Objeto interestelar é diferente de tudo que já se viu no Sistema Solar, diz estudo
Os grandes telescópios finalmente entraram na onda do estudo do ‘Oumuamua, o primeiro objeto interestelar a ser detectado numa passagem por nossas redondezas. Um estudo submetido à revista “Nature” e publicado em apenas 20 dias revelou que esse objeto é diferente de tudo que já se viu no Sistema Solar — extremamente alongado.
Recapitulando: o astro foi descoberto em 19 de outubro pelo telescópio Pan-STARRS, no Havaí, que se dedica à busca de bólidos espaciais próximos à Terra. Ao determinar a trajetória do astro, então provisoriamente conhecido pela sigla C/2017 U1, constatou-se que ela era fortemente hiperbólica, o que equivale a dizer que ele vinha de fora do Sistema Solar.
Também determinou-se que o astro não tinha traços de cometa, como originalmente se suspeitou, o que fez a União Astronômica Internacional trocar C/2017 U1 por A/2017 U1 (C de cometa, A de asteroide). Por fim, a “Fifa da astronomia” decidiu criar uma nova classificação para objetos desse tipo, marcada pela letra I, de interestelar, e o astro passou a ser oficialmente 1I/’Oumuamua. (O nome é baseado na língua nativa dos havaianos e quer dizer algo como “o primeiro a ir além”.)
Diversos estudos preliminares do astro começaram a pulular, mas ainda faltavam os resultados mais esperados — obtidos pelos grandes telescópios, como o CFHT (Canada-France-Hawaii Telescope), no Havaí, e o VLT (Very Large Telescope) e o Gemini Sul, ambos no Chile. Pois bem, agora eles chegaram.
Combinando observações feitas em 22 de outubro pelo CFHT, seguidas por observações entre os dias 25 e 27, no VLT e no Gemini Sul, foi possível constatar que o astro varia de brilho de forma consistente e periódica, com uma variação por um fator 10, o que indica que seu formato é altamente assimétrico — mais como um charuto, dez vezes mais longo do que largo.
As dimensões são incertas, mas os astrônomos estimam algo em torno de 400 metros para o comprimento e bem menos para a largura. Embora asteroides e cometas tenham formas bem assimétricas, nenhum objeto assim, tão desproporcional, já foi visto no Sistema Solar antes.
As observações também puderam determinar que o período de rotação dele é de 7,3 horas. “Também descobrimos que tem uma cor avermelhada escura, similar à de objetos no Sistema Solar exterior, e confirmamos que ele é completamente inerte, sem o menor sinal de poeira ao redor dele”, diz Karen Meech, do Instituto para Astronomia, da Universidade do Havaí, primeira autora do estudo.
É um conjunto de propriedades bastante intrigantes que sugerem uma composição rochosa ou metálica, mas sem a presença de material volátil (gelos). Especula-se que ele tenha ganho sua cor escurecida e avermelhada pelo tempo presumivelmente longo a que ficou exposto no espaço interestelar antes de chegar ao Sistema Solar, medido provavelmente em pelo menos alguns milhões de anos.
A origem do astro continua incerta. Ele veio da direção da constelação de Lira e agora viaja novamente para fora do Sistema Solar rumo à constelação de Hércules. Quando entrou, sua velocidade era similar à de sistemas estelares vizinhos na nossa faixa da Via Láctea, mas sua passagem por aqui e a interação gravitacional com o Sol alterou sua velocidade e trajetória de saída de forma significativa. Por esse padrão, presume-se que essa deve ter sido sua primeira passagem pela região interna de outro sistema planetário, após a ejeção de seu local de origem.
BÔNUS: UMA ENTREVISTA COM KAREN MEECH
Primeira autora do novo artigo sobre o ‘Oumuamua, a pesquisadora Karen Meech, do Instituto para Astronomia da Universidade do Havaí, respondeu a algumas perguntas do Mensageiro Sideral sobre esse estranho vagabundo interestelar. Confira aí.
Mensageiro Sideral – É muito intrigante que o objeto tenha uma forma tão incomum. Temos alguma ideia de como um objeto desses, tão alongado, poderia se formar naturalmente? Indo além, podemos descartar a hipótese de que seja artificial?
Karen Meech – Nós não sabemos como algo tão alongado assim possa ter se formado, mas muitos em nossa equipe, e estou certa de que outros, estão animados em explorar possibilidades. Coisas que são muito alongadas poderiam ser objetos binários de contato, mas algo assim não poderia permanecer grudado rotacionando tão depressa, e cada parte teria de ser muito alongada. Outros imaginara se poderia ter haviado uma colisão entre corpos num sistema solar jovem que teria moldado esse objeto, mas neste caso se esperaria o mesmo tipo de processo tenha operado em nosso sistema solar. Outros na equipe se perguntam se pode ter havido algum processo quando esse objeto foi ejetado de seu sistema solar, como uma explosão de supernova, que poderia tê-lo moldado. Podemos bolar teorias, mas talvez nunca saibamos, porque já temos agora a maior parte dos dados que colheremos deste objeto — ele está se afastando depressa e ficando tão pouco brilhante que apenas os maiores telescópios podem enxergar alguma coisa neste momento.
Este objeto é inteiramente consistente com a ideia de que seja um objeto natural; as cores (refletividade versus comprimento de onda) são consistentes com muitas coisas em nosso Sistema Solar, a taxa de rotação é similar à de coisas em nosso Sistema Solar, e a rota que ele está fazendo pelo Sistema Solar é consistente com a de um objeto natural. Tendo dito isso, não temos dados suficientes para provar que não é artificial, mas um objeto natural é o mais provável.
Mensageiro Sideral – E quanto à densidade, há algo que podemos dizer a respeito? Suponho que seja difícil, considerando que ele não está numa órbita kepleriana, mas vi no artigo científico vocês apresentarem algumas hipóteses sobre a densidade. Ele parece típico por esse aspecto?
Meech – A equipe trabalhou duro para tentar estimar sua densidade — em particular Olivier Hainaut e Jan Kleyna. Eles concluem que ele precisa ou ter alguma força, ou ter uma densidade maior que 1.500 kg/m^3 (1,5 a do gelo de água), ou seja, não é incomum comparado a outros objetos do Sistema Solar. Mas ele pode ter densidade maior.
