Nasa apresenta sonda que vai para o Sol em 2018

Salvador Nogueira

Após décadas de ansiosa espera da comunidade científica, a Nasa está pronta para despachar uma espaçonave não tripulada destinada a realizar voos rasantes sobre o Sol.

A sonda, chamada Solar Probe Plus, tem lançamento marcado para meados de 2018. Ela será colocada numa órbita bastante alongada em torno do Sol, similar à de um cometa de curto período. Com a ajuda de passagens de raspão por Vênus, ela irá pouco a pouco ajustando seu periélio para que ele chegue mais e mais perto do Sol.

No ponto de máxima aproximação, sua trajetória deve levá-la a cerca de 6 milhões de quilômetros da superfície de nossa estrela-mãe — dez vezes mais perto dela que Mercúrio, o mais interno dos planetas.

Nesta quarta-feira (31), a agência espacial americana realiza um evento na Universidade de Chicago para divulgar detalhes do projeto, que tem basicamente dois objetivos: compreender a dinâmica da nossa estrela num nível de detalhamento sem precedentes, estudando em particular a coroa solar, e com isso ajudar a proteger a Terra de supertempestades solares — eventos que, em princípio, poderiam afetar nossos equipamentos elétricos e causar trilhões de dólares em prejuízos.

Um dos maiores enigmas que a sonda poderá decifrar é o porquê de a atmosfera solar ser milhões de graus mais quente que a fotosfera — a superfície do Sol, que tem relativamente modestos 5.600 graus Celsius.

Há muito tempo os cientistas vêm querendo investigar isso, mas para tanto precisam enviar uma sonda até lá. E só agora a tecnologia chegou a um ponto em que a Nasa se sente confiante de que poderá realizar a missão com sucesso.

Os equipamentos da Solar Probe Plus — uma câmera e diversos sensores de partículas e campos magnéticos — estão todos escondidos atrás de um avançado escudo térmico feito de materiais compostos de carbono. Enquanto o lado voltado para o Sol enfrentará uma fritura de cerca de 1.400 graus Celsius, os sistemas eletrônicos estarão em temperatura ambiente.

Isso se tudo der certo.

Independentemente do sucesso, graças à poderosa gravidade solar, a sonda será a mais rápida a viajar por essas bandas — em sua passagem mais próxima pelo Sol, ela estará voando a inacreditáveis 720 mil km/h! São 200 km a cada segundo, o equivalente a 0,07% da velocidade da luz!

O objetivo da missão é realizar 24 órbitas ao redor do Sol, entre 2018 e 2025. E ela não estará sozinha. A ESA (Agência Espacial Europeia) também está planejando uma sonda dedicada a observar nosso astro-rei de perto. Chamada de Solar Orbiter, ela deve decolar em outubro de 2018, mas não chegará tão perto quando a Solar Probe Plus.

Em ambos os casos, contudo, como toda espaçonave a voar por território desconhecido, espera-se que elas tragam não só muitas respostas a velhas perguntas, mas sobretudo novas perguntas que nos guiem na investigação dos segredos mais íntimos do Sol e das estrelas.

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Comentários

  1. se essa sonda conter ferro irar e se for atraido pela gravidade do sol , o ferro destruirar a estrela ” sol”. passe essa informacao URGENTE.

      1. Salvador qual a sequência das reações nas estrelas, hidrogênio pra hélio, e depois disso quais elementos são produzidos? O nosso Sol vai parar no carbono, certo?

        1. Hélio pra carbono (via produção de berílio e lítio instáveis), depois carbono para oxigênio, e aí com carbonos, oxigênios e hélios, vão montando a tabela periódica até o ferro. Acho que o Sol vai até o carbono, como você disse, mas não tenho certeza.

        2. Para matar a curiosidade: http://www.quimlab.com.br/guiadoselementos/formacao_elementos.htm
          Até o Ferro, são formados por fusão no núcleo das estrelas. Obviamente quanto maior a estrela, mais longe na tabela periódica conseguimos chegar, mas o máximo que se consegue por processo de fusão é o Ferro mesmo.
          Elementos mais pesados são produzidos na explosão das supernovas, por captura de prótons e nêutrons de enorme energia durante a explosão.

  2. Se houver um paraíso dedicado aos mais pacientes, Salvador estará lá, inevitavelmente.

    1. Boa tática. Pousou de noite tá tudo bem. E a Nasa gastando zilhões com este escudo térmico.

  3. Salvador, chegando a 0,07% da velocidade da luz será que poderiam medir o tempo em um relógio a bordo dela e mostrar na prática o “Paradoxo dos gêmeos”?

    1. Fernando, o paradoxo dos gêmeos já foi demonstrado experimentalmente com relógios atômicos a bordo de foguetes, aviões e satélites. 😉

      1. Concordo com a pergunto feita pelo Fernando, seria um aprofundamente para pesquizas sobre dobras espaciais, no sol a distoecoes provocada pela gravidade em tese sao maiores, e na medida que confirmamos a variacoes do relogio, em corpos maiores, refletimos sobre a curvatura do espaco! O quanto de variaveis que repetir a esperiencia forneceria na pesquisa inicial!

        1. A gente sabe o quanto o Sol curva o espaço desde o experimento que comprovou a relatividade geral em 1919, ao observar um eclipse solar. 😉

    2. Xará, nessa velocidade só vai fazer cocegas na relatividade. Porém, fico imaginando quais seriam os efeitos naquela viagem interestelar (aquele esquema entre um Russo ricaço e o Hawking, manja?). Então, o Salva disse que o barato vai atingir 20% da velocidade da luz. Doido né!?

      1. É doido, e dá pra calcular a diferença. Mas vai ser mínima. 20% ainda é uma viagem modesta. A sonda vai ficar só um cadinho mais nova que sua hipotética gêmea aqui na Terra. rs

        1. Os efeitos no tempo podem ser calculados, o Bétão nos ensinou. Fico imaginando se ocorrerá efeitos inesperados na parte eletrônica e no software que depende de um “clock”, acho que isso só testando mesmo, ou não, sei lá.

  4. Salve Salva…
    Seria possível usar o Sol como estilingue para aproveitar o seu impulso e ir direto a Hercólubus (Segundo Sol) já que ele se esconde atrás de nosso Sol? hehehe

  5. Para que não aja risco da nave se queimar, recomenda-se que a aproximação se realize a noite.

  6. Bela notícia Salvador!
    O material de carbono que vai revestir essa sonda é feito de alguma maneira diferente? Seria por isso que só agora a NASA ficou confiante em lançar essa sonda?

    1. A ideia da sonda já estava nos planos decadais havia tempos, mas só lá para 2008 sentiram que dava para dar o sinal verde — sem dúvida por conta desse lance da proteção térmica. Compósitos de carbono são relativamente novos, e ainda há muito que evoluir nisso nos próximos anos.

        1. Você está absolutamente correto. Decadal em português não existe. 😉

      1. Obrigado por responder e por sempre trazer pra gente essas informações de forma precisa e simples de entender. Ahh, e tá perdoado dos “décadais”, o tal do português realmente escaneia com a gente às vezes!

