Satélite geoestacionário é lançado com sucesso

O Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC) foi lançado com sucesso de Kourou, na Guiana Francesa, nesta quinta-feira (4).

A janela de lançamento se abriu às 17h31, mas um problema com a telemetria de solo interrompeu a contagem regressiva do foguete Ariane 5 a 7 minutos da decolagem. A dificuldade foi resolvida e o voo se iniciou às 18h50, realizando com sucesso a inserção numa órbita de transferência geoestacionária tanto o satélite brasileiro como o KoreaSat-7, carga secundária do voo.

“O satélite já enviou suas primeiras telemetrias”, diz Danilo Miranda, engenheiro da empresa brasileira Visiona que trabalhou na construção do satélite. “Está tudo nominal até agora.”

O SGDC será apenas uma das muitas espaçonaves que hoje pairam sobre o território nacional e fornecem conexões via satélite para os mais variados fins, como telefonia, televisão e internet.

Mas será a primeira a ser operada e controlada pelo governo brasileiro -numa parceria entre o Ministério da Defesa e a Telebras.

De acordo com o governo brasileiro, o novo satélite é indispensável para a preservação da soberania nacional, permitindo comunicações seguras das Forças Armadas e a implementação do Plano Nacional de Banda Larga, que pretende levar internet rápida, pelo espaço, a locais do país onde a infraestrutura de telecomunicações por solo é deficitária.

“O Brasil vai estar no controle”, diz Petrônio Noronha de Souza, diretor de Política Espacial e Investimentos Estratégicos da AEB (Agência Espacial Brasileira).

Discutido desde 2011, o contrato para a construção do SGDC foi assinado em novembro de 2013, dois meses depois que documentos revelaram que contas de e-mail de diversos membros do governo brasileiro, inclusive da ex-presidente Dilma Rousseff, foram alvo de espionagem pela NSA, agência de segurança nacional dos EUA.

NO MESMO LUGAR

Os satélites geoestacionários são assim chamados porque se localizam num anel ao redor do equador terrestre, a cerca de 36 mil km de altitude. Nessa posição, têm a propriedade especial de evoluir em torno da Terra no mesmo ritmo da rotação do próprio planeta -com isso, é como se estivessem o tempo todo sobre o mesmo ponto do globo.

Por essa razão, a órbita geoestacionária é a preferencial para satélites de telecomunicações, pois podem atender ininterruptamente uma grande região territorial.

As tecnologias envolvidas num desses artefatos espaciais de última geração, contudo, não são dominadas pelo Brasil. Por isso, o governo decidiu criar uma empresa integradora nacional -a Visiona, uma joint venture entre a Telebras e a Embraer- e contratar, por meio dela, a construção do satélite no exterior.

A vencedora da licitação foi a empresa franco-italiana Thales Alenia, que se comprometeu a realizar transferência de tecnologias envolvidas na construção do SGDC e construiu o satélite com a colaboração de dezenas de engenheiros brasileiros.

O lançamento será feito pelo foguete Ariane 5, da empresa francesa Arianespace, que opera seus voos a partir de Kourou, na Guiana Francesa. Com 5,7 toneladas, o SGDC será a carga principal, e um segundo satélite, o KoreaSat-7, da Coreia do Sul, voará como carga útil secundária.

E AGORA?

O satélite transmitirá em duas bandas: a X (entre 8 e 12 gigahertz) e a Ka (26 a 40 gigahertz). A primeira será usada exclusivamente para uso da Defesa e a segunda será parcialmente dedicada à implementação, pela Telebras, do Plano Nacional de Banda Larga. A capacidade excedente será licitada para uso por outras empresas interessadas.

A iniciativa pode dar algum retorno imediato ao governo, que investiu R$ 2,7 bilhões no projeto, entre satélite, lançamento e investimentos na infraestrutura de solo para suas operações.

Contudo, ao chegar à sua conclusão, o projeto deixa um enorme vazio para o futuro. Originalmente, a ideia era que o SGDC fosse o primeiro de uma constelação de três satélites geoestacionários de telecomunicações, incorporando gradualmente tecnologia nacional.

Contudo, o segundo satélite da série está apenas em fase de conceito, e sem essas especificações e um contrato firmado, a Visiona -empresa criada para integrar esse e os futuros satélites- basicamente fica sem o que fazer.

A Folha apurou que a situação tira o sono dos diretores da empresa, que não terão recursos para manter toda a mão de obra qualificada que se dedicou à construção do SGDC. Seria preciso, para evitar que o investimento na criação da integradora fosse perdido, ter um outro projeto de grande monta para ela.

“Temos essa preocupação e estamos trabalhando nisso, é tudo que posso dizer”, afirma Noronha de Souza.

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Comentários

  1. Moro em uma area que nao pega celular gostaria de saber se o satelite vai expandir o sinal pegando todas as operadoras

  2. Salvador , gosto muito do seu blog e acompanho semanalmente seus posts …
    Me sinto na liberdade de comentar que esse post sobre o SGDC tem algumas falhas e está mais parecendo propaganda “institucional do que algo ligado a “ciencia”…

    Vamos lá, prometo que serei breve.

