Astronomia: O sinal ‘Wow!’ decifrado?

Salvador Nogueira

Após 40 anos de mistério, cientista americano reabre caso e decifra origem do sinal ‘Wow!’

NA ESCUTA
Em 15 de agosto de 1977, o sinal mais intrigante da história da busca por inteligência extraterrestre foi detectado pelo radiotelescópio da Universidade Estadual de Ohio, nos EUA. Proveniente de uma região indistinta da constelação de Sagitário, ele tinha todas as marcas de uma potencial transmissão alienígena.

WOW!
O sinal era centrado na faixa de 1,42 GHz, a frequência de emissão da transição do hidrogênio, tida como uma sintonia preferencial para comunicações interestelares. A detecção durou 72 segundos _o tempo em que a antena ficou apontada para o mesmo ponto do céu_ e depois sumiu. Ao ver o registro, o radioastrônomo Jerry Ehman marcou à margem do papel: “Wow!”.

MISTÉRIO
O sinal não se enquadrava em qualquer explicação conhecida e, por 40 anos, permaneceu sem repetição, um genuíno mistério. Houve até quem achasse que era mesmo uma transmissão artificial extraterrestre.

RECONSTITUIÇÃO
No ano passado, Antonio Paris, um ex-analista do Departamento de Defesa dos EUA, decidiu reabrir o caso, voltando à “cena do crime”. Lá, ele descobriu algo muito suspeito: dois cometas, 266P/Christensen e 335P/Gibbs, estavam perto de onde partiu o misterioso sinal em 15 de agosto de 1977.

CONECTADO À NUVEM
Na época, ninguém poderia saber disso; os dois cometas só foram descobertos em 2006 e 2008. Mas o que os convertia em suspeitos é o fato de que esses astros costumam ser envolvidos por grandes nuvens de hidrogênio. Não seria inconcebível que pudessem gerar um sinal de rádio como o que foi observado há 40 anos.

CONFIRMAÇÃO
A hipótese de Paris era boa. Mas seria preciso testá-la. E foi isso que ele fez em janeiro último, quando o 266P/Christensen passou novamente pela mesma região do céu do sinal “Wow!”. Lá estava a emissão de 1,42 GHz. Observações de outros três cometas selecionados aleatoriamente mostraram que esse padrão de emissão é comum. Ou seja, nada de alienígenas. Em 1977, tudo não passou de um sedutor canto de sereia de um cometa, em sua viagem ao redor do Sol.

BÔNUS: MAS NÃO TÃO DEPRESSA
Astrônomos estão questionando o resultado de Antonio Paris; dizem eles que a posição dos cometas não era a alegada por ele e que o sinal detectado, ainda que verdadeiro, não seria similar ao “Wow!”. Por fim, questionam a publicação de seu artigo científico num periódico obscuro, da Academia de Ciências de Washington. Tudo isso deixa a solução do mistério ainda sub judice.

BÔNUS 2: CONVERSA COM BIAL
A quem interessar possa, o Mensageiro Sideral será um dos entrevistados do “Conversa com Bial”, na Globo, nesta segunda-feira (12), após o “Jornal da Globo”.

A coluna “Astronomia” é publicada às segundas-feiras, na Folha Ilustrada.

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Comentários

  1. Acredito que o grande erro do SETI é procurar vida inteligente semelhante a nós. Se se seguir a palavra alienígena, seres que morassem em outros redutos do Cosmo, seriam diferentes de nós, e, se tivessem tecnologia, seria diferente da nossa. Só para exemplificar, talvez não tenham descoberta os sinais de rádio e tenham descoberta um meio de comunicar que ainda nem sabemos que exista, por não termos ainda descoberto. Por esse motivo, seria quase impossível descobrir uma marca alienígena e inteligente entre as bilhões de estrelas da nossa galáxia.
    Ainda, quando se olha um exoplaneta, se pensa num planeta com água abundante e oxigênio que permita a vida – semelhante a encontrada na Terra. Seria assim se esses seres fossem como nós – terráqueos. Entretanto, se são alienígenas, como a própria palavra significa, não são como nós. Talvez nem mesmo usem o ar para sustentar a vida. Adaptaram-se de um modo totalmente diferente do nosso, sob condições que nem mesmo as bactérias nossas seriam capazes de suportar.
    Para acreditar que possamos encontrar vida semelhante à da Terra, que necessite das mesmas condições terráqueas para sobrevivência, então temos que entender que a vida originada aqui veio de outro lugar, não nasceu simplesmente aqui, mas, como uma semente, viajou os espaços longos dos sistemas solares, espalhando “irmãos”, “primos”, e até mesmo – quem sabe – “irmãos gêmeos” por outros planetas de vários sistemas da galáxia. Sob determinadas condições, isso talvez fosse possível. Se é que, pensando alto, essas sementes tenham sido plantadas propositadamente por entidades mais antigas, com o intuito de disseminar a vida em outros planetas. Isso tudo não pode ser descartado como bobagem, mas não pode ser considerado como verdade, porque não temos prova disso – ainda.

  2. Porque EUA, Europa, China, Japão, etc…, gastão milhões de dólares todos os anos em busca de vida extraterrestre , será que esta sobrando dinheiro nessas potencias ? Tudo pela ciência ? Medo ou receio de algo ? Acredito sim que encontrarão algo muito em breve com o avanço de nossa tecnologia . abs.

  3. Parabéns Mano Salva, salvasse o fraco programa do Bial.
    O programa ficaria melhor sem aquele ex-astronauta e aquele garoto para atrapalhar.

  4. Boa noite Salvador, sabe me dizer se a afirmação do ex-ministro de defesa do Canadá de que somos visitados por pelo menos quatro raças alienígenas faz algum sentido ou se trata apenas de alguém querendo ganhar dinheiro com a história ou mesmo apenas mais um insano no mundo? O cara tem alguma credibilidade?

  5. Boa noite Salvador, você acha que o discurso do ex-ministro da defesa do Canada, que disse certa vez que a Terra é visitada por pelo menos 4 raças alienígenas tem alguma credibilidade ou já existiu algum fato publicado colocando a saúde mental desse homem em xeque?

    1. Acho que tem tanta credibilidade quanto qualquer outro depoimento sobre ETs dado aleatoriamente por qualquer pessoa. Até porque esse ex-ministro aí fala essas coisas não com base em informação confidencial que teve enquanto era membro do governo canadense, mas de coisas que lhe foram ditas por outras pessoas, que por sua vez também não têm credibilidade. Ou seja, ele acredita nisso, parabéns para ele. Mas ele acreditar não torna mais crível para mim.

      1. Mas falando sério: você acha que existe uma possibilidade ainda que pequena de haver ou ter havido ETs entre nós, ocultos e disfarçados, com ou sem o conhecimento de alguns terráqueos?

