Projeto sai em busca de 100 gêmeos da Terra

Um audacioso projeto de busca de exoplanetas prestes a ser iniciado nos Estados Unidos tem por meta a descoberta de nada menos que cem mundos gêmeos da Terra em nossa vizinhança galáctica. A iniciativa foi apresentada nesta terça-feira (5) por Debra Fischer, da Universidade Yale, em palestra realizada durante a 41a Reunião Anual da Sociedade Astronômica Brasileira, em São Paulo.

A essa altura, já conhecemos um punhado de planetas rochosos e de porte similar ao da Terra fora do Sistema Solar, mas praticamente todos eles giram ao redor de estrelas de menor porte, como as anãs vermelhas, ou estão a muitas centenas de anos-luz da Terra, como é o caso da maioria dos mundos descobertos pelo satélite Kepler, o grande caçador de planetas da Nasa. Foi o suficiente para provar que planetas similares em massa e diâmetro são abundantes no Universo, mas ainda não temos uma amostragem boa o suficiente de mundos desse tipo ao redor de estrelas próximas e que sejam mais parecidas com o Sol.

O Projeto das Cem Terras, como é chamado, pretende fechar essa lacuna. Para realizá-lo, Fischer e seu colega Colby Jurgenson estão desenvolvendo um novo instrumento, chamado Expres. Trata-se de um acrônimo simpático para Espectrógrafo de Precisão Extrema, um equipamento que já está sendo construído e deve ser instalado no Telescópio Discovery Channel do Observatório Lowell, no Arizona, com seus 4,3 metros de abertura. O início das operações está marcado para novembro deste ano.

O que o instrumento faz é medir com alta precisão a “assinatura de luz” das estrelas, o que os cientistas chamam de espectro. Sabe-se que o espectro sofre um deslocamento para trás ou para a frente, conforme a estrela está “indo” ou “vindo” com relação a nós — algo que ela faz ao ser induzida por planetas ao seu redor a realizar um bamboleio gravitacional, conforme eles giram ao redor dela. Medindo o tamanho e a frequência dos bamboleios da estrela, é possível descobrir a massa aproximada e o período orbital dos planetas que estão ao seu redor.

Foi por essa técnica, chamada pelos cientistas de medição de velocidade radial, que os primeiros exoplanetas foram descobertos, na década de 1990. Fischer, por sinal, foi codescobridora do primeiro sistema multiplanetário fora do Sistema Solar, ao redor da estrela Upsilon Andromedae A, em 1999.

Trata-se de uma metodologia consagrada, portanto. Mas o diabo mora nos detalhes. Como a velocidade radial medida é proporcional à atração gravitacional entre a estrela e seus planetas, a técnica é muito mais facilmente aplicada para descobrir planetas com mais massa e com órbitas mais curtas. Por isso os primeiros planetas descobertos com ela foram os chamados Hot Jupiters, mundos gigantes gasosos com períodos orbitais ultracurtos, de apenas um punhado de dias. Esses sistemas produziam velocidades radiais na escala de 70 m/s. (Foi assim com 51 Pegasi b, o primeiro exoplaneta descoberto ao redor de uma estrela similar ao Sol, em 1995.)

Já melhoramos um bocado nossa tecnologia de espectrógrafos desde então, e o estado da arte é o espectrógrafo HARPS, instalado no Observatório de La Silla, do ESO. Ele consegue medir variações de velocidade radial da ordem de 1 m/s. Mas ainda é insuficiente para o propósito de buscar virtuais gêmeos da Terra. O puxão gravitacional que nosso planeta exerce sobre o Sol, a 150 milhões de km de distância, é da ordem de 10 cm/s. Essa é a meta de precisão do Expres.

Para isso, contudo, os cientistas precisam não só do equipamento, mas de um método batuta de processamento de dados, pois a velocidade radial induzida pela presença de planetas pequenos como o nosso é tão discreta que se mistura aos efeitos da turbulenta superfície da estrela. Em suma, é superdifícil separar o sinal do planeta do ruído.

Fischer e seus colegas estão apostando que, com a super-resolução do espectrógrafo, combinada a modelagens cada vez mais precisas do comportamento das estrelas, será possível fazer essa separação e cumprir a meta, ao longo dos próximos anos, de descobrir cem Terras — planetas como o nosso em órbitas similares à do nosso planeta ao redor de estrelas similares ao nosso Sol — em meio às milhares de estrelas mais próximas do Sistema Solar.

