Novo telescópio da Nasa poderá ver as primeiras galáxias do Universo, diz astrônoma brasileira
Existe uma grande ansiedade para o lançamento do Telescópio Espacial James Webb, em outubro do ano que vem, sobretudo em conexão com o estudo de exoplanetas e a busca de potenciais evidências de habitabilidade e vida fora do Sistema Solar. Mas, quando o próximo grande observatório da Nasa foi projetado, seu objetivo era outro: sua missão principal era — e continua sendo — observar as primeiras galáxias do Universo.
Quem conta essa história é Duília de Mello, astrofísica, pesquisadora associada da agência espacial americana e vice-reitora da Universidade Católica da América, em Washington (EUA).
“O que ele foi feito mesmo para fazer é observar as primeiras galáxias. A gente não sabe quando as primeiras galáxias se formaram. A gente não sabe nem se teve uma primeira geração de estrelas e depois surgiram as galáxias, e é isso que o James Webb vai tentar ver”, afirma a pesquisadora ao Mensageiro Sideral.
Por essa razão, e diferentemente do Hubble, o novo telescópio será um observatório exclusivamente capaz de detectar luz infravermelha. Como o comprimento de onda da luz se estica ao atravessar grandes distâncias, em razão da expansão cósmica, o que era ultravioleta lá nos confins do Universo chega aqui já como infravermelho.
“A gente vai conseguir então ver as primeiras galáxias, [que se formaram há] 13,5, 13,4 bilhões de anos. Essa é a ideia de observar com o James Webb, e é isso que eu quero fazer também — quero ver ‘baby galaxies’, galáxias bebezinhas, se formando”, conta Duília.
Os resultados que o novo telescópio trará com exoplanetas também empolgam a cientista. “Depois vamos ter de ter uma missão dedicada a exoplanetas, mas com o James Webb já se espera que se possa fazer alguma coisa transformadora, algo que vá ser legal.”
Em termos de pesquisa de exoplanetas, o foco estará sobre os mundos a orbitar estrelas menores e menos brilhantes — as anãs vermelhas, como Proxima Centauri, a estrela mais próxima do Sol. Contudo, há grande discussão entre os astrônomos se planetas na zona habitável dessas estrelas poderiam ou não ter ambientes favoráveis à vida. O James Webb pode ser o tira-teima neste caso.
Antes que ele possa fazer isso, contudo, o telescópio precisa ser lançado e funcionar corretamente. E Duília de Mello afirma que, no momento, esta é a maior preocupação de todos os envolvidos com o projeto. “Ele vai abrir [no espaço] igual a um guarda-chuvinha, e são 65 pontos de abertura. Se um desses der errado, são muitos bilhões de dólares, muita gente a perder o sono. Essa é a ansiedade atual.”
Confira a seguir o que Duília de Mello tem a dizer sobre a inserção das mulheres na ciência, o que está reservado para o futuro do Hubble, qual telescópio a Nasa pretende lançar depois do James Webb, que pesquisas ela está conduzindo agora e qual foi a grande questão científica que já chegou a tirar seu sono, na entrevista completa.
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salvador você sabe dizer a resolução do telescopio(px)dpi?
Que eu saiba, ninguém calcula resolução de telescópio em pixels ou dots per inch.
A resolução do sensor” em qualquer unidade que esteja!
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sensor_de_imagem!
vê se você consegue descobrir!
O sensor é uma coisa, o telescópio é outra. O sensor (normalmente um CCD) transforma fótons em imagem digital, e tem resolução medida em pixels. O telescópio é o conjunto de espelhos e lentes que colhe e direciona a luz. A resolução dele é medida em arcossegundos, que é o ângulo mínimo em que ele consegue “resolver” um objeto, ou seja, distingui-lo.
To querendo saber a resolução máxima dos dois; o sensor e o telescópio, já que se presume que este tenha a capacidade de ver as galaxias mais distantes, deve ter resolução bastante apurada(aperfeiçoada)(alta).
se conseguir passa para nós!l
Cada instrumento tem sua própria resolução. A do telescópio em si é esta:
Webb will have an angular resolution of somewhat better than 0.1 arc-seconds at a wavelength of 2 micrometers (one degree = 60 arc-minutes = 3600 arc-seconds). Seeing at a resolution of 0.1 arc-second means that Webb could see details the size of a US penny at a distance of about 24 miles (40 km), or a regulation soccer ball at a distance of 340 miles (550 km).