        Eu particularmente acho que alguns fatos ainda inexplicáveis nos permitem levantar pelo menos a dúvida. Embora o von Daniken seja pra lá de sensacionalista, algumas das pinturas rupestres e antigas esculturas são beeem instigantes.

        1. Eu acho que o desprezo pela criatividade de pessoas que, em essência, tinham a mesma capacidade intelectual que a gente é notável. Imagine que uma hecatombe destrua a nossa civilização atual. Futuros arqueólogos que explorem as ruínas de qualquer grande cidade brasileira vão encontrar incontáveis pichações e grafites nas paredes, alguns dos quais certamente sugeririam que alienígenas estiveram entre nós. E sabemos que não é este o caso. Então…

          1. Sim, sem dúvida. Não por acaso o von Daniken foi acusado de ‘eurocentrismo’. Ademais, algumas passagens do livro dele são risíveis, tipo comentando as linhas de Nazca, “linhas que começam do nada e terminam no nada…. o que seria isso, senão pistas de pouso para extraterrestres?”.

            Mas não respondeste: nem uma chancezinha de eles estarem ou terem estado entre nós??

          2. Acho a hipótese de visitação passada plausível, pois ela depende só de dois fatores: (1) haver vida inteligente fora da Terra, e (2) o voo interestelar ser possível. Tendo dito isso, não acho que exista qualquer EVIDÊNCIA de que isso tenha acontecido e, se ocorreu, é muito mais provável que tenha sido numa época em que humanos ainda não estavam por aqui.

  6. Os extra terrestres já estão entre nós ha milhares de anos e as aparições vão ficar mais intensas porque a Terra entrou no segundo quadrante do Universo e sua promoção sera através das 22 raças extras que estão aqui fazendo estágio no planeta e agora com a vinda do outro Planeta Nibiru muita coisa pode mudar mas sempre para melhor

    1. Engraçado, lendo esse comentário já lembrei do Gevaerd comentando na época do debate com o Salvador que revelações bombásticas estavam por vir de todos os lados! Ainda espero…

    2. putz, já ouço isto há uns 3000 anos, pelo menos…

      ôpa!! desculpa! exagerei! ou ao menos não expliquei bem meus argumentos…

      tenho 41 anos, portanto é óbvio que, literalmente, não ouço isto a uns 3000 anos…

      mas conheço teorias de estudiosos antigos, a maior parte (ao menos os mais recentes!) com datas bem especificadas sobre quando fizeram suas afirmações!

      lógico que a veracidade de tais afirmações precisam se comprovadas… mas as deles não deixam dúvidas! foram cuidadosos! tal era a importância que atribuíam às suas descobertas que fizeram questão de prová-las de forma inquestionável, e ainda assim tentaram reforçá-las propagando-as por seres confiáveis, com os quais tiveram contato na época! pessoas que não terão a mínima objeção em mostrar a validade de tais ideias, se você for questioná-las sobre isto! 🙂

    3. prove-nos sua grande sabedoria, postando aqui uma fórmula matemática capaz de gerar apenas números primos! 🙂 assim poderemos ao menos tentar acreditar na capacidade intelectual superior de seu povo…

  7. Nessa hipótese, há indícios que apontam para o sinal de origem natural: a frequência exata do fóton e a detecção exata de cometas no local da emissão. A moldura alienígena construída desde 1977 foi oportunizada e popularizada de forma sugestiva: apenas com lastro no local que encontrou a emissão e na exclusividade do sinal. As demais circunstâncias pareciam convergir para a dita sugestão, tais como sinal forte, etc. Mas poderia ter sido qualquer coisa, porém a sugestão parece que se titularizou como maior evidência e a ideia alienígena sempre atormentou todo mundo. Quem disser que não torceu para esse troço ser alienígena que atire a primeira pedra. Entretanto, se confirmada a hipótese da emissão por cometas, no entanto, tchau pra sugestão alien. Agora a pergunta que não quer calar: se a frequência de um fóton liberado pela transição de orbital do elétron no átomo de hidrogênio já era conhecida e precisa, porque essa ideia não rivalizou com a explicação alienígena, pra pelo menos fazer todo mundo pensar que tinha bastante chance também de não ser alienígena desde 77? Porra era um indício bem forte, forte o bastante para desbancar ou mesmo empatar no primeiro lugar da fila, a ideia alien, já que hidrogênio é o que menos falta no espaço, ainda que o sinal tenha sido exclusivo. Agora, felizmente temos vozes pró ciência que estão modulando o grito do sensacionalismo na fonte, pra nossa economia de tempo. Parabéns, Salvador.

    1. Samuel, essa frequência já era conhecida desde sempre. O lance é que nuvens de hidrogênio neutro emitem muito fracamente. Por isso, supunham os pesquisadores, seria bem fácil distinguir um sinal artificial nessa frequência. E note que os astrônomos continuam sustentando isto e estão duvidando do resultado de Paris.

      1. Salvador, uma coisa pesa contra a hipótese do sinal de 1,42 GHz ser artificial: o fato de ter durado apenas 72 segundos… Uma emissão planejada duraria muito mais e variaria (estaria modulada) de forma também artificial e, muito provavelmente, seria periódica, se repetiria na forma.

        Nossas emissões de sinais para o espaço (as propositais) duram anos a fio (a comunicação das agências com suas sondas). As não propositais, que visam apenas a comunicação terrestre, existe há mais de 50 anos e não pára nunca.

        (Eu me recuso a escrever pára, de parar, sem acento.)

        1. Mais ou menos. Primeiro que não sabemos a duração do sinal — nós sabemos que ele foi captado enquanto a antena estava apontada para aquela região do céu. A antena era fixa, o que quer dizer que ela derivava com a rotação da Terra. Os 72 segundos foram o tempo em que a antena esteve apontada para o mesmo lugar tão somente. (A detecção foi registrada pelo telescópio em papel e só no dia seguinte alguém foi lá olhar o registro, então não teria como chamar um radiotelescópio móvel para fazer o seguimento.)

          Contudo, o sinal parece ser sido interrompido de fato pouco depois, pois o Big Ear, o radiotelescópio em questão, tinha uma peculiaridade — ele tinha dois captadores (horns), de forma que qualquer sinal que passasse por um em questão de poucos minutos passaria pelo outro. Um aspecto curioso do Wow! é que ele passou pelo primeiro, mas não passou pelo segundo — ou seja, o sinal parece ter sido interrompido nesse intervalo. (Essa é uma das evidências que depõem também contra a hipótese do cometa — se fosse um cometa, o sinal deveria ter sido registrado duas vezes. Aí você pode escolher: ou o sinal foi cortado abruptamente, ou o segundo captador teve uma falha técnica, ou o primeiro captou um sinal espúrio, inexistente.