Esses serão, sem dúvida, os principais alvos para futuros projetos de busca de vida.

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Comentários

  1. Salvador, o que seria “vizinhança galáctica”? Seria um raio de x anos luz, tomando a terra por referência ou isso abrangeria toda a via láctea, quem sabe até um pouco além?

    1. Perguntei pra ela. Menos de 100 anos-luz. Coisa de 50 a 75 anos-luz. Ela falou isso na entrevista que já postei no YouTube. Postarei aqui em breve.

    1. Apresentaram o projeto na reunião da SAB na segunda-feira. É verdade. FAPESP não tem roubalheira.

  2. Off-Topic:
    Bom dia à todos! O que acham de Jim Bridenstine (cético ao aquecimento global) como chefe da NASA? Menos estudos relacionado à Terra e mais viagens espaciais (Lua / Marte / Asteroides)? Ou um retrocesso em todos os sentidos?

    1. Bem, está alinhado com o presidente, o que é esperado.
      Acho que não muda muito com relação ao que Trump já tentava fazer (e o Congresso tentava evitar) com a Nasa. Mas é o primeiro político nomeado para a chefia da Nasa desde que comecei a cobrir profissionalmente espaço. Nesse período (desde 2000) tivemos Dan Goldin (engenheiro), Sean O’Keefe (administrador), Mike Griffin (engenheiro) e Charles Bolden (astronauta).

      1. Falando sério, deixando de lado a parte trumpística da questão…. Eu, como leigo, realmente fico sem saber o que pensar sobre aquecimento global. Vejo políticos de um lado e de outro (o que não surpreende), e vejo cientistas de um lado e de outro também. E como não é uma ciência exata, fica complicado, ainda mais sabendo que existem muitos interesses econômicos em jogo, dos dois lados.

        Não vejo opção, hoje, a não ser manter uma opinião agnóstica a respeito. Infelizmente.

        1. Cientistas de um lado e de outro? Já fez uma contagem? Do jeito que você fala, parece que há mesmo uma divisão entre os cientistas. Mas as estatísticas de papers e grupos de pesquisa mostra que 98%¨dos especialistas concordam entre si. Adivinhe o que eles dizem? 😛

          1. Quantos mais você pode mencionar? Este tem 88 anos, é físico, nunca estudou climatologia, e Prêmio Nobel não é garantia de sensatez. Jim Watson outro dia constrangeu todo mundo ao dizer que os africanos eram menos inteligentes que os europeus. Prêmio Nobel, descobridor da molécula de DNA.

            Indo mais além, estudos já mostraram que cientistas são, em média, tão ignorantes quanto o resto da população sobre áreas da ciência fora de seu ramo de atuação.

            A beleza da ciência é que não importa QUEM diz as coisas. Importa o QUE ela diz e o QUE a natureza diz sobre o que ela diz, na forma de observações e experimentos. Até hoje, não vi um negacionista apresentar um experimento para mostrar que aumento de CO2 atmosférico não causa aumento de efeito estufa.

          2. Salvador, aproveitando esta discussão… sei que há quase um consenso sobre o aquecimento, como vc mencionou.

            Mas até algum tempo atrás lembro que havia uma discussão sobre o que estaria causando isso, se seria predominantemente consequência de ações humanas ou se decorre de processos naturais.

            Esta questão já foi superada também? ou pelo menos já há um quase consenso?

            É que se for o ser humano, presumivelmente teremos alguma chance de reverter. Se for efeito natural, acho que a coisa é mais pesada…

          3. O consenso científico é sobre a mão humana no clima. Que está esquentando não precisa nem de consenso; só medida de termômetro basta.

        2. Por isso me espanto com o otimismo do Salvador. A história sempre demonstrou nossa propensão a conflitos, em todas as épocas, apesar da relativa calmaria.

          Hoje em dia, apesar de todo avanço tecnológico e científico, ainda ficamos a brigar por questões desse tipo, com toda sorte de fake news e informações duvidosas circulando pela rede.

          Uma nação que foi enganada por 13 anos, outra que elege um doido varrido pra presidente…

          É ou não é de perder todas esperanças ? 😛

          1. Se eu perder a esperança, como eu vou acordar para trabalhar todo dia? Considero que meu trabalho é justamente apostar que a ciência pode vencer, que a razão pode vencer. Se eu me julgar derrotado pelos obscurantistas, nem venho mais.