Vai dar pra ver um olho eclodindo a 40 km de distância. 🙂
Salvador,prezado e brilhante divulgador da Ciência e Astronomia,td azul? sou fascinado pelo Universo desde criança e como já sou “idoso’…rsrs…64 anos,resolvi escrever artigos sobre astronomia que chama-se “Kosmos”com K para não copiar nosso maior mestre Carl Sagan.Há 2 anos escrevo no pequeno jornal chamado “O SerraNegrense” pq moro nesta deliciosa cidade de Serra Negra(SP) e os leitores estão gostando. Aqui tem um céu limpido e maravilhoso e sonho um dia montar um Polo Astronômico aqui com bons telescópios,etc. O único perto daqui fica na cidade de Amparo. Estou fascinado com as suas “Conexões” e a minha primeira palestra vista sobre o Cosmos foi do pp Marcelo Gleiser,sensacional! Acompanho tua coluna há tempos e perdoe por me apresentar aqui. Sigo te acompanhando e breve te lanço umas questões.//gratíssimo e abraços // Vicente
Vicente, prazer em travar contato contigo! E obrigado pelos elogios! Abraço!
Salvador,td azul? grato pela sua resposta e ótimo domingo pra vc ! hj alguns sites estão confirmando a notícia de que o CERN descobriu uma “nova”partícula (outro quark/bárion) é fidedigno este comunicado.? Toda vez q. acontece isto me animo em ver mais indícios do que seria a “energia escura” ou se não tem nada a ver… como o Marcelo Gleiser falou no teu CONEXÂO :pode ser q.não tenha nada a ver…o que tb é empolgante pq abre outros caminhos e perspectivas…O que vc pensa,por gentileza ? excelentes as entrevistas da Duilia e Livio !! abraços !
Vicente, bom domingo. É, coloca aspas nesse “nova” aí. É só um novo arranjo de trios de quarks, mas que já era esperado — nada além da física já contemplada no Modelo Padrão.
http://home.cern/about/updates/2017/07/lhcb-announces-charming-new-particle
Valeu pelos elogios às entrevistas! Vem mais coisa boa por aí! 🙂
Off topic.
Salvador, uma sugestão: aproveitar os 10 anos que o astronauta (ou seria cosmonauta, já que utilizou a Soiuz?) brasileiro passou pela ISS e fazer uma lista de 10 descobertas realizadas pelos experimentos em micro gravidade que ajudam as pessoas aqui em baixo (duro vai ser escolher apenas 10).
Boa! Fez 11 anos em março, na verdade. Abraço!
Salvador boa tarde! Me desculpe se está no vídeo, pois ainda não assisti, mas gostaria de fazer uma pergunta sobre o James Webb: ja está definido quem será responsável pelo lançamento, se a própria NASA ou existe alguma chance de a SpaceX lançá-lo?
Aproveitando e emendando outra pergunta: considerando que é um projeto de anos ou mesmo décadas, quais seriam as consequências de um lançamento mal sucedido? Obviamente atraso no cronograma mas na prática daria para simplesmente construir outro James Webb e lançá-lo em alguns anos? Ou faria mais sentido cancelar o projeto e lançar um outro telescópio com projeto totalmente “novo”?
Quem vai lançá-lo é a Arianespace. O Ariane 5 é o único foguete em funcionamento que tem a capacidade e o histórico de confiabilidade requeridos. A SpaceX talvez pudesse fazê-lo com o Falcon Heavy, mas esse foguete novo não fez nem um voo sequer ainda; não sabemos quão confiável ele é. Por isso optaram pelo Ariane 5. (Lembrando que o JW, assim como o Hubble, tem parceria com a ESA, o que facilita a negociação para o voo com a Arianespace.)
Acho que, se o Webb falhar, não teremos outro igual. A Nasa seguirá direto para o WFIRST. Não há previsão de construção de um segundo Webb, e o primeiro já estourou brutalmente seu orçamento original…
Para quem tem criança, vale a pena baixar esse livro gratuito da grande Duília:
http://duiliademello.com/AsAventurasDePedro_Duilia_de_Mello.pdf
Quando o Salva divulgou aqui, eu imprimi para meus filhos que acharam da hora (e eu que sou suspeito, também).
Grande dica, Fernando! Gratissimo! Grande sugestão, embora vejamos no dia-a-dia o interesse dos mesmos nas teclas dos cel’s…A esperança é a última que morre…ou única…?
Muito bons esclarecimentos. Podemos entender que poderia detectar vida também?
Em qual nível? Uma civilização , por exemplo?
Olha, o Webb, se tanto, poderá detectar bioassinaturas na atmosfera de outros planetas — em essência, gases em desequilíbrio químico, como O2 e CH4. Civilização seria difícil, bem difícil.
ÔPA!!! Se entendi bem, vai ser necessário algum tipo de hack no WFirst??
Qualquer coisa, podem contar comigo!! 😀 Adoro tirar água de pedra!! (alterar a programação de equipamentos limitados para que eles passem a fazer além daquilo para o que foram projetados! 😀 )
Não é bem um hack. O NRO doou o telescópio, e a Nasa precisa fabricar os instrumentos — ou seja, os equipamentos que, acoplados ao telescópio, analisam a luz e/ou produzem imagens.