  7. Como que uma sonda consegue enviar informações com tanta distancia e tem celular aqui no bairro que nem pega. Nisso porque não moro em lugar afastado hein…

    1. Porque seu celular não tem radiotelescópios de 30 metros acoplados nele. 😉

      1. Desculpe, porém tão pouco a sonda o tem!
        Peço que aproveite se possível(se já não o fez), divulgue o curso gratuito do ON sobre o sistema solar.
        Leio sempre que possível suas matérias, sempre ótimas com uma visão objetiva do que acontece no universo(universo) cosmológico.
        Abs,

  8. Novegueira, você acredita que em um futuro próximo teremos uma nave tripulada capaz de chegar bem próximo do sol sem ocorrer problemas? Como nos filmes? Uma nave que seja capaz de atingir a velocidade da luz.

      1. Estudos mostram que se a nave for construída com material certo e houver um meio controlado de impulsão com a dobra espacial mostrada em equação do fisico Alcubierre deveremos viajar na velocidade sobre luz, ou seja, não acima da luz o que transformaria toda matéria em energia como Einstein prova em suas equações da teoria da relatividade, mas sobre luz numa subdimensão protegida por uma bolha. Agora viajar perto do sol sem problemas como a gravidade e temperaturas elevadas, acho improvável!

  9. O Sol é uma estrela maravilhosa e merece ser estudada e compreendida, porém acredito que alguns segredos continuarão guardados após a missão suicida da Solar Probe Plus e capetas alienígenas não devem ser descartados nessa investigação do astro.
    Mesmo assim vale muito a pena conhecer a dinâmica desse reator, pode ser o passo que faltava para o início das viagens extra-estelares.
    Fantástico!

  10. Salvador, quando o Sol expelir suas camadas daqui 5 a 6 bilhões de anos, é possível que Júpiter absorva essa matéria solta no espaço, ganhe massa a ponto de iniciar uma fusão nuclear e se transformar numa nova estrela?

    1. Não, só uma mínima fração será soprada lá para os lados de Júpiter.

      1. Júpiter tem um núcleo sólido se não me engano. De qualquer forma não poderia se transformar em uma estrela

        1. Em outra matéria do Salvador, fiz um comentário, erroneamente, de que Júpiter seria rico em elementos pesados e pobre em hidrogênio e hélio, e desta forma não poderia se transformar numa estrela, por ser impossível iniciar o processo de fusão nuclear. Mas entendo, mesmo que Júpiter atingisse a massa mínima para dar início a este processo, não “acenderia”, pois acho que a presença de hidrogênio precisa ser alta e em alta pureza. Se Júpiter apresentar um núcleo, mesmo que difuso, dificultaria o processo de fusão, pois reduziria a possibilidade de átomos de hidrogênio se fundirem. Acho também que o hidrogênio pode estar presente em grande quantidade em moléculas tipo água ou amônia, o que pode também dificultar o processo. Em resumo, planetas gasosos que se formam por acreção, devem conter elementos pesados suficientes para dificultar o processo de ignição, mesmo que atinjam a massa mínima. Estrelas marrons poderiam ser mais comuns neste processo.

  11. Muito interessante o post. Pensando nos desafios de se construir uma sonda que passe pelo gélido espaço e depois aguente a gravidade , radiação e temperaturas extremas. Conhecimento de materiais é fundamental. A comunicação com a Terra tb deverá ser muito crítica por conta da radiação. Alguma ideia do tipo de tecnologia utilizada? Fora isto fico cada dia mais surpreso com tantos jovens postando bobagens, baseadas em crendices sem enhum fundamento cientifico e como são fechados à ciência e tecnologia. Parece que no Brasil retornamos à idade média. Ainda bem que podemos contar com você que nos trás essas notícias mais alentadoras.

  12. Que desperdício né? Vai uma sonda para o sol e vai vazia? Pô… poderiam pegar todos, TODOS os políticos do Brasil inteiro, desde vereadores, secretários, prefeitos, governadores, deputados estaduais, federais, senadores, ministros, presidentes da república (atuais e os últimos que estiverem vivos) e mandarem, literalmente, para serem torrados no fogo do infernol (inferno com sol).

    1. Antes da zueira, é só aumentar o tamanho desta sonda, que seria na verdade, uma nave para caber, no mínimo, 20000 pessoas para virar cinzas.

  13. Salvador, boa tarde. Esse será o objeto mais veloz já lançado ao espaço? Outra dúvida. O objeto se deslocará a 720.000Km/h, certo? Dado que o tempo é relativo á velocidade e ao espaço, o tempo corre de forma diferente na sonda e aqui na terra, certo? Se não me engano, o tempo passa mais devagar no espaço. Se estivéssemos dentro dessa sonda, qual seria a nossa velocidade relativa em termos horários? Outra coisa, dentro da sonda, quanto tempo ela levará para chegar ao sol em relação aqui na terra?

    1. Ela será o objeto mais rápido lançado pelo homem ao espaço, mas só atinge essa velocidade monstra no periélio — numa órbita oval, a velocidade não é constante.
      E os efeitos relativísticos são, mesmo a essa velocidade, pequenos demais, salvo por contagens de tempo com relógios atômicos de alta precisão.

  14. Boa tarde Salvador.
    Mais impressionante que sua competência em divulgar ciência é sua paciência com o bizarro. Você bem que poderia lançar um livro compilando os comentários mais esdrúxulos. Grande abraço.

  15. Foi mesmo necessário mencionar que a sonda é não tripulada? Se fosse tripulada aí sim seria algo estranho e passivo de citação.

    1. Sei lá. Tem gente aí nos comentários dizendo que a Terra é plana. Seria o caso de começar a mencionar que a Terra é redonda? 😛

    2. Além da nave não tripulada, o que é muito engraçado, há uma outra frase forte, que o estudo vai nos permitir proteger das tempestades solares. (!) Proteger como? Pode nos fazer entendê-las melhor e, quem sabe, poder prevê-las. Isso vai bem longe de proteger.

      1. Isso, Beto. Ela vai nos proteger ao permitir que nós a entendamos melhor, com aumento na capacidade de prevê-las. E isso não é tão distante assim de proteger, porque em muitos casos, para evitar danos, bastaria você desconectar sistemas. E compreender também qual é a probabilidade de um evento de alto impacto, digamos, um Carrington, também nos protege ao nos dizer com que velocidade precisamos mudar sistemas para incrementar sua segurança contra tempestades solares. Não acho que seja um salto tão grande quanto você diz.

        (Todo mundo faz graça com o espaçonave não tripulada, mas tecnicamente, se o escudo térmico mantém a temperatura ambiente atrás dele, não seria tão absurdo ter uma tripulação ali. Talvez a incidência de prótons fosse alta demais para a saúde deles, mas o calor em si não parece ser um problema. ;-))

    1. Depende de que calor estamos falando. Se for a medida de agitação de partículas, não. Mas se for a radiação, em geral infravermelha, emitida por partículas agitadas, aí sim. 😉

      O mais preciso é dizer que radiação térmica se propaga no vácuo. Calor é uma propriedade de partículas em agitação, então não.