          O tempo de duração do sinal é incompatível com interferência terrestre, pois corresponde exatamente ao tempo que levaria para um objeto no espaço profundo entrar e sair do campo de observação. (Se fosse um sinal terrestre, poderia ser captado mesmo com a rotação da Terra “deslocando” o céu.)

          Por fim, periodicidade é uma coisa relativa: imagine que seja mesmo um sinal alienígena, e os ETs estivessem num programa que disparava sinais para as 5.000 estrelas mais próximas e promissoras, rotacionando entre elas. Qual seria nossa chance de fazer uma segunda captação, com todos os esforços intermitentes de SETI que tivemos até hoje? Note que a hipótese de cometa também deveria ter produzido um sinal repetitivo (embora apenas aproximadamente na mesma região do céu, e não exatamente, por conta dos movimentos da Terra e do cometa, com relação ao fundo estelar), e mesmo assim jamais captaram uma repetição, até o Paris prever e supostamente detectá-la. (Tem bastante astrônomo que não está levando a sério essa detecção.)

          Por fim, às vezes sinais artificiais não são contínuos, nem são comunicação deliberada. A melhor chance que ETs teriam de captar transmissões nossas seriam nos pulsos de radar que enviamos ao espaço para mapear asteroides próximos à Terra. Essas são as transmissões mais intensas que fazemos, usando radiotelescópios como o de Arecibo. Se um sinal desses vazasse para um mundo habitado que calhasse de estar exatamente atrás do asteroide, eles poderiam captar nosso sinal, desconfiar que fosse artificial, mas jamais ver qualquer outra transmissão novamente.

          Enfim, complicado. Não por acaso muita gente acha que a SETI por rádio está condenada ao fracasso. Muita coisa precisa dar certo ao mesmo tempo, o que pressupõe civilizações tentando se comunicar por milênios, de forma consistente, para termos chance de pegar algo — isso quando nós mesmos fazemos muito pouco esforço para produzir transmissões interestelares intencionais…

          1. Touché, Salvador! Muito grato pela sua resposta bastante completa sobre a questão de duração e periodicidade de um possível sinal artificial. Aprendi ainda mais. 🙂

    2. samuel, imagine uma suposta civilização alienígena, com grande probabilidade bem diferente de você, e que talvez (embora saibamos hoje que a probabilidade seja pequena) nem seja baseada em CARBONO… ela seria capaz de entender nossa possibilidade de existência, e até tentar enviar uma mensagem para nós? e como seria tal mensagem? que experiências supostamente comuns entre as espécies ela pressuporia para tentar um contato inicial?

      1. OK, mas a mensagem não seria tão rápida, mesmo diferente, o conceito de “time” seria universal, você não acha?

  8. Descobri muito antes desse pesquisador, era o resultado do jogo do bicho das estrelas, isso são os nº da PTN da galáxia.. rsrsrsrs

  9. É possível que a resposta do Paris não seja definitiva. É possível e provável que ela apenas explique o sinal parcialmente. Mas, também é possível e muito provável que o sinal seja algo natural, afinal, o sinal não teve repetição ao longo dos anos..

  10. Que pena! Se não me engano este evento inspirou o excelente romance “Contato” de Carl Sagan, que virou um belíssimo filme. Aliás, pergunto ao Salvador: aquele tipo de transmissão seria possível? Uma civilização alienígena captar um sinal nosso de TV e retransmiti-lo de volta décadas depois? As ondas de rádio e TV viajariam tão distantes assim?

    1. Sim, seria possível, se os aliens tivessem uma possibilidade de captação arbitrariamente alta.

    2. sim,também acredito nisto, e para mim a melhor forma de mostrar que RECEBERAM nossa mensagem seria utilizá-las como BASE para a resposta (como fazem no romance!) e embutir nesta portadora suas próprias informações!

      A civilização receptora poderia (improvável) ser ainda muito atrasada, mas ao menos perceber que seu sinal estava sendo repetido de forma inexplicável, ao menos impossível sem a hipótese de uma civilização inteligente fazendo isto intencionalmente. ou a civilização perceber este recado (o que acontece na obra!) e, além disso, perceber a existência de rica informação adicional embutida na aparente!

  11. Cometas lazarentos, destruíram os sonhos de milhões de esotéricos mundo a fora.. rsrss

    1. ah, pensa bem, cara!! se os dinossauros tivessem prosperado aqui, a gente (eu, você mais todo mundo!!!) nunca teríamos a chance de existir, e esta discussão nem estaria ocorrendo agora!!

    2. pensando de forma nua e crua, tenho enorme gratidão por este asteroide ou cometa que caiu aqui na terra cerca de 65 milhões de anos atrás exterminando os lagartos nojentos que comandavam o planeta, dando-nos a possibilidade de nos desenvolvermos e mostrar quem manda de verdade aqui!!! 😀

      1. Até a chegada do próximo asteroide… Esse aí, sim, tem probabilidade 100% de acontecer no próximo bilhão de anos… 😛

    1. hahahaha, pelo pouco que vi,o bial até tentou parecer inteligente neste assunto, mas quando sua burrice ficou evidente ele desistiu, nem se esforçou mais para parecer menos burro…

      1. saco!!! de novo, comentário muito bom mas no lugar errado… 🙁 preciso prestar mais atenção nos meus posts…

  12. Muito bom a conversa com o Bial. O mais interessante é que o Brasil começa a produzir uma via alternativa para buscar o desenvolvimento espacial. Percebo que se formou um grupo, do qual você e o Pontes fazem parte, que estão trabalhando seriamente no sentido de divulgar a pesquisa espacial no Brasil. Acho que o desejo do Pontes de realizar um novo voo, não vai se realizar, até mesmo porque não se justificaria. Mas é inegável que ele se tornou ( e era o objetivo) um divulgador desta área científica.

    1. hahahaha, pelo pouco que vi,o bial até tentou parecer inteligente neste assunto, mas quando sua burrice ficou evidente ele desistiu, nem se esforçou mais para parecer menos burro…

  13. A existência de vida extraterrestre é apenas uma questão de probabilidade.
    Já sabemos que é possível – afinal, estamos aqui.
    O que não sabemos é a probabilidade desse acontecimento. É raro ou é comum?
    Quão raro? Quão comum? São bilhões de planetas lá fora, mas se a probabilidade for realmente ínfima, a chance despenca. Pode ser rara o suficiente para ter acontecido apenas uma vez. Pode ser comum a ponto de acontecer em todos os sistemas. Como não temos nenhuma outra evidência, não podemos saber esse número – apenas chutar.
    Extrapolar para tentar calcular a probabilidade de vida inteligente, capaz e interessada em se comunicar, capaz e interessada em visitar outros sistemas… pode até ser uma atividade apaixonante, cheia de fantasia e romantismo, mas no momento não vai passar de um imenso chute no escuro. Precisamos de mais dados! E por isso mesmo, a pesquisa não pode e não deve parar.