Mensageiro Sideral – Sendo esse um objeto tão estranho, não deveríamos tentar “manter contato” com ele, fazendo tantas observações quantas pudermos e talvez até tentar enviar uma sonda para alcançá-lo?
Meech – Este objeto está perdendo brilho rápido, agora seu brilho médio é de cerca de 25,7 magnitudes (o que significa que, no brilho máximo, ele está com cerca de 24,5) e isso requer um telescópio muito grande. Então não há muito agora que possamos fazer cientificamente com ele — até mesmo fazer qualquer detecção dele exige um telescópio muito grande.
Mensageiro Sideral – Você acha que podemos obter dados suficientes para dizer de onde ele veio com alguma medida de certeza?
Meech – Esperamos obter mais algumas medições de posições antes do fim do ano para fazer exatamente isso!
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Bob Dylan em uma entrevista palestra mostro uma nave alienígena deste tamanho e formato isto significa que é uma nave mãe eles estão chegando
Ou que o Bob tava bem drogado.
E se ele for apenas o primeiro estilhaço de uma grande explosão cujos debris estão, com ele, começando a chegar ao nosso sistema?
Bem, uma explosão a anos-luz de distância se irradia por um círculo bem grande, então apenas uns poucos estilhaços viriam para cá. Mas, claro, se ele foi atirado para esta direção por um fenômeno específico, é importante observar o radiante para ver se vem mais coisa daquela direção — algo que os cientistas planejam fazer.
Este objeto esteve no periélio no início de setembro, justamente quando o sol acordou de seu solar mínimo e lançou uma série de poderosas explosões classe X. Depois deste período voltou a sua calma habitual. Será que não vale a pena investigar esta possível interação que também acontece com alguns cometas que se aproximam do Sol.?
Ele não chegou tão perto assim do Sol. Foi mais perto que Mercúrio, mas ainda assim nada como um cometa “sungrazer”, como o famigerado ISON de anos atrás…
Lembra que na outra semana eu levantei a questão da improbabilidade da naturalidade desse objeto Salvador? Pois é. Agora, além do que já sabíamos, sabemos que ele possui uma forma geométrica nunca antes encontrada de forma natural. Minha reação nesse momento já passou de “não deve ser” para um “melhor não ser” receoso! Infelizmente, como foi dito na entrevista, não temos mais oportunidade de estudar o objeto mais a fundo. A não ser que “eles” deem uma passadinha pra recolher uma voyager e levar o disco embora.
Aliás, cabe uma pergunta científica. Se fosse o caso de alguém recolher uma dessas voyager, seria possível saber que isso aconteceu? Ainda funciona alguma coisa de telemetria nas espaçonaves para nos dizer onde eles estão?
Ele tem muitas características que o fazem parecer natural, como a Meech disse. Seria sensacional se não fosse, mas nesse momento (ainda) tem bem mais cara de natural.
George Lucas imaginou a Estrela da Morte em formato esférico, pelo jeito se enganou….
Três fatos me fazem crer que o objeto é pesado, um é a sua cor vermelha que mostra que é formado de (Fe) em sua composição, outro fator é o fato de estar girando e não se partir e a última é que não há água em sua composição devido a não possuir cauda por conta da aproximação com o sol. Concluir que seria uma sonda alienígena disfarçada não seria prudente, haja vista que se a tecnologia deles seria muito superior a nossa e se mesmo fosse uma sonda alienígena, têm de ter em mente que mesmo que a fosse não significaria que essa sociedade ainda existisse, pois o espaço é um lugar muito vasto e o tempo que essa sonda ficou “vagando” pelo espaço a sociedade que a lançou poderia sequer existir hoje. Salvador, percebi que vc acredita em alienígenas, acredito que eles já estão por aqui e apenas nos observam em seu grande laboratório planetário chamado Terra.
Caso seja mesmo uma sonda interplanetária, será que ela achará vida inteligente no nosso planeta?
A Galileo achou, num estudo feito pelo Carl Sagan. 😉
Vc não acha que um bom nome para esse objeto, ainda mais com esse formato, seria RAMA?
Sim, houve o ensaio de uma campanha para batizá-lo de Rama. Mas prevaleceu a política dos astrônomos no Havaí, os descobridores, que costumam batizar os corpos usando a língua nativa em respeito ao povo que cede seus montes sagrados para observação astronômica. Uma boa causa.
Bom dia Salvador!
“tentar enviar uma sonda para alcança-lo?” ????????????
Vi um paper outro dia sugerindo isso, e não vi a proposta em detalhes. Mas por quê não? Teria de ser bem mais rápida que a Voyager, mas talvez, com uma combinação de motor iônico, estilingue em Júpiter e um baita foguetão na saída, desse para fazer um sobrevoo dele. O lance é preparar tudo tão correndo para um objeto que pode acabar nem sendo tão interessante. Com a expectativa de ter um desses por ano para estudar, talvez gastar vários milhões de dólares no primeiro, numa corrida maluca, seja perda de tempo e dinheiro. Mas não é tecnicamente inviável.
Lembrei de Encontro com Rama, do Arthur Clarke. Bateu na trave…
tudo conversa fiada! Sempre querendo ver chifres da cabeça de cavalo. e desafio qualquer um a provar um minimo dessas coisas
O que exatamente você gostaria de ver provado? Como se prova “um mínimo” de alguma coisa?
Quando descobrirmos o que realmente é esse OBJETO, o Palmeiras será campeão MUNDIAL.
dá para imaginar quando isso será ..né?
Esta “coisa” se assemelha, e muito, a uma suposta nave extraterrestre na Lua. estacionada, como se fosse uma pedra pontuda, um obelisco, cheio de inscrições em sua volta.
Sr. Salvador . Várias vezes o Sr. usou “plano dos planetas” nos comentários acima .
Me ajude nas dúvidas :
1 – É possível traçar um plano XY com a órbita dos planetas no sistema solar ?
2 – O sistema , provavelmente , tem movimento nesse plano .Posso afirmar que esse
movimento tem direção , sentido e velocidade constantes ? Se essa afirmação é verdadeira ,
quem ou o que é o referencial ?
3 – Se eu considerar o eixo Z , é conhecido algum movimento do sistema nesse sentido ?
Não sou astrônomo , apenas curioso e tenho dúvidas que provavelmente qualquer criança
do oitavo ano sabe.
