desse episódio, no geral, ter sido espetacular.
Eu gosto muito de Enterprise e fico feliz que a estejam descobrindo, porque na época não fez sucesso. O segundo ano foi meio humpf, mas gosto muito do primeiro e terceiro anos. E o quarto é um desbunde. A cada episódio eu falava, “por que foram cancelar agora que ficou tão bom??”. Aí chegou o último episódio e eu entendi. rs
Salvador, tu ja teve que assistir a cerimônia do Oscar com tradução simultânea e não conseguiu desativar? Então… acho que vc entendeu a indireta. =P
To de brincadeira. Como sempre, parabéns pelo grande trabalho! Dúvido se eu conseguiria ter a mesma velocidade de raciocínio para se fazer uma tradução simultânea assim.
Nader, sei exatamente do que você está falando. Meu sonho era ter conseguido jogar todo o som original numa caixa e toda a tradução na outra, de forma que a pessoa pudesse escolher como ver. Mas, como não consegui achar configuração pra isso, tive de jogar os dois áudios no mesmo mix. E, sinceramente, transmitir em inglês sem a tradução seria injustificável. Para ter isso, bastava você me abandonar e ir direto à Nasa TV (youtube.com/NASAtelevision). 😉
Salvador,
quando precisar de auxílio em informática, edição de vídeos, estamos aí. Não prometemos resolver, mas podemos tentar. 😉
Valeu, meu caro. Tenho um HD pifado aqui, provavelmente problema físico, que exige resgate de dados. Manja algo disso? 🙂
Sim, algumas vezes. Se desejar uma ajuda para o caso, pode entrar em contato. Tenho prazer em ajudar.
Salve Salva…
Que noticia fantástica!!!!
E parabéns pelo destaque na uol.
Sendo esses planetas tão próximos e massiços, isso não gera uma grande atração gravitacional entre eles, podendo um dia vir a colidir, ou outro problemas que temos em escala menor com a nossa Lua? Como deve se comportar a atração gravitacional entre eles?
Abçs
Pode vir a dar zebra no longo prazo, mas eles se mostram estáveis agora.
Mano Salva, com essas supervelocidades orbitais, pergunto:
Quais os prováveis distúrbios na superfície desses planetas?
Vede:
– O planeta mais rápido é o B = 1,51 dia.
– O planeta mais lento é o G = 12,35 dias.
– Terra = 365,26 dias.
Tudo bem que esses planetas estão muito próximos de sua estrela e essa estrela Trappist-1 tem 1/10 do tamanho do nosso sol.
Ah!
– Faltou o período de rotação desses planetas ou é exigir demais?
Não muita coisa. Deve ter efeito de maré pelos planetas vizinhos (ainda que não haja luas) para chacoalhá-los um pouco internamente (atividade geológica faz bem a um planeta e o mantém jovem, rs), mas nada brutal, porque a excentricidade das órbitas é bem baixa — ou seja, giram em órbitas quase perfeitamente circulares, o que diminui bem o drama.
Sobre o período de rotação, é desconhecido, mas há forte desconfiança de que estejam todos travados — ou seja, rotação e translação iguais.
Desculpe meu déficit de conhecimento na área, mas esse termo “travado” significa que não haveria um movimento de rotação?
Haveria, mas síncrono com a translação. Com isso, os planetas teriam sempre a mesma face voltada para seu sol.
O travamento deixa apenas uma faixa de crepúsculo como zona habitável?
Não, a atmosfera gira e distribui o calor. Ainda mais nesses planetas em que a rotação, apesar de síncrona, seria relativamente rápida, de alguns dias terrestres apenas. (Pelo menos é isso que sugerem os modelos climáticos simplificados usados para investigar essas situações.)
Pô, Mensageiro Sideral na manchete da Folha Online! Parabéns, Salva!!!
Valeu! 🙂
Para uma notícia tão boa assim o sistema tinha mesmo de ter nome de cerveja!!!!
Em se confirmando a existência de vida no sistema, teremos tido um imenso alento á busca de outras civilizações no Universo!
A estrela central do sistema não é exatamente uma anã vermelha, mas algo ainda mais frio e de menor massa – uma anã marrom. Nesse tipo de estrela não há reações nucleares envolvendo o hidrogênio no centro da estrela, mas apenas o deutério. Portanto o combustível nuclear é limitado e a estrela não vive muito, ao contrário de certos comentários. E vai se apagando até se tornar um astro escuro. Há aspectos interessantes na descoberta mas penso que para a discussão de vida é bem menos interessante do que parece.
Beto, o News and Views da Nature menciona o tempo de vida da estrela na escala do trilhão de anos. Entendo o que você está dizendo, mas será que ela não caiu no lado de “cima” da fronteira?
Acho que está mais para o lado de baixo… (rs). Achei muito esquisto preferirem falar de estrela superfria e não anã marrom, mas ao comparar seu diâmetro com o de Júpiter já estão revelando que se trata de uma anã marrom. Isso seria por si interessante, pois teríamos formação planetária em estrelas de massa pouco superior ao planetas gigantes. Mas menos espetacular se não tiver muito sentido na discussão sobre vida.
Na abertura do texto o Ignas Snellen banca que ela queima hidrogênio!