            Eu tenho otimismo porque as últimas décadas provaram que é possível progredir, a despeito do que você disse sobre nossa propensão a conflitos. As guerras ficaram mais escassas e mataram, proporcionalmente à população, cada vez menos gente. Tivemos avanços incríveis no reconhecimento de direitos às mulheres, às crianças, às minorias e até aos animais.

            O meu medo é que a democratização da comunicação promovida pela internet nos faça retroceder, em todos esses sentidos, como parece já estar fazendo. Mas nossa obrigação é lutar para que isso não aconteça, com a melhor arma que existe: a razão.

  3. Oi Salvador. Outro dia assisti uma reportagem sobre uma tecnologia que vai lançar uma espécie de “guarda chuva” no espaço para tapar a estrela – como um eclipse – e dessa maneira poder observar diretamente os exoplanetas. Você já escreveu sobre isso? Se já me desculpe. Abraços.

    1. É o starshade. Não escrevi ainda para não criar muita expectativa, porque a tecnologia está sendo desenvolvida, mas ainda não há planos para voo. É uma ideia legal, contudo!

    2. Isso me fez lembrar os “guarda-chuvinhas” de chocolate que eu comprava no bar, Oh Boy, tempos que não voltam mais 🙁

  4. Essa é a melhor boa notícia que apareceu por aqui. Ficamos descobrindo galáxias, aglomerados quasares, tudo one o Judas perdeu o cano da meia, sem utilidade alguma. Achar um planeta parecido com a terra aqui por perto, é quase uma certeza de que a vida deve estar borbulhando. Não importa a aparência ou como se comportam. O importante é a descoberta. É uma ciência focada que pode ajudar a responder a grande pergunta, de onde viemos. É claro que a origem da vida continua um tema desconhecido pois se acharmos gente em outro planeta só estamos transferindo o local onde a pergunta é feita. A Dra Debra Fischer é uma verdadeira campeã nisso e desconfio que ela já descobriu mais planetas que todo mundo junto. Salva, existe um timing para este projeto?

    1. Bem, vão começar a tomar dados em dezembro. Mas lembre-se que só podemos descobrir planetas depois que eles completam pelo menos uma volta inteira…

  5. Bom dia , a pergunta é oque que adianta ver e estudar outra Galácia , se tem outro gêmeos ,se não tem nem capacidade de viajar na própria Galácia
    Só se tever feito uma nave que possa voar no mínimo 300.000 km por segundos
    Fora isso vai ficar só olhando! ?

      1. “Gente é tão louca e no entanto tem sempre razão…. quando consegue um dedo, já não serve mais, quer a mão…”

        Já dizia o Mestre.

      1. Sim, sem dúvidas, eu adoro. Outra coisa que me faz fã do Gilberto é a maneira que ele escreve… Nunca com agressividade e irritação. Sou fã dele… Heheehehehh

      2. Os outros vêm aqui para bate de frente com a ciência… Pô, não acredita? Saí fora… Ele não, contribui com o blog com sua “própria” “” siênssia””… Eu adoro.

  6. Salvador para encontrar exoplanetas depende da luz das estrelas, correto?
    Existe alguma outra forma de detectar outros orbis?
    Outra coisa se dependemos da luz das estrelas, então quando encontramos um planeta semelhante ao nosso, não podemos afirmar que aquele planeta não tem condições para desenvolver a vida, pois não é o mesmo espaço tempo, por exemplo: Talvez Marte daqui a milhões de anos tenha condições e a Terra não tenha mais é vice versa, assim como Vênus. Seria isso?
    Isso só torna estas descobertas impressionantes, nos deixa extremamente extasiados com tamanha imensidão do cosmos.
    Estrelas e planetas, pois se cada estrela que vemos no céu pode ter planetas seria correto afirmar que existem mais planetas que estrelas?
    Digo isso baseado nas recentes descobertas como trappist e o nosso próprio sistema.
    Um abraço a todos.

    1. Eduardo, sempre dependeremos da luz das outras estrelas para encontrar exoplanetas, pois mesmo que eles sejam vistos diretamente a luz que sai deles é a luz estelar refletida. Isso vale também para o Sistema Solar, cujos planetas são iluminados pelo Sol.