Olha, eu não estou no projeto do James Webb, não trabalho lá, não coloquei nenhum dinheiro… mas me da um nó estomago quando penso no lançamento, posicionamento, abertura e outros incontáveis processos que deverão ocorrer sem nenhuma falha para que tudo seja um sucesso.
Torço muito pelo projeto, por todos aqueles que dedicam tanto esforço por algo tão grandioso. Acompanho noticias a respeito a muito tempo e não vejo a hora dos olhos do JW abrir seus olhos para o Universo.
Para aqueles que amam astronomia (acredito que todos aqui no blog) será um dia de comemoração! O mundo vai comemorar 🙂
Este telescópio é aberto assim, não tem o espelho protegido como o Hubble tem?
Não. É aberto.
O espelho não ficaria muito vulnerável com a ausência da proteção?
Isso é o que vamos descobrir. Nos estudos originais, presumiu-se que ele podia ficar bem nessas condições. Mas, em exploração espacial, não SABEMOS realmente até fazermos. Um exemplo recente: a Cassini, nos seus primeiros sobrevoos entre Saturno e os anéis, esperava ser atingida por várias partículas deles, o que levou os engenheiros a programarem o voo com a antena na frente, para proteger a eletrônica. No fim, constataram que houve quase nenhum impacto, e que a medida era desnecessária. Mas só sabem disso porque tentaram a manobra.
ele tem uma blindagem na parte de baixo, o telescópio se posiciona para usar a blindagem contra os ventos solares.
Super simpática a Dra. Duília.
Alguém sabe me dizer se dois objetos que se aproximam da Terra – vindos do espaço exterior do sistema solar – em posições paralelas e na mesma velocidade, separados paralelamente por X mts. Quando chegarem ao solo terrestre permanecerão separados por X mts, ou essa medida sofrerá alguma modificação para mais ou para menos devido a distorção espacial causada pela gravidade do planeta?
A gravidade certamente afetará a trajetória, mas muito pouco.
Obrigado Salvador. Mas afetará para mais ou para menos? Quero dizer: A distância entre os dois corpos aqui no planeta será maior ou menor que a distância entre ambos quando se encontravam fora dos efeitos da gravidade planetária?
Como a atração exercida sobre eles apontará para o centro da Terra, o vetor resultante os aproximará.
Ok. Isso nos leva a concluir que existe menos espaço próximo a corpos com massa. Essa informação é verdadeira? Durante a viagem dos dois corpos pelo espaço, apesar de estarem em trajetórias paralelas eles estão se aproximando um do outro, pois o espaço que os separa está ficando menor enquanto se aproximam do planeta. É isso? Compreendi corretamente?
Não, na verdade o espaço se estica ao redor de objetos com massa. Você está tentando usar um raciocínio relativista, que só se aplica para valer a coisas em velocidades relativísticas, e descartando o óbvio efeito newtoniano da gravidade. A quantidade de esticamento do espaço pela gravidade terrestre é ínfima se comparada à mudança no vetor aceleração que ela produz no objeto.
difícil de responder sem conhecer as condições iniciais do problema… se estes dois objetos estiverem girando um em torno do outro, em torno do centro de gravidade do sistema, esta separação tende a se manter. Mas se neste ponto de partida um estiver “parado” em relação ao outro, provavelmente a gravidade mútua dos objetos vai aproximá-los cada vez mais, e eles podem até atingir a terra depois de se fundirem no meio do caminho…
Eles não estão girando em torno de um centro comum David. Estão em aproximação paralela sendo atraídos pela gravidade do Planeta. A distância entre eles não os afeta mutuamente gravitacionalmente.
Com esses dados fica mais fácil a resolução da minha dúvida?
Obrigado.
Obrigado Salvador. Desculpe se minha visão lhe pareceu relativística, apesar de achar que quando você fala em “raciocínio relativista” está se referindo à física e não à filosofia. Você escreveu: “…o espaço se estica ao redor de objetos com massa”. É a partir dessa constatação que teço o seguinte comentário: Se você tiver milhares de objetos se aproximando – DE TODOS OS LADOS DA ESFERA – de um corpo esférico com grande massa, na visão de um desses objetos, que hipoteticamente só pode vislumbrar um pequeno raio à sua volta, todos os outros objetos dentro de seu raio de visão lhe parecerão estar se afastando concorda?
É isso. Na visão do referido objeto, que não é capaz de perceber visualmente a esfera que o atrai, lhe parecerá que o espaço está se esticando em toda sua volta – como de fato está -.
Ou seja: Todos estão se encaminhando para o mesmo centro, mas o “esticamento” do espaço os afasta cada vez mais rapidamente, conforme se aproximam do centro, uns dos outros.