“Most stars in the Milky Way are much smaller and dimmer than the Sun. Low-mass stars that are about 80 times1 the mass of Jupiter have core temperatures that are just high enough to
convert hydrogen into helium. The brightness of these stars is less than one-thousandth that of the Sun. An example of such a star is TRAPPIST-1, which is located only 12 parsecs
(39 light years) away2.”
Claramente é uma bola dividida, mas a literatura tá jogando ela pro lado das anãs vermelhas. Uma anã marrom poderia ter esse brilho depois de >500 milhões de anos (não sei a referência, mas há estudo que diz que ela precisa ter mais de 500 milhões de anos)?
Verdade, você pode estar certo. O tamanho da estrela parece estar nessa faixa e uma anã marrom que vai até pouco menos de 75Mj (83.8048 ± 9.428 MJup)
https://pt.wikipedia.org/wiki/An%C3%A3_marrom
https://en.wikipedia.org/wiki/TRAPPIST-1
foi ainda assim um grande feito porque pode ser possível analisar a atmosfera dos planetas, algo ainda mais complicado em estrelas maiores e mais estáveis devido o brilho intenso.
de qualquer jeito essa estrela vai se apagar. Devem ter confundido por aí com as anãs vermelhas
Então, olha o que disse o Ignas A. G. Snellen, do Observatório de Leiden, Holanda, em comentário para a Nature sobre o estudo:
“Could any of the planets harbour life? We simply do not know. But one thing is certain: in a few billion years, when the Sun has run out of fuel and the Solar System has ceased to exist, TRAPPIST-1 will still be only an infant star. It burns hydrogen so slowly that it will live for another 10 trillion years (ref. 10) — more than 700 times longer than the Universe has existed so far, which is arguably enough time for life to evolve.”
A ref. 10, por sua vez, é este estudo: 10.Laughlin, G., Bodenheimer, P. & Adams, F. C. Astrophys J. 482, 420–432 (1997)
O paper é este: https://experts.umich.edu/en/publications/the-end-of-the-main-sequence
Ele abre assim: “We present stellar evolution calculations for the lowest mass stars, i.e., those stars with masses in the range 0.08 M⊙ ≤ M* ≤ 0.25 M⊙. Our particular emphasis is on the post-main-sequence evolution of these objects. We establish a hydrogen-burning timescale of τH ∼ 1.0 × 1013 years for the minimum-mass main-sequence star. This timescale determines the duration over which the light of our Galaxy is dominated by a conventional stellar contribution.”
Aparentemente, com 0,0802% da massa do Sol, TRAPPIST-1 está bem na divisa. Bola dividida. Mas quem se debruçou sobre ela está bancando trilhões de anos de vida…
De fato vi que agora estão usando uma definição de estrela superfria para as que estão entre as anãs vermelhas e as anãs marrons. esta seria uma M7.5 que até recentemente seria uma anã marrom. Parece que conseguem fazer essa separação e começaram a fazer quando eu não estava prestando atenção nisso. (rs). Mas fico com um pé atrás. Seria necessário modelos muito elaborados para fazer isso, uma demarcação precisa em 0.08 colocando 0.082 acima do limite, e desconfio um bocado de modelos. Como trabalho com estrelas um pouco mais quentes acompanho isso um pouco a distância. Nem se fale a questão de idade em estrela isolada. Se for anã marrom tem que ser jovem, mas se não…
Pois é. Acho que você levantou uma lebre importante. É bola dividida.
http://ciencia.hsw.uol.com.br/reator-fusao-nuclear2.htm
Condições para a fusão nuclear então seriam diferentes das apontadas no link acima, então, essa estrela seria capaz de produzir pequenas e constantes quantidade de hélio ao fundir o hidrogênio? Tem algum dado espectrográfico a respeito?
se estiverem corretos vai mudar bastante a classificação e tomara que seja uma estrela tão estável assim, ajuda a saber se a vida subsistiria nessas condições do sistema encontrado. De toda forma, é possível saber se ela estaria esfriando, mas pode demorar um bocado para ter certeza, e já seria uma boa pista.
por enquanto, creio que seja uma anã marrom se apagando. Ainda assim o estudo é muito válido se os planetas já são velhos (isto deixaria certa dúvida sobre a questão da idade e a vida da estrela) e a atmosfera pode ser analisada.
é um belo achado para os estudos que vai de acordo com a atual tecnologia dos telescópios terrestres.
Boa noite Salvador, tire uma dúvida de um leigo. O que eles viram pelo telescópio já se passou a 40 anos atrás?
Sim.
Aliás, gostaria de saber se esta tecnologia poderia ser utilizada para descobrir os locais onde caíram os aviões? Apesar de caixas pretas emitindo sinais e tudo, tem vários ainda indiciflaveis. Olha, isso nos últimos anos. Para as famílias dos mortos, seria uma boa notícia.
Sério que faz diferença para a família das vítimas encontrar o avião? Elas vão achar o que, que foi abduzido pelos moradores de Trappist-1? Bem, se esse é o caso, talvez a mesma tecnologia possa ser empregada. Agora, se ele estiver aqui na Terra, sugerir o uso de telescópios para encontrá-lo é mais ou menos como sugerir o uso de um microscópio para encontrar um elefante.