    O discurso adotado sobre a “soberania” que o Brasil terá “preservação da soberania nacional”, não se sustenta, assim como a bendita ” transferência de tecnologia ” … não é preciso muito esforço para desconstrui-los.
    O hardware empregado em todos os sistemas e subsistemas não foram fabricados no Brasil e basicamente a “transferencia de tecnologia” é a mesma “dada” a qualquer operadora satelital que venha a contratar a fabricação do satélite…. Só que o governo no minimo gastou 2x mais que qualquer empresa privada ….

    Agora a maior de todas as falhas é dizer ” Será a primeira a ser operada e controlada pelo governo brasileiro ” , me parece que estão renegando a história dos Brasilsat A1, Brasilsat A2, Brasilsat B1 e Brasilsat B2 … que lá na decada de 80/90 eram operado pela Embratel, que era uma empresa estatal criada em pleno governo militar !!!

    Um fato curioso é que mesmo durante o governo “militarizado” que havia na decada de 80 o satélite era operado por “civis”, engenheiro e técnicos da Embratel….

    A história do Brasil e satélites geoestacionários começou lá no final da década de 60, mais precisamente em 1969 com a construção da Estação Terrena de Tangua-RJ e posteriormente com a implantação do SBTS na decada de 80 foi construída a Estação terrena de Guaratiba-RJ , que operavam e monitoravam os primeiros satélites geostacionário do governo Brasileiro.

    Se quiser aprofundar no assunto é só me manda um email…

    1. Você mesmo tem suas próprias respostas. Vamos lá.

      “Soberania nacional” = Brasil não tinha no momento satélite próprio, do governo, para comunicações militares. Agora tem. Isso é um fator de soberania.
      “Transferência de tecnologia” = que eu saiba, em nenhum projeto de compra de satélite convencional, engenheiros de um país são internalizados na empresa que está construindo e participam ativamente da construção. Recomendo que você veja o vídeo, e logo nos primeiros minutos, uma entrevista que fiz com o Danilo Miranda, um desses engenheiros brasileiros que ficou mais de ano na Thales fazendo o satélite. Foram cerca de 50 engenheiros brasileiros, ao todo, internalizados na Thales.

      “primeira a ser operada e controlada pelo governo brasileiro” = com isso quero dizer que não será nem uma empresa pública. O satélite será operado diretamente por militares, em parceria com gente da Telebras. Como você mencionou, os outros satélites não tinham controle militar, ele era feito por engenheiros e técnicos da Embratel. Suponho que aprenderam a lição de não depender de uma empresa pública e aí querer privatizá-la.

      Por conta disso tudo, não vejo reparos a fazer no texto. Mas agradeço pelos comentários pertinentes e enriquecedores. 😉

      1. Na minha avaliação um satélite construído com tecnologia “estrangeria” não torna nenhum pais soberano…
        O Brasil não “detêm” a tecnologia necessária para construir, operar e manter.
        É tudo tecnologia externa.
        A unica coisa que o Governo fez foi comprar e pagou bem caro por isso..
        Se voce acha que comprar algo o torna soberano , ok.

        “que eu saiba, em nenhum projeto de compra de satélite convencional, engenheiros de um país são internalizados na empresa que está construindo e participam ativamente da construção. ”

        O ponto é exatamente este, a sua falta de conhecimento na área o fez a cometer, na minha avaliação, impropriedades no texto.

        Em relação a absorção de tecnologia que você pode ler aqui, http://www.visionaespacial.com.br/sgdc, comento que conheço algumas pessoas que tem e ou tiveram este mesmo conhecimento desde a década de 80, brasileiros natos e que vivem no Brasil e não estão ligados ao SGDC.

        Termino minhas palavras com uma consideração.
        Uma pagina que se dedica a divulgação da ciência não deveria omitir a história de brasileiros engenheiros e técnicos que participaram ativamente do “pioneirismo” brasileiro nos satélites de comunicações.

        O SGDC não “inventa a roda”, considero uma pena que o post fique caracterizado como uma propaganda “institucional”.

        OBS. Espero que você compartilhe da informação que o payload de Banda Ka, sequer terá utilização no curto/médio prazo, devida a incapacidade do governo de gerir um “simples” plano de “negocio” para o uso da mesma…

        1. Bem, vamos supor que fosse uma guerra. Precisamos defender nossas fronteiras. Faz diferença se você comprou a munição de uma nação amiga ou a produziu você mesmo? É o caso do SGDC. Claro que seria ideal termos o nosso próprio satélite, seria ainda mais soberano. Mas o mais importante é a funcionalidade dele, não a capacidade de fazê-lo. (Da mesma maneira, se firmarmos parcerias com estrangeiros para lançamentos de Alcântara, isso nos dará acesso soberano ao espaço, ao menos até a parceria ser desmanchada. O ideal, de novo, é desenvolvermos nossos próprios lançadores. Mas, como no caso do SGDC, quem não tem cão caça com gato.)

          Sobre omitir história, veja, você mesmo disse: conhecimento DA DÉCADA DE 1980. Você jura que acha que a tecnologia embarcada no SGDC é A MESMA da década de 1980, em termos de eletrônica, aviônica, painéis solares, controle de atitude etc. O Brasil hoje — e mesmo na década de 1980 — não saberia fazer um satélite geoestacionário de telecomunicações. Uma pena. Adoraria que soubesse. Se o investimento tivesse sido feito lá atrás, saberia. Mas não sabe, e esse é o fato.

          Sobre a banda Ka, meu entendimento é que um quarto dela vai ficar com a Telebras para o Plano Nacional de Banda Larga. Os outros três quartos serão licitados — o que é reconhecidamente controverso. Quanto ao seu uso, temos de fiscalizar — e criticar se realmente ficar parado.