Neste cenário a Energia Escura pode ser descartada e dar lugar às distorções gravitacionais que tão bem já conhecemos.
Sei que esse papo já tá ficando cansativo. Peco desculpas, mas isso não está me deixando dormir à noite… rsrsrsrs
Entendi onde você quer chegar. Mas aí você precisa presumir que o efeito gravitacional relativístico é mais forte que o newtoniano. Não é. Mesmo que o espaço se estique quando mais perto do ponto de origem do campo gravitacional (relatividade), a aceleração gravitacional é mais que suficiente para aproximar os objetos, e não afastá-los.
Se a gravidade fosse a origem da energia escura, veríamos o esticamento nas menores escalas, como nos arredores de planetas e estrelas. Não é o caso.
Valew. Preciso me aprofundar mais. Obrigado.
Você poderia explicar para um leigo, como eu, como se processa a aceleração gravitacional?
Como assim, como se processa?
Você sabe, só usar a fórmula de Newton… Fg=M1xM2xG/d^2
Ainda há o efeito de gravidade mútua entre os dois objetos que, mesmo sendo muito pequena, causará uma aceleração que com tempo suficiente fará eles se colidirem ou começarem a orbitar um ao outro (desconsiderando os efeitos de outros corpos durante o caminho).
Oi Bruno. Se considerarmos a distância (X mts) entre os dois corpos grande o suficiente para não exercer gravidade mútua, qual você imagina que será a distância que os separa? Maior ou menor que X mts?
Minha dúvida quanto a como se processa (e não quanto a como se mensura) a aceleração gravitacional – em termos –persiste.
Vejo o processo da seguinte maneira: O espaço próximo a um determinado corpo com massa está esticado em ”W volumes”. O espaço próximo a outro corpo com massa menor está esticado em “W-Y volumes”. Quando o espaço dos dois corpos se tocam, o volume do primeiro distorce o volume do segundo que, por determinação de sua condição física, tem a tendência em permanecer inalterado. Essa tendência em permanecer inalterado, mesmo não estando, arrasta todo o volume do espaço do corpo dois em direção ao volume do espaço maior, adentrando cada vez mais ao espaço do corpo primeiro. A aceleração, neste caso, se dá porque quanto mais o volume menor adentra o volume maior, também maior é o espaço que ele encontra a todo instante. Como a distorção do volume menor causada pelo volume maior aumenta, emerge a aceleração gravitacional em questão.
Oi Salvador,
Provavelmente vou fazer a pergunta mais estúpida que você já viu, mas fiquei pensando (o que não é meu forte) depois que vi a entrevista: se “apontarmos” um telescópio para 5 bilhões de anos atrás, dado que o universo é uma espécie de esfera (é?), seria possível localizar a formação do sistema solar? Desculpe se machuquei algum neurônio seu com essa questão.
Hehehe, a pergunta é honesta, mas o Universo não é uma esfera. Até onde podemos medir, ele é plano em todas as direções, ou seja, infinito em todas as direções. Então a luz do passado do Sistema Solar não tem como “dar a volta no Universo” e chegar de volta até nós.
ou o “raio” de sua hiperesfera é tão gigantesco que para todos os efeitos, pelo menos na “pequena” vizinhança do universo observável (isto é, que não está se afastando de nós a velocidades supralumiares), ele nos é suficientemente plano.
sobre observar nosso próprio sol no passado, só se o universo tivesse um hiper-raio de 5bilhões/2pi anos luz e a luz desse a volta nele e chegasse até nós de novo agora, como disse o Salvador. nas condições atuais, apenas ets distantes de nós 5 bilhões de anos luz poderiam estar, neste exato momento, observando o nascimento de nosso sol… num universo plano (ou suficientemente plano para todos os propósitos) esta informação se afastou de nós e não temos mais como captá-la. mas consideramos aqui o valioso Princípio Copernicano de que não estamos em uma posição de observação privilegiada, e que o universo é igual independente de onde nós o observemos. assim podemos ficar seguros de que o nascimento de um outro sol parecido com o nosso, a 5 bilhões de anos luz, é bem parecido com o nosso próprio sol, e estudá-lo como se estivéssemos estudando o nosso no passado! 🙂
O tempo astronômico é como uma onda que caminha até chegar aqui. O Sol que vemos agora é o de 8 minutos ( aproximadamente) atrás; o Sol de agora só o conseguiremos ver daqui a 8 minutos. Mas não conseguiremos ver daqui o Sol de 10 minutos atrás a não ser por uma foto tirada há exatos 2 minutos, certo Salvador?.
Isso.
Oi Salvador
Veja o seguinte trecho do artigo:
“ Por essa razão, e diferentemente do Hubble, o novo telescópio será um observatório exclusivamente capaz de detectar luz infravermelha. Como o comprimento de onda da luz se estica ao atravessar grandes distâncias, em razão da expansão cósmica, o que era ultravioleta lá nos confins do Universo chega aqui já como infravermelho.”