Grato .
1- Aproximadamente. Existe um desalinhamento suave de uns graus pra cá ou pra lá, mas pouca coisa. Eles em geral estão distribuídos num disco, e esse plano médio (que, por arbitrariedade nossa, é centrado na órbita da própria Terra) é chamado de eclíptica.
2- Nada em órbita tem velocidade, direção e sentido constantes. Por isso a gravidade é uma força. Se a velocidade, direção e sentido fossem constantes, o movimento seria inercial e seguiria em linha reta.
3- Estou confuso. Imagino que você se pergunte se as órbitas dos planetas podem sofrer mudanças de inclinação com relação à eclíptica. É uma boa pergunta. Suponho que sim, mas bem pouco, uma vez que estão todos já distribuídos mais ou menos no mesmo plano, o que implica que as interações gravitacionais entre eles dificilmente gerarão força que os puxasse para muito longe deste plano.
Uma contribuição para ilustrar.
Os planetas giram ao redor do sol num “disco” coincidente com o equador solar.
Como não varia muito o angulo de cada planeta em relação ao plano, é comum usar o termo “plano orbital dos planetas” ou “plano dos planetas”
Todos planetas ficam mais ou menos no mesmo plano. Plutão e outros planetas-anões externos ficam bem fora do plano.
http://2.bp.blogspot.com/-8IuHH9w-2Tg/Vc4aj8FZMvI/AAAAAAAABcs/Iei15tjA4-I/s1600/ou_moon_art_2240_plutos_eccentric_orbit_expanded.jpg
Espera, Plutão cruza a rota de Netuno?
Não, não cruza. A inclinação é diferente.
Apesar de em certo momento Plutão ficar mais perto do Sol que Netuno ele não cruza exatamente a orbita de Netuno. Pode até passar “perto”, mas sem risco de colisão.
Isso ocorre pq a órbita de Plutão é bem excêntrica, e como disse o Salva tem uma inclinação diferente.
Por curiosidade, Plutão esteve mais perto de Sol que Netuno entre 1979 e 1999.
Admirável como leigo, mas curioso pela astronomia, ver um debate tão elevado sobre o fenômeno. E viva a ciência que nos trouxe respostas para a evolução da humanidade !!
EU penso que era a prancha do surfista prateado, trazendo logo após o devorador de mundos! vishiiii!
Considerando a forma como ele passou por aqui, a descoberta de seu formato, perdemos uma ótima oportunidade de chamá-lo de “Rama”. Vou até tirar o livro de minha estante e lê-lo novamente imaginando o nosso havaiano.
Natural é? Acho perfeitamente possível ser natural. Lembro do dia em que cheguei em casa e minha esposa estava nua na cama, ao abrir o guarda-roupa e tinha um cara nu lá dentro. Perguntei pq ela estava nua e ela disse que era por causa do calor, perguntei a ele o que fazia lá e ele me disse que estava matando traças a pedido de minha esposa. Perguntei a ele pq estava nu e ele se surpreendeu dizendo que nem tinha percebido que as traças já tinham acabado com suas roupas. Sei ambos falaram a verdade, mas que foi uma história bem esquisita, ah isso foi!
Fico a olhar a foto que contem apenas um ponto branco e tento imaginar como com um único ponto de luz conseguem tirar tantas informações, será que tudo isso é real?
Veja o vídeo, que tem o gráfico da variação regular de brilho do objeto, conforme ele rotaciona. Ele ajuda a entender como podem dizer que ele tem dimensões tão desproporcionais.
Sei..olhei para a pedra achatada e descobri que e uma nave camuflada, Os engenheiros colocaram um monstro dentro da nave e estao procurando um ambiente INTERESSANTE para coloca lo. Eles ouviram sobre a Terra e resolveram dar uma passada mais ou menos perto para conhecer a Terra e ver se era possivel soltar o bicho aqui. Se arrependeram.
Ao saber que o Curinta foi campeao com apito amigo,deram meia volta. NA TERRA NAO!!
hmmmm talvez um corpo rico em minérios, que estivesse orbitando algum corpo absurdamente maior tranquilamente… tomou uma pancada média, com a pancada ter voltado a derreter, mas tb com o impacto ter saído de órbita mas pelo corpo q orbitava, ter tido uma atração que o esticou, quase conseguiu manter ele em órbita, mas acabou escapando há uma velocidade considerável e passou por algo q o esfriou antes de voltar ao formato de geoide…. Alguma possibilidade ou realmente estou pirando da batatinha as 3 da manhã?
Um objeto colossal esticando como um espaguete, pela gravidade, bem próximo à fronteira do horizonte de eventos, de um buraco negro. Então, subitamente, destroçado em pedaços, propulsionados até nosso sistema, pela acreação violenta da energia de eventual material que, previamente ao objeto, já tava entupindo o horizonte de eventos do buraco (um quasar!). Ou então, não foi destroçado, o objeto seria remanescente de um pedaço maior que, uma vez propulsionado pela energia do quasar, foi perdendo velocidade e massa ao atravessar os incontáveis sistemas estelares, e seus ventos, até chegar no nosso sistema.
Isso está parecendo que é o SUBMARINO da Argentina, será que não é?????
Salvador, ela não crava que o objeto não pode ser artificial.
E se o aspecto for camuflagem?
Rotação e rota natural pra não chamar atenção e ainda economizar energia pega do uma carona?
Porque esse formato é muito único, mas pode ser o que você já respondeu sobre as novas tecnologias:
“Mas realmente é uma inovação recente, e por isso não vimos nada como isso antes. Espera-se que vejamos ainda mais no futuro”
Abraços.
Ela não pode descartar artificialidade porque não há observações próximas o suficiente que permitam distinguir traços superficiais do objeto. Mas as características gerais sugerem fortemente que é natural, como ela disse.
Reptilianos chegando?
Isso é um memento de outra civilização assim como são as Voyagers, perdemos a oportunidade de pegá-lo hehe.
Ele cruzou com a orbita da Terra ? pelo desenho esquemático ele sofreu um desvio de rota pelo sol ? o sol é relativamente pequeno comparado com sistema solar. coincidência esse objeto ter vindo de fora do sistema solar, acertado bem o centro do sistema solar ?
