Astronomia: Missão, desviar asteroide

Salvador Nogueira

Nasa dá sinal verde para desenvolver missão que testará capacidade de desviar asteroide.

NO ATAQUE
A primeira missão destinada a demonstrar a capacidade de desviar o curso de um asteroide ganhou sinal verde da Nasa para entrar na fase de projeto. O alvo é o asteroide duplo Dídimo, descoberto em 1996. O objetivo é atingi-lo em outubro de 2022.

DUPLA DINÂMICA
Composto por dois asteroides, um de 750 metros e outro de 170 metros, o Dídimo é um dos milhares de membros da população de NEOs, sigla inglesa para “objetos próximos à Terra”. Ele completa uma volta ao redor do Sol a cada 770 dias e passa periodicamente perto do nosso planeta, mas não ofecere risco de colisão. A ideia da missão é testar nossa capacidade de desviar um bólido espacial de uma iminente colisão com a Terra, caso tenhamos aviso prévio suficiente.

O MELHOR CANDIDATO
A escolha do Dídimo como alvo para o teste tem duas razões principais. Sua órbita faz com que ele seja facilmente alcançável a partir da Terra — a variação de velocidade exigida para ir da órbita terrestre até ele, num momento apropriado, chega a ser menor do que a requerida para ir até a Lua. Além disso, por ser um astro binário, é muito mais fácil medir modificações na órbita de um de seus membros causadas pelo teste do que se fosse um único asteroide.

UM TIRO NO ESCURO
A espaçonave é chamada de Dart, sigla para Double Asteroid Redirection Test e uma brincadeira com a palavra “dardo”. Seu objetivo é demonstrar a técnica de “impacto cinético” — nome pomposo para “trombada”. Em essência, ela vai colidir com o menor dos membros do asteroide duplo e, com isso, tentar alterar sua órbita. O monitoramento do impacto será feito da Terra, mas também há discussões com a Agência Espacial Europeia para que ela mande uma segunda espaçonave, destinada a acompanhar de perto toda a ação.

HUMANITY WINS
Caso funcione, já teremos aí a primeira arma de defesa planetária contra a ameaça dos asteroides. Não custa lembrar nessa hora a clássica frase do escritor Arthur Clarke: “os dinossauros morreram porque não tinham programa espacial”.

BÔNUS: O CÉU DE JULHO
Confira as principais dicas de observação de fenômenos celestes deste mês, que incluem uma chuva de meteoros tripla, uma conjunção entre a Lua, Mercúrio e a estrela Regulus, e a melhor chance do ano de tentar ver o pequenino Plutão ao telescópio.

A coluna “Astronomia” é publicada às segundas-feiras, na Folha Ilustrada.

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Comentários

  1. Uma pergunta off topic….

    quanto tempo a força da gravidade de um objeto demora para alcançar outro objeto?

    Em outras palavras… se o Sol simplesmente se desintegrasse agora, a Terra sairia da órbita e seguiria em linha reta no mesmo instante? Ou demoraria algum tempo (8 minutos?) para que isso acontecesse?

    Entendeu, né? Se ‘colocar’ uma estrela à distância de 1UA do Sol, eles vão interagir gravitacionalmente no mesmo instante, ou demora um tempo até a gravidade (newtoniana) chegar até o outro?

    (a distorção do Espaço tempo vai se dar através das ondas gravitacionais, correto? Elas passam à velocidade da luz?).

    Não sei se fui claro.

        1. Dependendo do contexto (não sei aqui) falo da gravidade como mais conveniente. A versão einsteiniana é mais sofisticada, mas a newtoniana é mais fácil de visualizar e igualmente correta para campos gravitacionais modestos.

          1. Tanto uma quanto outra ‘avançam’ na velocidade da luz?

            Respondendo à pergunta lá em cima, então se o Sol se desintegrasse, a Terra permaneceria na órbita por 8 minutos?

          2. Não, a do Newton é instantânea. A do Einstein viaja à velocidade da luz. E sim, a Terra permaneceria em órbita por oito minutos.