Agora, que cisma que a galera tem com aviões que caem no mar, hein? Acho que devíamos desviar todos os recursos aplicados em todas as linhas de pesquisa de todas as áreas da ciência só para desenvolver uma caixa-preta capaz de resistir à pressão do fundo do mar e transmitir um sinal detectável sob uma coluna de 4 km de água. Nossa, fundamental isso. Vamos suspender a astronomia, a agronomia, a medicina, e focar só nisso. Boa ideia! 😛
Salvador, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra. Não é questão de cisma. Toda conclusão de um acidente gera diretrizes para que se evite um novo acidente sob circunstâncias semelhantes. Agora, a ideia do camarada aí não deixa de ser interessante. Se houvesse tecnologia suficiente, um espelho em Saturno, por exemplo, nos daria uma imagem de 4 horas antes.
É cisma achar que astrônomos têm de achar aviões ou achar que as descobertas astronômicas estão de algum modo sob suspeição porque não achamos alguns aviões acidentados no fundo do mar.
Claro que é importante sempre ter o máximo possível de informações sobre qualquer acidente aéreo para podermos melhorar a segurança de futuras aeronaves, mas nem nisso ele acerta apontando o lance do conforto das famílias dos mortos como a principal justificativa.
Uma coisa que você não acrescentou, Salvado (acho que esqueceu):
JÁ EXISTE ESTA TECNOLOGIA!!!!
Chama-se “Sinais de Satélite” (o mesmo empregado nos GPSs), mas muitas empresas aéreas (e as fabricantes de avião) de segunda linha NÃO querem embarcar esta tecnologia pois tornaria as passagens alguns centavos mais caras.
No caso deste avião que sumiu na Malásia, isto foi bastante informado, que a empresa aérea é uma empresa de 2ª linha, que não usava o GPS ativo.
Caso alguém ache que estou falando besteira, vá até o site https://pt.flightaware.com/ ou o https://www.flightradar24.com/ (este último é muito melhor. A gente “viaja” sem fumar nada, hahaha) e veja a “tecnologia-acha-avião-abduzido” em funcionamento.
Detalhe: O avião da Lamia, do time da Chapecó, usava o sistema e no site Flightradar24 aparecia o local da queda. tudo “real-time”.
Então pronto. CQD. rs
cada tecnologia tem seu uso próprio, é muito mais fácil usar um sistema de rádio enviado pela caixa laranja do que usar um telescópio, aliás, a tecnologia dos telescópios ajuda a melhorar um monte de coisas indiretamente, uma tecnologia pode sim impactar nas demais, melhorando, e por isso um exemplo prático é dos celulares que estão cada vez mais modernos e tiram fotos tão boas quanto câmeras fotográficas de alguns anos para trás.
outra coisa que ajudaria é o uso de satélites, mas como o povo critica tudo que vai para o espaço e foca no pastor de igreja, seria bom pedir para que ele pare de se auto enriquecer e devolver tudo para o progresso científico para podermos lançar satélites de detecção de aviões, como minissatélites e outros. A tecnologia empregada nos telescópios pode melhorar significativamente para as lentes de um satélite na Terra que aponte na nossa direção, daria para ler um jornal (claro, as lentes são diferentes, mas as técnicas empregadas podem ser adaptadas).
e saiba que já existe um sistema de rastreamento dos aviões via satélite.
Salvador, quer dizer que a observação feita pelo telescópio é de 40 anos atrás por conta da dilação temporal?
É de 40 anos atrás, mas não por causa da dilatação temporal, e sim pelo tempo que a luz leva para ir de lá até aqui, contado pelos relógios daqui. (Se você pudesse colocar um relógio no pulso do raio de luz, para ele, a viagem seria instantânea, contudo.)
Parabéns, Salvador! Esse seu post não está apenas na capa do site da Folha, mas é a principal manchete! 🙂
🙂
Ainda bem que descobriram a Zelandia. Apesar de difícil localização, cerca de 5 metros do nosso nariz.
Você pode trabalhar nisso Ademir. A Ciência é aberta. Mãos à obra! Agradeceremos por qualquer novidade.
Principal Manchete, mas com PayWall…só a Foia mesmo. Vão para outro site concorrente que tá tudo aberto e limpo. Pena que o Salvador ainda não percebeu e mudou.
Tá cheio de site de fake news de graça também…
Salvador, qual é a sua aposta? Quando vamos saber? 5 anos? Dez? 100?
Quando vamos saber o quê? Detectar vida? Acho que temos uma boa chance nos próximos 20 anos. Mas será um quebra-cabeça a montar. Parte das peças virão de sondas no Sistema Solar, parte das peças, dos exoplanetas. Mas vai ser sensacional. Como dizia Arthur Clarke, há duas possibilidades. Ou estamos sozinhos no Universo, ou não estamos. Ambas são igualmente assustadoras. (E fascinantes, eu adicionaria.)
Salva, bom dia.