      Sobre o resto da sua pergunta, se entendi bem, não poderemos mesmo, só ao identificá-los, dizer que esses planetas têm vida ou mesmo que são habitáveis. Isso exigirá futuras observações deles para que estudemos seu conteúdo atmosférico.

  7. OFF:

    Salvador, uma questão que acho não foi totalmente discutida no post sobre IA: temos motivos sólidos pra nos preocupar bastante desde já em relação à tomada de empregos?
    Ou sua intuição aponta pra mais tarde?

    1. É uma questão parcialmente tecnológica e parcialmente cultural. Máquinas já podem realizar boa parte dos trabalhos humanos. Fiquei surpreso em ir a uma farmácia em Los Angeles e descobrir que não tinha caixa. Você passava os produtos numa máquina via código de barra e enfiava o dinheiro nela para pagar.

      Há hoje muitos subempregos e a tendência é aumentar. Por isso não acho que a IA não tomará tantos empregos tão cedo — pela mera necessidade de manter humanos subempregados a fim de evotar o colapso da economia.

      A solução de médio prazo é instituir programas de renda mínima — o governo dar uma grana a todos os cidadãos, quer eles trabalhem ou não. Mas como arrecadar o suficiente para sustentar um esquema desses? Andei pensando nisso por esses dias, e tenho a impressão de que a solução seria justamente tributar o trabalho robótico. Você quer trocar um funcionário humano por uma máquina na sua empresa porque a máquina é mais eficiente? Beleza. Mas tem de pagar um imposto para financiar o programa de renda mínima.

        1. Não. Curtindo o feriado trabalhando e preparando para publicar o Conexão Sideral com a Debra Fischer mais tarde…
          Feriado e jornalismo são duas palavras que não costumam andar juntas, infelizmente. 😛

      1. E acabar com toda vantagem de ter um robô para substituir uma pessoa? Esquece.

        Programa de renda mínima sem contrapartida? já vimos o que acontece quando coisas deste tipo são implementadas…

        Fabio, sei que fizestes a pergunta direcionada ao Salvador, mas me vi obrigado a respondê-la.
        Não existe, na verdade, preocupação quanto a tomada de empregos. Só quem faz barulho com isso são os sindicatos e associações de classe, que sobrevivem por sugar o suado dinheiro do trabalhador, sendo que agem sempre em benefício próprio e raramente em prol de benefícios à sociedade. (bem parecido com nossos políticos, e não é mera coincidência)
        O que acontece quando qualquer tecnologia suplanta processos até então manuais, ou mesmo apenas aumenta a eficiência em alguma área diminuindo a necessidade de pessoas para fazer determinado tipo de trabalho, é uma migração de trabalhadores para áreas mais especializadas.
        Com a entrada de robos capazes de fazer a maioria dos trabalhos comuns, as pessoas irão cada vez mais se especializarem em trabalhos intelectuais e que exijam criatividade.
        Isso, sem levar em conta o aumento na qualidade de vida geral, bem como diminuição nos índices de natalidade.

        Por isso, afirmo sem medo de errar, não precisamos nos preocupar com tomada de empregos, mas sim em garantir uma população com alto nível de educação.

        1. Toda não. Uma parte dela. Precisa continuar sendo vantajoso. Mas não pode ser vantajoso a ponto de colapsar o próprio sistema capitalista. Porque se todo mundo ficar desempregado não tem mercado consumidor. E, sem mercado consumidor, as indústrias e os serviços também quebram. Então ou é isso ou é o colapso completo do sistema. O que vai ser? rs

        2. Xapuleta, As pessoas migraram do campo para as fábricas, migraram das fabricas para o setor de serviços, quando máquinas tomarem conta do setor de serviços vão migrar para onde ? Nao existe tanta vaga de engenheiro, artista, musico, etc… A blockbuster no auge empregava umas 70 mil pessoas, hoje a Netflix emprega umas 5 mil. Essas pessoas perderam o emprego e mesmo que se tornassem engenheiras a netflix nao teria vagas para todos. Eh soh um exemplo, mas extrapole para todo o setor de serviços. Acredito mais em colapso completo do que passar um renda minima que dê para as pessoas se sustentarem dignamente. Pagar um bolsa-familia ou salário minimo nao vai resolver.