          1. Salvador a Banda X que é será utilizada pelos militares, já é disponibilizada por outra operadora de satélite com controle e operação do satélite no Brasil, O SGDC vem para complementar e não suprir totalmente a demanda, grande parte da capacidade utilizada de Banda X pelo Ministério da Defesa continuará a ser fornecida por terceiro.

            Voce sabe que o controle de trafego aéreo que é controlado pelo CINDACTAS utilizam satélites de terceiros ?
            Que o famigerado “SIVAM”, sistema de vigilância da Amazonas, utiliza satélites de terceiros ?
            Que o CENSIPAM utiliza satélites de terceiros ?
            Todos estes casos acima utilizam a Banda C, que sequer esta contida no satélite do SGDC.
            Outro ponto, como vc mesmo diz 1/4 da capacidade da Banda Ka será utilizado pelo governo … já os outros 3/4 …

            Diante dos fatos, sinceramente continuo sem conseguir enxergar a tal soberania …

            É obvio que o SGDC possui tecnologia superior a de qualquer satélite da decada de 80 …
            Quanto a “transferência de tecnologia” , volto a afirmar … tudo o que está listado no site da VISIONA é comum para qualquer OPERADOR de satélite, que possua um centro de controle TOTAL do satélite.

            Da forma que o governo fala sobre esta transferência de tecnologia é puro marketing para tentar justificar um gasto absurdo com o satélite … não se iluda…

            Se você tiver interesse, recomendo procurar no facebook o professor Jose Raimundo Cristovam Nascimento, ele dá aula na UFF/RJ e conhece profundamente a historia brasileira no pioneirismo com o SBTS como ninguém no Brasil.

            Preserve nossa história, o SGDC não é o primeiro satélite geoestacionário “100% Brasileiro”.

            Sou seu fã.

          2. Meu entendimento é que a Defesa vai transferir todas as suas comunicações de satélites privados para o SGDC. Mas, de novo, se não o fizer, temos de questionar o investimento.

          3. Não! Acho que esse comentário não deve do João Steiner, é muito desafiador! Conheço ele, e não é dele essa característica. Deve ser alguém tentando buscar a prova e a transparência do valor real do investimento, mas isso já não é uma discussão aqui, é uma avaliação técnico-científica!

    2. João,

      Eu não conheço detalhes dos programas de desenvolvimento de satélites anteriores. Só observo que mesmo durante anos de parceria com a China, nós não fomos capazes de adquirir a capacidade de desenvolver nossos próprios satélites. Só recentemente conseguimos integrar módulos mais avançados como câmeras de alta resolução, a princípio, desenvolvidas no Brasil. A parte brasileiras nos satélites Brasil-China consistia em integrá-los, ou seja, montar e aplicar todos os testes que garantam o perfeito funcionamento. Toda a real tecnologia, como sistemas de comunicação, posicionamento, motores de correção de posição etc eram chineses.
      Logicamente é louvável o esforço de todos os brasileiros que participaram destes trabalhos pioneiros, mas não se pode deixar de considerar também que, a exceção das instalações do INPE, que são muito boas, foram anos de esforço que não levaram ao patamar desejado.
      Considero até que nosso programa não avançou mais pelos resultados humildes que não foram suficientes para atrair a devida atenção e verbas para o programa.

  3. O Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações brasileiro, lançado esta semana, é o mais caro do mundo. Contratado em 2013 pelo governo Dilma por R$2,8 bilhões, é semelhante a outros bem mais baratos. A Índia, por exemplo, que lançou seu satélite de semelhantes características 24 horas depois do Brasil, gastou R$227 milhões, doze vezes menos que o governo brasileiro. Em janeiro, o Japão gastou R$ 1,1 bilhão a menos para colocar um satélite idêntico no espaço. A informação é do colunista Cláudio Humberto, do Diário do Poder.
    Em 2013, a Índia lançou outro satélite com banda X para comunicações militares, principal diferencial do artefato brasileiro, por R$460 milhões.

    O americano SpaceX, que criou um foguete capaz de retornar intacto ao solo, custou R$1,3 bilhão para ser desenvolvido e lançado.

    A China também lançou um satélite voltado para atuação militar, mas ao contrário dos outros países, não há qualquer menção sobre o custo.

    O Ministério da Ciência se recusou a explicar os custos espetaculares do satélite brasileiro. A Telebrás alegou “não ser de interesse” explicar.

    1. Estão bem errados esses números. Primeiro que o contrato foi assinado em dólar. Então, se custa R$ 2,8 bilhões hoje, foi porque o real desvalorizou, e não porque o contrato está fora do padrão internacional para iniciativas do tipo com transferência de tecnologia. (O dólar estava em R$ 2 na assinatura do contrato; hoje está em R$ 3,10.) Comparar com o custo do indiano, por exemplo, que desenvolveu toda a tecnologia nacionalmente e paga relativamente pouco por sua mão-de-obra, é um disparate. E o número da SpaceX está simplesmente errado. Está mais para US$ 1,3 bilhão mesmo (o que daria uns 50% a mais que o custo do SGDC).

        1. Esse é só o valor do satélite + lançamento (US$ 588 milhões, o que em reais de hoje daria R$ 1,8 bilhão). Acordos adicionais de transferência de tecnologia foram assinados por um custo extra.