    1. Tem gente por aqui que parece que é bem fã do filme MIB- Homens de preto!!!! rsrsrsrs kkkkkkkkkk

        1. Concordo 100%, Perna!!! A imaginação cria histórias espetaculares, divertidas e muito instrutivas, até, apesar de totalmente inverossímeis. Vide Harry Potter, por exemplo, uma obra literária espetacular, divertida e coerente do início ao fim, que por apenas um detalhe não reflete a realidade: não existem bruxos. 🙂

          (Não os filmes, que simplesmente extraem a ação e deixam a essência encoberta.)

  14. Os comentários são infinitamente melhores do que a matéria. Sinto falta na “grande imprensa” de espaço para jornalismo dedicado a leitores com mais de 2 neurônios em funcionamento.

    1. Não concordo quanto à matéria. É ela que nos ensina e nos inspira para comentar, por nos fazer pensar.

  15. Salvador,

    Nesse caso, a despeito da controvérsia se era ou não cometas, não se deveria ir pelo mais provável? Adotando a mesma lógica pra descartar os avistamentos de UFOS?

    Por que buscar uma explicação tão sensacional se há chance de ter sido um cometa, fenômeno de explicação comum e mais fácil.

    1. Acho que, se houver corroboração independente de que cometas são CAPAZES de produzir um sinal similar, a discussão se encerra. O que o método científico não tolera é a falta de verificação independente. Alguém mais precisa fazer o experimento e confirmar os resultados do Paris. Feito isso, fim de jogo — ou não, a depender dos resultados. 😉

      1. ciência é isso: testar e testar exaustivamente. O povo não vê que até mesmo a relatividade é testada o tempo todo em vários experimentos? Isso é ciência, sempre buscando aperfeiçoar, e é tanto que a relatividade não é 100% perfeita em todas as situações e por isso continuam testando.

        já do outro lado, o povo se acha o sabichão e sacramenta um hipótese banal que vira verdade absoluta. Isto não é ciência, se chama crença.

        1. Joca, na época em que vivemos, qualquer furo deixa de ser furo cinco minutos depois que é publicado, pois é replicado por outros veículos. Então esse seu critério acabaria permitindo que o paywall cobrasse apenas por cinco minutos.

          O que o paywall cobra não é a informação em si, que, como eu disse, é replicada com enorme velocidade. O que o paywall cobra é a QUALIDADE e a CONFIABILIDADE da informação e do texto.

          É verdade que o artigo científico do Antonio Paris apareceu na semana passada e se tornou parte do domínio público — eu não escondo isso; muito pelo contrário, coloco o link para o artigo dele, de forma que todos possam lê-lo sem depender do meu viés para julgá-lo. Não é isso que a Folha está cobrando aqui. O que a Folha está cobrando é a minha visão particular do artigo do Paris. E, se você clicar nesses links aí que você postou, vai ver que não tem aí um bom contraponto com críticas de outros cientistas. Aqui tem. Eu agreguei valor à informação original, e as pessoas que julgam importante pagar pelo meu trabalho o fazem porque CONFIAM no que eu vou reportar. CONFIANÇA não é replicável.

          1. Bom trabalho ! Continue assim, quem sabe a Folha dura uns 5 anos mais… agora só falta noticiar a morte da Ana Maria Braga para vender Goji Berry.

          2. Cara, o fato de você estar demandando o fim do paywall é sinal de que você QUER o conteúdo diferenciado da Folha. Se não fosse isso, para que a reclamação? Vá ler outros sites, sem tentar mudar as regras por aqui… 😉

            (Em tempo: também não gosto da fórmula do paywall, mas reconheço que é um dos caminhos mais adotados por jornais impressos nessa transição digital; vide o NYT.)

          3. Joca, qualidade e confiabilidade. Você compraria um Lear Jet usado do Michel Temer? Acho que não né, seria uma temeridade.

          4. Eu sou assinante da Folha e, com alguma dose de egoísmo, acho justo o paywall. Já falei isso aqui antes. Eu pago a mensalidade e por isso espero conteúdo de qualidade. O que vale o pagamento é, como o autor do blog falou, o fato de que ele é o mensageiro. Eu torço o nariz para notícias do “editorial de ciência” do UOL – que na verdade não existe – porque quem é leitor habitual do Mensageiro Sideral consegue perceber o que é um click bait – recurso de que os sites grátis PRECISAM lançar mão – do que é notícia verdadeiramente relevante. O Salvador, como bom mensageiro, faz basicamente um apanhado do que lhe parece relevante nos periódicos respeitados ou daquilo que gera burburinho mas mereça ser desmascarado. Eu sinto falta de mais opinião, mas isso ele oferece nas respostas aos comentários hehehe
            Um abraço.

          5. Aceito plenamente o Paywall para novos conteudos, materias investigativas que adicionam valor. Nao reproducao traduzida e sem citar a origem do texto. Em outros lugares isso tem nome e é até contra lei. Tanto aceito que pago por conteudo nas assinaturas que tenho. Porém ao bloquear o debate como ocorreu na ultimo post mostra que nao ha preparacao para tal discussao. Isso só confirma que a folha nao durarra mais que 5 anos, a nao ser que o TABOOLA mantenha o montoado de Fake News ativo no site da folha em troca de alguns centavos para mante-la ativa

          6. Aqui também é contra a lei reproduzir conteúdo com copyright. Mas eu não fiz isso. Apenas noticiei a informação. Se noticiar algo que outro já noticiou for crime, vai ser preciso acompanhar todos os sites e jornais para se informar sobre QUALQUER COISA. E você nem ia querer isso, porque corroboração independente é fundamental à boa informação.

            Então entenda este como um caso de corroboração independente. Eu não li reportagem alguma; li o texto original do Antonio Paris, no artigo dele, e, repito, trouxe coisas novas ao meu texto, que não constam do original. Além disso, editei um vídeo sobre o caso. Tem vídeo aí nas outras reportagens? Acho muito desonesto você me acusar de cópia quando houve CORROBORAÇÃO INDEPENDENTE (li o mesmo artigo científico que outros) e mais valor agregado ao texto (contestações de outros astrônomos, vídeo, link para o paper etc.).