          3. Na verdade, o fenômeno é o mesmo, mas Newton o explicou e elaborou um sistema de cálculos mais simplificado, voltado para o espaço tridimensional, enquanto que Einstein demonstrou que sua complexidade é muito maior, envolvendo o espaço-tempo, certo?

          4. É isso. E em regiões em que o espaço-tempo é aproximadamente plano, você pode usar a solução de Newton. Do mesmo jeito que as leis de Kepler são uma versão simplificada da gravidade de Newton.

  2. Acho muito bom Marcelo Gleiser fazer estreia da nova coluna semanal da Folha, ao lado do Salvador Nogueira. Na verdade já era colunista até alguns anos atrás. Mas me sinto muito melhor com a matéria do Salvador, fazendo comentários aqui, pois existem algo que acrescentam muito mais nos comentários também!

    1. Fiquei bem feliz com a volta do Gleiser à Folha. Quanto mais, melhor! 🙂

  3. Interessante. A Europa tem algum programa similar? Com a tecnologia existente podemos desviar todos os asteroides já conhecidos?

      1. Salvador, muito bom este post indicado no link. Aos colegas que se interessarem por mais informações sobre o assunto é uma excelente leitura. Acho que este tema deveria ser objeto de uma força tarefa global, organizado por sei lá quem, talvez a própria ONU. Mas não parece estar na relação de preocupações imediatas. Se formássemos um comitê que tivesse pelo menos um participante dinossauro o assunto ia andar rápido.

    1. Senhor, poderia transformar uns galões de água que eu tenho lá em casa em vinho?

  4. Salva, me corrija se eu estiver errado, falaram de ogiva nuclear e bombas e talz p desviar asteróides.. mas o principal componente destrutivo de qualquer bomba, é a expansão rápida e o deslocamento do meio em que se encontra criando ondas de choque, no caso de um meteoro, que não tem atmosfera, a bomba se detonada na superficie, iria abrir apenas uma bonita cratera, ja q as ondas de impacto seriam somente no sentido do solo onde ela encostar e a alteração de rota seria ínfima, o ideal não seria uma detonação subterrânea, como em uma pedreira?

    1. Sim! Abordei uns anos atrás um plano que consistia em um impacto cinético (como este do Dart) seguido por uma bomba atômica. Aí a bomba detonaria no fundo da cratera recém-criada pelo impacto cinético, otimizando a onda de choque para despedaçar o asteroide.

  5. O asteróide menor gira na órbita do maior, assim não corremos risco.
    Mas se essa dupla de asteróides estivessem girando em torno de um centro (um eixo imaginário entre eles) exatamente como Plutão e Caronte, aí sim poderia afetar o sistema em sí.

    Acho que seria isso.
    Abraços..

    1. A rigor, todos os sistemas duplos giram ao redor de um centro comum. A diferença em Plutão-Caronte é que o centro chega a estar fora de Plutão. No sistema Terra-Lua, quase chega. Mesmo assim, ainda que se mude o centro de gravidade, os dois corpos ainda estariam presos a ele em seu caminho ao redor do Sol.

  6. Olá, todos! Não sei se escreveram aqui hoje, mas gostaria de enfatizar:

    Hoje o Observatório Nacional colocou à disposição para download o Módulo 1 do Curso sobre o Sistema Solar 2017.

    O link a seguir apresenta o módulo e a página contém inscrição para aqueles que desejam fazer as provas online e obter o Certificado.

    Observem que não é necessário se inscrever para baixar o texto.

    https://daed.on.br/moodle/ead-2017/index.php?page=modulo-1

    Abraços a todos. Obrigado, Salvador, por permitir esse aviso. 🙂

    1. Rad, mandaram e-mail hj:

      O curso “O Sistema Solar” foi retirado do ar porque, inadvertidamente, foi divulgada uma versão não revisada do material.

      Vamos aguardar. :/

  7. O pessoal da Nasa tentando fazer um experimento pra ver se da certo, e os leitores aqui já com as respostas. Tamo bem na fita !!!