A explicação acima a meu ver não está muito correta.
O mais correto é que há um desvio no espectro em direção ao vermelho para os objetos que se afastam, isso no caso da luz visível, mas pode ser estendido para ultravioleta e infravermelho; é o famoso efeito Doppler que ocorre também nas ondas sonoras (por exemplo as sirenes de ambulâncias). Como essas galáxias mais distantes se afastam com maior velocidade dai é possível segundo o efeito Doppler que uma frequência originalmente no ultravioleta seja detectada aqui como infravermelho. O efeito em questão vale para grandes ou pequenas distâncias( a da ambulância, por exemplo).
Valmir, existem as duas coisas, o efeito Doppler e o redshift relativístico. O primeiro é pela velocidade de recessão, o segundo é pelo esticamento do espaço. Nas “curtas” distâncias (curtas entre aspas, nas galáxias vizinhas) vale mais o Doppler (tanto que Andrômeda tem blueshift, não redshift; está se aproximando!), mas nas distâncias cosmológicas (das quais estávamos falando, afinal, é o campo ultraprofundo do Hubble) vale mais o redshift relativístico. 😉
Correto Salvador, no texto quando se escreve que “a onda estica” equivale a dizer que a frequência diminui (redshift , ou melhor, infraredshift) pelo Doppler. No caso “blueshift” a frequência aumenta , ou seja, a onda comprime. Acho que o mesmo efeito Doppler vale qualquer que seja a distância.
O efeito Doppler vale independentemente da distância. O que quis dizer é que a luz de galáxias distantes se desvia para o vermelho muito mais pelo redshift cosmológico — o esticamento do espaço — do que pela velocidade de deslocamento da galáxia (efeito Doppler).
Salvador, uma dúvida: qual seria o termo em inglês para “zona habitável”? Confesso que tenho assistido a alguns vídeos em Inglês mas nunca consigo entender o bendito termo.
Abraços
Habitable zone. Ou também costumam usar o popular “Goldilocks zone”, que é a zona “Cachinhos de Ouro”, uma personagem de conto infantil que gostava da sopa do jeito certo, nem muito quente, nem muito fria!
Ah, foi esse termo “Goldilocks zone”… hehehehe
Muito obrigado, Salvador!
… ainda não vi o vídeo, mas sabia que a entrevistada me era familiar. Fui procurar na minha pasta de Astronomia e… bingo! http://mulherdasestrelas.com/
Um belo site, com um projeto que merece total apoio e divulgação.
Como teoricamente seria ver o limite do Universo observável? Apenas escuridão? Ou algum reflexo da radiação cósmica de fundo ou algo do tipo?
No limite do Universo observável tem a radiação cósmica de fundo, que só se vê em micro-ondas. Observando em outras frequências não se veria nada.
Mas salvador, ai me bate a dúvida, se o big bang foi uma enorme “explosão” ou “expansão” energética, nós nunca conseguiríamos captar o momento exato dessa enorme liberação de energia (que acredito que deve ter sido acompanhada de uma enorme liberação luz) ?? Ou seja, eu imaginava o Big Bang como uma enorme liberação de energia e luz, e não somente uma expansão fria e sem luz…
Não, não conseguiríamos, porque os instantes iniciais do Universo eram tão densos que a luz não conseguia transitar — logo batia em alguma outra partícula. A radiação cósmica de fundo é justamente um eco luminoso do Big Bang, que podemos ver porque foi emitida no momento em que ele se tornou pouco denso a ponto de deixar a luz passar. Ou seja, foi nesse momento que o Universo ficou “transparente”. A luz tava ricocheteando no Universo, sendo emitida e reemitida a cada contato com uma partícula, até a densidade cair a ponto de libertá-la. Aí ela fluiu livremente, e ISTO é a radiação cósmica de fundo. Ela foi emitida pouco menos de 400 mil anos após o Big Bang (antes disso o Universo era “opaco”) e, naturalmente, envolvia luz de altíssima energia, naipe raios gama (pequeno comprimento de onda). Mas sua viagem pelo Universo em expansão nos últimos 13,8 bilhões de anos “esticou” o comprimento de onda, e por isso ela é vista na frequência das micro-ondas.
Nossa, de raios gama foi pra micro-ondas? Será que chegou a se tornar luz visível?
Certamente chegou.
Parabéns Salvador, seguindo meu comentário, você está mais magro, menos “baleado”, com melhor aparência. Com a cara, infelizmente não há nada que se possa fazer.
Com relação a Duília, o interesse dela surgiu para ter um emprego, como qualquer outro. Que trabalhasse pouco e fosse bem mantida economicamente.