  16. Sr. Salvador. Sempre leio as matérias de cunho cientifico-espacial. Li a sua matéria e me impressionou pela clareza da redação. Descendo abaixo da matéria, muito mais me impressionou a sua competencia, profissionalismo e paciencia em responder à todas as perguntas, até as mais cretinas. O senhor é um profissional raríssimo. Parabéns. Aproveitando a deixa, o senhor acredita que o planeta Terra já tenho sido visitado por extra-terrestres? Isso considerando o fator de distancia absurda do planeta mais proximo fora do Sistema Solar. Gentileza, se possivel, me listar vossos livros pois tenho grande interesse em obtê-los, forte abraço.

    1. Flavio, acho que não é uma hipótese absurda a de que a Terra já foi visitada, mas acho também que não temos nenhuma evidência concreta disso.
      Agradeço pelo interesse no meu trabalho. Minha lista de livros:

      – Rumo ao Infinito: Passado e futuro da aventura humana na conquista do espaço (2005)
      – Conexão Wright-Santos-Dumont (2006)
      – Coleção Explorando o Ensino: Volume 11 – Astronomia (2009)
      – Coleção Explorando o Ensino: Volume 12 – Astronáutica (2009)
      – Almanaque Jornada nas Estrelas (2009)
      – 1910: O Primeiro Voo do Brasil (2010)
      – Extraterrestres: Onde eles estão e como a ciência tenta encontrá-los (2014)
      – Ciência Proibida: As experiências mais perigosas, assustadoras e cruéis já realizadas e as que ainda podem colocar em risco o futuro da civilização (2015)
      – 25 Grandes Gênios da Humanidade – e como a vida deles pode inspirar a sua (2016)
      – Jornada nas Estrelas: O Guia da Saga (2016)
      – Einstein (2017, no prelo)

      Abraço!

      1. Lembrei das frases do Sagan, “alegações extraordinárias requerem provas extraordinárias”, e “ausência de evidência não é o mesmo que evidência de ausência!”

  17. Olá Salvador só uma curiosidade, o maior comprimento de uma “lingua de fogo” de explosão solar. Tbem, qual a certeza cientifica que existe de que o sol não vai apagar ou expandir ou etc na proxima semana ou na sua geração; imagino que ninguem gostaria de estar vivo pra presenciar isso.

    1. Sobre a primeira pergunta, sinceramente não sei dizer, nem como definir. Quando o plasma de uma “língua de fogo” deixa o Sol, ele viaja pelo Sistema Solar em altíssima velocidade — é uma tempestade solar. Como definir o comprimento nesse caso?

      Sobre o comportamento do Sol, conhecemos muitas outras estrelas como ele e temos uma teoria bem boa de como ele funciona. Isso nos dá bastante segurança de que não vai ser na semana que vem que a festa vai acabar. Em compensação, nos dá a mesma segurança de que daqui a meio bilhão de anos a Terra esteja quente demais para nos dar abrigo…

  18. Boa tarde a todos!

    Salvador, falando um pouco sobre migração planetária, num futuro há possibilidade de Júpiter migrar para o centro do sistema solar? E em qual situação ocorreria esse fenômeno?

    1. Migração planetária ainda é uma coisa pouco compreendida, mas acredita-se que esteja limitada à época de formação do Sistema, em que os planetas em formação interagem com o disco de gás e poeira. Então, se for isso, não tem chance de Júpiter migrar para dentro.

  19. Salvador o que vc acha do titulo dessa matéria abaixo da miniatura da foto, na pagina inicial do uol: Nasa apresenta sonda não tripulada que vai para o sol.

    1. Agora estou entendendo de onde vem o título, que todo mundo tá falando. Acho preciosista, mas não errado. Se bobear, eu mesmo sugeri o título para eles no e-mail de venda do material para a home. Sejam tolerantes. 😛

  20. Uma coisa é certa; podem encher o Sol de lixo espacial à vontade, quando iniciar sua queda mortal, irá fritar e derreter antes de atingir a superfície!

  21. Boa tarde!, gostei muito deste espaço de conhecimento e debate de temas relacionados a astrofísica. Gostaria de saber se seria possível utilizar a energia térmica do sol dada a proximidade da sonda com com nossa estrela e também se existe algum ganho de eficiência nos painéis solares da sonda?

    1. Certamente energia solar é o que não vai faltar a ela. Os painéis podem ser proporcionalmente pequenos, dada a quantidade de radiação solar. Veja os painéis da Juno, imensos, em comparação, para operar em Júpiter…

  22. Prezado Salvador, tão interessante quanto à matéria é a sua imensa boa vontade e carinho em responder as perguntas de todos os leitores. Isso certamente o torna um profissional diferenciado. Parabéns pela dedicação.

  23. Nasa e outro filme de ficção dela.Todas as fotos da Terra,chegada a lua etc etc são feitas por computadores.Nasa
    jamais saiu da Terra,por causa do cinturão de Cinturão de Van Allen .
    Quem conhece sabe,quem sabe enxerga a mentira da Nasa.

    1. Sério? Sério que você veio aqui dizer isto? SÉRIO?
      Volte pra Idade Média, que é o seu lugar. 😉

      1. É Salvador, o pior é q tem muitos que, como esse, acreditam mesmo que a exploração espacial é fruto de efeitos especiais. Essas pessoas não se preocupam em pesquisar, estudar e se informar. Só repassam as idéias de mentes obtusas que pregam do alto do púlpito de sua ignorância. Mas, estamos torcendo para que essas missões nos tragam aprofundamento dos conhecimentos do universo. UM abraço.

      2. Eu não sei o do porque este pessoal vem em páginas científicas dizer isto.
        Que fiquem nas suas páginas de humor como A terra é plana

    2. Agora vemos porque nós estamos atrás até de nossos vizinhos em matéria de corrida espacial. Enquanto a Argentina tem tecnologia para lançar seus satélites, o Brasil tem a maior comunidade de Terra plana do Facebook.

      1. A Argentina não tem tecnologia pra lançar satélites. De onde voce tirou isso ? Eles não tem nem satélites na verdade….. Pelo menos não satélites próprios como esse que o Brasil passou a ter esse mês feito pela França

          1. Ai acredito que vamos nos mexer. Pois passará a ser uma disputa que vai além da comercial.

    3. mais um retardado conspiracionista. Ou você é troll, ou um completo imbecil. O computador, ou celular que voce usa so navega na internet devido a satelites seu jumento. Ninguem jamais saiu da terra por causa do cinturao de van allen? pelamordedeus, volta pra escola seu retardado!

    4. Parabéns Salvador, além de nos esclarecer com o melhor das novidades científicas, aqui a gente encontra o melhor da comédia da internet também kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

    5. Homem das cavernas, acabou de ser descongelado; ou acordou de uma hibernação de 10 milhões de anos . Em pleno século 21 e ainda existe gente que tem esse raciocínio.

  24. 720.000 km/h! Não existe nenhuma informação quanto à dificuldade de comunicação entre a Terra e a sonda viajando nesta velocidade? Ou como a distância é tão grande o fator velocidade acaba se tornando irrisório?

    1. A sonda vai colher dados na aproximação e transmitir no afastamento, suponho. Não sei se haverá transmissão e coleta ao mesmo tempo. De toda forma, sabendo para onde apontar a antena, acho que não dá treta não. Só levar em conta o efeito Doppler em razão da velocidade.