    1. Ih amigo, tás por fora…. o pessoal aqui é muito melhor que o da NASA, temos resposta pra tudo!

  8. Salvador, essa trombada seria para desviar um pouquinho a orbita do asteroide menor destruindo nosso equipamento, o que aconteceria se fosse disparado um míssil contra esse asteroide ? Tem como calcular os estragos com segurança ? Abraço.

    1. Edvaldo, uma explosão poderia dar impulso ainda maior que só a trombada. E tem como calcular, mas só testando para ver se o cálculo e a realidade coincidem. Abraço!

  9. A intenção é o desvio, mas este desvio não tem calculo exato, e se acontecer como uma bola de sinuca e coloca-lo em colisão com outro meteoro e este sim mudar a trajetória para a terra. Isso não tem como ter um calculo exato mas pode sim acontecer.

    1. Na verdade tem cálculo exato. O que se faz é confrontar o cálculo com a realidade para ver se bate. Mas nem levando em conta todo o espectro de probabilidades não há risco para a Terra.
      Pense em você atirando uma pedra. Há uma chance de você atingir a janela do vizinho, embora você tenha calculado a força para que isso não acontecesse. Mas, não importando o quanto você pode ter errado na hora de atirar, não há possibilidade de colocar a pedra em órbita.

  10. Porque não pulverizam logo com uma ou mais ogivas nucleares? Muito mais prático, seguro e eficaz do que chocar um ‘mosquito contra um elefante’. Hollywood deve estar certo.

    1. Porque o risco de lançar uma ogiva num foguete é grande demais para ser corrido sem uma real necessidade.

    2. Armar nucleares são poderosas, ma não tanto assim quanto muita gente imagina.
      Principalmente quando elas explodem no vácuo, sem uma atmosfera em volta para gerar ondas de choque (que é o que causa a maior parte dos estragos aqui na superfície do planeta…)

        1. Sim, aí o estrago deve ser grande! 🙂
          Mas o problema agora passa a ser como escavar o asteroide para colocar a bomba numa profundidade na qual ela possa fazer estragos, né?

  11. Apesar da nossa pequena evolução, a ciência em boa parte continua a se comportar como uma criança mal educada que joga lixo pela janela do carro, sem se preocupar com as consequências. Não há risco? Desculpe, mas baseado em que? algo como o ” o universo é meu quintal e eu faco o que quiser” . Como se o equilíbrio do universo pudesse ser determinado por uma raça que mal saiu do tempo que a terra era plana e considerada o centro do universo. Nosso conhecimento não atinge a compreensão do equilíbrio das forças do Universo. A Ciência poderia priorizar a solução dos problemas que NÓS estamos causando ao planeta, que são mais evidentemente prejudiciais do que um asteroide colidindo com a terra.

      1. Ok . Baseado nas leis de Newton. Mas sempre existira uma incerteza nos valores calculados que podem estar sujeitos a erros associados aos processos e equipamentos.
        Baseado nas leis de Newton podemos também explicar o fracasso do Schiaparelli em Marte.
        Acredito que da para demonstrar matematicamente a queda mas não para justificar nossa sucata interplanetária. É disso que estou falando. O que pode acontecer com esse experimento ? Não sei. Só acho desnecessário. Acredito ser Politicamente incorreto.
        Temos toda informação e conhecimento para saber do efeito de nossos experimentos no espaço?

        1. Se tivéssemos toda informação e conhecimento para saber do efeito de nossos experimentos no espaço, não precisaríamos fazê-los.
          Ainda assim, temos uma boa noção dos efeitos que nossos experimentos NÃO VÃO TER. Sabemos, ao mandar um rover para Marte, que não vamos contaminar Saturno. E sabemos que, ao tentar desviar a trajetória de Dídimo B, não vamos colocar o par Dídimo numa rota de colisão com a Terra. Isso porque, a despeito de pequenas incertezas, sabemos o bastante para descartar cenários.

  12. Do meu ponto de vista, acredito que os EUA não dão ponto sem nó.
    Vão aproveitar para pesquisar a possibilidade de desviar o curso de um asteróide e atingir algum “inimigo”!
    Os caras estão sempre pensando em supremacia bélica!