    2. Não querendo desmerecer a fonte, mas vcs lembram quem foi Cláudio Humberto no cenário nacional?

  4. Salvador, uma vez que o satélite foi fabricado por uma empresa francesa e, considerando que envolve setores estratégicos da segurança nacional, não pode acontecer de haver a ingerência por parte do governo francês em assuntos sigilosos, semelhantes ao que aconteceu no caso do SIVAM?

    1. Oficialmente não, porque o satélite foi entregue para o Brasil e é do Brasil. A Thales Alenia também não teria interesse nenhum em alienar um de seus clientes. O que pode acontecer é, num momento de hostilidades, os franceses terem um acesso irregular ao satélite, uma vez que foram eles que construíram e devem saber como hackeá-lo.

  5. Salva, tirando esse monte de terraplanistas idiotas e outros que trazem questões políticas aqui para o blog, eu eu tenho uma questão na minha cabeça, temos institutos universitários com um bom ranking mundial, e mesmo assim não conseguimos produzir um satélite? Nossos engenheiros são exportados para o exterior, por que não fomrntar a ciência aqui? Custo, vontade?

    1. Principalmente custo. Como o Schaefer mencionou, podíamos sim desenvolver nossa tecnologia do zero, começando de projetos mais simples, até chegar aos mais sofisticados. Mas não temos um programa robusto que vá investir em toda essa P&D e faça esse passo a passo num ritmo que seria saudável.

  6. Mais uma vez o assunto política e fake news vindo à tona.
    Salvador, tens certeza que não vislumbra algum dia ser jornalista político?
    Não sei se a frase é do Martin Luther King mesmo, mas diz tudo não?
    “O que me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons”

    1. Fabio, jornalista político, não. Sinto-me tentado às vezes a fazer comentários políticos, talvez no YouTube. Mas resisto a isso, porque acho que a mensagem da ciência é importante demais — e, pasme, mais urgente — para ser turvada por inclinações ideológicas. Vamos ver para onde o futuro aponta…

    2. O Salva poderia ser o ministro da ciência e tecnologia, por que não? Cogitaram um pastor pro cargo, absurdo, daí assumiu o Kassab, incapaz. Desculpe-me por falar de política aqui, é que tem hora que o sangue ferve de nervoso.

      1. Tem muita gente qualificada para ser ministro da Ciência e Tecnologia no Brasil. Muitos cientistas que entendem do riscado e são ótimos de gestão.

    3. Você acha Fabio, que o George Lucas brasileiro vai render aos comentários da política? Nada de parafrasear Martin Luther King. Cada um se especializa onde está, feliz e satisfeito embora sempre com o sonho de engrandecer em todos os aspectos!

      1. Heheh, George Lucas brasileiro? Quer dizer que só falo de planetas de mentira e escrevo ficção sobre uma Força misteriosa que permeia todas as coisas vivas? rs

        1. O cerne desta minha frase acima é, cada um se especializar na sua área em que atua a ponto de ganhar notoriedade. É claro que George Lucas foi um produtor e cineasta de ficção científica insubstituível, e aqui no Brasil não vejo uma outra pessoa a não ser vc que expresse de maneira mais profunda e abrangente o conhecimento científico e astronômico na mídia. O cineasta acima foi somente uma metáfora. Rs.

  7. A contar pelos escandalos diários que estamos recebendo de todos os lados, não é de admirar que exista maracutaia neste caso também.
    Pra mim é mais facil achar aguá tonica em marte, do que um projeto serio desenvolvido sem ilicitudes e politicagens no Brasil.
    Parabéns pelo texto, é de quem estava bem interado do assunto.

  8. Cambalacho sideral

    GOVERNO Temer trama a privatização irregular do primeiro satélite brasileiro, enquanto prepara o socorro camarada para a encrencadíssima Oi

    POR ANDRÉ BARROCAL

    No início da noite da quinta-feira 4, com atraso de 45 dias, pois também houve greve geral por lá, um foguete decolou da Guiana Francesa para pôr fim a uma lambança brasileira de quase duas décadas. Michel Temer fez questão de acompanhar o histórico acontecimento pela tevê em uma sala no Comando de Operações Aeroespaciais em Brasília, tentativa marota de apropriar-se de uma obra de Dilma Rousseff, a companheira traída da qual ele tenta se desvencilhar em um julgamento na Justiça Eleitoral. Desde a privatização da Embratel, em 1998, as comunicações das Forças Armadas dependiam do aluguel de satélite alheio, um risco para a segurança nacional. A situação ficou ainda mais patética quando, em 2008, o governo decidiu construir um submarino nuclear para defender a costa, o mais poderoso artefato militar de dissuasão da história do País, de conclusão prevista para 2027. Agora as Forças já têm um satélite para chamar de seu, posto em órbita pelo foguete que Temer viu decolar. Planejado desde 2012, o equipamento consegue cobrir o território nacional, a América do Sul e a Amazônia Azul, aquela faixa do Oceano Atlântico a abrigar o valioso pré-sal. Um reforço na nossa soberania.