      1. Pode deixar, vou voltar para os estudos para tirar meu 3º titulo de engenharia, quem sabe me formo novamente em eng. elétrica, desta vez com ênfase em telecomunicações. Acho que seria bom me tornar bacharel em física também, aí quem sabe devo chegar no teu patamar de conhecimento.
        .
        Justamente a questão do efeito Doppler apontada pelo Salvador Nogueira foi um dos pontos que levei em consideração, e talvez se tivesse sido divulgada alguma informação mais técnica quanto a isso ele poderia me responder.
        Temos problemas na Terra por causa do Doppler, imagina numa sonda próxima ao sol viajando nesta velocidade.

        1. Eduardo, mas acho que a velocidade será bem conhecida, então dá pra ajustar a contento. Mas não encontrei documentação específica.

    2. Os sinais são emitidos e viajam na velocidade da luz, portanto não existe diferença já que o termo de velocidade relativa não se aplica à velocidade da luz.

      “A luz tem velocidade invariante igual à c em relação a qualquer sistema de coordenadas inercial.”

      Por um motivo físico, não obedece às regras de cálculo vetorial, como uma velocidade comum.

      Fonte: 2° postulado da Relatividade Especial

      1. Mas o efeito Doppler precisa ser corrigido pois implicará no desvio da frequência transmitida.

  25. O Fato é que não querem saber nada de temperatura, querem saber porque existe movimentação estranha de objetos em torno do sol.

    1. Huahuahua. É, tipo os planetas, objetos estranhos em torno do Sol.
      (Nah, eu sei, você acredita em óvnis viajando pelo Sol… Hehehe, beleza. Cada um com sua loucura hexacimal. rs)

        1. Não tem abitolamento na ciência. A ciência é o exercício criterioso e racional da dúvida. Veja bem: CRITERIOSO e RACIONAL. Boa sorte. 😉

  26. Poderia aproveitar a missão e tirarem fotos mais detalhadas de Vênus e Mercúrio?, seria possível uma aproximação a estes planetas sem comprometer a missão ao Sol ou seria improvável. Obrigado!

    1. Temos no momento uma missão em órbita de Vênus (a japonesa Akatsuki) e acabamos de concluir uma missão em Mercúrio (a americana Messenger), com a Bepi-Colombo indo para lá em breve. Deixa a sonda estudar o Sol, rapaz! 🙂

  27. O interessante foi o título da reportagem no site “sonda não tripulada”. AAAAVÁÁÁÁ, NÃO ME DIGA QUE ELA NÃO É TRIPULADA!! Ta de brincadeira com a minha cara né !!

    1. O título não tem isso. Só o lide. (E sim, é óbvio; mas estou ficando meio acostumado a insistir com o óbvio, do tipo “a Terra é redonda”.)

    2. Não, você não leu direito a matéria! É, “espaçonave não tripulada”. Onde já se viu sonda tripulada? Só se for tal de Tardígrado (Urso D’água).

      1. Acho que o que o Wesley se referiu é que no título se fala o óbvio. É claro que uma sonda(errôneamente) ou nave em direção ao sol não teria como ser tripulada. Pelo menos com a tecnologia que temos hoje é impossível, penso eu.

        1. Esse Wesley não é safadão, mas não entende muito do assunto ética da ciência, em que se fala muito da “espaçonave não tripulada” referindo a sonda. É muito comum no meio científico. Fora esse aspecto, o texto está escrito de acordo com a concordância nominal, não havendo nenhum deslize na interpretação!

  28. Ola, eu acho que em seu artigo faltou voce dar mais enfase a um dos maiores obstaculos de uma missao como esta, que eh suprimir a velocidade tangencial de uma nave que parte da Terra na direcao oposta aquela em que precisa viajar, ja que a translacao da terra em torno do sol eh muito grande, de cerca de 105.000Km/h, e nao aponta para o centro do Sol, mas para uma tangente ao eixo Sol-Terra.
    Isso acontece com qualquer sonda que precisa viajar para um dos planetas interiores, isto eh, localizados entra a Terra e o Sol, ja que nos demais esse impulso que a nave recebe da Terra so precisa ser manobrado apropriadamente.

    1. Sim, é verdade, e por isso estão usando o Delta IV-Heavy para lançá-la, que é o foguete mais poderoso em operação — pelo menos até o Falcon Heavy aparecer por aí. Mas não está além da nossa tecnologia, como as várias missões a Vênus e a Mercúrio já mostraram. 😉

  29. Salve Salva! Mestre, será que ninguém ainda teve a brilhante idéia de enviar a sonda ao Sol À NOITE ?, aí não teria o problema de temperaturas elevadas, hehehe.

      1. Ainda bem que esse tal de MARIO não entrou com meu nome! Senão ia passar maior vexame aqui no blog. Rs.

    1. Não daria certo, porque sem iluminação a sonda não conseguiria colher dados. E à noite, no espaço distante, o frio poderia congelar os equipamentos.

      A menos que mandassem numa noite de Reveião, quando os fogos poderiam fornecer a iluminação necessária.

      Mais inteligente seria aproveitar um eclipse.

      1. Hehehe, adoraria ouvir uma perspectiva duo-hexacimal sobre isso. Gilberto, tá na escuta? rs

        1. Acho que ele não sabe o que esta um giroscópio de um avião e a automação del pra que que serve. no minimo se o resultado não desse esse teria que troca-lo.
          Também ele não deve saber o que esta incentro, nem parou para penar na recursividade de um incentro de uma esfera.

          Imagina se o giroscópio do Hubble não estivesse de “Magnesite” precisão.
          Elipse

          eixo focal ≡ x
          x²/a² + y²/b² = 1

          eixo focal ≡ y
          x²/b² + y²/a² = 1
          ______________

          Hipérbole

          eixo focal ≡ x
          x²/a² – y²/b² = 1

          eixo focal ≡ y
          y²/a² – x²/b² = 1
          _____________

          Parábola

          eixo focal ≡ x
          y² = 2px

          eixo focal ≡ y
          x² = 2py
          ____________

          Se: b² – 4ac = 0
          ∆ ≠ 0 → parábola
          ∆ = 0 → uma reta ou par de retas

          Se: b² – 4ac > 0
          ∆ ≠ 0 → hipérbole
          ∆ = 0 → uma par de retas concorrentes

          Se: b² – 4ac < 0
          ∆ ≠ 0 → elipse
          ∆ = 0 → um ponto

          1. Que maravilha, Gilberto! Copiando e colando de sites com matemática de verdade! Orgulho! 🙂

        2. Também em relação a um globo, que tem um eixo; não tem teste mais “VASELINA” do que traçar uma hipotenusa, em relação de atenuação de forças tangenciais,( latitudinais e longitudinais), como esteve o caso.

          Ele tinha que fazer o teste encima do equador ou pólos ou entre 45 graus(bermudas) dos mesmos, em oposição ou adjacente aos (eixos e equador) sem giroscópio , de preferência no Hemisfério sul, de noite para o dia ou vice versa, em noite de lua cheia , se quisesse perceber um “milésimo” de variação gravitacional, já que se não existisse interação síncrona harmônica ressonante entre núcleo e campo magnético da terra, os vulcões iam berrar 24 horas por dia e a terra variaria tua velocidade de rotação.