Sobre as hipóteses do Arthur Clarke, minha opinião é que:
– Se estamos sozinhos: isto é assustador, mas nada fascinante…
– Se não estamos sozinhos: isto é fascinante, mas nada assustador…
Ainda, creio que a segunda hipótese é assustadoramente e fascinantemente muito mais plausível de ser provada, uma vez que a recorrer à primeira sempre dos derrubará de volta ao patamar atual: Estamos sozinhos ou não ainda não conseguimos procurar direito?
Acho tudo fascinante e assustador.
A primeira é fascinante e assustadora porque percebemos quão improvável é o surgimento da vida e aí vemos o tamanho da nossa responsabilidade — levar a vida para um Universo hoje largamente desprovido dela.
A segunda é fascinante e assustadora porque percebemos que a variedade de culturas, genes e bioquímicas é ainda mais ampla do que a que enxergamos na Terra, mas o fato de não sabermos quão variável ela é ou quão compatível ela é com a nossa própria cultura nos coloca em risco direto.
Acho que no momento está claro que mal começamos a procurar. Mas em uns cem anos, se nada for encontrado, é sinal de que, pelo menos do ponto de vista prático, estamos mesmo sozinhos.
E qual seu palpite?levando em conta tdo que leu, estudou.
Na nossa galáxia:
A)estamos sozinhos, sozinhos.zero vida nem unicelulares.
B) somos nós e vidas bem simples, microscópicas
C) somos nós e alguma vida complexa, tipo pequenos animais e plantas
D) somos nós e alguns seres inteligentes, mas menos “evoluídos” tecnologicamente
É) somos de manda bem atradaos em relação a outras civilizações.
D) somos jogos de video games.
Qual seu palpite.
Abraços
Não faço ideia, sinceramente. Estaria entre C e E, pulando D (se houver outras civilizações, é improvável que estejamos à frente de TODAS ELAS).
Desculpe os erros de digitação.
Digitar no celular as 3 da manhã da nisso.
Abraços
Creio que devemos entender que os recursos naturais para existência de vida humana na terra são finitos . Já dizia no séc 18 o economista Mateus que a população crescia em progressão geométrica e a produção de alimentos em progressão aritmética. Mesmo que a a tecnologia tenha suprido esta diferença é válido o a procura de plasneta semelhante a terra.
Pois eu vou dizer, meu caro Salvador.
Que sistema ainda mais maravilhoso se houver vida nos 7 planetas!
E inteligente o suficiente para transitar entre eles!
E ficarem preocupados, agora ou daqui a 40 anos, porque acabamos de os descobrir.
Quando eles já teriam nos observado desde os dinossauros e certificado que enfim nos tornamos uma raça de apocalípticos destruidores de mundos.
Pensando bem. Não queria os preocupar não. Mas agora é tarde.
abraços,
:o)
Mas não precisa se preocupar. A Terra levou bilhões de anos para propiciar o aparecimento de vida pluricelular. Essa estrela tem 500 milhões de anos de idade. No máximo poderemos encontrar vida análoga a bactérias por lá. Fica tranquilo.
Salvador…
Uma duvida tecnica: como eh feita essa observação do transito do planeta sobre a estrela…mede-se apenas o decaimento do brilho, ou realmente se observa, visualmente, um pontinho passando pela estrela?
Obrigado!
Breno
Só a queda do brilho. É um gráfico chato. rs
Certo…eh o que “tá tendo” para o momento, neh? E alias, um procedimento simples e inteligente, claro que usando tecnologia de ponta destes telescopios…
Valeu!
Salvador, o que isso muda na vida do cidadão comum?
Novos planetas só terão relevância no dia em que pudermos explorá-los, extraindo absolutamente todos os seus recursos naturais e escravizando o maior número de extraterrestres possíveis.
Fora que, numa possível colonização, que a nerdaiada inteira sonha, pessoas religiosas e políticos teriam muito mais possibilidade financeira de comprar um terreno interplanetário do que um nerd comportadinho que não sabe manipular pessoas e fazer os joguinhos sociais necessários para conseguir tudo aquilo que deseja com algum jeitinho.
Os nerds curiosos podem estudar o quanto for, podem curtir esses blogs de ciência, mas são as patricinhas, socialites e playboys quem vão rir por último e desfrutar primeiro de todas as descobertas da ciência.
Não sei na vida do cidadão “comum”. Na vida do cidadão inteligente, isso abre horizontes, obriga-o a repensar suas ideias e permite que ele se encante com as maravilhas do Universo. Eu estou arrepiado com essa história desde que fiquei sabendo dela, na segunda-feira. Acho sensacional. Só de pensar na grandeza do Universo e constatar que ele NÃO GIRA AO MEU REDOR (o oposto da sua conclusão de que só importa quando pudermos ir lá saquear tudo), acho incrível. Mas isso sou eu. Fique à vontade para pensar diferente. 😉
Você diz isso porque é uma pessoa altruísta e inteligente. Mas a maioria esmagadora das pessoas não é. Mesmo os inteligentes não são todos altruístas. Eu até gostaria de pensar como você, mas o mundo que me cerca está em busca de recursos, de dinheiro, de poder, de influência, de posses, de ostentação, de curtição, de prazer ilimitado, de um lugar de destaque, de uma prole bacana etc. Como indivíduo de mente independente você sabe que o mundo não gira ao seu redor e que os mistérios do universo tem beleza, mas como parte da espécie humana sabemos que pensar assim te desagrega das “tribos” que mais se lambuzam daquilo que a vida tem a oferecer de bom.