    1. Seria uma estupidez. Eles já têm toneladas de armas mais efetivas contra inimigos. Para desviar um asteroide na direção de um PAÍS da Terra, o desafio técnico seria absurdo. Além do mais, o grande problema do impacto de asteroides é que eles têm efeitos globais. Não dá para afetar um país só.

    2. É melhor dar um ponto com nó e aprender alguma coisa, do que ficar sentado sem dar ponto e nem nó.

  13. Vamos lá, mais dinheiro gasto do contribuinte quando nem mesmo sabemos se estaremos aqui quando o próximo grande bólido chegar.
    Para a ciência é um grande avanço concordo, mas e para a humanidade? Não seria melhor investir em sustentabilidade e garantir que estaremos vivendo neste planeta daqui há 500 anos?
    Porque sabemos que daqui há cem anos, na atual tocada da carruagem, nossas condições de vida na Terra serão limitadíssimas.
    Não sou contra o progresso, apenas imagino a inutilidade da experiência para uma raça que se auto condenou à extinção.

    1. Você cria um falso dilema. Impacto de asteroide é um desastre natural. Ninguém está falando de extinção em massa. Mas se um asteroide de pequeno porte bater numa região povoada, o prejuízo material e humano é muito maior do que o gasto numa missão desse tipo. Dizer que não devemos investir nisso é meio como dizer que é desperdício pensar em sistemas de alerta para tsunamis e técnicas de engenharia para prédios resistentes a terremotos. A Terra é constantemente atingida por asteroides, e vários deles podem causar danos. Felizmente nosso planeta é 3/4 oceano, mas isso não elimina o risco.

  14. Poisé, pra mim tem coisa aí, a NASA em conjunto com algumas entidades privadas estão se movimentando no contexto de possibilidades, inclusive algumas ações tomadas (um deles o bunker recém construído no hemisfério norte, para armazenamento de sementes a prova de catástrofes e etc), fico pensando que obviamente não vão informar que temos um gigante a caminho. Mas sabe aquela intuição?

      1. Cara, onde que leem todos esses fake news?!

        Facebunda e afins. Canais pseudocientíficos do Youtube. Internet em geral.

        1. Mas é muita quantidade! Tem cada coisa. A última foi a das crianças escravas em Marte. Cara, como pode alguém levar a sério?!

          1. Mas é muita quantidade!

            Pois é. Cada vez mais canais ganhando com propaganda, ao criar notícias esdrúxulas como essas.

            Tem cada coisa. A última foi a das crianças escravas em Marte. Cara, como pode alguém levar a sério?!

            Bom, você sabe que a massa prefere pseudociência à ciência. Veja quantos acreditam em horóscopo, homeopatia, ETs e afins. É reflexo da parca educação de base que nosso país oferece. Triste, muito triste. A realidade é bem mais chata que essas historinhas estúpidas. Então muitos precisam acreditar.

          2. Não disseram que a estupidez humana é infinita? Ai está a prova vindo pela rede.

        2. Eu, recentemente vi uma chamada dizendo que um percentual significativo dos americanos acha que o achocolatado vem da Vaca marrom. Dai dá para ver o nível das coisas….

          1. O que pouca gente divulgou é que a pesquisa era bogus. Nessa pergunta, havia apenas três alternativas: “vacas marrons”, “vacas pretas e brancas” e “não sei”. A resposta MENOS indicada pelos americanos foi a das “vacas marrons”, 7%. Os outros americanos se dividiram entre “não sei” e “vacas pretas e brancas” em proporções muito similares. A pesquisa foi feita por encomenda da indústria de laticínios americana e tinha por objetivo divulgar a indústria. Os resultados foram divulgados na forma de release, sem divulgar os resultados brutos da pesquisa, o que ocultou seus vícios. E gente graúda, como o “Washington Post”, caiu. Dá uma boa medida da crise de qualidade na mídia, na verdade.
            https://phys.org/news/2017-06-chocolate-survey-grain-salt.html

          2. Este link coloca em dúvida como a pesquisa foi feita e se os dados são válidos, uma vez que os dados originais não estão disponíveis e os métodos utilizados também não são conhecidos, incluindo a pergunta que foi feita e todas as respostas possíveis. Acho também bastante improvável que 7% dos americanos acreditem que o achocolatado venha da vaca marrom. Mas uma pesquisa direcionada pode levar ao resultado que nós quisermos. Mas acredito sim que tenha um percentual grande de pessoas que não tenha ideia de como alimentos são processados ou quais os limites para uma viagem espacial.