            Mas, enfim, tá infeliz, vaza, meu. A fila dos leitores também anda. 😉

          7. Salvador,

            Não acho nenhum absurdo pagar cerca de R$ 30,00/ mês para ter acesso ao seu conteúdo e às outras reportagens da Folha. Já te disse uma vez que decidi por assinar em função de seu blog. Agora, esta mentalidade de achar que tudo na WEB deve ser de graça, além de injusta e errada, está com os dias contados. Ninguém produz um trabalho de qualidade sem custos e tenho mesmo a certeza que este trabalho não está te deixando rico, apesar do grande esforço que tem de fazer para manter o blog abastecido. Este pessoal que fica reclamando na verdade não tem respeito pelo trabalho, como o seu, e realmente está muito mal acostumado. E se fosse ao contrário, eles produzindo conteúdo, iriam ficar revoltados com quem quer de graça.

          8. Oi Salvador,
            sou assinante UOL e seus artigos são um dos motivos de eu não ter cancelado a assinatura.
            Manda ver que agradecemos!

        2. heehehe, eu então só não cancelo o UOL de uma vez por causa do Mensageiro Sideral!! 🙂 contratei por osmose quando trabalhei aqui (acho que em 2003 ou 2004, tanto tempo que nem lembro direito!!!) e não cancelei mais por preguiça de fazer isto… 🙂

          mas poder acessar o Mensageiro Sideral já compensa o investimento, e só por isso pretendo manter a assinatura por um bom tempo ainda! 😀

          1. o email, por exemplo praticamente não uso! é para ele que endereço as correntes chatas, e aqueles que nem pretendo responder, hehehehe!

    1. Abaixo o paywall, a cerveja paga, o arroz com feijão pagos, o cinema, o transporte, as roupas… tudo é feito apenas para arrancar nosso dinheiro, não é?

      Ora, vá catar coquinho, que é de graça. E cresça e amadureça. Aprenda que só crianças ganham tudo de graça, mas só aquilo que seus pais conseguem produzir ou pagar.

  16. Deus em sua infinita bondade nos deu a TERRA como paraiso. então lembrem-se estamos no paraiso que deus criou para nós, portanto planetas tem milhões, mas paraiso é UNICO

    1. Ué, Deus não tinha nos expulsado do Paraíso? Não é isso que está escrito lá no livrinho?

      1. Não seria equivocado chamar de “livrinho” a um livro com tanta história? Ainda que você seja ateu, não reconhece o valor histórico da Bíblia? Sem falar no valor literário? Na beleza poética? Na quantidade de ensinamentos?

        1. Cara, para mim é largamente um banho de sangue atrás do outro, que aprova coisas como escravidão, estupro e genocídio. Tem algumas partes bonitas, mas o conjunto da obra é bem incompatível com a civilidade moderna. Tanto que mesmo quem diz segui-lo na verdade não aprova metade das coisas que estão escritas lá. Como diz o Steven Pinker, a Bíblia virou um talismã, mesmo entre os religiosos. Ninguém de fato a segue. E ainda bem que não.

          1. Muita coisa é apenas narrativa histórica. Outras tantas estão em linguagem figurada, cabe ao leitor interpretar e extrair o conhecimento que consegue…

        2. Desculpe-me, mas valor histórico, a Bíblia não tem nenhum, tem apenas valor cultural. A “narrativa histórica” é exagerada e sem datas reais, pessoas citadas, algumas poucas, têm confirmação histórica, como os reis Davi e Salomão, mas são muito romanceadas e muito do que é contado é inventado.

      1. Leitor de Bernard Cornwell detected! Você pode ir para o Valhala, mas apenas se morrer com uma espada na mão.

    2. Tem razão, vivemos no Paraíso… não existe injustiça nem sofrimento na Terra. Brasília, as favelas, a Síria, ficam em outros planetas. Os animais em extinção são felizes, as tartarugas marinhas adoram comer plástico, o aquecimento global está aí para aumentar nosso índice de felicidade…

      Acorda, Mané!!!

  17. Ok, o universo é imenso. Mas quem sabe a Terra seja o primeiro mundo com vida inteligente. Afinal, tudo tem sua primeira vez, não?

    1. Sim, não é impossível. Mas considerando que o Universo tem 13,8 bilhões de anos e com 1 bilhão de anos já era capaz de produzir planetas tipo Terra, é improvável que a Terra, com “apenas” 4,5 bilhões de anos, teria sido a primeira a chegar lá.

      1. Lembrando que ele tem só 13,8 bilhões, mas pode existir por mais um trilhão de anos e talvez o tempo e o espaço não sejam realmente barreiras instransponíveis para civilizações muito avançadas.

    2. Se pensarmos que existem mais de 120 moléculas no Meio Interestelar produzidas pelas estrelas prontos para encontrar condições favoráveis, a vida emergirá de diversas formas, não importa a distância que nos separa. O cliclo de nascimento , vida e morte das estrelas é muito comum no Universo. Entre várias rodadas, é possível que as moléculas sejam potencializadas nos planetas, e se tornarem muito comuns nas galáxias. Talvez a vida aqui seja o primeiro, enquanto esperamos alguns sinais de comunicações extraterrestres. Mas com o uso de nossos instrumentos ainda estamos aquém dessa expectativa.

    1. Salvador; acredito que se o Bial deveria tivesse marcado uma entrevista com você e outra com o marcos; iria render mais a entrevista; no final ficou um gostinho de quero mais, tanto para os teus conhecimentos, quanto para os de marcos.

      você praticamente salvou a entrevista! já que o marcos se demonstrou mais inibido em se expressar, e tu diga-se de passagem, sabe tudo de astronomia! e tem desenvoltura em comunicação e expressão.
      valeu a entrevista, espero que ele te chame em breve para continuar o papo, e desta vez com o tempo todo pra você, como também chame o marcos e tente arrancar dele o que ele sabe..
      vlw!

      1. Valeu, Gilberto. Acho que o formato do programa, com múltiplos participantes, acaba limitando um pouco as coisas. Mas foi legal!