Ele não chegou a cruzar a órbita da Terra, mas cruzou o plano da órbita dos planetas duas vezes. A gravidade do Sol mudou radicalmente sua direção. E sim, é uma baita coincidência.
“a interação gravitacional com o Sol alterou sua velocidade e trajetória de saída de forma significativa.”
O objeto veio de muito longe, ninguém sabe da onde, adentrou o centro do sistema solar, não se chocou com nenhum astro integrante do nosso sistema, apesar da atração gravitacional, pegou impulso gravitacional do sol e acelerou (deve ter ganho bastante velocidade) alterando sua trajetória para ninguém sabe aonde…. Eita objeto bem direcionado heim… Temos que ser céticos na ciência e chamar isto de baita coincidência!?
Considerando que diversos objetos como esse devem passar pelo Sistema Solar todo ano, mas nossos vieses de observação levarão a detectar apenas que se aproximam do Sol, eu diria que termos visto este em primeiro lugar não chega nem a ser uma coincidência — é o desfecho mais provável, na verdade. 😉
Nossa, Salvador! Jura que em pleno século XXI você ainda acredita que um asteróide extinguiu os dinossauros, se hoje já é provado que aves evoluiram deles? Sabia que já é científico que o galo evoluiu do Tiranossauro Rex? Se ele tivesse sido extinto por um asteróide, você não poderia saborear seu delicioso frango assado no almoço de domingo, sabia? Pois é, vamos parar de repetir teorias dos anos 80 e 90. Estamos em 2017 e os dinossauros não foram extintos por nenhum asteróide, ok?
Pedro, você está bastante confuso — o que é natural neste caso.
Veja, as aves de fato são descendentes dos dinossauros, e você estaria certo em afirmar que o T. rex e a galinha são primos, embora meio distantes. Contudo, note que as aves divergiram dos dinossauros terópodes antes da extinção do Cretáceo-Terciário. Ou seja, quando o asteroide bateu, já havia aves E dinossauros. Seguindo apenas a filogenia, você poderia defender que as aves são apenas um subgrupo dos dinossauros. Geneticamente, isso está correto. Contudo, as classificações biológicas são arbitrárias, e decidiu-se classificar dinossauros e aves como grupos distintos. Portanto, podemos sim dizer que os dinossauros foram todos extintos no impacto há 65,5 milhões de anos, e restaram apenas seus descendentes que já haviam divergido antes do surgimento do T. rex, as aves.
Nunca houve, como você faz sugerir, uma mudança de paradigma nesse sentido.
Aproveitando a deixa, também tenho essa dúvida. Por quê apenas os gigantes dinossauros foram extintos? Por quê a hecatombe não eliminou também os animais menores? Por quê uma destruição tão seletiva?
Quando você precisa de várias toneladas de comida para viver, num momento de escassez súbita, você é o primeiro a bater com as dez.
A extinção foi causada pelo “inverno” pós-impacto. Uma grossa camada de poeira encobriu o planeta e barrou a luz solar por vários meses. Sem luz solar abundante, sem fotossíntese. Sem fotossíntese, sem plantas. Sem plantas, sem herbívoros. Sem herbívoros, sem carnívoros. Mas, claro, se você é um animal de pequeno porte, pode sobreviver por semanas ou meses dando umas bicadinhas no que sobrou por aqui e por ali até o Sol voltar e os ecossistemas começarem a se recuperar. Essa não é uma opção para os grandes. A seleção foi pelo tamanho mesmo. Restaram só os pequenininhos e com maior mobilidade — o que pode explicar porque só as aves restaram, de toda a linhagem dos dinossauros, além dos mamíferos, que eram todos pequenos na época e encontraram dali para frente caminho evolutivo livre para ocupar o nicho ecológico de animais maiores, uma vez que a biosfera se recuperou.
Muito obrigado pela explicação. Posso então concluir que se houver uma hecatombe parecida hoje, alguns humanos poderão sobreviver?
Parecida com a dos dinossauros?
Não, sem chance. Humanos entram na categoria “bichos grandes”. (Vá ver quantas calorias só o seu cérebro precisa…) Os que sobreviveram à hecatombe dos dinossauros tinham centímetros de comprimento e baixa demanda energética.
Ok! Mas sem querer ser chato, como nós (humanos) surgimos aqui na face da Terra? Somos descendentes de criaturas com alguns centímetros de comprimento? É isso?
Isso.
Pois é meu amigo Carlos. É isso o que a fantasiosa “teoria da evolução” nos quer fazer acreditar. Que somos descendentes de organismos microscópicos que habitavam os mares e que, depois de bilhões e bilhões de anos, começaram a desenvolver nadadeiras. Por fim, cansados de ocupar os mares, foram se arrastando pelas margens dos rios e praias com as patinhas novinhas em folha para ajudar. Finalmente, certa linhagem desses seres achou que estava na hora de ocupar as árvores e não teve dúvida : saiu saltitante das margens e passou a ocupar os galhos com a desenvoltura de um malabarista. É duro, mas é nisso que essa gente acredita.
Ninguém ficou cansado de ocupar os mares, nem ninguém achou que estava na hora de ocupar as árvores. Você claramente não entende a teoria.
Mas até mesmo sua apresentação tosca soa melhor do que a “explicação” em que você acredita, baseada em exatamente zero evidência. (Diferentemente da evolução, que tem evidências claras, como fósseis de formas de transição e mesmo genes que compartilhamos com criaturas na medida exata da similaridade entre nossa espécie e as deles.)
Então vamos lá! Me apresente TODOS os fósseis de formas de transição que vão desde as primeiras formas de vida até o homo sapiens. Quero ver, com fotos detalhadas, documentos científicos e o lugar onde estão exibidos TODOS esses espécimes.
Eu não preciso te apresentar todos. Eu jamais disse que tinha TODAS as evidências. A ciência não trabalha com completude, trabalha com consistência. Disse que tinha algumas evidências que corroboram a teoria — o que é melhor que nenhuma, no seu caso.
Ou seja, não existe nenhuma garantia de que a teoria da evolução seja verdadeira. Simplesmente alguém achou que existiam evidências suficientes para acreditar nela. Pois bem, a dificuldade em se encontrar todos os fósseis de transição é, sem dúvida, uma evidência de que a TE pode estar errada. Mas, curiosamente, essa evidência não conta, ela é desconsiderada…
Se você quer garantias, claramente não entende o que é ciência.