Hoje em dia, se destaca na sociedade – principalmente com o advento do Facebook – quem bate no peito e reforça a ideia de que “tudo GIRA SIM AO REDOR DO MEU UMBIGO, e com esperança, girará ao redor do seu também”.
Sim. E é POR ISSO que precisamos divulgar a astronomia! Mudar cabeças! Aí está o valor para o cidadão comum — fazer ele enxergar o que hoje só o inteligente enxerga. 😉
A astronomia como ética! Certamente uma boa ideia!
Que descoberta fantástica! Estamos mesmo no limiar de grandes acontecimentos na ciência. Mal posso esperar!
Btw, Salvador, os mundos de TRAPPIST-1 têm extremos de densidade (ou muito alta ou muito baixa). Fiz os cálculos aqui, nenhum tem densidade parecida com a Terra, embora se assemelhem a outros corpos do nosso sistema solar. O grandão ali de 1.04 raios terrestres (“f”) )tem densidade parecida com a da nossa Lua (inferior a de Marte). Já o “c” tem uma densidade bruta, sem paralelos por aqui. Fico imaginando como devem ser esses mundos. Todos são rochosos, mas devem ter dinâmicas bem diferentes! Será que esses de baixa densidade (e baixa gravidade) conseguem reter atmosfera? É algo a ser estudado!
Gilson, você está na linha certa! Agora vamos poder entender o que acontece com cada um desses com base em pequenas variações de parâmetros. Os religiosos que me perdoem, mas esse sistema é uma bênção para a astronomia de exoplanetas. Hehehe
Imagine o que o James Webb vai conseguir estudar nesse sistema! Vai dar pra ver até o dedão do pé do ET heheh
Heheh, agora, a brochada vai ser forte se o James Webb der chabu, hein?
E é um risco. Toda missão espacial tem um risco… rs
Já pensou se o James Webb explode no lançamento?!
Bate na madeira! rs
Vira os olhos pra lá, vixe! rs
Salva, em velocidade de dobra, seria quanto tempo até lá? Só brincando…. Mas to vendo que a maioria dos exoplanetas estão sempre muito perto de suas estrelas, é o nosso método de detecção ou o nosso sistema tá fora da curva?
Dobra 1, 39 anos e uns quebrados. 🙂
O nosso método de detecção prioriza planetas com órbitas mais curtas — veja que, nesse sistema, houve um planeta que só fez um trânsito, e aí nem sabemos direito o período orbital. Se as órbitas fossem como a de Mercúrio, de 88 dias, o Spitzer provavelmente não veria nada nos 20 dias de observação ininterrupta…
Em compensação, agora que temos câmeras capazes de ver sistemas jovens grandes, estamos encontrando também planetas bem mais distantes de seu sol que os nossos oito.
Ou seja, em grande estilo copernicano, ousaria apostar que estamos perto da média — nem muito compactos, nem muito afastados. 😛
Fascinante…
OBA.. !! Um prato cheio…!! A TURMA vai pra lá e estrago todo de novo…!!! A perverção está no coração de ser humano.. Não vai dar certo…!!
Errou de site, colega. Aqui é blog de astronomia, não o G1.
Boa tarde Salvador.
O que esta acontecendo na estação espacial internacional ? Parece que o pessoal la em cima não é nada econômico com os suprimentos. rsrssrs. Agora falando sério. A SpaceX lançou no domingo, 19/02/2017, a partir de Cabo Canaveral, o foguete Falcon 9 com a cápsula Dragon para uma missão de abastecimento. A nave leva uma carga de mais de 2,2 toneladas de alimentos e equipamentos para os seis astronautas que habitam a ISS, dentro de um contrato firmado pela a SpaceX com a Nasa.
Hoje, dia 22/02/2017, apenas 3 dias após a nave da Spacex ser lançada, a Russia enviou o cargueiro espacial Progress MS-05 rumo à Estação Espacial Internacional (ISS), com cerca de 2,5 toneladas de suprimentos e equipamentos . Não seria mais vantajoso financeiramente ter enviado tudo em um só foguete considerando os custos de uma missão ? Existem satélites muito mais pesados que a carga desses dois foguetes então o peso não era um problema. Qual é o critério deles pra essas missões de reabastecimento ? Ou ta sobrando dinheiro ?
um abraço
Emerson Maurici
São serviços diferentes fornecidos por grupos diferentes. E foguetes conseguem levar satélites muito mais pesados que isso, mas aí o peso do satélite está incluído. No caso dos cargueiros, você tem de subtrair o peso da própria nave. São 2,5 toneladas só de suprimentos. Mas a nave toda, carregada, pesa mais de 5. (No caso da Progress, se não me engano, são 7 toneladas.) Então, não dá para fazer de forma muito mais eficiente que isso.
E lembre-se de que não são só suprimentos. Tem experimentos também. E a Progress leva outra coisa bem importante — água. rs Sinceramente não sei se a Dragon leva água. De toda forma, tudo vai ser bem utilizado lá. (E cautela não faz mal a ninguém. Lembra quando pifou uma Progress e uma Dragon em sequência em 2015? Se não houvesse uma reserva a bordo da estação, eles teriam de evacuá-la. Normalmente eles mantêm uma reserva para seis meses lá em cima.)