O Universo é instantâneo, sai dessa de querer ver o passado, isso é coisa de babaca.
Por outro lado, quando tiver vontade de dizer algo diga sem culpa, não precisa de mascarar de Eu tm, ou qualquer outro personagem de ficção, já chega o mundo que vive. abraços
Cara, você está enganadíssimo. Estou no maior peso dos últimos quatro anos e precisando urgentemente de dieta. Talvez você devesse consultar um oftalmologista.
E eu não sou o EuTM. Esse debate é tão velho quanto o blog, e achei que já tínhamos superado.
Não existe a possibilidade de não ser você, “porque” caso não o fosse, o pobre coitado já estaria morto, desde o momento que tomou o seu primeiro banho de imersão. “Por que” insiste em negá-lo? Já que falou toda a bobagem, atribuída ao TM. “Por que” negá-lo? “Por quê”? O “porquê” de estar conversando é que creio que você tem uma mente aberta e descobrirá os seus erros. E, apesar de não ser consenso, é o que podemos dizer dos porquê.
Eu não sou o EuTM, e há vários visitantes deste espaço que conhecem a identidade do EuTM. Ele é meu amigo — aliás, tornou-se meu amigo aqui neste espaço, antes disso não o conhecia, e em geral concordo com suas opiniões, ainda que não com a brutalidade com que ele por vezes as expõe. Contudo, com o passar dos anos, tenho entendido cada vez mais sua postura ácida. É duro tolerar obscurantismo por anos a fio e permanecer calmo e paciente. Falo por experiência própria neste caso.
Salvador, cheguei a tentar assistir a um filme do tal “Chico Xavier” e eu prefiro até não comentar diretamente sobre o “vidente” em si, mas da proposta hipócrita apresentada no filme. Simplesmente não aguentei mais que 15 minutos e isso pulando um monte de babaquice. Enfim, ficam o tempo todo alfinetando quem não acredita naquelas baboseiras inventadas e não demonstram nada lógico ou coerente, funciona como sempre se vê na imaginação dos supostos religiosos: quem não acredita, vai para o inferno ou passa um tempo no purgatório, mas se acredita já passa batido aos céus da divindade. Mas o mais interessante é que, ao menos a visão espírita apresentada é muito materialista, pois, eles se apegam demais aos mesmos elementos dos vivos e misturam a morte como apenas uma vida do espírito que se reencarna.
convenhamos, nada foi detectado experimentalmente em se tratando de espíritos ou anjos celestiais, afinal, se os crentes afirmam que o mundo é cheio deles, então, o que impede que almas penadas deem sinais nos experimentos ultrassensíveis que temos? O motivo é: deuses e espíritos não existem.
Acabo de barrar um comentário seu. Sem racismo, OK?
Mas, concorde comigo, só pode ser e daqueles luzentes e caso contrário, su8a alma o é.
Você é nojento, e seu racismo é nojento. E quanto a isso não há dúvida. Você é outro que está pedindo cartão vermelho. E vai levar. Porque a minha época de paciência budista já foi.
Instantâneo? Não é não.
Tudo, absolutamente tudo, que vc olha é o passado que vê.
Quanto mais longe, “mais passado fica”.
Até mesmo a a palavra “instantâneo” que vc escreve na tela do seu computador quando chega aos seus olhos já passado. É impossível ver o instantâneo de qualquer coisa.
Afinal, tudo que vc vê nada mais é que fótons, e fótons necessitam viajar pelo espaço e isso toma tempo… sabendo disso até uma criança de 5 anos deduz o restante.
Não me referi a um observador. Disse que o Universo é instantâneo, existe no presente.
Essa é uma afirmação difícil de fazer, uma vez que todos os sinais que você recebe do Universo — todos, sem exceção — vieram do passado. Para não dizer todos, temos a “ação fantasmagórica à distância” de Einstein que, justamente por ser instantânea, viola a causalidade. Se você acredita em causalidade, precisa descartar o presente. 😛
Todos os sinais vieram do passado é outra estória: até que tempo? Donde quando não explicadas pelas numerosas teorias, quando não satisfeitas, alicerçam-se na mecânica quântica, que extrapola a física, em explicações metafísicas e quando chegam ao paradoxo, atingem o desinteresse, partindo para outras teorias que seguem o mesmo caminho.
Enganadíssimo. Tanto faz até que tempo. O fato objetivo é: não temos evidências do “presente”. 😛
Isso não é um comentário, é uma aberração! Uma vez que existe um contexto, deveria focar no desenvolvimento do mesmo, e auspiciar a obra do artefato científico em questão.
Não me interessa o artefato, nem seu desenvolvimento e sim o objetivo a que se propõe. No caso específico, mais um devaneio desses cabelos desalinhados, ou para algum investidor que consigam convencer.