Ciência não é sobre garantias; ciência é sobre hipóteses explicativas que têm poder preditivo. Ou seja, a teoria da evolução não tem valor por ser mais ou menos verdadeira; ela tem valor por explicar as evidências E oferecer predições para novas observações. Quando Darwin formulou sua teoria, ele só poderia supor que o material hereditário dos seres vivos indicaria suas relações de parentesco; conforme deciframos o DNA e aprendemos a lê-lo, confirmamos que esse era o caso. Ou seja, a teoria da evolução fez uma predição que se mostrou bem-sucedida.
Quanto mais predições bem-sucedidas faz uma teoria, mais chance de ser totalmente verdadeira ela é, e podemos afirmar sem medo que ela é pelo menos parcialmente verdadeira, dentro do domínio de aplicabilidade circunscrito pelos experimentos que a testaram.
Então veja: ninguém pode dizer que a teoria da relatividade geral é totalmente verdadeira; talvez exista uma teoria ainda melhor, que explique coisas que a relatividade geral não explica, como a gravidade quântica. Contudo, podemos dizer que a teoria da relatividade geral é verdadeira para todas as observações que pudemos fazer até agora que a colocassem à prova.
O mesmo vale para a teoria da evolução por seleção natural. Ela passou em todos os testes — observacionais e experimentais — a que foi submetida nos últimos 150 anos, e não foram poucos. Resumo da ópera: todas as evidências são consistentes com uma história biológica em que os seres vivos da Terra evoluíram a partir de um ancestral comum. Se você quiser superar a teoria darwiniana, terá de encontrar outra teoria que a englobe, e não que meramente a substitua, e que replique todas as predições feitas anteriormente. Desnecessário dizer que não existe alternativa conhecida no momento, e que coisas como “design inteligente” são tão somente pseudociência desonesta, visto que não oferecem predições testáveis, nem respondem pelas observações que corroboram a teoria da evolução.
É essa arrogância que fragiliza a teoria da evolução. Qualquer outra tentativa de explicar a origem das espécies é imediatamente descartada e rotulada pelos adeptos da evolução como sendo “pseudociência”. Não admitem qualquer outra coisa que não seja aquilo para o qual estão condicionados a acreditar. Felizmente, existem focos de resistência, mesmo aqui no Brasil. Fiquei muito feliz em saber que uma grande Universidade paulista abriu suas portas para o estudo alternativo da origem da vida em nosso planeta. Sem dúvida é um primeiro passo para a mudança do paradigma evolucionista. Novos tempos estão chegando.
Veja, o problema é que a evolução é um fenômeno real. Já foi observado. Já foi simulado. Já foi constatado por DNA e por fósseis. É inescapável. Qualquer teoria que queira ser um avanço sobre o paradigma darwiniano, terá de levar a evolução em conta. Assim como Darwin teve de levar a evolução em conta, só substituindo a transmissão de caracteres adquiridos (de Lamarck), que não funcionava para explicar as observações, pela seleção natural sobre caracteres herdados.
Qualquer teoria biológica que queira substituir Darwin terá de *englobar* Darwin. Não é o que vemos de todas as alternativas, desde o criacionismo descarado até sua versão soft, pseudocientífica, o design inteligente.
Confuso está você e bastante mal informado também! Não havia aves e dinossauros juntos. As aves não seguiram um outro caminho evolutivo enquanto os dinossauros terópodes permaneceram assim. Isso não existe, não aconteceu assim. Hoje já se sabe que o Tiranossauro Rex e várias outras espécies tinham penas. Se sabe com 100% de certeza que terópodes como o T-Rex não eram como nós vemos nos filmes do Spielberg. Eles não tinham couro, escamas ou placas, mas sim penas. Isso é muito diferente do que você afirmou. Isso é comprovado por fósseis em melhor estado, que guardaram mais detalhes, encontrados mais recentemente principalmente na China. Não existe isso de aves e dinossauros terem sido contemporâneos. Um é a evolução do outro e se tivesse havido uma extinção em massa em qualquer momento desse processo evolutivo, seus descendentes, as aves, não existiriam hoje. Pode ter havido a extinção de uma ou outra espécie tanto por ação desse tal asteróide como por qualquer outro motivo, mas extinção em massa de dinossauros em um único momento e uma única razão, esqueça, essa ideia já foi abandonada faz tempo e não sou eu quem está dizendo, só estou repetindo o que a ciência já comprovou. Você pode ser um ótimo astrônomo mas tem o hábito de querer ser o dono da razão e insistir que está sempre certo quando não está, principalmente em temas que não domina. Melhor você ficar na sua área, a astronomia.
A ave mais antiga é o Archaeopteryx, que viveu uns 150 milhões de anos atrás. O Tyrannosaurus rex viveu entre 67 e 65 milhões de anos atrás. Então note que já havia aves na época do T. rex.
Eu escrevi uma edição especial inteira da Superinteressante sobre dinossauros (praticamente um livro ilustrado), então, embora não seja o jornalista de ciência mais ligado em paleontologia no Brasil (para isso, procure o Reinaldo José Lopes, meu vizinho de ciberespaço aqui na Folha), sei uma coisa ou duas.
Se você quiser adquirir para a sua coleção, ficou bem interessante (e fiz o Reinaldo ler tudo antes de publicar para ter certeza de que não disse besteira… rs): https://www.amazon.com.br/Dinossauros-Grandes-Mist%C3%A9rios-V%C3%A1rios-Autores/dp/853641765X?tag=goog0ef-20&smid=A1ZZFT5FULY4LN&ascsubtag=42603f10-bd58-4d9c-b785-abd470ef83ed
Superinteressante??? UAU!!! Já perdi a conta da quantidade de asneiras que eu já li nessa revistinha! Já li teorias nessa revista que já tinham sido refutadas há tempos e só os redatores da tal revistinha não tinham sido avisados! Não adianta, discutir com um metido a sabichão que acha que é deus e sabe de todas as coisas e confunde tudo sem nem entender o que está sendo colocado, é perda de tempo! O salvador nogueira é DEUS, ele sabe tudo e qualquer pessoa que discorde dele está errado! Salve o grande DEUS salvador nogueira, o dono da verdade e maior cérebro do UNIVERSO!!! (Estou sendo irônico, ok? Na verdade te considero uma anta…)
Eu também já li muitas asneiras na Superinteressante. Poxa, eu li asneiras na Nature e na Science já!