      2. Bom, pelo menos parece que atividades mais sutis (como interação de interfaces com o usuário) vão continuar demandando humanos por um tempo a mais, não?
        Pois linha de montagem de fábrica, pagamentos no supermercado etc podem ser resolvidos utilizando algoritmos mais, vamos dizer “burrões”, já que são situações mais concretas.

        Pelo menos os sites sobre apocalipse robô (não sei se são confiáveis :P) dizem que programaço de sistemas ainda tá meio longe de ser ameaçada.
        Por último, mesmo que dominem tudo, não vamos querer humanos supervisionando os códigos gerados pelas máquinas? Com a quantidade enorme de robôs programando por aí em um futuro distante, isso me parece uma enorme oportunidade de criação de vagas 😛

        1. Não tão enorme, uma vez que a mesma programação vai alimentar todas as máquinas iguais. (Quantas pessoas precisam ser contratadas para supervisionar a programação dos OS dos celulares hoje em funcionamento? Não precisa de uma pra cada aparelho…)

      3. Eu vi em Londres um supermercado com caixas de pagamento automático. Coloca-se as compras de um lado e vai passando os produtos um a um pelo leitor e colocando num saquinho do outro lado. No final, você paga com cartão de crédito na maquininha ali disponível. Apenas um funcionário fiscalizava 4 caixas dessas.

        Já viram uma fábrica moderna de automóveis? Humanos participam da montagem apenas na parte final, o resto todo é feito por centenas de robôs.

        Os americanos estimam que daqui a apenas 20 anos oito milhões de motoristas de caminhão perderão o emprego para caminhões automáticos. Isso só nos EUA…

        A tecnologia já acabou com milhões de postos de trabalho sem muita Inteligência Artificial. A tendência é piorar e a solução está no que o Salvador disse: robôs pagando Previdência Social (proposta de Bill Gates) e renda mínima (proposta de Jeff Bezos e Elon Musk, lá nos States, e de Eduardo Suplicy, aqui no Brasil).

    2. Ué? Você não é o defensor da “seleção natural”? Pois bem, nada de ficar com peninha de quem não se adapta aos novos tempos. O programa de renda mínima é um “bolsa família” para desqualificados. É o velho ditado: “mude ou pereça”.

      1. A coisa interessante é que a seleção natural produziu um favorecimento ao altruísmo em algumas espécies, dentre elas a nossa. Somos capazes de fazer o bem a outras porque isso nos favorece indiretamente, em termos de reprodução e sobrevivência. Basta ver como uma sociedade com leis e normas de conduta é melhor para todos os membros do que uma sociedade sem lei. O conceito de justiça social é favorecido indiretamente pela seleção natural para a nossa espécie. 😉

      2. >>> O programa de renda mínima é um “bolsa família” para desqualificados.
        Voce já leu sobre o assunto ? parece que não.
        E quando toda a população for “adaptada” e mesmo assim não tiver emprego para todos eles ? E quando todos os “adaptados” perecerem e soh sobrarem meia duzia de “super-adaptados” essa meia duzia vai produzir para quem ?

  8. Salve Mano Salva!
    Pergunto:
    É possível a ocorrência de exoplanetas orbitando estrelas gigantes, supergigantes e hipergigantes?, … abs,..

      1. O tamanho desses planetas seriam proporcionais ao tamanho da mega-estrela mãe?
        Já pensou um planeta maior que o nosso sol?

        1. Eles podem ser maiores que os do Sistema Solar, mas não muito maiores. Não consigo imaginar um meio de ter um planeta do tamanho do Sol. Mas podemos ter estrelas do tamanho de Júpiter.

  9. Salva , ontem estava comentando isto por aqui; para mim me apoiando em dados relacionado a analise de probabilidade e estatísticas matemáticas ,e me apoiado nos dados dos exoplanetas já descobertos; acredito poder afirmar que em todo universo de galáxias existe ao menos um planeta 90% similar ao planeta terra em todos os sentidos, com exceção da vida celular.
    deixando claro que a análise não leva em conta a existência de alguma(quaisquer) forma de vida celular!

      1. Salvador, parabéns pelo blog, leio todos os dias praticamente. Confesso que entro no blog para aprender e também para me divertir um pouco com as “figuras”. O Gilberto é o meu preferido, pena que ele parou de calcular bases Duo-hexacimal.