Não estou falando do desenvolvimento ou fabricação do artefato, e sim no desenvolvimento do texto para comentário, focando o contexto que está aí, que fala sobre o telescópio James Webb e sua projeção ou parecer que vai ser lançado no ano que vem. A opinião é que vale aqui.
Percebe-se que você não é tão antigo por aqui, apesar de comentar sempre. O Eu TM já se apresentou por aqui e pra quem frequenta também o canal do MS no YouTube, fica fácil saber quem é.
Se eu te mandar tomar no cu aqui você acredita que não preciso de um “pseudônimo” para falar livremente o que penso? 😛
TM? Só se for no you “toba” em MS (Mato Grosso do Sul).
hauhauhauahu que bêbado inútil esse Oswaldo.
O sino para alimentação muares ainda não tocou.
Salvador, vc poderia comentar um pouco sobre os detalhes do telescópio em si? Aqueles hexágonos, por exemplo, qual a função? Não sei se ela explica na entrevista, ainda não deu pra ver…
Os hexágonos são segmentos do espelho. Juntos, eles formam o espelho principal — segmentado — de 6,5 metros de diâmetro.
O espelho é segmentado para facilitar na hora do lançamento ou o conjunto já vai para o espaço em sua configuração final?
Exatamente! É segmentado para ir dobrado no foguete. 😉
Adorei a entrevista, ótimas perguntas do entrevistador e excelentes repostas da entrevistada que além de brilhante é bem humorada e esbanja simpatia! Por mais mulheres da ciência e em todos os seguimentos da sociedade.
Bom dia Salvador.
Pode pergunta e resposta para mais leigo ainda ???
Qual diferencial para uma observação do espaço hiper ultra etc profundo e de uma observação ” menos ” profundo ? Seria o tempo de exposição? Uma vez que se aponta o telescópio na mesma direção?
Abraços
Duas coisas: o tempo de exposição sem dúvida é importante, porque quanto mais longe estiver o objeto, menos fótons (partículas de luz) dele vão chegar de cada vez até você. Mas também tem a faixa de frequências do instrumento. Como a Duília diz na entrevista, em ultravioleta você só consegue ver até uns 5 bilhões de anos-luz. Mais longe que isso, vai precisar ir para comprimentos de onda maiores, porque a luz ultravioleta do passado se esticou no caminho até você e chega em outra faixa de frequência (visível, infravermelho etc.).
Obrigado.
Segue outra………. ( me parece que vc já falou alguma coisa neste sentido anteriormente )
Hipoteticamente. Se uma galaxia “A” foi observada a uma distancia “X”, ela podeira também ser observada a uma distância “2X”, por exemplo? Ou seja veríamos o mesmo objeto em dois momentos no tempo?
Valeu
Não. O que você pode é ver imagens múltiplas de um mesmo objeto, separadas no tempo por um curto período, quando elas são fruto de uma lente gravitacional (que faz parte da luz ir por um caminho ligeiramente mais curto e outro ligeiramente mais comprido).
isto vai ser maravilhoso para a ciência, poderemos até saber se existem planetas parecidos com a Terra, tomara que dé tudo certo com a missão. Boa sorte para a Nasa.
Fantástica essa cientista brasileira, que nos passa informações quentes do centro dos acontecimentos. O incrível é seu altíssimo intelecto, muito superior nessa área a qualquer físico brasileiro daqui. Pelo menos temos alguém no centro do furacão para nos passar essas incríveis informações, tão carentes que estamos disso. Ainda fará uma grande pesquisa e poderá estar perto de talvez um dia ganhar um Nobel como ocorreu ultimamente na astrofísica. Faltou lhe perguntar se ela já esteve no Alma do Chile, ou diferença entre os telescópios terrestres e espaciais. Salvador, voce é outro fantástico, talvez o único a nos dar essas interações diretas do Br com altos cientistas do mundo, principalmente brasileiros.Continue assim Salvador (talvez a próxima contigo seria a Houzel, se fosse da tua área).
Sim, quero entrevistar a Houzel! 🙂
Salvador, posso usar esse espaço pra pedir uma coisa a outro leitor assíduo seu?
GILBERTO PASSAGNO,
Vc pode enviar de novo alguns links para arquivos que estão no Google Drive que vc tinha postado em outro post?
Achei aquilo interessante pra caramba e gostaria de usar o material em sala de aula. Posso?
Tenho conta no Dropbox, vc tem esses arquivos lá também?