Estou falando de algo que eu escrevi, que foi lido por pessoas que entendem profundamente do assunto e validaram o conteúdo. O fato de ter sido publicado pela Super é só um detalhe desimportante. Não é quem publica o que importa; é o que está escrito. 😉
Pedro, é obvio que sua área não é a biologia e muito menos paleontologia.
Pelo seu pit, esta claro q vc adora teorias que vão contra o senso estabelecido… isso para não dizer um defensor de teorias de conspiração, se não for, age igual a um.
O video do youtube que vc “pesquisou” não te disse a verdade, e vc acreditou.
E sim, houve extinção em massa e das grandes. A ciência encontra cada vez mais evidencias desse fato, por isso essa ideia esta cada vez mais bem estabelecida. É isso q a ciência tem provado e não o contrário.
Já li artigos de pesquisas q apontam q os dinossauros estavam em “decadência”, mas em nenhum momento nega a subta extinção em massa q ocorreu.
Vc se empolgou com um videozinho no YouTube, mas é bom procurar outras fontes também.
Ah, a Terra é um globo!
E você é um retardado! Por acaso eu disse alguma coisa sobre terra plana? Larga mão de ser idiota, seu intelectualzinho de wikipedia…
Sendo mestre em Ciencias Biologicas gostaria de desfazer a confusão: Aves e Repteis são classificações antigas da época em que as classificações taxonomicas eram baseadas meramente em similaridades anatomicas. Isto dava margem a alguma imprecisao. Surgiu entao a abordagem filogenica que aborda a classificação dos seres vivos através de um algoritmo cronologico (caracteristicas mais antigas para a mais recente), o que tornou a arvore da vida muito mais precisa. Municiando a abordagem filogenetica hoje, alem de caracteristicas anatomicas e histologicas, caracteres bioquímicos e genéticos são tambem largamente considerados ao estudarmos a divergencia / agrupamento das especies. Portanto Salvador, AS CLASSIFICACOES BIOLOGICAS NÃO SÃO ARBITRARIAS. Pelo contrario, estao mais exatas e embasadas dobque nunca. Cuidado, Salvador, não caia na trolagem…
Desculpe insistir, mas a classificação é sim arbitrária.
O ponto principal a aprender é: a vida é um contínuo evolutivo. Decidimos dividir em classificações porque facilitam o entendimento, e o primeiro recurso foi usar o fenótipo, já que era a única coisa que tínhamos à disposição. Passamos a caracterizar e agrupar por características semelhantes. Isso, de maneira geral, acaba seguindo os padrões evolutivos — mas não necessariamente. Com as ferramentas genéticas e genômicas, pudemos partir para uma abordagem filogenética, mais precisa, que tirou alguns grupos de um canto e jogou para outro, mas sem violar completamente a coerência original. Contudo, há hoje debates infindos sobre classificação, mesmo para quem segue 100% a filogenia, porque as divisões são, sim, arbitrárias. Você pode criar uma árvore evolutiva bem completa de todos os vertebrados, mas a decisão de escolher um ponto de divergência para separar um grupo de animais de outro grupo de animais é completamente arbitrária. Ou seja, podemos dizer que aves e dinossauros são parentes, ou podemos dizer que aves são terópodes e que nunca devíamos ter criado a categoria “aves”, e qualquer das duas opções é igualmente válida: a escolha é arbitrária. E é isso que dá margem às discussões de classificação, hoje feitas à luz de argumentos da linha “isso faz mais sentido”. Mas, convenhamos, a evolução biológica não está nem aí para o que achamos que faz mais ou menos sentido. Ela simplesmente é. 🙂
Salvador, a palavra arbitraria pode significar a bel prazer, sabia? Vc acha mesmo que ‘arbitraria’ retrata bem o que vc acabou de me descrever?
Talvez o uso da palavra “arbitrário” seja inapropriado, Livia, por já ter se desapegado da etimologia original e parecer mais crítico do que eu gostaria que soasse ao usá-la.
De toda forma, vamos lá, clarificar as coisas: meu intuito, ao chamá-las de “arbitrárias”, é dizer que elas são definidas por convenções humanas, não pela natureza. As classificações biológicas não são ditadas pela natureza; elas são ditadas por humanos que podem usar determinados padrões da natureza (como a morfologia ou a filogenia) de base para estabelecê-las, de forma que a categorização seja útil para a compreensão da evolução. É interessante notar que biólogos diferentes podem usar padrões diferentes, e por isso justamente ainda há discussões bastante intensas no que diz respeito a classificação dos seres vivos, em todos os planos hierárquicos — dos domínios às espécies. (Na linhagem humana em particular, essas discussões beiram as raias do absurdo, por sinal.)
Não consigo encontrar outra palavra aqui que não seja “arbitrário” para definir isso, mas adoraria que você sugerisse uma outra palavra mais precisa para descrever o que acabei de dizer.
Veja: arbitrário não equivale a falso. As regras do futebol são arbitrárias, e não são falsas; são só arbitrariamente combinadas por um grupo que as dita para que todos possam praticar o mesmo esporte no mundo inteiro em igualdade de condições.
Pode parecer uma comparação espúria, mas não é; biólogos também precisam de classificações para que possam “se entender”, falar a mesma língua, de modo que, quando alguém se refere a uma dada espécie, todos os outros cientistas sabem que espécie é essa e onde ela se encaixa no grande esquema da vida. Mas é óbvio que, para além dessa utilidade, os critérios são, de novo, com o perdão da palavrinha, arbitrários — como a troca recente de morfologia para filogenia para classificação prova cabalmente.
E a mesma coisa se aplica a astrônomos, quando precisam, por exemplo, definir a diferença entre planeta e planeta anão, ou entre planeta gigante gasoso e anã marrom. O critério é arbitrário. A natureza não impõe diferenças marcadas entre uma categoria e outra, ela manifesta um contínuo. Da mesma forma, a evolução biológica é um imenso contínuo, e nós que criamos as “caixinhas” de classificação para entendê-la melhor.