    No meio dessa história esconde-se outra, um cambalacho sideral merecedor de uma ação civil pública e de um pedido de investigação levado à Procuradoria Geral da República. Um enredo com indícios de improbidade por parte da direção da Telebras, estatal rediviva após a privatização das teles nos anos 1990. E de Âomissão cúmplice por parte da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, comandado por Gilberto Kassab, um dos oito ministros investigados por corrupção na Operação Lava Jato. Mais: há quem diga que agentes públicos se arriscam com o objetivo de favorecer a Oi, dona de 65 bilhões de reais em dívidas, internada na UTI judicial e prestes a receber do governo uma bondosa salvação.

    O projeto foi levado adiante pela Telebras no governo Dilma, graças a decisões anteriores do governo Lula

    O satélite posto em órbita desde o Centro Aeroespacial de Kourou, na Guiana Francesa, não é de uso exclusivo das Forças Armadas, é também da Telebras. Sua construção é, aliás, um projeto levado adiante pela estatal durante o governo Dilma Rousseff. A empresa usaria o equipamento para massificar a utilização da internet de alta velocidade pelo Brasil, uma missão que lhe foi conferida pelo Plano Nacional de Banda Larga, de 2010, no fim do governo Lula. Com o satélite, a Telebras teria condições de atender o País inteiro, mesmo naquelas regiões remotas aonde as teles privadas não querem ir, por lucrar pouco.

    Para pôr o satélite no espaço, era preciso uma autorização da Anatel, e foi a Telebras quem a pediu. A agência costuma vender a concessão de licenças satelitais em leilões de maior preço, pois os “endereços” siderais aptos a acomodar um equipamento como o que acaba de ser lançado, de um tipo que fica parado em um ponto específico (geoestacionário, em linguagem técnica), são escassos, como diz uma convenção internacional de 1991. Não houve leilão no caso da Telebras, pois a estatal requereu em 2012 a dispensa do procedimento, o Ministério das Comunicações endossou a solicitação em 2013 e a Anatel topou em 2014. Â

    Ao pedir a dispensa, a Telebras argumentou justamente que o satélite serviria à disseminação da web rápida e teria aplicação militar estratégica, duas missões que lhe cabia executar por força de um decreto presidencial de 2010 e outro de 2012, respectivamente. A argumentação foi respaldada pelo Ofício nº77, de agosto de 2013, enviado à Anatel pelo Ministério das Comunicações. No Parecer n- 991, de 2013, a Procuradoria Federal atuante na agência, uma espécie de advogado público, defendeu que a Anatel poderia abrir mão da licitação, pois a política pública ancorada no satélite (comunicação militar e expansão da banda larga) “só poderá ser implementada pela Telebras”. Em suma, não tinha sentido fazer um leilão do qual só a estatal poderia participar.

    Em janeiro de 2014, com o Ato n- 76, a Anatel concedeu uma licença satelital de 15 anos à Telebras, sem licitação, pelo valor de 3,954 milhões de reais, conforme proposto em um relatório do então conselheiro Rodrigo Zerbone, cujo mandato de cinco anos terminou em novembro. No início de 2017, veio a surpresa. A estatal botou na praça um esboço de edital com um plano de privatizar seu naco no satélite, 70% (os demais 30% são dos militares). O plano, concebido pelo diretor técnico-operacional Jarbas Valente,joga por terra as premissas que, três anos antes, haviam permitido à estatal obter da Anatel uma licença a preço módico e sem concorrência.

    “Isso fere o ato da Anatel de outorga da licença”, diz alguém que acompanhou todo o processo de perto em 2013 e 2014. O Parecer n- 991 da Procuradoria atuante na agência era bem claro: “A referida outorga à Telebras deve-se ater ao cumprimento” simultâneo dos objetivos do Plano Nacional de Banda Larga e de soberania militar. Apesar de ter mudado a rota no meio do caminho, a Telebras não revisou seus planos originais perante as autoridades que respaldaram a dispensa de licitação, caso do Ministério das Comunicações, e que abriram mão do leilão, caso da Anatel.

    Não se trata de discussão burocrática apenas. Há grana envolvida. A Anatel cobrou 3,9 milhões da Telebras pela licença em 2014. Desde sua criação, em 1997, já realizou seis leilões de licenças do gênero. O último foi em 2015 e, na época, cada uma das quatro tinha preço mínimo de 27 milhões de reais, sete vezes mais do que o pago pela Telebras. Como cobrou pouco da estatal e agora vê a empresa prestes a privatizar o satélite, a Anatel, órgão público, perdeu dinheiro que acabará embolsado pela Telebras, companhia que tem também acionistas privados.

    Não para por aí. O satélite custou 2,7 bilhões de reais. A depender do preço pago na privatização, a Telebras poderá ter prejuízo. Ao colocar seus planos na rua no início do ano, a estatal não informou nenhuma estimativa de preço mínimo. Dentro da empresa, comenta-se que o leilão poderá arrecadar algo entre 1,5 bilhão e 2 bilhões de reais. Como 30% da capacidade do satélite é dos militares e está fora da privatização, e como um dos quatro lotes privatizáveis será usado pelo comprador conforme instruções da Telebras, a estatal teria de arrecadar, no mínimo, 1,5 bilhão, para não tomar prejuízo.

    Tem mais. Ao deixar de usar o satélite ela mesma na massificação da banda larga e optar pela privatização, a Telebras deixará caminho livre para os vencedores do leilão cobrarem o que quiserem dos usuários brasileiros. E sem ao menos estipular meta de cobertura para regiões longínquas, uma das idéias originais por trás do satélite. Não há nenhuma meta prevista no plano privatizador conhecido até agora. Um prejuízo para os pequenos provedores de internet espalhados pelo País, os quais não terão a Telebras como opção de fornecedora de infraestrutura para fugir dos altos preços das grandes teles, aquelas que provavelmente triunfarão na privatização.