        1. concordo! precisamos nos mostrar polidos, dar possibilidade de todos se expressarem, desfazer a imagem pré-concebida de que somos “arrogantes”, “donos da razão”… e isto pode ser bem difícil às vezes! nos faz engolir alguns sapos, nos obriga a ser educados com pessoas claramente “imbecis” para não causarmos má impressão, e conseguirmos transmitir nossa mensagem…

    1. e eu aqui, idiota, tentando conseguir o sinal WOW original e extrair dele informações codificadas inéditas, de civilizações alienígenas super-desenvolvidas!!! vêm agora revelar que estou captando um evento natural, tentando decodificar um sinal completamente aleatório, cujo sentido provavelmente eu mesmo estou buscando, atribuindo em meio à realidade do CAOS, do fato de NENHUMA INFORMAÇÃO COERENTE, CONSTRUIDA, RACIONAL, estar na verdade sendo transmitida através deste curioso sinal… Que coisa chata, hein! 😀 Mas de qualquer forma, melhor saber logo da verdade do que gastar energia com ilusões bobas… 🙂

  18. ET’s, puxa vida, não foi dessa vez! Vou assistir hoje, só por causa do Bial, hahahah…

      1. Breja?? Putz, pra mim breja faz dormir!!
        E tentei esta técnica do café também!!! Mas a natureza foi mais forte, não havia cafeína que superasse meu cansaço… 🙂

    1. Uma revista científica obscura — pouco conhecida, inusual para pesquisas astrofísicas, possivelmente sem peer-review.

  19. Ser cético é ser cético para todos os lados, da mesma forma como não acredito que o sinal seja de um ET também não acredito na solução “perfeita”, rápida e elegante do cientista que, no fundo, quer um lugarzinho nessa história. Talvez a solução seja outra: o ser humano é pequeno e não irá saber de onde veio o sinal.

    1. Não acho que criticar o Paris como querer um lugar na história por tentar responder a origem do sinal uma atitude de cético, mas de pré-julgamento, o q é beeem diferente. O cético é quem tá contestando a hipótese dele com base em conhecimento científico. Ou aquele q espera que outras pessoas cheguem ou não ao mesmo resultado. Isso é o q diferencia a ciência da mesquinharia tipicamente humana.

    2. Por isso que existe metodologia científica, e processo de verificação e testes, ele formulou uma teoria e não uma afirmação meu caro.

  20. …aff fiquei triste agora! Pensei se tratar da viagem só de ida de Dilma e Lula rumo ao espaço;

    1. Q se iniciou há milhões de anos-luz atrás para chegar na terra em 1977… Poderiam emitir essa sua resposta de volta para daqui a milhões de anos-luz um ET chegar à conclusão q a Terra é primitiva ao extremo, isso nos pouparia duma invasão alienígena.

  21. Salvador, bom dia. O que significa “a frequência de emissão da transição do hidrogênio” ou melhor, o que é essa transição do hidrogênio. Outra coisa: um cometa é basicamente rocha e gelo orbitando passivamente o Sol. Como pode alguma emissão sair dele e com potência suficiente para ser captada na Terra?
    Grande abraço.

    1. Fernando, o átomo de hidrogênio, em seu estado neutro, tem um elétron ao redor de um próton. O elétron costuma se estabelecer no orbital com menor nível de energia, mas, mesmo sem ser excitado, por sua natureza quântica, vez por outra ele pode saltar para o nível seguinte. É inevitável contudo que ele retorne ao nível original — nessa transição, ele emite um fóton, exatamente com a frequência de 1,42 GHz.

      Cometas, quando seus compostos principais volatilizam, formam uma nuvem de gás circundante. As moléculas são quebradas pelo UV do Sol, e o hidrogênio fica livre. Se houver quntidade suficiente dele, imagina-se que um número suficiente de átomos passará pela transição descrita acima para mandar um sinal forte. O problema aí é que os astrônomos em geral sempre acharam que essa quantidade presente estava longe de ser suficiente para gerar um sinal forte como o “Wow!” A razão para isso é que, se todos os cometas fossem capazes de produzir um sinal desses, haveria toneladas de “Wow!”s detectados frequentemente por radiotelescópios, o que não é o caso.

      Ou seja, a ideia do Paris é boa, mas — como tudo em ciência — precisará de confirmação ou refutação independentes. Não deve ser difícil fazer essa checagem. Aguardemos os próximos capítulos.

      1. A falta de “Wow’s” pela galáxia talvez se explique pelo fato de que eram dois cometas e, talvez, seu alinhamento com as antenas do SETI eram perfeitos, de forma que os sinais se somaram… Ou não… Dificilmente conseguiríamos ter um novo evento parecido para comprovar a hipótese… Para variar a ciência continua trazendo mais perguntas do que respostas…

        1. Acho, na verdade, que é bem fácil de testar. Precisamos só de corroboração independente. Mas se diversos cometas forem observados e apresentarem sinal de rádio compatível com o Wow!, considero a hipótese confirmada.

      2. Aproveitando o ensejo, uma dúvida sobre o comportamento quântico: quando o elétron migra de volta para a orbita com menor estado de energia, ele gera um fóton na mesma proporção da diferença de energia entre os dois estados, correto? Se não existe excitação, qual a fonte dessa energia que o levou para um estado de energia maior?

        1. A coisa vem do princípio da incerteza de Heisenberg. Como não temos certeza de que ele está no estado fundamental, embora isso seja muitíssimo provável, em alguns casos, ele não vai estar. Podemos imaginar que a energia necessária vem do vácuo, que também tem uma probabilidade não nula de ser outra coisa que não zero, e pode ser negativo em energia para quebrar o galho do elétron e manter a contabilidade do Universo em ordem.

  22. Bom dia Salva ,

    Tenho pensado sobre o paradoxo de Fermi. Me ocorreu algo que soa até prosaico. Se olharmos para a história das civilizações em nosso próprio planeta,durante um largo período havia 3 blocos de civilizações que atingiram graus variados,mas não tão grandes de avanços técnicos : Podemos ter como marco o século I DEC. Civilizações pré colombianas nas Américas, A Romana na Europa e levante e a Chinesa no Extremo Oriente. Não sabiam da existência umas das outras , estavam isoladas e não se comunicavam. Foi 1500 anos depois que elas entraram em contato.Extrapolando essa condição para a nossa galáxia pode ser que nela existam no tempo presente apenas poucas ( uma dezena talvez ou menos ) de civilizações abaixo do tipo I da escala de Kardashev e muito,muito distantes umas das outras. Mesmo com a capacidade de emissão e escuta como a nossa ,captar uma transmissão de outra ou vice versa seja probabilisticamente remota. Daí a constatar que só nossa civilização exista é uma temeridade,mesmo porque no caso da Terra aquelas civilizações que apontei também se consideravam as únicas.

    1. Concordo totalmente com você. O paradoxo de Fermi só fica complicado se você presumir que civilizações colonizam sua galáxia.

    2. Assumindo a absurda hipótese da existência de civilizações extraterrestres, nada, absolutamente nada, indica que tais civilizações devam se comportar como as nossas. Os seus valores, arte, cultura, moral e organização social seriam tão diferentes que talvez fosse até impossível compreendê-los. Assim, a comparação com civilizações romanas, chinesas, etc… não se sustenta.

      O “paradoxo de Fermi” é um argumento lógico do tipo “reductio ad absurdum” – parte de uma hipótese (improvável) – de que a Terra é um planeta “típico” no Universo – e chega a uma conclusão absurda – a de que existiriam imensas evidências de vida em toda a galáxia. Mas o que se vê é o vazio absoluto.