      2. Não, porque dai eu teria que incluir a existência vida celular neles e vida inteligente.
        Eu não estou querendo entrar neste mérito, para não ofuscar a afirmativa que esta direcionada só a parte químico-física em referencia aos exoplanetas.

          1. Eu finalizaria; que se fizer os cálculos em Duo-hexadecimal, a similaridade estaria de 119,88% se levasse em conta a possibilidade de vida ciborgana já ter se desenvolvido lá, menos a simetria dos relevos dos continentes. rsrsrrs

          1. Oi, Adriano. “Olhos eclodindo” é uma referência frequente nos comentários do Gilberto Pessagno, completamente sem lógica. Ele vê olhos eclodindo em fotos de objetos como asteroides, luas, planetas… acabou virando piada.

    1. Quando você fala vida “CELULAR” com certeza você se refere às marcas Sony, Ericsson e Motorola. Só vale para estes três.

  10. Apenas a título de curiosidade, quão mais potente que o Hubble ou o Kepler teria que ser um telescópio para VER, ainda que no infravermelho, um exoplaneta?

    1. Não precisa ser mais potente que o Hubble. Já fotografam exoplanetas gigantes diretamente no Gemini e no VLT.

          1. Com esses telescópios que você referiu, é possível estudar diretamente a atmosfera dos exoplanetas? Ou apenas inferências indiretas?

          2. Estudo direto de atmosfera de exoplanetas começa com o James Webb (mas ainda de forma limitada) e para chegar a planetas em estrelas G vai precisar da próxima geração de telescópios em solo e no espaço (depois de 2020 e mais provavelmente 2030).

  11. É uma proposta ambiciosa, mas gostaria mesmo era de ver esses exoplanetas pequenos do tamanho da terra, quando termos essa tecnologia?

  12. Salve Salva!
    Pergunta: como é possível, por essa técnica, diferenciar planetas pequenos próximos à estrela e planetas grandes um pouco mais longe? Pq parece que a medida (que no fundo é gravitacional) será dependente TANTO da massa como do quadrado da distância.
    ABS!

    PS: antecipando um tópico futuro, te pergunto: é normal sentir uma profunda tristeza pelo fim da Cassini? Estou sentindo, ainda mais pq não vejo lançamentos de grandes missões (das quais a New Horizons (2006) e a Juno (2011) fazem parte). É só impressão ou as coisas mudaram?

    1. A técnica indica o período, e pelo período você *sabe* a distância, que é o que permite estimar a massa.

  13. Salvador,
    caso observássemos um sistema idêntico ao nosso, com os 8 planetas (desculpa, Plutão) seríamos capaz hoje, com a atual tecnologia, de identificar ao menos os gigantes Júpiter e Saturno? Qual é a magnitude (em m/s) do bamboleio que cada um deles causa no sol?

    Outra coisa: dado que são vários planetas e cada um com a sua contribuição de puxão gravitacional dá pra separar o sinal e identificar cada um, dado que a estrela está sendo puxada em várias direções ao mesmo tempo? Uma transformada de Fourier separando as frequências daria conta do recado?

    No mais muito obrigado por ser talvez a melhor fonte de informação dos entusiastas de astronomia no Brasil!

    1. Sim, seríamos. Júpiter tem uma senhora pegada, da ordem de 10 m/s. O maior problema para achar um Júpiter numa órbita de Júpiter é completar 12 anos de observação para fechar a órbita e cravar a descoberta.

      1. 10 metros por segundo? Ou seja, o Sol bamboleia a uma velocidade de 10m/s por causa da órbita de Júpiter, é isso?

        considerando que meia órbita de Júpiter leva 6 anos, então num cálculo rápido, depois de meia órbita de Júpiter o Sol está deslocado 2 milhões de km… mais de 0,01 UA… quase 3x o próprio raio…

        Tá correto isso?

        1. não… isso é o quanto o sol ‘caminha’, em sua órbita circular, no bamboleio em 6 anos…. faltou dividir por PI… dá uns 600mil km, aproximadamente o próprio raio mesmo.

          Quer dizer, o centro de gravidade Sol-Júpiter está mais ou menos na superfície do próprio Sol.

          Agora tá correto?

    1. O James Webb vai ajudar a caracterizar planetas, principalmente em torno de anãs vermelhas. Para planetas em torno de anãs amarelas, como o Sol, ainda vamos precisar de um pouco mais de feijão com arroz.

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