    “Em síntese, é uma transferência pura de patrimônio público para o setor privado”, diz um documento entregue no fim de abril à Procuradoria-Geral. A papelada, hoje nas mãos do procurador Frederick Lustosa de Melo, pede investigação das potenciais irregularidades do plano privatizador. E assinada por nove parlamentares de oposição, como os deputados Carlos Zarattini, líder do PT, e André Figueiredo, do PDT, ex-ministro das Comunicações, além de oito entidades da sociedade civil, como a Associação Brasileira de Defesa do Consumidor. Zarattini também é um dos autores de uma ação civil pública ajuizada na Justiça Federal de Brasília, com pedido de liminar, para brecar a privatização. O juiz do caso, Marco José Brito Ribeiro, da 13 a Vara Federal, decidiu ouvir previamente alguns envolvidos antes de resolver sobre a liminar.

    Por que agentes públicos do Ministério da Ciência e Tecnologia e da direção da Anatel e da Telebras estariam a se arriscar em uma história com indícios de improbidade? “O projeto do satélite foi desvirtuado para beneficiar as empresas Âprivadas”, diz Rogério Santanna, ex-presidente da Telebras. “Cheira a favorecimento da Oi, a operadora mais carente em infraestrutura para banda larga em lugares remotos.”

    A origem do satélite está na descoberta em 2004 de que autoridades como Gushiken eram espionadas pela Kroll

    Não é um palpite ao acaso. A empresa já demonstrou interesse em entrar como sócia. Foi em 2008, quando Telemar e Brasil Telecom preparavam a fusão que daria na Oi. Para conseguir aval da Anatel à fusão, a dupla apresentou documentos com uma série de compromissos. Um desses apontava “o interesse da Telemar em participar” da construção do satélite e sua intenção de propor às autoridades um acordo sobre sua responsabilidade operacional e financeira no projeto.

    Naquele momento, a ideia de construir um satélite já medrava no governo, acalentada na gestão Lula desde a descoberta, ainda em 2004, de que certas autoridades tinham sido espionadas pela Kroll, através de captura de e-mails privados, caso de Luiz Gushiken, ministro da Comunicação Social. Detalhe: quem havia contratado a Kroll, por encomenda do banqueiro Daniel Dantas, tinha sido a Brasil Telecom, que se fundiu com a Telemar e hoje é a Oi.

    Curiosamente, foi uma outra espionagem o catalisador do projeto do satélite. No caso, uma sofrida pela então presidenta Dilma Rousseff e a Petrobras por obra da NSA, a agência de bisbilhotagem do Tio Sam. As denúncias do ex-agente da NSA Edward Snowden vieram a público em julho de 2013, Dilma mandou acelerar o satélite, e em novembro a Telebras assinava o contrato de compra do equipamento por 1,3 bilhão de reais, metade do valor gasto efetivamente. O satélite, de 18 anos de vida útil, foi fabricado pela francesa Thales Alenia Space, com o compromisso de transferência de tecnologia ao Brasil por meio da Embraer, com quem a Telebras selou uma joint venture na empreitada, a Visiona.

    Será que a Oi quer um equipamento próprio agora? A companhia já aluga satélite de terceiros e quer primeiro conhecer o edital definitivo de privatização, antes de decidir se entra no páreo. Há quem diga que sua frágil condição financeira desencoraja participação no leilão. A companhia está desde junho de 2016 em recuperação judicial, aquela situação em que um juiz supervisiona os passos de uma empresa e examina com cuidado ações imputadas contra ela, a fim reduzir danos a todos. O caso comandado pelo juiz Fernando Viana, da 7ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio, ficou bem divertido.

    Viana nomeou dois administradores para ajudá-lo, a banca de advocacia do presidente da comissão de mediação da OAB, Amoldo Wald, e a auditoria PricewaterhouseCoopers. Para mediar negociações com a Anatel de multas devidas pela Oi à agência, Wald indicou o advogado Marcus Vinicius Furtado Coelho, que defende o presidente Michel Temer na Justiça Eleitoral, mas ele não aceitou. A Price tentou cobrar 214 milhões de reais pelo trabalho, mas Viana fixou a remuneração em um terço disso, 77 milhões. Ao preparar um inventário dos credores da Oi, a Price incluiu 2 bilhões de reais a mais do que a telefônica achava certo, o juiz concordou e afastou aauditoria do caso, pois “a relação de confiançase rompeu”, segundo escreveu em um despacho.

    O juiz também foi duro com o empresário Nelson Tanure, um especialista em rolos que hoje é sócio da Oi por meio da Société Mondiale. Em agosto passado, a Société convocou uma assembleia-geral de acionistas para o mês seguinte, para destituir na marra certos conselheiros que o desagradavam. Seis dias antes, o juiz mandou cancelar a assembléia e os acionistas sentarem para conversar. quis reter na fonte dinheiro devido à Oi, porque esta desonrara um acordo existente entre elas, e Viana não deixou. Os Correios, dirigidos por um apadrinhado do ministro Kassab, o deputado Guilherme Campos, também quis desfazer um acordo com a Oi, e esbarrou no juiz.