      E, de fato, presumir que tais (hipotéticas) civilizações tão avançadas vão ficar quietinhas no seu cantinho e não vão se sentir tentadas a dominar o Universo é de uma ingenuidade total.

      1. Seu terceiro parágrafo é incongruente com o primeiro.

        No primeiro você diz: “Assumindo a absurda hipótese da existência de civilizações extraterrestres, nada (…) indica que tais civilizações devam se comportar como as nossas”. Concordo 100% com isso.

        Mas aí, no terceiro parágrafo você diz: “Presumir que tais (hipotéticas) civilizações tão avançadas vão ficar quietinhas no eu cantinho (…) é de uma ingenuidade total.” Veja, se elas necessariamente vão se expandir pelo Universo, como você sugere, elas vão seguir EXATAMENTE o padrão humano de civilizações, marcado pelo expansionismo desde a saída da África, há 70 mil anos.

        Então, você precisa se decidir: ou civilizações extraterrestres não precisam seguir o padrão humano (logo, se expandir pelo Universo), ou civilizações extraterrestres vão acabar seguindo o padrão humana e se expandir pelo Universo — caso em que o paradoxo de Fermi se manifesta como um problema real.

        No fim das contas, acho que temos uma visão muito ingênua da questão, e é isso que sustenta o paradoxo de Fermi — na minha opinião, um falso paradoxo.

        Alegamos falta de evidência de visitação alienígena em nosso Sistema Solar, mas vimos tão pouco dele até agora. Temos dificuldades para achar sondas que se espatifam por acidente em Marte, mesmo sabendo mais ou menos onde elas devem ter caído! Que dirá procurar qualquer evidência de visitação que pode ter acontecido em qualquer lugar do sistema!

        Uma civilização alienígena pode ter visitado a Terra há 2 bilhões de anos, feito estudos intensos de sua biosfera, e jamais saberíamos que eles estiveram aqui, salvo se tivessem deixado fósseis ou equipamentos capazes de resistir a atividade geológica de 2 bilhões de anos. Não é nada trivial.

        Um ótimo lugar para procurar evidência de atividade extraterrestre no Sistema Solar seria a Lua — geologicamente morta, sua superfície é modificada praticamente só por suspensão de poeira em razão de forças eletromagnéticas e colisões de asteroides. Ainda assim, vamos combinar que estivemos em pouquíssimos lugares da Lua para dizer que não há nenhum sinal de visitação. Das imagens orbitais, não encontramos nada. Mas em solo, estivemos apenas em poucos lugares, todos no lado próximo. E vamos combinar que, se um artefato alienígena fosse enterrado na Lua — à moda do monolito de “2001” — teríamos virtualmente zero chance de encontrá-lo, salvo se ele decidisse revelar sua presença por meio de um sinal (que foi o que aconteceu no filme).

        Resumo da ópera: o paradoxo de Fermi se resume, na prática, à nossa dificuldade de vasculhar nosso próprio sistema, que dirá sistemas vizinhos. Não sabemos nem se há um nono planeta, até agora desconhecido, no nosso sistema! Se temos dificuldade para achar um planeta, que dirá um pequeno artefato tecnológico escondido, digamos, num asteroide, ou num objeto do cinturão de Kuiper.

        É irrealista proclamarmos que o Sistema Solar jamais foi visitado com base em nossa exploração até hoje limitada. E, claro, igualmente temerário proclamar que ele é visitado o tempo todo — como fazem os ufólogos — sem qualquer evidência material concreta.

        Por tudo isso, julgo que todas essas questões seguem em aberto. E vejo, a despeito da sua contradição, com muita alegria o fato de que finalmente você resolveu entreter hipóteses que não pactuam com suas convicções — ainda que as repute como absurdas. Já um progresso. 😉

        1. Salvador, não vejo nenhuma contradição entre os dois parágrafos. Existem padrões de comportamento que, imagino, devam ser comuns a todos os seres vivos do Universo. Por exemplo, o ato de procriar e de se expandir. O fato de criaturas procurarem se expandir além dos seus domínios é algo que está presente até em uma cultura de bactérias, assim, civilizações devem seguir (a princípio) o mesmo caminho. Naturalmente, tal expansão terá características peculiares, dependentes da formação cultural e social de tais civilizações, como apontei no primeiro parágrafo.

          1. Mais ou menos. Há animais que respeitam seus nichos ecológicos, não vão além deles, até porque, os que se arriscam a ir, não sobrevivem. É assim que funciona a seleção natural. O homem — assim como as bactérias — é notoriamente versátil, por isso pode se expandir mais, e de fato se expande. Mas veja que a expansão além do próprio planeta é um movimento cultural, não biológico: temos de decidir — como, ao que parece, estamos decidindo agorinha mesmo — seguir com nossa expansão pelo cosmos.

            O mesmo processo decisório — racional, cultural — teria de ser dado por outras civilizações, sem falar no mesmo desenvolvimento tecnológico. Sem espaçonaves — logo, sem ciência — nada de expansão interplanetária e interestelar. Portanto, se uma civilização alienígena resolver se expandir, ela de fato está seguindo a mesma trajetória cultural básica que guiou o ser humano, o que está em fragrante contradição com seu primeiro parágrafo (sugerindo que não há uma rota predestinada para civilizações). (A ideia do seu terceiro parágrafo, aliás, é uma das premissas da SETI: ETs vão ser curiosos sobre ETs como nós somos e vão tentar se comunicar com eles via radiotelescópios, do mesmo modo que nós fazemos.)

          2. Esse comentário do Apolinário soa fake. Não faz muito tempo me lembro bem dele dando seus “GONGS” e jurando que não iria continuar dando pérola aos porcos, sem contar a zombaria com a mente aberta do Salvador, sempre elevando suas posições categóricas a verdades absolutas.
            Agora já até devaneia a respeito de comportamentos de ETs? Sei não 😛

          3. Ah, eu sempre acredito que a mentalidade de uma pessoa pode amadurecer, não importando a idade.
            (E o e-mail bate também. ;-))

          4. O segundo parágrafo do comentário do Apolinário também é inconsistente. Se considerarmos o Princípio da Mediocridade como ponto de partida para a investigação do universo – hipótese esta que está sendo confirmada pelas observações astronômicas dos exoplanetas – logo a conclusão lógica é a de que haveria muitos outros planetas parecidos com a Terra e, consequentemente, evidências de vida saltando aos olhos (o que não é o caso, daí o paradoxo). Não há nada de absurdo nisso, exceto se você assumir como premissa inicial o princípio contrário ao da mediocridade: a hipótese da Terra Rara.