Ou seja: não é criminoso ou errado ser arbitrário nesse sentido técnico; a arbitrariedade, por sinal, é um requerimento para todos que querem adotar classificações, que por definição são formas simplificantes de agrupar conjuntos de coisas sob um núcleo de características comuns.
É fácil visualizar isso como um fato do fazer científico. Duvido que, por exemplo, um ET que viesse à Terra para classificar as formas de vida locais chegasse a uma árvore classificatória igual à nossa. Ela teria similaridades, claro, pois retrata o mesmo fenômeno — mas a medida das diferenças seria a medida de arbitrariedade.
Eu escolheria a palavra ‘relativo’. A comparação com a definicao de planeta não eh perfeita,. A definição de planeta eh mais estrutural e baseada em propriesades gravitacionais. A diferenciacao entre especies eh eminentemente cronologica, o que sedimenta um tanto as coisas e foi capturado pela Filogenia nos conceitos de grupo ‘monofiletico’ e grupo ‘parafiletico’… Fui Abcs…
Você mesma se trai quando diz “eminentemente”. Ou seja, é principalmente isso, mas não só isso. Só a cronologia não basta. Há espécies e grupos com pouquíssima mudança por muito tempo, por estarem muito adaptados a um ambiente estável, e outros com muita mudança em pouco tempo e alta taxa de especiação, principalmente movida a mudanças no ambiente. Ainda tem os efeitos de deriva genética no caminho. Se fosse só a cronologia, especiação marcaria tempo com precisão, e não marca. A gente sabe que a evolução é um jogo entre ambiente e genética, e o ambiente não respeita o jogo cronológico na mesma proporção da variabilidade genética. (E mesmo a variabilidade genética pode ser um marcador complicado de tempo, como qualquer um que use DNA como “relógio” sabe.)
Resumo da ópera: você pode usar “relativo” em vez de “arbitrário”, se achar melhor. Mas, na minha opinião, “relativo” suaviza a questão — faz parecer que um ET estudando nosso planeta poderia chegar à mesma classificação que a gente se se colocasse em nosso lugar. Mas ele não pode deduzir que lugar seria esse, porque ele é… arbitrário. A realidade da situação é que nem os biólogos humanos todos estão em acordo sobre classificação, que dirá os ETs.
De toda forma, essa discussão em nada desmerece o paradigma darwiniano, que acredito ter sido a sua preocupação inicial. Abs!
e outros com muita mudança em pouco tempo e alta taxa de especiação, principalmente movida a mudanças no ambiente.
Meus dois cents: https://www.amazon.com.br/40-Years-Evolution-Darwins-Finches/dp/0691160465
Podem voltar à discussão.
¬¬
Pedro Cunha… só falta dizer que a terra tbm é plana, e que viemos da costela de um ser criado do barro…
…tudo isso durante o período de 6000 anos. Não esqueça! 😛
Você é tão burro que sequer leu o que eu escrevi! Se eu estou defendendo a teoria da evolução das espécies, dizendo que os animais atuais descendem dos dinossauros, como eu poderia defender essas baboseiras que você escreveu? Nossa, você é burro assim mesmo ou tá de sacanagem? Ah, entendi, você está entre a grande porcentagem de analfabeto funcionais que poluem a Internet, que até sabem ler mas não sabem interpretar um texto, é isso? kkkkkk…
*analfabetos funcionais
Isso tá mais pra “Cilindro de O’Neill”, alguma civilização alien em busca de um planeta habitável. Era só o que faltava, uma invasão do MSP (Movimento dos Extraterrestres Sem Planeta).
Esse O’Neill?
http://www.celebritytattoodesign.com/wp-content/uploads/2017/10/ed-oneill.jpg
na moral melhor comentario kkkkk
Conversando com renomados colegas cientistas na padaria do bairro sobre a curiosa forma de baguete do objeto, chegamos a conclusão que se trata de alguma “lasca” rochosa, resultado do provável choque entre exoplanetas. O que acha do nosso postulado de balcão?
Como diz a Karen Meech, o pessoal está trabalhando em hipóteses, mas é complicado. No caso da sugestão de vocês, não consigo imaginar como uma colisão dessas não envolvesse uma enorme quantidade de calor, capaz de derreter o material rochoso. uma vez derretido, a gravidade o conformaria a um formato menos alongado. A forma é um genuíno mistério no momento.
Aparece um pedregulho no espaço e o povo já começa a imaginar ETs e fazer citações de Star Trek. Que gente bitolada…. 😛
Bitolada? Você deveria ler como Arthur Clarke descreveu quase exatamente, em “Encontro com Rama”, os eventos ligados ao ‘Oumuamua. E não se esqueça de que é o mesmo Clarke quem inventou os satélites geoestacionários, que permitem que você veja jornalistas no mundo todo ao vivo pela TV. Bitolado ou visionário? E sua posição, é pé-no-chão ou desinformada?
Salvador… voce que é da área da astronomia: Em 1998, eu e dois amigos visualizamos no céu um conjunto de estrelas que se moviam sobre nossas cabeças no formato de W. Isso foi em Porto Alegre, alguns meses depois, vi em um noticiário que apareceu algo em Phoenix, Arizona, EUA. Desde lá, nao sei o que é, nem mesmo eles de lá conseguem decifrar.
Impossível dizer. Poderia ser muitas coisas. E quase com certeza na atmosfera, o que descartaria um fenômeno astronômico.
Uma boa observação meu caro Helio. É o que eu venho dizendo aqui neste blog há muito tempo. Antes mesmo de um contato verdadeiro (e improvável) com ETs, essa gente já foi abduzida. São décadas de alienante ficção científica a corromper a mente dos doidivanas. É possível ainda notar um certo constrangimento da entrevistada com a pergunta sobre a possível artificialidade do objeto. Veja que ela faz uma longa e cuidadosa explanação das possíveis origens naturais do fenômeno e, educadamente, descarta a hipótese absurda.
Acho peculiarmente engraçado alguém reclamar dos “desvarios” de ficção escrita após a revolução científica e ao mesmo tempo idolatrar ficção escrita por camponeses na época em que a Terra era plana… 😛
Simplesmente porque não era “ficção” meu caro! Os fatos narrados pelos sábios “camponeses” realmente ocorreram. Além disso, a esfericidade da Terra já era conhecida por muita gente na época – Eratóstenes já o havia demonstrado em 220 a.C. e de uma forma tão clara e simples que qualquer “camponês” a entenderia… 😛
Ah-hã. E qual evidência você tem de que, por exemplo, Adão e Eva existiram. Vai.