    Diante disso tudo, não surpreende ter surgido no fim de abril uma notícia delicada para Fernando Viana, a de que ele é investigado juntamente com o irmão por envolvimento em fraude tributária. Uma notícia, escreveu o juiz numa carta em resposta ao jornal O Globo, “certamente para me intimidar”. “Como se sabe, trata-se de um processo que envolve interesses bilionários dos mais variados tipos de pessoas físicas e jurídicas.”

    Para dar uma forcinha à Oi e não ter de fazer o que devia, ou seja, uma intervenção na empresa, o governo prepara um pacote de salvação com soluções para as dívidas fiscais da companhia. As idéias deixaram arrepiados até governistas. Parcelamento de dívidas fiscais em dez anos (o limite atual é de sete) é uma delas. Trocas de bilionárias multas da Anatel por promessas de investimento é outra. Esse tipo de permuta, aliás, faz parte de uma lei que o governo tentou votar a toque de caixa no fim de 2016, beneficiar todas as teles, e uma liminar do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, embargou.

    Os Correios, dirigidos por um apadrinhado de Kassab, quiseram desfazer um acordo com a Oi e o juiz não permitiu

    Só que, em vez de multas, a Anatel abriria mão de 100 bilhões de reais em bens reversíveis, aqueles que deveriam voltar ao controle do poder público após os contratos de privatização dos anos 1990 e sem os quais a telefonia ficará muda no Brasil. “A Anatel não tem um histórico bom de cobrança de metas e investimentos”, costuma dizer o procurador Paulo José Rocha Junior, do MPF em Brasília.

    Privatização do satélite, troca de muitas por investimentos, presente de 100 5 bilhões de reais… Os donos e executivos das teles provavelmente figuram entre ” aqueles 4% de brasileiros que aprovam o governo Michel Temer.

    1. Não sei de onde você tirou essa matéria. Bem-escrita, mas imprecisa. A Telebras criou um rateio da sua parte no satélite e ficará com uma das partes, para implementar o Plano Nacional de Banda Larga (isso fora a parte da Defesa, que não entra nessa conta). As outras três partes (de um total de quatro da banda Ka, para internet) serão licitadas. É controverso, mas não tão escandaloso quanto o texto sugere.

        1. Oche, é um textão do Facebunda bem escrito. Meio denuncista demais, com algumas imprecisões, mas bem escrito. Parece profissional. 😛

          1. Esse Andre Barrocal escreve pro Carta Capital. Mas não achei o texto no site. Não sei se estão usando o nome dele pra dar veracidade ao texto ou se foi ele mesmo quem escreveu. De qualquer forma, ainda não achei em nenhum lugar, NEM no Facebosta.

          2. Bem… Carta Capital falando de um satélite que vai levar internet para o interior… sei não. rs

          3. Usar “Carta Capital” para tentar dar “veracidade”?????

            É como citar Ronald Biggs em congresso de ética.

          4. Carta Capital? Explicado. Melhor só no Opera Mundi.
            Quanto ao socorro para a Oi, deviam deixar ela diminuir para o seu tamanho real. Ficou inchada de tanto “Fruto Do Mar”. Com o meu, o seu, o nosso, é claro.

      1. Com certeza este texto não é da Carta Capital. Muito estranho mesmo.
        Mas é impreciso nas partilhas e omite informações de vantagens para o País.
        Acho bem tendencioso e politiqueiro.

  9. Eu achava que satélites geoestacionários ficavam muito mais próximos da Terra…. são 3 Terras de distância, 10% da distância até a Lua…. Quais os critérios usados para estabelecer essas distâncias?

    Seria possível visualizá-lo com um telescópio caseiro?

    Por que a vida útil é só 18 anos, se ele funciona com energia solar?

    1. Sim, bem distantes. A razão é gravitacional. É ali a órbita em que, pelas leis keplerianas, o satélite completaria uma órbita a cada 23h56 minutos, exatamente como faz a Terra para completar uma revolução.

      E não, não dá para ver o satélite. Um pontinho de poucos metros a um décimo da distância até a Lua.

      Apesar de funcionar com energia solar, o satélite tem propulsores para justes ocasionais de órbita. O propelente se esgota. Também há vida útil dos componentes eletrônicos, mas esse é um fator secundário. O principal é propelente. (Até porque todo geoestacionário precisa ter uma reserva para sair daquela órbita, e dar lugar a outros ali, quando sua vida útil chega ao fim.)

      1. “todo geoestacionário precisa ter uma reserva para sair daquela órbita..”. Pra onde ele é direcionado nesta última queima de propelente? Diretamente pra baixo?

        1. Pra cima. Umas poucas centenas de km pra cima. Tentar trazer ele para baixo consumiria mais energia do que pra cima! 😛

          1. “Umas poucas centenas de km pra cima” …tipo um cemitério de satélites…rsrsrsr
            “Tentar trazer ele para baixo consumiria mais energia do que pra cima!”…que interessante, isso.
            Obrigado pela informação

  10. O Brasil não tem tecnologia para lançar o próprio satélite? Não domina os foguetes necessários pra isso?

    1. Um lançador capaz de por um satélite geoestacionário em órbita é o topo da maturidade espacial… nem conseguimos por nosso vls pra funcionar. E olha que o VLS só poria pequenas cargas em órbitas baixas.
      Quanto a ser o primeiro satélite geoestacionário brasileiro devo lembrar que a Embratel estava dentro da Telebrás e por sua vez dentro do Ministério das Telecomunicações. Era sim um orgão civil mas era governamental também. E havia um canal exclusivo para uso militar sim (a banda X). Eu trabalhei controlando os Brasilsats durante uns 10 anos. Cheguei pouco antes da privatização. A Embratel tinha um grupo de controle de satélites de competência internacional que chegou a controlar uma frota de 6 satélites em órbita e que hoje está numa multinacional constrolando satélites (uma frota) tão avançados como o SGDC. Os mesmos técnicos pioneiros de 1985.