          5. Na verdade, não temos ainda evidência de que planetas como a Terra sejam raros. Tudo leva a apostar que não são, mas só quando começarmos a caracterizar os planetas poderemos cravar. Por ora, só sabemos que planetas com a massa da Terra, o diâmetro da Terra, os parâmetros orbitais da Terra e o nível de radiação da Terra são comuns. rs

          6. Verdade. Mas não é absurda a ideia de muitas terras por aí, como o Apolinário disse. Pelo contrário, as evidências caminham para confirmar a mediocridade. Contudo, tampouco podemos descartar como absurda a hipótese da Terra Rara . Ambas são apenas hipóteses a ser confirmadas ou refutadas, só isso. Por isso, ainda precisamos avançar nas observações. “Absurdo” é apenas um conceito valorativo.

            Mas vai que o Peter Ward tá certo hehe… ia ser desolador.

        2. No caso, estamos falando de civilizações tecnológicas e estas, seguiriam todas os mesmo padrão. Para que haja tecnologia é necessário o fogo. Sem os três componentes básicos, combustível, calor e oxigênio, ele não existe de maneira controlada. Sem fogo, não é possível moldar tecnologia. Podem existir outros tipos de civilizações que nem mesmo conseguimos imaginar como sejam, mas seres aquáticos, por exemplo, a não ser que sejam répteis, não produziriam tecnologia. Se o o oxigênio é necessário para produzir fogo, seres biológicos que atingiram o ponto de produzi-la respiram oxigênio. Portanto, não importando a forma que tenham, seriam muito semelhantes a nós, no modo de pensar e criar.

      2. Gostaria de dizer aos meus caríssimos colegas comentadores que não mudei de opinião sobre a existência de seres extraterrestres. Está absolutamente claro para mim que tais criaturas são fruto da imaginação de pessoas abduzidas por seriados de ficção científica da década de 60. Além disso, deixo claro em meu comentário que considero tal hipótese absurda! Apenas fiz algumas divagações, muito razoáveis, a respeito de um provável comportamento de tais (hipotéticas) civilizações. De qualquer modo, tudo o que tem sido descoberto pela Ciência só confirma mesmo que o nosso planeta é único no Universo, muito especial mesmo, conforme nos ensina o astrofísico inglês John Gribbin, autor de Alone in the Universe: Why Our Planet is Unique.

        1. Sim, veja, você já é capaz de considerar a hipótese. Isso é um avanço. Já mostra que sua cabeça está abrindo para possibilidades, mesmo aquelas que você considera absurdas. O fato de considerá-las absurdas não o fez descartá-las. Esta é a base do conhecimento: a dúvida. Parabéns pelo progresso pessoal! 🙂

  23. Se o Universo é tão vasto,porquê só haveria vida neste pequeno planeta chamado Terra?Não seria um pouco de arrogância humana de acharmos que somos o único planeta habitado do Universo?
    A vida existe por todo o Universo,porém,ainda não a encontramos(ou um dia seremos encontrados).
    Abraços para você,Salvador!

  24. Sempre apostei um tostão que isso ia ficar na galeria dos acontecimentos mal explicados. Mas agora vem uma abordagem bem menos exótica e mais razoável de se entender.
    Vamos aguardar o desfecho. Depois de mais três cometas fica bem difícil discordar disso.
    O que está acontecendo com a Academia de Ciências de Washington que vive um período obscuro?
    P.S. Salvador, obrigado pela dica da entrevista na Globo. Estaremos lá para aumentar o GRP do Jornal da Globo, graças a cortesia do Mensageiro Sideral. Boa apresentação. Eles deveriam fazer um programa semanal com o Mensageiro Sideral num horário mais palatável para a criançada que está por aí. Seria uma excelente oportunidade para ir despertando o interesse científico deles. Significa mais cientistas no futuro.

    1. Nada particularmente obscuro com a Academia, só o journal dela que é obscuro e inusual para pesquisas astrofísicas de impacto, como obviamente seria essa. Torna a opção — que provavelmente não envolve peer review — um pouco estranha.

  25. Mal conhecemos nosso próprio planeta, com incontáveis mistérios ainda não esclarecidos e bem ao nosso alcance, e nos preocupamos em (tentar) decodificar sinais do espaço dos quais dificilmente se encontrará uma resposta definitiva

    1. Você cria uma falsa dicotomia entre nosso planeta e os outros objetos do cosmos. Ambos obedecem às mesmas leis naturais e estão no mesmo Universo. Newton olhou para os planetas e a Lua, e com isso acabou decifrando como maçãs caem na Terra. 😉

    2. Como disse o Salvador… nao se esqueça que nosso planeta se encontra no espaço, assim como cometas, luas, estrelas e buracos negros… 😉

  26. Só cuidado com a Globo! Não quero perder esta coluna, que preza por evidências científicas, para um canal que prefere potencializar emotividades banais em detrimento da informação. Mas entendo que o convite do Bial foi irrecusável. Curta o momento de celebridade, apesar de eu já o achar célebre.

  27. Poderia ter lembrado que o astrônomo Ehman trabalhava para o programa “SETI” na época do “acontecimento”. Isso dá ao “achado” uma irrefutável suspeita de fraude…

    1. As circunstâncias colocam o fato sob baixa suspeita. Ehman só foi ver o sinal dias depois, no printout do radiotelescópio, e não em tempo real — estranho para uma fraude. E, a exemplo de outros pesquisadores SETI, ele jamais afirmou ter detectado um sinal inteligente. Passou anos procurando — e defendendo — explicações alternativas. E, na própria escala criada pelos pesquisadores SETI, esse sinal é tido como irrelevante, por ausência de repetição e/ou detecção por mais de um equipamento.

      Ao contrário do que você quer sugerir, não há histórico de suspeitas de fraude na pesquisa SETI até hoje. Muito pelo contrário, eles adotam um nível extraordinário de abertura para maximizar a chance — tida por eles mesmos como mínima — de um contato genuíno.

      1. Fico admirado qd escuto pessoas sobre suas tamancas falarem com tanta certeza em “irrefutável suspeita de fraude”. Incapazes de pensar q a recíproca é verdadeira na mesma base “tamanqueira”, diante de tal constatação de “irrefutável suspeita de fraude”, tb acho que a opinião do Messias contra o SETI esconde descaradamente uma irrefutável fraude. Portanto, a vida do Messias deve ser muito fácil por viver num mundo de respostas simples como as q ele quer.

        1. Pois é. Muita rapidez em acusar alguém de fraude. Se a SETI fosse dada a fraudes, teríamos mais sinais de rádio alienígenas que fotografias de discos voadores, o que não é o caso. Se há algo que os 50 anos de silêncio detectados pela pesquisa SETI prova é que seus participantes não são dados a fraudes.

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