    2. Não sei se esse plano daria certo..À noite o sol some e teria que esperar amanhecer pra ver onde ele estaria..

    3. A Terra é de fato plana e acabou de ser provado pelo brilhante estudioso do assunto
      D Marble.
      Ele realizou um experimento científico através de uma viagem aérea de Carolina do Norte para Seattle. Marble, levou um nível que foi filmado e toda viagem. Em nenhum momento o medidor apresentou-se fora de nível. o que provou cientificamente que não havia declives ou aclives. Isso está disponível no You Tube e pode ser visualizado na rede. De acordo com a matemática da curvatura dada para explicar o modelo de globo, isto deveria ter resultado em uma compensação de 5 milhas (8 km) de curvatura, mas não houve compensação nos 326 Km de viagem, provando assim o postulado. Se você ainda tem dúvidas leve um nível com você na próxima viagem.

      Arkan IV

      1. Na verdade, existe uma falha grotesca nesse experimento, que é não levar em conta o efeito da gravidade sobre o avião. Veja o raciocínio do cara: é supor que, se um avião viajasse em linha reta com sua própria força de propulsão, numa Terra curva, ele eventualmente sairia da atmosfera — fugindo pela tangente da Terra. Mas não é assim que funciona. O trajetória do avião é dada por TRÊS FORÇAS. Uma a sua propulsão — que de fato tem vetor tangencial à superfície da Terra em um voo de cruzeiro –, outra a FORÇA DA GRAVIDADE — cujo vetor é perpendicular à força de propulsão e aponta diretamente para a Terra o tempo todo — e uma terceira é a força de sustentação gerada pelas asas ao interagir com o ar, que tem mesma direção da gravidade, mas sentido oposto. A trajetória do avião é dada pela somatória desses três vetores, e essa somatória indica que não há qualquer necessidade de ajuste para evitar sair pela tangente da Terra, pois a gravidade apontaria sempre para o centro do planeta, ajustando já o curso nesse sentido.

        Só não entende isso quem faltou às aulas de física da escola.

      2. Arcan, esse “Quatro” que vc usa como sobrenome é, com certeza, relacionado ao seu principal meio de locomoção, que são as suas quatro patas. Volte ao primário, comece tudo de novo e dessa vez aprenda com a sua professora de física, ok? Não esqueça de levar alfafa para o recreio.

        1. Prezado Fernando
          Obrigado por escrever. Escreva sempre pois é a maior alegria receber seu cometário. Notei que você não tem um sobrenome mas não se preocupe. Isso é muito comum em pessoas de pouca origem. Vá a um cartório mais próximo, munido de uma foto 36X48 (mais ou menos uma folha de cartolina) e peça para adotar um sobrenome. Te ofereço algumas sugestões : Silva, Roussef, Temmer ou Batista. Estão na moda. Pensou Fernando Roussef? Por outro lado também percebi que você é um analfabeto completo pois confunde “quarto” que um sequenciador de ordem, com quatro, um numero normal, que talvez seja a quantidade de neurônios que você tem no cérebro, não parece? Quanto ao POST, ficou claro que se a terra não fosse plana os aviões seriam lançados no espaço se a mesma fosse curva. Agora conforme-se e assista também em https://www.youtube.com/watch?v=mKrdLXOZHmg e veja que a Terra é Oca. Além de plana é claro.
          Arkan IV

          1. Não, os aviões não seriam lançados no espaço, pela explicação que já te dei — física newtoniana, que se aprende nas escolas. Cara, na boa, mas você devia voltar para a Idade Média. Lá todo mundo concordaria com você e você seria mais feliz. Talvez por isso o “IV”… é saudade de uma era em que títulos de nobreza — e pensamentos toscos preservados no cabresto — estavam em voga. No mundo moderno vai ser difícil convencer as pessoas de que a Terra é plana, quando elas podem comprar uma passagem para sobrevoar a Antártida… 😛

  30. Salva..
    A essa velocidade de mais 700 mil km já seria possível ver alguma distorção no espaço tempo,como manda as leis da relatividade ??? Aliás….sou un grande fã de sei trabalho…

    Att

    1. Outra pergunta…há alguma aparelhagem instalada nesta sonda que consiga fazer tal medição??

    2. Vinícius, temos instrumentos muito melhores para ver essas distorções no espaço-tempo. Aceleramos prótons no LHC a 99,99999% da velocidade da luz, e percebemos os efeitos descritos pela relatividade exatamente como previstos. E nem precisamos chegar a essas velocidades para ter de levar em conta os efeitos relativísticos. Os próprios satélites de GPS, que são equipados com relógio atômico preciso, devem levar em conta tanto a relatividade restrita como a geral para funcionar direito. Seu celular seria incapaz de dizer sua posição na Terra com base em GPS depois de 10 minutos, se a relatividade estivesse errada. (Tudo isso e muito mais no meu próximo livro, que vai esmiuçar tudo sobre a ciência de Einstein! :-))

        1. Então, eu entreguei no dia 10 de abril. Me disseram que ia sair em uns três meses a contar daquela data. Então deve faltar 1,5 mês, ou 2. Mas nunca se sabe. Eles botam pilha para você entregar, e depois acaba a pressa. rs

          O seu é sobre o que, Perna? Contaê pra nós! 🙂

          1. Embora eu tenha um outro projeto literário que talvez o pessoal que frequenta um blog de ciências pudesse achar interessante, é uma idéia que ainda precisa ser desenvolvida, coisa pra longo-médio prazo.

            Esse primeiro será um apanhado de contos curtos e poemas, mesmo. Posso postar uma amostra aqui, se for permitido.

          2. Não que seja grande coisa, mas….. para um pai, todo filho é bonito.

            NOITE EM MONTEVIDEO

            E mais uma vez ele ia dormir com a cabeça confusa, mas depois de tanto perambular, já com o corpo dolorido, achou a casa e a cama e deitou. Deitou ainda sujo e confuso, mas azar, o sono se encarregaria de lhe devolver a calma, amanhã é outro dia e é sábado. Com a ilusão de que iria relaxar, adormeceu.

            Apenas para acordar poucos minutos depois, não sabe exatamente quantos, mas acha que poucos, sentindo-se ainda mal, com calor, a camiseta ainda suja da tarde e noite anteriores, empapada, molhada de um suor frio nas paletas e na nuca e ao mesmo tempo quente e pegajoso na garganta. Ao lado, a esposa dormia tranqüila e limpa, olhou-a com carinho, tristeza e ânimo, ânimo que lhe fez arremessar a camiseta e buscar outra também limpa na cômoda, e vesti-la. O ato de cobrir-se novamente trouxe-lhe um prazer já seco, e adormeceu de forma mais escura.

            –x–

            Ouviu uma sirene lá fora e depois que ela passou não conseguiu retomar o sono por causa de algum barulho continuado e ritmado. Poderia ser até mais alto desde que não tivesse ritmo, pensou, esse ritmo é que fode, que não deixa pensar noutra coisa e pegar no sono de volta… para piorar, estava muito, muito calor, mas a camiseta não estava (ainda?) suada, de modo que preferiu destapar-se e tentar dormir novamente, virou de lado, afundou a orelha no travesseiro, estendeu o braço sobre a mulher e procurou se acalmar para ver se o sono vinha. Foi tentando relaxar e desta vez não foi mera ilusão, relaxou de fato.