Pois é . Na verdade eu me referia somente as cargas . Mês passado o foguete francês Ariane 5 pôs em orbita os satélites Sky Brasil-1 (6 toneladas) para o Brasil e o Telkom 3S (3,5 toneladas) para a Indonésia . Ou seja 9,5 toneladas de uma só vez. A não ser é claro que eles estejam se precavendo pro caso de algo não dar certo ou determinadas cargas não possam ser misturadas umas com as outras como voce disse. A propósito. A cápsula Dragon lançada no domingo não conseguiu chegar nesta quarta-feira, como estava programado, à Estação Espacial Internacional (ISS) devido a um problema no GPS . Amanha pela manhã farão outra tentativa
O Ariane-5 é o foguete mais poderoso em operação no momento. E já foi usado para levantar carga pra ISS, quando a ESA estava lançando seus ATVs.
Salve Salva….
Se descobríssemos que um desses planetas possui atmosfera, pressão, temperatura, água potável e tudo o mais para ser habitado, com a nossa atual tecnologia conseguiríamos fazer uma viagem só de ída (pelo menos) pra colonizá-lo ????
Temos que pensar nisso visto que estamos destruindo a nossa casa aos poucos, né ???
Abração e parabéns pela reportagem sempre muito bem clara e explicativa….
Com a tecnologia atual, não.
Mas é algo a se considerar para a próxima geração
Nossa! Acabasses com toda a expectativa, rs rs . Mas (uma pergunta bem idiota), seria necessário muito tempo para adquirirmos essa tecnologia?
Isso não sabemos. Precisamos de revoluções tecnológicas. E essas a gente nunca sabe quando vêm.
Eu não teria a expectativa de viajar até esses mundos. Não agora. Somos a geração privilegiada que soube pela primeira o que eles existem e começou a decifrar o que há neles. Como disse a Sara Seager na coletiva, o privilégio de viajar até eles pela primeira vez ficará para outra geração. 😉
TCHAU… SEJA BEM IDO
FICO NA TERRINHA GOSTOSA DE SEMPRE…
Eles estão dez vezes mais longe que Próxima Centauro (40 anos-luz x 4 anos-luz), que já está longe demais… 🙁
Fascinante…
deve ter muita gente aqui igual criança quando ganha brinquedo novo ( na verdade 7 brinquedos novos )
As estrelas em geral como o Sol amarelo, quando envelhecem podem se tornar vermelhas. Estou certo? No caso dessa é vermelha mesmo sendo mais nova que nosso Sol, pode explicar ao ignorante?
Andrade, acho que esse link pode te ajudar a entender as anãs vermelhas: https://pt.wikipedia.org/wiki/An%C3%A3_vermelha
(Obs.: eles escreveram “fotões” o termo português para “fótons”, não estranhe.)
Nosso Sol se transformará em uma gigante vermelha em termos de 5 a 8 bilhões de anos no futuro, depois que esgotar o seu hidrogênio. Pouco depois dessa etapa, o Sol se transformará em uma anã branca.
As anãs vermelhas são estrelas que têm uma vida muito mais longa porque queimam o seu combustível muito mais lentamente.
é uma anã vermelha, formada de uma nuvem de gás de pouca massa. é vermelha porque a energia que sua pouca massa consegue gerar é muito menor que a do nosso sol, e para emissão de luz, baixa energia significa mais “vermelho” (as frequências que ela atinge no espectro são menores)
nosso sol se tornará uma gigante vermelha, mas por outros motivos: quando acabar seu hidrogênio ele expandirá e começará a fundir o hélio, que é uma reação menos energética gera uma luz mais avermelhada.
mas apesar de pequenas (ou melhor, por isso mesmo) as anãs vermelhas costumam durar muito mais tempo que suas irmãs gigantes. é que, apesar de ter menos massa para “queimar”, elas fazem isto bem lentamente!
Queria dizer pra o menino desse blog que nem tudo que relus é ouro meu filho. Um dia vc vai se arepende de ficar brincano com essas coisas de outras dimençoes.
Mais quando esse dia chegar Deus vai te perdoa e traser vc de volta pro caminho certo.
ok, eles tem 7 planetas mas a gente tem 1 e aqui tem tudo que a gente precisa. No meu quintal tem uma goiabera grandona que plantei e da goiaba da boa!!!! Pra que que eu vo pra outro planeta??????????????
E a agua que lá nem tem e aqui em casa chega encanada??????
As vezes a gente nao da valo ao procimo e se arrepende. E como diz o ditado ame ao procimo e faça o bem sem olha a quem.
Eu nao sigo modinha e vo fica na terra. vc que ta leno eu fique tbm que a nossa fé é mais forte.
Do not feed the trolls!