Huahuahuahua!
porque será que quando o cara é inútil e fútil e diz pérolas inventadas da cabeça, sem qualquer fundamento mínimo, é tido como entendedor do correto. Tipo Chico Xavier, nesses dias estão requentando uma gravação fajuta na Globo.com como se fosse testada e aprovada como sendo “de dois espíritos onde um deles é de anjo celestial”.
mas que coisa, não é? Se a gente sobe aos “céus” encontra radiação brutal ou frio extremo (claro, não existe oxigênio e não é possível respirar). Apenas seres microscópicos podem sobreviver em certas ocasiões quando cessam suas atividades metabólicas, ou seja, vira um cristal (para resumir o que acontece). Então, o tal paraíso é pura imaginação. Claro que é uma pena, podia ser verdade, mas não é como imaginam e não há lugar mágico.
se o povinho “sabe tudo” da briba tivesse conhecimento que o “céu” era assim, uma porcaria para viver, diriam que lá seria o inferno e que aqui, na Terra, seria o paraíso. Talvez assim pensassem em querer desenvolver mais rapidamente a Ciência ao invés de ficar com caras de bundas. Por que? A morte é o fim de tudo, pronto. Então, o mais importante é buscar nossa prolongamento na Terra com mais e maior qualidade.
agora, quero meus R$ 300,00 por cabeça porque falei verdades aqui. Salvador vai gerenciar o recebimento.
Hahaha, o pessoal só paga por mentiras reconfortantes, não por verdades inconvenientes. 😛
se a pessoa vai no pastor ou qualquer outro mentiroso, terá de contribuir eternamente e ainda aguentar um monte de babaquices do tipo “deus vê que vc pode doar mais” ou “quanto mais doar, mais deus lhe ajudará” e daí associam dinheiro com os tais anjos e deuses que são piores do que o fisco e sabem quanto tem na sua carteira e vão cobrar bem na porteira dos céus. Com isso, e muito mais, o cara perde 70 vezes 70 os R$ 300,00 que estou cobrando e são administrados pelo Salvador.
estamos salvando o povo dos mentirosos, não precisa nos pagar sempre, deus está vendo que podem pagar mais e esse mesmo deus tá é nem aí se pagou ou deixou de pagar, aliás, “ele” tá nem aí pra porcaria nenhuma e até parece que algo superpoderoso vai se preocupar com gente. Daí basta ver as pesquisas científicas que mostram claramente que não há lógica em haver tantos planetas disponíveis mas uma miséria pode abrigar vida. Até Marte e Vênus poderiam abrigar vida como a nossa e não há nada neles e isso demonstra como a vida humana e de qualquer outro animal não tem importância para o Universo ou para um deus.
abrimos os olhos das pessoas para fatos irrefutáveis, portanto, quem leu isso nos deve R$ 300,00 e pode pagar ao Salvador (pela matéria do Salvador já precisa acrescentar mais R$ 150,00), porém, aquele mais humilde, pode doar a quantia que tiver no bolso que já tá bom e pode ficar tranquilo porque não haverá cobrança extra ou psicológica pra humilhar sua pessoa por doar menos.
Amigo, por favor, prove que anjos celestiais não podem existir.
é uma questão estrutural, então, a organização de seres vivos evolui com o tempo e são milhares de anos até chegarmos onde estamos. Antes, nem minhoca havia e a competição por alimento foi forçando espécies a serem selecionadas, por exemplo, nascia um organismo com um defeito e esse seria uma patinha pouco funcional, mas ajudava a fugir do predador, pronto, quem não tinha patinhas era devorado. É assim que funciona.
anjos celestiais são invenções decorrentes de elementos macroscópicos observados do cotidiano como aves, vento e sol. Como o homem da antiguidade não tinha ideia do que se tratava cada elemento, ele associava ao que lhe convinha ser mais fácil: deuses. Daí surgiram vários, principalmente o deus Sol que foi um dos inaugurais que depois foi sendo substituído por outros deuses, afinal, foram percebendo que o tal “deus” Sol não se importava com nada e estava mais para um objeto do que para um deus. Como as pessoas não admitem que alguém venha existir sem outro transando com a mãe do amigo, então, deus da bíblia não passa de mais um dos deuses que vieram de outros deuses e que vieram de outros deuses. Fim da ridícula história.
Você disse o que acha que eles são. Não provou a impossibilidade de sua inexistência.
Quanto mais eu rezo…
qual assunto?
você pode escrever gil no buscador ao lado da pagina acima a direita no google chome, e ir percorrendo matéria por matéria facilita,ai você passa nas cetas para baixo do buscador
não esquece de reverter paginas para comentários anteriores no final.
haaaaaaaaaaahahsuhashahahahahahah
Hoje é sexta! Dia de maldade! Deve ser isso!
aaaaaaaa esse é Trollllllllllllll…..hehehe
Certeza. Mas morri de rir. 🙂
Gilberto Pessagno fazendo discípulos, Huahuauuuuu, alguns aqui vão pirar!!!!!!kkkkkkkkkkkk
Legal o papo com a dra. Duilia de Melo. Parabéns mais uma vez Salvador