  11. Olhem mais algumas informações muito interessantes que não vi em lugar nenhum sobre os Brasileiros envolvidos neste satélite:
    “Além de assegurar a independência e a soberania das comunicações de defesa, o acordo de construção do satélite envolveu largo processo de absorção e transferência de tecnologia, com o envio de 50 profissionais brasileiros para as instalações da Thales Alenia Space, em Cannes e Toulouse, na França. São especialistas da Agência Espacial Brasileira (AEB) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) – entidades vinculadas ao MCTIC –, além do Ministério da Defesa e das empresas Visiona e Telebras.

    Esses profissionais, engenheiros e técnicos, aprenderam a operar e controlar o equipamento em solo, um trabalho que será feito por militares a partir do 6o Comar e da Estação de Rádio da Marinha, no Rio de Janeiro (RJ). Também há outros cinco gateways – estações terrestres com equipamentos que fazem o tráfego de dados do satélite – que serão instalados em Brasília, Rio de Janeiro, Florianópolis (SC), Campo Grande (MS) e Salvador (BA).

    “Durante toda a construção do satélite, houve uma atuação coordenada dos engenheiros da Telebras e da Visiona que acompanharam o processo de construção do equipamento na França, além da transferência de tecnologia para as empresas nacionais que participaram desse processo. A partir da entrada em operação, os engenheiros capacitados terão todo o controle do equipamento nos centros de operação de Brasília e Rio de Janeiro”, afirmou o assessor de Assuntos Internacionais da Telebras, Luiz Fernando Ferreira Silva.”
    http://www.telebras.com.br/inst/?p=7630

    1. Marcelo, no vídeo, rodei uma entrevista que fiz com um desses engenheiros brasileiros que participaram do projeto lá na Thales Alenia! 😉

      1. Encontrei uma matéria num jornal local que trata do Amazônia 1. Em frase atribuída ao pesquisador Adenilson Roberto da Silva, ele diz que “Embora já tenhamos construído satélites antes, não tínhamos ainda o ciclo completo: projetar, integrar o satélite, testar, efetuar o lançamento e operar o equipamento. Passamos a dominar o ciclo. Conquistamos uma autonomia para o país”.

        Em matéria de janeiro de 2016 da revista eletrônica da FAPESP, o mesmo pesquisador admite que não temos foguete nacional para lançar tal satélite, e seria usado um dos disponíveis no mercado, citando nominalmente o “ucraniano Dnepr, o norte-americano Minotaur-C e o europeu Vega”.

        Entendo que cada satélite têm propósitos diferentes, porém ignoro o quão diferentes são as tecnologias embarcadas em cada um e quanto o país demoraria para dominar o desenvolvimento de cada uma, se é que ainda não domina. Mas, até onde posso ver, o Brasil continua o desenvolvimento, mesmo que a passos de tartaruga, de sua pesquisa aeroespacial e da indústria de ponta que segue no seu rastro. E entendo que isso pode não ser o ideal, mas é muito bom.

        Seguem os links:

        http://www.ovale.com.br/_conteudo/2017/05/nossa_regiao/5556-inpe-constroi-satelite-que-dara-autonomia-a-industria-espacial-do-pais.html

        http://revistapesquisa.fapesp.br/2016/01/12/um-satelite-brasileiro/

        1. O Brasil é muito bom em satélites de sensoriamento remoto por imagens. São tecnologias bem diferentes das que são usadas em telecomunicações. Mas, claro, o Brasil em tese poderia desenvolver tudo; não há impeditivo e temos competência. Por vezes, contudo, o tempo de desenvolvimento é nosso inimigo. Precisamos de um geoestacionário poderoso AGORA e não em 20 anos.

  12. Já respondendo parte de minhas perguntas lançadas a pouco, eis o que descobri no site da Telebrás:

    “Lançado ao espaço a bordo de um foguete do Centro Espacial de Kourou, na Guiana Francesa, o SGDC também terá importante papel social. Convênios assinados entre os ministérios da Educação e da Saúde e a Telebras vão permitir que pelo menos 7 mil equipamentos públicos municipais, estaduais e federais possam conectar-se à rede mundial de computadores. Na avaliação do ministro Gilberto Kassab, essas ações vão elevar a qualidade dos serviços públicos e melhorar as condições de cidadania da população.

    “Isso é notável. Qualquer escola da região Norte, Nordeste, Sul, Sudeste e Centro-Oeste terá, em poucos meses, acesso à banda larga, fazendo com que a educação seja de melhor qualidade. E, da mesma maneira, possibilitará, por meio desse satélite, levar a banda larga a qualquer equipamento de saúde pública do nosso país”, disse Kassab.”

    http://www.telebras.com.br/inst/?p=7630

    Espero que isto seja verdade!!!! Temos agora que acompanhar a conexão destas escolas em todo o Brasil!

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