Pois é, lá perto do sítio do meu cunhado tem um açude que tem umas carpas enormes e bem gordas. Dá uma dessas gratinada na telha pra esses astrônomo, quero ver se eles vão continuar procurando “água” lá fora kkkkkkkkk
Há pelo menos uns 200 parametros (finamente ajustados, ou seja, dentro de uma estreita faixa de variação) para que a vida seja sustentável em nosso planeta. Água em estado líquido e ser rochoso são apenas dois deles (e mesmo assim as variáveis envolvidas aí são muito pouco conhecidas). Em outras palavras, ainda há muito, muito chão a ser percorrido. Até lá, ficamos com os filmes de ficção e as concepções artísticas da paisagem de cada planeta
Boa tarde Salvador, grande matéria…
Me tira uma dúvida simples ? Quanto tempo levaria pra ir até a estrela TRAPPIST-1 com o veículo mais rápido que tempos nos dias de hoje ?
Obrigado e é sempre um prazer ler seus artigos.
Na coletiva falaram. Coisa de 40 milhões de anos, se não me falha a memória (e o ouvido). rs Enfim, são muitos milhões de anos.
Churchill was right!
Dúvida que me surgiu agora: Como a ciência tem “certeza” que não existe vida [microscópica] na Lua? Todas as visitas e coletas dos projetos Apollo foram suficientes para descartar esta hipótese?
Falta tudo para ter vida na Lua — nutrientes, proteção de uma atmosfera, água líquida…
Bom, a vida como a conhecemos, não é?
É a única que sabemos minimamente como procurar, ainda mais a essa distância…
Salvador,
Primeiramente, artigo fantástico!!!
Agora uma curiosidade minha:
Se não me engano, li aqui mesmo que em sua evolução o Sol emitirá cada vez mais calor, tornando a Terra inabitável em algum tempo, e talvez engolindo-a mais para frente ainda quando se tornar uma gigante vermelha.
Anãs vermelhas, por terem bem menos massa, tem evolução diferente. Me corrija se eu estiver errado, mas imagino que a temperatura ali não deve aumentar, penso que deve reduzir com o tempo.
Acho então que, se habitáveis, planetas nesse sistema serão habitáveis por muito mais tempo que a Terra.
Falei bobagem ou faz sentido?
Um abraço!!!
Bem, tem um mix aí. rs
A exemplo das anãs amarelas (oi, Sol!), as anãs vermelhas também vão esquentando com o tempo. Mas elas esquentam muuuito mais devagar. (É paradoxal, mas quanto menor é uma estrela, mais devagar ela envelhece.) Então planetas habitáveis em anãs vermelhas devem, de fato, como você disse, permanecer habitáveis por muito mais tempo.
Abraço!
Sempre em teoria e seguindo a lógica de direcionar a busca por vida para a vida conforme a conhecemos, então se quisermos procurar civilizações avançadas e vida inteligente, devemos direcionar a busca para anãs vermelhas e marrons? Lá é mais provável que os ETs existam?
há alguma possibilidade real de alcançarmos um sistema destes, num prazo de tempo razoável para ir e voltar em, digamos, 1 vida humana?
Depende. Se você conseguir acelerar a 99% da velocidade da luz, sim. rs
(Não sabemos como fazer isso, claro.)
próximo da velocidade da luz, levaria um pouco mais de 80 anos para ir e voltar. provavelmente os astronautas não encontrariam mais nenhum de seus conhecidos que ficaram na terra vivos, apesar de para eles terem se passado talvez apenas alguns poucos anos…
Mais uma prova que Jesus está voltando e a Terra vai voltar a ter a importancia que ela sempre teve… ou seja com todos os outros planetas girando ao nosso redor e cumprindo sua funcão natural de iluminar o ceu… nada dessas baboseiras de vida e outras religioes fora daqui.
#OS ATEU PIRA
#CHOREM ATEU
Obrigado Salvador, vc salvou meu dia!!!!!
Obrigado pela audiência! 🙂
Parabéns pela paciência Salvador.
xiiii, liberaram o wifi do hospício de novo…
“Não se preocupe não, ele não apareceu no dilúvio, não voltou na escravidão, não voltou em 2 guerras mundiais, não voltou no holocausto, vai voltar agora só porque alguns cientistas descobriram 7 planetinhas? “
No dilúvio seria difícil Jesus ter aparecido, afinal, ele nasceu milhares de anos depois…
então ele não existia antes de ter nascido? hmmm, isto vai contra alguns dogmas da igreja, né Perna! então no princípio deus não era uma trindade? era só pai e espírito santo?
juro que estou me esforçando para entender vocês, mas assim fica difícil, viu!
e se ainda não existia o filho, ele era pai de quem então?
Perna, o dilúvio é apenas uma lenda da Judeia (bem besta por sinal)…
Jesus, apesar das lendas incorporadas em seus feitos, pode até ter existido, mas com certeza tornou-se absurdamente “overrated”…
Arrã. Ô.
Isto é o que se chama distorcer os fatos para encaixar em suas próprias crenças. Ô povo que adora se enganar e acreditar em besteiras!
Valeu Josuelklysson, continue assim! Os pastores de igrejas sempre precisam de gente burra pra poderem manter seus suntuosos estilos de vida!
Incrível. Incrível tanto a descoberta em si quanto a forma com que você nos dispõe tais informações. Acredito que como você, tal notícia gere uma excitação tão grande que pensamos até em como “acelerar” o tempo pra que vejamos estas respostas o mais rápido possível.