            Aqui no blog Mensageiro Sideral, uma coisa que aprendi é que tem gente muito mal informada sobre espaço, pesquisa científica, conquista espacial etc. E que a visão religiosa tem grande influência sobre esta percepção. É surpresa para mim ter pessoas que consideram pesquisa como perda de dinheiro e que devemos concentrar os esforços em programas sociais, em detrimento de programas científicos.

  15. Tem alguns gatilhos que atiçam a opinião pública e geralmente desencadeiam uma maré de teorias da conspiração e histeria coletiva. Exemplos:

    “Asteroides”
    “NASA”
    “pouso na Lua”
    “evolução”
    “macacos”
    “Globo”
    “banqueiros”
    “reformas”
    “Neymar”
    “Bruna Marquezine”
    “novo capítulo”

    Etc.

    😀

  16. Gente de Deus, quanta ignorancia.
    Estão querendo questionar os estudos da NASA.
    Perai né…. Vamos com calma. Os cara sabem o que fazer, e tem gente aqui que não deve ter nem o ensino médio querendo saber mais que Físicos da NASA.

  17. Não creio, e nem acho recomendável, que tentem isso na prática. Melhor fazer simulações em laboratório mesmo. O ditado “mexer com quem tá quieto” serve como alerta. O experimento pode falhar, se mostrar ineficiente para um uso real e ainda por cima alterar a rota dos pedregulhos, trazendo a possibilidade de, em algum momento, virem a colidir com a terra. Melhor testar só quando for totalmente inevitável.

    1. Discordo. Acho melhor testar ANTES de precisar.
      Sua sugestão é meio como só comprar um extintor depois que pegar fogo na casa.

  18. Salvador, você saberia informar se há algo que a NASA fará para comemorar os 40 anos do lançamento da Voyager?

  19. Salvador, sempre que posso acompanho suas publicações, só me tira uma dúvida, caso esse teste dê “errado” e a nasa não saiba com precisão os efeitos causados nesse corpo celeste, o que seria feito para buscar proteger o planeta de uma possível “burrada” mal calculada ? fariam outro teste ou diriam que não deu em nada?

    1. Anderson, esse risco não existe. A energia será suficiente para desviar o asteroide de sua órbita ao redor do outro asteroide — algo que poderá ser medido facilmente e confirmará o “sucesso” e a intensidade da mudança de trajetória. Mas não será suficiente para mudar significativamente a trajetória conjunta da dupla ao redor do Sol.

  20. Salvador, tudo bem?

    Ok, na teoria é lindo! Mas e na prática? Essa trombada tirará o “pitinininho” da atual orbita e, invariavelmente, o colocará em outra órbita. Esta nova órbita não poderá passar pela Terra daqui alguns anos/séculos? Apesar de mais custoso, não seria melhor “trombar” com ele um “cadinho” mais afastado da Terra? Quantas perguntas, meu Deus!!! Abração!

    1. Não há esse risco. Ele vai colocar o menor (Didymoon é o apelido, hehehe) numa órbita diferente ao redor do maior, mas a trajetória da dupla ao redor do Sol praticamente não será modificada, porque a maior massa do sistema — o maior asteroide — nem vai ser tocada…

    1. Santa besteira Batman!!

      Você se refere a este seu comentário inútil e idiota? Concordo!

  21. Olá Salva. Como sempre uma matéria bacana. Mas ocê tá parecendo o Leão Lobo na foto….huahuahua….

  22. Que massa precisa ter esse DART para alterar a rota do Menor? Qualquer quilo resolve? resolve?

    1. Essa é uma boa pergunta. A intensidade da deflexão vai depender da massa e da velocidade de impacto. Mas vejam que esse é um TESTE. Querem fazer um desvio pequeno, sobre um asteroide pequeno, que possa ser medido com precisão justamente por que ele orbita outro asteroide, e não simplesmente o Sol (de forma que a modificação da órbita sobre o outro asteroide sofra uma modificação mensurável, ainda que a órbita ao redor do Sol permaneça praticamente a mesma).