            Acordou levemente algum tempo depois com um som esquisito, apenas abriu os olhos, mas era só o vento que fazia a janela balançar um pouco, poderia até levantar e ir calçá-la com um pedaço de pano ou papel, mas sentiu sua respiração lenta, sentiu o conforto da cama, percebeu que o calor já não o incomodava tanto, respirou e preferiu abraçar sua esposa um pouco mais de perto e voltar a dormir.

            –x–

            Nisso o cachorro roçou levemente a cabeça em sua mão, e instintivamente começou a acariciá-lo. Ele começou a acariciar o cusco, não o contrário. Gostava daquele cachorro. Lembrava-se de quando criança, sempre quisera um cão, mas vira seus pedidos todos negados sem explicação, o que sempre fora frustrante, pois tinha um afeto muito grande a dedicar a esses bichinhos que achava tão doces, carentes como ele próprio se julgava e ainda hoje assim se julga. Agora tinha seu amigo carinhoso que o acompanhava à praia, à padaria, aos parques, ao estádio de futebol. Não, ao estádio não, cachorro não entra em estádio, que maluquice é essa? Nem aqui no quarto, como diabos que esse bicho foi entrar aqui se… e acordou constatando o óbvio, triste por perceber-se ainda sentindo todo esse afeto por um cachorro que não existe, que nunca existiu senão em seus sonhos, e não falo de sonhos como este do qual ele acabou de despertar, mas daqueles que ele sonhava acordado desde a infância, e assim os sonha até hoje.

            Pelo menos o efeito do álcool parecia estar passando, sentia-se já quase sóbrio ou próximo a isso, e buscou o aconchego novamente no abraçar a esposa que ainda dormia, cansada. Um dia ela cansa de mim, foi seu pensamento ao tocá-la, entre confuso, confortado, amedrontado e enternecido.

            –x–

            O calor era cada vez maior – Deus, em que época do ano estamos? – e acordou sentindo a cabeça pesada quando o céu começava a clarear sem todavia o Sol ter ainda aparecido. Cambaleou até o banheiro e tentou vomitar mesmo sem ter vontade, talvez por sentir necessidade de pôr algo para fora, mas não teve êxito por absoluta falta de conteúdo. Intuiu que se sentiria melhor se lavasse o rosto, chegou mesmo a abrir a pia, mas receou perder o que talvez lhe restasse de sono e desistiu, foi à cozinha e comeu um chocolate que derreteu nas mãos, emporcalhando mais ainda a vida.

            Na volta para o quarto viu uma foto sua com a esposa, ele de terno, ela de vestido longo, ambos muito felizes e sorridentes – formatura dela, quatro anos atrás, ainda no Brasil, e como estávamos bonitos! – e sentiu-se muito culpado.

            Como era possível estar tão quente a essa hora da manhã nesta latitude? Este pensamento todavia libertou-o momentaneamente da culpa, tirou a camiseta achocolatada e seminu deitou-se e abraçou-se mais uma vez ao sono da esposa.

            –x–

            Semiacordado, sentiu-se finalmente em paz, encontrou o sono embora acordasse por breves momentos, tão-somente para certificar-se de que dormia. Abraçado à esposa, quase inconscientemente percebeu-se liberto da dor de cabeça e do calor daquela noite tão suja que parecia enfim terminar.

            Se o sábado estiver bonito, pensou, quem sabe um passeio na Rambla, um mate, as ondas do Plata, as mãos dadas… e adormeceu novamente agradecido por sua esposa não se ter cansado dele em meio a tudo aquilo, adormeceu fazendo planos para amanhã como tantas outras vezes houvera feito, desta vez queria comprar um cachorro, igual ao que tinha sonhado, gordo e bem peludão, não sabia bem que raça era, mas que diabos, descobriria, pra isso existe internet, daria um jeito de convencer a mulher… dormiu, feliz, finalmente.

            –x–

            Abriu os olhos ainda abraçado na esposa, o sol já do alto invadia o quarto. Foi-se lembrando ainda um pouco atordoado da tarde e da noite findas, de tudo o que vivera e de tudo o que pensara na véspera. Viu as camisetas espalhadas pelo quarto e lembrou do calor que sentira, do qual o abraço da sua esposa ainda o confortava.

            A janela estava aberta e o forte calor da rua desse estranho verão uruguaio entrou mais uma vez, e agora sóbrio bastou um silencioso e frio instante para que ele entendesse. Sentiu sua coluna vertebral ferver e gritou. Ao seu lado, a esposa, cansada, não acordara.

            –x–

            Epílogo:

            O cachorro foi de fato comprado, não no dia seguinte, mas alguns meses depois, ele não saberia precisar exatamente quantos, já de volta ao Mato Grosso. Não sabe dar a ele todo o afeto que queria ter dado aos cachorrinhos que desejava na infância, talvez um dia aprenda mas duvido, e em todo caso o cão também não satisfaz o vazio que ele esperava que fosse ser preenchido.

            E que vazio é esse, de onde surge? – pergunto eu – que vazio é esse e por que o sentimos? E que conforto é esse que o preenche, e que eliminando nosso vazio nos satisfaz, deixando-nos de confortados tão felizes? Que espécie de conforto é essa e de onde vem, pergunto agora eu, já que ele, o nosso personagem, coitado, tantos problemas tinha que jamais se fez tais perguntas; ele que tanto vazio sentia e que tanto conforto encontrou naquele curto final de noite no Uruguai abraçado sem o saber ao cadáver de sua mulher.

          3. Rapaz, lerei com mais vagar depois. Mas li já os dois primeiros blocos e achei bem escrito. 😉

          4. Eu gostei, Perna. Admiro essa capacidade de escrever um conto inteiro baseado em um fato único e simples…um adormecer. Me fez lembrar alguns (que admiro tanto) contos do Julio Cortázar.
            Não para de escrever não. Você tem talento prá coisa.
            Um grande abraço

          5. Eduardo de Castro, obrigado pelas palavras.

            Também sou fãzaço do Cortázar, creio ser uma das fontes que me inspiram, guardadas, claro as devidas grandes proporções.

            Grande abraço!

          6. Uau. Terminei de ler. Spooky.
            Comecei a pegar interesse quando o cachorro entrou na história. E o fim é aquele chute no saco, em que, num clique, você entende tudo — a perturbação dele, a paz insistente dela. Gostei bastante, cara. E senti pelo pobre coitado. 🙁
            Abraço!

  31. É um prazer ler estas informações mo Mensageiro Sideral, assim como as excelentes respostas as dúvidas dos leitores. A minha é se o escudo de materiais compostos de carbono facilita a atuação dos sensores em relação aos protegidos por escudos cerâmicos.

    1. A vantagem dos materiais compostos de carbono é que eles são, além de efetivos, muito mais leves. Então você pode ter muito mais proteção pela mesma massa, comparado com os de cerâmica.