Quanto às respostas, também não acredito haver já vida complexa, que dirá inteligente, assim como também não acredito passar de UM, o número de planetas “habitáveis”, já que a “matemática” pra que as condições essenciais existam tem de ser exata, nem 0,1 pra lá, nem 0,1 pra cá. Muito obrigado pelo prazer em poder acompanhar suas matérias.
Espetacular Salvador. Estou tendo que pensar nas perguntas pq o texto ja respondeu varias… 😛
voto nos planetas “e” e “f” para candidatos a habitaveis.
Tamanhos parecidos com a Terra e massa tambem nao muito diferente. O mais complicado entao eh manter uma atmosfera na pressao ideal ne? Imagino que o campo magnetico tb tem que ser bem forte pra proteger o planeta da radiacao e evitar a atmosfera de ser soprada, eh isso?
Dai, quanto menor o planeta, maior a chance do nucleo esfriar e tchau campo magnetico?
Por isso meu chute cientifico nos planetas E e F.
🙂
PS: Fico imaginando como seria nosso sistema se Jupiter tivesse acumulado um pouco mais de massa e acendido. Tudo o mais constante veriamos um brilho muito forte de la?
Abs
Rony, Arthur Clarke já tentou prever isto!
Procure para ler o “2010 – Odyssey Two” 😀
Se Jupiter tivesse acumulado mais massa (não tão “pouco” mais assim, teria que ser cerca de 15x a massa de Júpiter pra ser uma anã marrom, estrelinha chinfrim movida a lenha, sem fusão nuclear) e acendido, teríamos um sistema binário Sol-Júpiter, com a órbita dos planetas internos pouquinha coisa diferente em razão da massa maior de Júpiter. Teríamos 3 objetos com brilho destacado no céu, Sol, Lua e a anã-marrom Júpiter, nesta ordem, esta ultima com brilho bastante variável em razão da combinação da nossa órbita com a dela, talvez com brilho alguma coisa entre Vênus e Lua.
Arthur Clarke resolveu isto multiplicando exponencialmente os monólitos e jogando-os em direção a Jupiter. Só não ficou nem um pouco claro de onde veio esta matéria toda para replicar os tais monólitos…
Eu já sabia! rsrs Cantei a pedra no post anterior 😉
o fato de estarem travados gravitacionalmente significa que um hemisfério dos planetas mais próximos está sempre iluminado e o outro sempre no escuro. mas nestes casos, na pior das hipóteses, poderia haver uma região no cinturão intermediário (cruzando de um polo para o outro) onde poderiam existir condições habitáves, ainda que o planeta estivesse próximo demais da estrela? (contando que a atmosfera não tenha sido “varrida”, logicamente)
o fato de estarem travados gravitacionalmente significa que um hemisfério dos planetas mais próximos está sempre iluminado e o outro sempre no escuro. mas nestes casos, na pior das hipóteses, poderia haver uma região no cinturão intermediário (cruzando de um polo para o outro) onde poderiam existir condições habitáveis, ainda que o planeta estivesse próximo demais da estrela? (contando que a atmosfera não tenha sido “varrida”, logicamente)
Como fico feliz de passar meus olhos pela tua coluna: sempre didático e bem humorado. Parabéns
“Vênus, que tem temperaturas de 460 graus Celsius à sombra, mais de 20 vezes mais que a média da Terra”.
Está incorreto, porque a escala Celsius é uma escala relativa. 460ºC não é vezes superior a 23ºC; O cálculo correto é comparar 733K com 296K. Assim, vênus tem temperaturas ~2,5 vezes mais que a média da Terra.
cqd.
concordo.
e acho que além de tomar o zero absoluto como referência, não acho que faça muito sentido comparar temperaturas numa escala linear, e sim alguma escala logaritmica.
o que significa, por exempo, dizer que uma coisa é DUAS VEZES mais quente do que outra? se estivermos falando de sensação térmica (fisiológica), faz mais sentido mesmo falar em termos de logaritmos da temperatura… 🙂
Opa, você tem razão. Estou falando que o valor é cerca de 20 vezes maior em Celsius, mas é uma comparação inapropriada.
Na verdade, a temperatura média da Terra não é 23 graus C. É 15 graus C. Mas, ainda assim, seria 733 K contra 288 K.
Ainda assim, não dá para usar esse argumento por conta do albedo. Vênus, como se pode ver no céu, é extremamente brilhante. Albedo 0,8. Ou seja, 80% da radiação solar é refletida de volta para o espaço. (Na Terra, é 30%.) Com isso, a temperatura efetiva de Vênus fica menor que a da Terra, sem contar efeito estufa: 220 x 255, agora em Kelvin. Com efeito estufa, Vênus salta para 733 e a Terra para confortáveis 288.
Apolinário e Diogos Morelli piram! HAHA!
Pior são os que acham que a Terra é plana e são criacionistas… Esses não têm nenhum senso de conhecimento científico, nota zero pra eles, com louvor. Apolinário ainda é um cara inteligente e melhor instruído que aqueles…
Concordo com Radoico. Apolinário não tem nada a ver com o DM(fundamentalista arcaico) e o De Souza(???).