  23. Oi Salvador, mas uma confirmação de que a vida segue os passos de hollywwod… (rsrs) Pelo menos na ficção blockbuster!
    Sim, não é difícil de se lembrar do mega sucesso Armaggedon, no mínimo pelo filha do glorioso Stephen Aerosmith Tyler em seus dias de beleza absoluta. No filme, em missão capitaneada pela NASA que envolveu toda a comunidade espacial do planeta, Bruce Willis e sua trupe de escavadores de altas profundezas são incumbidos de (literalmente) mandar pelos ares um mega asteroide abelhudo que cismou de mirar nossa estimada Terra. O tema do filme marcou época.
    Tanto que outro estúdio mirando o mesmo público alvo (aquele… da pipoca!) produziu Impacto Profundo, onde um grupo de astronautas chefiado por um veterano tinha a missão de desviar outro monstrengo espacial da rota terrestre. Nesse filme, merece destaque o período que antecede o evento em si, onde os distúrbios sequenciais vão se ampliando até o caos total, diante da expectativa de extinção da humanidade.
    Loas ao mestre! Não será por conta desses visitantes nada bem-vindos que viraremos fósseis.

  24. Humanity loses: alguém troca milhas por kms e o desvio do asteroide faz ele ir em direção a Terra. “Houston we have a BIG problem” lol

    1. Eita, vai precisar trocar milhas por UAs acho para ter um erro desse tamanho. 😛

  25. tudo é inicio, lembra dos carros e trens do seculo 19? talvez daqui a 300 anos ou mais se tenha uma defesa melhor, a forma de energia utilizada pela humanidade é ainda bastante primitiva, naves que precisam ser lançadas, eu so tenho duvida em quem vai ameaçar primeiro a humanidade, se é uma asteroide ou o proprio homem

    1. Acho que o próprio ser humano ameaça o planeta primeiro, mas é 100% de chances de ocorrer um impacto de asteroide muito grande no futuro… Então, cautela e caldo de galinha não faz mal a ninguém! 🙂

  26. O financiamento de um projeto desse tipo deveria ser feito pela ONU, uma vez que o objetivo é proteger a Terra, como um todo… Provavelmente serão aplicados alguns bilhões de dólares, o que é ‘um pouco demais’ para um país bancar sozinho!

    1. A ONU não tem todo esse dinheiro. A ONU é um fórum que reúne os países para discutir problemas globais, só isso. Ela tem recursos que são custeados pelos próprios países, mas têm ação bem limitada. Embora a ONU esteja ensaiando realizar missões espaciais para dar acesso ao espaço a nações menos desenvolvidas, ela não teria bala na agulha para pagar um projeto de desvio de asteroide. Mas ele não custaria necessariamente bilhões, como você disse. Tudo depende do método usado para o desvio. Essa missão Dart, como um teste, não é cara — embora ainda não tenha orçamento definido para ela, duvido que exceda 500 milhões de dólares.

      1. A ONU é um monumental cabide de empregos que fica olhando abestalhada quando um país invade outro, quando há ataques terroristas… Vide a sua inutilidade no caso da Síria e dos refugiados. Sua função é simbólica, mas símbolos têm que existir para que se evite o pior.

        1. Pois é. Nenhum país vai abdicar de sua soberania, o que faz da ONU, como eu disse, meramente um fórum. Mas acho importante que exista uma esfera para o debate antes de o pau comer. E não subscrevo a tese do cabidão de empregos, não.

  27. Salvador, com tanta gente monitorando o espaço próximo (profissionais e amadores), a probabilidade de sermos atingidos de surpresa, sem tempo para reação, seria muito remota, não?