      1. O quê deve acontecer primeiro…. o revestimento térmico finalmente sucumbir ao calor do Sol, ou a sonda mergulhar estrela adentro?

        1. Acho que o escudo térmico queima antes. Lembre-se: a coroa é bem mais quente que a fotosfera.

          1. Pergunta idiota: quando olhamos para o Sol, a parte mais externa que vemos já é a Coroa? Ou a coroa não nos é visível daqui e fica ainda mais por fora?

          2. Quando olhamos para o Sol, o que vemos é um monte de luzinha verde e rosa que não sai do olho depois… rs
            Falando sério, vemos a coroa solar durante um eclipse. Normalmente, o brilho da fotosfera esconde a coroa.

          3. o final da missão deve ser esse aí mesmo, mergulhar no Sol? já falaram alguma coisa?

          4. Não sei ainda. Acredito que vão estender a missão, se der tudo certo até 2025.

  32. Salvador , minha primeira vez aqui..rsrs. Tenho umas dúvidas: quando acabar a energia do Sol ele vai se transformar numa supernova? e quando seria esse fenõmeno? como é feito o cálculo de duração da vida de uma estrela como o Sol?

    1. Bem-vindo, Fredd!
      Não, ele não vai se tornar uma supernova. Só estrelas maiores que o Sol, com alta massa, fazem isso. O Sol é uma estrela modesta, que vai terminar como o que os astrônomos chamam de anã branca. O que determina o destino final de uma estrela é sua gravidade, e por isso a massa é determinante. O Sol com massa mediana para baixa, não teria energia gravitacional suficiente para induzir a um colapso que leva a uma supernova. Em vez disso, quando passar sua fase de gigante vermelha, ele simplesmente soprará suas camadas exteriores para longe, sem uma grande explosão (produzindo o que os astrônomos chamam de “nebulosa planetária”, embora nada tenha a ver com planetas), e o que restará é só o caroço interno do Sol, incapaz de gerar mais energia, só perdendo gradualmente seu calor original, como as cinzas de uma churrasqueira. Esse caroço em processo de resfriamento é a tal anã branca, um objeto supercompacto que terá mais ou menos o tamanho da Terra, mas uma densidade muito maior.

      Você perguntou também sobre o tempo de vida das estrelas. Nós sabemos dele pela boa e velha dupla teoria/observação. A teoria nos ajuda a compreender os processos internos das estrelas e a projetar sua duração no tempo. A observação nos permite estudar estrelas nas mais variadas etapas de sua vida, com as mais variadas massas, e assim confirmar os passos seguros da teoria e sugerir modificações onde ela ainda é falha. Conhecemos estrelas similares ao Sol que acabaram de nascer e estrelas similares ao Sol que estão prestes a morrer. E assim podemos compreender todo o processo de vida da estrela e estimar sua duração com razoável confiança.

      1. muito obrigado, tirou dúvidas que eu não entendia…tenho outras também mas estarei sempre de olho na coluna!

  33. Considerando que o Sol é uma estrela de segunda ou terceira geração, como sobrou ainda tanto hidrogênio para ser queimado?

    1. O Universo ainda é majoritariamente hidrogênio. Sacomé, o Big Bang fez um amplo suprimento. E uma coisa que pouca gente se dá conta é que as estrelas em geral não esgotam todo o hidrogênio que tem dentro delas, mas sim apenas a quantidade relativamente pequena que fica no núcleo estelar. Quando ela explode ou simplesmente ejeta suas camadas exteriores (o que vai acontecer com o Sol em mais uns 5 ou 6 bilhões de anos), ainda tem muito hidrogênio puro ali para começar a brincadeira de novo na formação de outras estrelas.

      (Isso explica também porque anãs vermelhas vivem tão mais que as demais estrelas; como são pequenas, movimentos de convecção conseguem misturar de forma eficiente as camadas externas e internas da estrela, de forma que tem sempre mais hidrogênio chegando ao núcleo para mais fusão. Nas estrelas grandes, a convecção acontece só perto da superfície, mas bem longe do núcleo, e aí não tem reabastecimento. Quando acaba o hidrogênio lá no meio, é o fim do jogo.)

      1. A julgar pela idade do Universo, o mesmo ainda é bastante jovem, com pouco mais de 13 bilhões de anos. Então ainda estamos no começo da chamada Era Estelífera onde o Universo tem combustível de sobra para para gerar novas estrelas, novos sistemas… Deve-se decorrer pelo menos 10 trilhões de anos para que esse combustível termine.

    1. Se a terra não fosse plana , estariamos em uma esfereta e não em um planeta !! É óbvio que vivemos em uma terra plana cercada por um campo de força chamado de domo e viajamos pelo espaço a uma aceleração constante de 9,8 m/s2 e girando em torno do centro a velocidade de uma volta a cada 365 dias. Estude mais antes de perguntar bobagens.

      1. Huahuauha. Certo. E o eclipse lunar você explica como, ó sábio terraplanista?

        1. Legal essa aceleração constante de 9,8m/s2. Em menos de um ano se atinge a velocidade da luz.

          1. O cara não acredita nem que a Terra é redonda, vai acreditar em relatividade? Os argumentos estão no primário ainda. 😛

          2. Mais incrível ainda é esse tal de domo que eles falam… Para todo lugar que eu viajo, porque sempre me dá a impressão de estar bem no centro desse domo?

      2. Engraçado que para qualquer lugar em que eu vou, sempre dá a impressão de que eu estou sempre no centro desse tal domo.

      3. 1997 – A internet vai elevar o conhecimento da humanidade a niveis jamais imaginados.
        2017 – A terra é plana….

        Onde foi q erramos uhAhuahuAhuAhuAHUA

        1. é que infelizmente a taxa de propagação da burrice é maior que a do conhecimento… 🙁

  34. OFF TOPIC

    Pessoal, hoje a CINEMARK vai passar, em cinemas diversos pelo Brasil, o inesquecível 2001 – Uma Odisséia no Espaço.

    Para o pessoal da minha geração (~40 anos), oportunidade espetacular pra assistir a essa obra de arte inigualável na telona.

    Boa diversão a todos nós.

  35. Salva…

    E a SOHO? Pelo que sei ela já está próxima do Sol (não tanto quanto essa pretende) e faria esses estudos também, ou estou errado?

    O escudo da SOHO, pelo que me lembro, é de cerâmica. Correto?

    1. A SOHO, como diria Fernando Vannucci, está logo ali, a apenas 1,5 milhão de km da Terra (logo, a 148,5 milhões de km do Sol), no ponto lagrangiano 1 do sistema Sol-Terra. 😉

  36. desculpa minha ignorância Salvador, sou muito ligado a tudo que diz respeito a espaço, mas não entendo porque dizem que a distância entre a terra e marte é de aproximadamente 230 milhões de km, se a distância entre terra e o sol é de 150 milhões, não seriam apenas 75 milhões de km.

    1. Elcio, na verdade, a distância entre a Terra e Marte oscila imensamente de acordo com a época. No ponto de máxima aproximação, dá os 75 milhões de km que você mencionou. Mas quando os dois planetas estão em lados opostos do Sistema Solar, é 150 mi de km prum lado, e 230 mi de km pro outro, ou seja, um afastamento total de 380 milhões de km. Se você somar os 380 com os 75 e dividir por dois, tem a distância média: cerca de 230 milhões de km. 😉

    2. Você está pensando em termos unidimensionais, como se sol, terra e marte estivessem alinhados. Pense em duas dimensões. Ou melhor, em 3, já que esse sistema varia no tempo também! 🙂

  37. Salvador, tem alguma idéia aproximada de qual seria a máxima velocidade possível utilizando o Sol para um estilingue gravitacional, para uma hipotética sonda interestelar? Passando bem de raspão, encapsulada e bem protegida.

    1. Para usarmos o Sol como estilingue, teríamos de já passar por ele em velocidade de escape do Sistema Solar, algo que não conseguimos fazer com nossos foguetes (todas as sondas que atingiram essa velocidade tiveram uma mãozinha de Júpiter).

        1. Quero ver passar por Júpiter vindo do interior do sistema e conseguir rumar para o Sol ganhando velocidade de escape! Pensa aí na geometria que você vai ver que não vai dar, a não ser que você já viesse de fora do Sistema. 😛

          1. E se der uma primeira estilingada em Saturno e depois outra em Júpiter pra mandar em direção ao Sol? Não seria equivalente a “vir pra Júpiter de fora do Sistema”? Ou se fosse até Netuno e viesse de lá ‘estilingando’ em Urano, Saturno e Júpiter? Não seria possível?

          2. Aí talvez dê pé. Mas vamos combinar que é um zigue-zague danado — sem falar em ter de esperar os planetas todos se alinharem direitinho para isso — que não compensaria o ganho. Melhor algo como o Breakthrough Starshot para voo interestelar.

            (Uma curiosidade: A Voyager 2 só pôde fazer o Grand Tour do Sistema Solar — Júpiter, Saturno, Urano e Netuno — porque se aproveitou de um raro alinhamento dos quatro gigantes que só ocorre uma vez a cada 175 anos.)

          3. Bom…. em cerca de 175 anos teremos esse alinhamento novamente! Será tempo suficiente para desenvolvermos a tecnologia? (ninguém sabe, claro….)

          4. Acho que em 175 anos ou já sabemos como viajar entre as estrelas, ou já desistimos da ideia. 😛

          5. Acho que ainda não…. em 175 anos provavelmente nossos bisnetos ainda estarão vivos…. Acho que o domínio da viagem interestelar (ou a desistência dessa idéia) demora mais que isso.

            Creio que estaremos recém com uma coloniazinha encipiente em Marte.

          6. Sei não. Conhecimento tá numa curva exponencial. Pensa que 120 anos atrás, não sabíamos nem da física quântica, nem da cosmologia, nem da biologia molecular, nem da relatividade, e veja o quanto sabemos hoje. Mais 100 anos não serão o que foram os 100 anos anteriores. Serão muito mais. 🙂

          7. “Encipiente” doeu. Leia-se ‘incipiente’, por favor.

            É que o ‘e’ fica muito perto do ‘i’, sacumé….

      1. É possível uma sonda lançada, desacelerar em relação à Terra e ficar numa órbita estacionária em relação ao Sol? E aguardar a passagem da Terra após um ano, aproximando-se à velocidade de 107.000 km por hora?

        1. Se uma sonda ficar estacionária com relação ao Sol, a gravidade fará ela cair dentro dele! 😉

    2. Salvador, sempre achei q só fosse possível utilizar o estilingue gravitacional de objetos com velocidade orbital em torno do Sol e que seria essa a velocidade que se ganha nessa manobra. Sendo assim, não faz sentido “estilingue gravitacional” no Sol já que ele não orbita ninguém (ok, ele orbita o centro da galáxia mas a Terra também), já que o se ganha na aproximação se perde no afastamento. Poderia falar sobre isso?

      1. Então, é exatamente isso. Uma sonda poderia estilingar no Sol para ganhar velocidade com relação ao centro da galáxia, do mesmo jeito que uma sonda pode estilingar em Júpiter para ganhar velocidade com relação ao Sol.

    1. Ainda não tem essa definição. Quem sabe eles não falam disso na quarta-feira?

    2. Eles podiam tentar pousar na superfície do sol, né?
      Brincadeirinha, kkkkkkk!!!

      1. Eu me lembro de umas sátiras de rádio que eu adorava quando moleque, tirando sarro do pessoal do esporte então da Band, em que o Luciano Almôndega do Valle Refeição mandava o Arrelia Júnior a bordo da primeira espaçonave a pousar no Sol!

          1. Sabemos que houve, em alguns casos, objetos voadores nos céus que não foram identificados — óvnis. Foram detectados por radar, observados por centenas de pessoas, gravados etc. Mas, como já cansei de dizer, não vejo isso como evidência de inteligência extraterrestre, e tenho certeza de que o número de casos inexplicados é minúsculo diante de um mar de fraudes e confusões.

          2. eu também acredito que existam OVNIs: Objetos Voadores Não Identificados! agora, o que isto tem a ver com discos voadores, naves extraterrenas e homenzinhos verdes é algo que não consigo entender, não vejo qual a correlação…

          3. Foi bom tocar nesse assunto! Não lembro se já comentei alguma vez nesse blog. Eu, antes de começar a enteressar na astronomia, era louco por assuntos relacionados a discos voadores. Toda semana comprava revista de ufologia. Na verdade esta revista era sustentada pelos profissionais que viviam disso, e que precisavam escrever matéria sobre OVNI’s. Muito tempo depois, desacreditado com esta matéria, fui investigar a suposta existência desses objetos. Num belo dia fiquei sabendo que os militares dos EUA haviam revelado os arquivos secretos da época da guerra fria, que os americanos haviam desenvolvido algumas dezenas de protótipos de discos voadores para impressionar contra os ataques da antiga União Soviética. Daí essa crença muito difundida no povo, como ETs da Vargínia e muitos outros. Mas como sempre digo, a máxima, de que o universo é insondável. É preciso entrar em contato com pelo menos uma das civilizações avançadas para que eles possam nos ensinar o que existe de fato em outros planetas habitadas.

  38. Salvador, no caso, 720.000km/h já na órbita solar…mas e daqui para lá?? Quanto tempo levaria?

    Impressionante o lance do escudo térmico…1.700C de um lado, e temperatura ambiente do outro…

    Abraço!

    1. Bem, ao sair daqui, ela já vai estar em órbita solar. Mas, como em toda órbita elíptica, a velocidade é maior quanto mais perto do objeto central. Ela é lançada em 31 de julho de 2018, passa por Vênus em setembro e realiza o primeiro periélio em 1o de novembro de 2018.

    1. Um espacinho para o Temer e todos os chatos que comentam de política num espaço de divulgação científica.

  39. Parabéns pelo estelar trabalho na difusão de conhecimento científico referente ao nosso lar, a Terra, nosso sistema solar, e o cosmos.

      1. então… nem imagino quem postou isso, e muito menos o que quis dizer com “copiou colou”.
        mas provavelmente alguém que descobriu um bug do site que aparece de tempos em tempos, exibindo nome e email de usuários preenchidos 🙁
        se puder, salvador, remova este post, que não foi meu… 🙂

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