    1. A probabilidade de sermos atingidos de surpresa por um asteroide do tipo extinção global (1 km ou mais) é remotíssima, pois mais de 90% deles já foram catalogados e não vão colidir conosco em breve. Já asteroides menores, da escala de centenas ou dezenas de metros, ainda têm uma chance de surpreender. Podem causar um estrago local ou regional considerável, mas não a extinção da espécie humana.

          1. Em breve neste caso é centenas de anos. Em princípio, poderia ser mais, mas é perigoso extrapolar as órbitas de objetos pequenos por muito tempo, pois elas são influenciadas por coisas como a própria radiação solar e passagens próximas por outros objetos.

  28. Tudo muito bonito, mas nunca é demais lembrar que vários NEO’s são descobertos nos “44 minutos do 2º tempo”, quando não resta mais tempo pra nada. Sendo assim, se der certo esta experiência provavelmente deverá ser criada uma rede de naves estacionadas na MEO, que funcionaria como escudo para entrar em operação assim que um objeto potencialmente perigoso fosse detectado, estou certo?

    1. Acho que não. É importante lembrar que os descobertos aos 44′ do segundo tempo normalmente são bem pequenos, dezenas de metros, não centenas. Ainda podem causar estragos, e precisamos melhorar a detecção desses. Mas o bom é que cada “quase” que achamos aos 44′ do segundo tempo é na verdade um asteroide que descobrimos séculos antes de uma colisão de verdade. Então na verdade a maioria deles nós descobrimos com imenso aviso prévio. 😉

  29. Só tem que tomar cuidado para que o experimento não ocasione um efeito bumerangue. Ou seja, tenta alterar a rota de um objeto que não tem chance de colidir com a Terra e acaba colocando-o em rota de colisão com a Terra.

    1. O pessoal está se certificando de que esse risco não existe. Na verdade, a trajetória do asteroide mal vai ser afetada. O que vai ser afetada é a trajetória de um deles com relação ao outro, para nos dar uma noção de quanto um asteroide muda de curso num evento desses…

      1. Mas no caso é possível que o desvio seja apenas temporário, não? O objeto é desviado, não bate na Terra mas segue em órbita do Sol, com trajetória parecida à anterior…. em um momento futuro, pode apresentar risco novamente….

        1. Claro, temos de estar sempre atentos, fazendo seguimento dos asteroides, porque suas órbitas mudam com relativa facilidade.

  30. Bonito será o que vão dizer no caso de, dando algo errado, colocar o asteroide em colisão com a Terra… rsrsrs

  31. Fico pensando, colidir com o menor asteroide, pode alterar significativamente a rota do asteroide maior, e, se este, entrar em rota de colisão com a terra, pronto, extintos….ou, a segunda espaçonave esterá equipada suficientemente e será capaz de mudar o curso do dele? acho bem arriscado, apesar de que não tenho conhecimento sufuciente na área, e, de repente esteja eu falando bobagem espacial.

      1. se os dois gravitacionalmente depende um do outro, e alterando a rota de um deles, pode ser que o outro tb mude porque muda a força do campo gravitacional… ou falo bobagem?

        1. Mais ou menos, porque a gravidade do Sol age sobre a massa total do sistema, que não vai mudar de forma significativa. Só deve mudar pra valer a velocidade do menor (e com isso a órbita dele) ao redor do maior.

          1. O impacto poderá alterar de modo insignificante o centro de massa do sistema duplo, mas não sua velocidade nem a sua massa total, de modo que a trajetória deve se manter a mesma atual.

  32. e se nao funcionar mudar a colisao para nossa orbita ai farao o que ; por acaso ja ouviram falar em caixa de maribomdo quando ta quieto ; o homem de querer brincar de deus vai acabar causando sua extincao;

    1. Por acaso você já ouviu falar nos dinossauros? Eles deixaram quieto, não brincaram de Deus e sumiram. 😉

  33. Não tem medo de brincar de “sinuca espacial”, isso aí um perigo heim? Já pensou mandar essa rocha para um cinturão de asteroides e começar um desastre tirando muitos da órbita e acabar por mandá-los diretamente à Terra? Deveríamos esperar um que tenha a possibilidade de nos destruir, só então mandar bomba nele.

    1. Não funciona assim. Mesmo no “cinturão”, os asteroides estão bem afastados um do outro. Não é como o cinturão de asteroides de Star Wars…

  34. Existe risco de, com a mudança da sua órbita, o asteroide ser direcionado para mais perto da Terra?

  35. Correto, mas podemos fazer o contrário? Sem querer querendo… colocar esse “bólido” em direção contrária, ou seja, mandar ele diretamente pra Terra? Esse é que é o medo, a questão é que são muitas variáveis e muitos asteroides de forma que podemos fazer uma “sinuca” e acabar colocando em nossa órbita objetos perigosos com essa ação…

    1. Nesse caso, não. Mas, claro, em princípio, se desenvolvêssemos tecnologia para desviar asteroides, poderíamos desviar um que não ia bater para que ele bata.

  36. Salvador, não seria uma boa além de tentar desviar a rota do asteroide, ver a possibilidade de colocar ele em uma rota de colisão com Vênus?! para poder ver de perto os danos causado em um planeta do porte da Terra.

    1. Não acho que precisemos desse vandalismo espacial. Já vimos um cometa colidir com Júpiter, vemos crateras novas o tempo todo na Lua, sabemos qual é a liberação de energia de um impacto. Além disso, teriam de escolher um asteroide bem diferente deste, um que já passasse pertinho de Vênus, e aí seria bem mais difícil medir o impacto da missão.

      1. Concordo que com esse seja complicado, mas desviar um que passe perto de Vênus e de preferência bem maior, quem sabe, com um grande impacto daqui a algumas décadas o clima mudasse e ficasse mais propício a vida.

          1. Não. Deve haver água no manto, mas não há como extraí-la, e extraí-la no atual estado venusiano só levaria a um efeito estufa ainda mais intenso.

  37. Numa dessas eles atingem o asteroide que está quietinho na órbita dele e desviam ele para a terra. Mania do homem de mexer com quem está quieto.

  38. DART? Nome sugestivo. Faltou o H para que tivesse o pronome de tratamento dado aos lordes siths, de Guerra nas Estrelas. Seria DARTH NASA, lorde sombrio terráqueo. Espero que não faça jus à fama dos siths e desvie a trajetória para nosso planeta. Haha! Brincadeirinha. Muito legal a matéria. Está escolhendo bem os assuntos.

  39. Isso sim é coisa para se preocupar. Se estão já com essa missão teste, vejo como duas possibilidades. Primeiro a de que não seja um mero teste e sim uma situação real de perigo, que há realmente um asteróide em rota de colisão com a Terra. A segunda possibilidade que vejo é que se trate realmente de um teste, porque possivelmente já há uma previsão e projeção de impacto com possibilidade de impacto global. Sabemos como o governo americano e suas agências operam, então pode não ser nada tão alarmante como eu imagino, mas que há algo, com certeza há.

    1. Rafa, o governo americano também faz simulações para se preparar para uma invasão alienígena. O governo americano também treina rotineiramente para um conflito espacial. Treina também para uma guerra nuclear total. Treina para o impacto de asteroides. O governo americano treina para TODAS AS CONTINGÊNCIAS, independentemente de seu risco. Mas não, não tem nenhum asteroide em rota de colisão. Se houvesse, não seria possível escondê-lo das redes de astrônomos espalhados pelo mundo que monitoram asteroides…

  40. Acho melhor não mexer no que está quieto. E se caso está colisão faça com que a alteração de sua órbita provoque com o tempo uma rota de colisão com a terra?

      1. Sugiro editar o texto, colocando um “NÃO, O ASTEROIDE NÃO ENTRARÁ EM ROTA DE COLISÃO COM A TERRA” em letras garrafais vermelhas e piscantes, tipo aqueles gifs nos primórdios da internet.

        …ele pode entrar em rota de colisão com Nibiru?

        1. Hehehe, podicrer.
          E com Nibiru, só se o danado sair de trás do Sol. Tá escondido por ali faz uma cara já… rs

  41. muito bom esses comentário para um bom conhecimento do planeta.

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