(Ou você aceita que pelo menos parte da história é fantasiosa?)
Salvador, recentemente você comentou sobre a possibilidade de nós colonizarmos um planeta em uma estrela daquelas que demoram trilhões de anos para apagar.
Imaginando que isso acontece num futuro distante, como fica o planeta num sistema desse? A entropia não acabaria com ele antes da própria estrela se perder?
acontecesse*
Não vejo como a entropia poderia desfazer um planeta. A gravidade está segurando-o de forma estável…
É verdade, me senti um idiota com a pergunta 😛
Alongado? Alguém mais lembrou do livro Encontro com Rama?
hehehehehe
Opa, acabo de citá-lo numa resposta!
É bem possível que existem milhares destes vagando pelo espaço, fora do sistema solar. Muitos nem conseguiremos conhecer. Possivelmente a atividade desses objetos tenha sido maior no passado, hoje já mais raros, e quem sabe alguns já passaram por aqui no passado ou até atingiram alguns planetas de nosso sistema solar.
Sua presença deve ter sido meio constante, mas só desenvolvemos recentemente a tecnologia para detectá-los. Espera-se ver um desses por ano, em média, no futuro próximo.
Alongado como um foguete, metálico, com uma rotação que gera um efeito gravitacional. Só pode ser um cruzador interestelar! Ora bolas! Queria vir até a Terra, mas não conseguiu frear….
Esse objeto está parecendo um monolito…Já passou perto de Júpiter? hehehe.
Deve ser o monolito de “2001, Uma Odisseia no Espaço”… vagando por aí…
Sidonia?
Existe uma grande probabilidade de ser Sidonia! Espero apenas que os Gaunas não estejam vindo logo atrás 😀 … brincadeiras à parte, é muito curioso um objeto neste formato passando por aqui, dá pra se deixar ao imaginário se alguma raça mais avançada não estaria por aí com naves espaciais utilizando camuflagem, afinal, com um espaço sideral quase infinito aos nossos olhos, somente as mentes mais inocentes ainda acreditam que não existe vida inteligente e mais avançada fora da Terra
Este astro tem epassa uma imagem de monólito… é grandioso!
levando em conta que tudo no universo está sempre em movimento, no fim dá pra chegar a um resultado crível quanto a origem e rota precisa?
Se conseguirmos calcular com alguma precisão a trajetória, e sabendo o movimento das estrelas, podemos tentar descobrir, caso ele tenha vindo das redondezas. Se ele estiver viajando há bilhões de anos pela galáxia, aí o mistério ficará em aberto.
Salva,
Desculpe pela insistência e pelo “Off Topic”.
Já tem alguma previsão do dia dos autógrafos que você ficou de organizar?
Estou precisando cumprir o que prometi quando disse que contemplaria com um exemplar do seu livro, “EINSTEIN – PARA ENTENDER DE UMA VEZ”, aquele que acertasse, ou desse o palpite mais aproximado, do tempo que decorreria entre o inicio dos disparos dos propulsores da Cassini e a perda do contato no mergulho final em Saturno.
A NASA considerou o tempo de 1 minuto e 30 segundos, (90 segundos), portanto esta é a ordem dos acertadores:
1º Lugar – David Machado – 90 segundos
2º Lugar – Raf – 78 segundos
3º Lugar – Oswaldo Alves – 70 segundos
4º Lugar – Pallando – 68 segundos
5º Lugar – Leonardo Marcoline – 120 segundos
6º Lugar – Mario – 60,00007 segundos
7º Lugar – Perna – 58 segundos
8º Lugar – MC – 51 segundos
9º Lugar – Broka – 50 segundos
Fala, Afrânio!
Cara, infelizmente, a editora provavelmente não fará nada, e recai sobre mim ter de fazer isso — e não tive tempo nem, francamente, motivação para fazê-lo até agora. 🙁
Salvador,
A livraria da Vila aqui de Moema cede o espaço e pede como remuneração 50% do valor de capa de cada livro vendido, eu sei que a editora remunera o distribuidor (Banca de Jornal) em 30%, portanto acho caro e inviável, contudo, poderemos marcar em um restaurante, bar ou cervejaria, aonde nos encontraríamos, sendo que cada um dos interessados que aparecer pagaria o eventual consumo próprio, além de comprar o livro pelo valor de capa, isto se você conseguir alguns volumes em consignação. Se não, cada um traria o seu já comprado para o autógrafo.
Se nada der certo, e não aparecerem os seus seguidores, garanto que o Eu™, você, eu e nossas esposas passaremos algumas horas agradáveis, relaxando, batendo um bom papo e tomando “uns goros”
Basta sua esposa (rss) marcar o dia, que a minha (rss) combina com a sua, escolhe o lugar e organiza o encontro.
Heheheh, você está maia por dentro que eu desses pormenores. Vou ver o que consigo.
Putz… quando eu nadava, eu era o rei do penúltimo lugar. A história se repetindo…
Obrigado, Afrânio!
Como vai, Afrânio! Boa contabilidade! Foi por pouco…Abs
Salvador, seria o Oumuamua um objeto extremamente raro no universo, ou a nossa tecnologia não é capaz de detectar tais objetos, ou ainda, somos capazes de identificá-los, desde que saibamos para onde olhar? Obrigado e parabéns pelo blog!
Ele pode ser uma lasca? Um fiapo interestelar?
Só uma lembrancinha?
Um estilhaço? Um espinho de um Super Sonic The Hedgehog Gigante Intergaláctico?
Se fosse artificial, ele teria se aproximado o suficiente para usar o efeito estilingue do sol, Salvador?
No Encontro com Rama, ele se aproxima para abastecer, através de uma língua de fogo, lembra?
Salvador, onde está localizado atualmente o objeto? Já passou pelo Sistema Solar, ou poderia ainda ser interceptado por Júpiter?
Ele não está no plano dos planetas, então não pode ser interceptado por nenhum deles. 😉
Fico pensando qual seria o ESTRAGO que causaria no nosso planeta se nos atingissem!
Seria grande, mas possivelmente não o suficiente para extinguir a humanidade.
Pelas dimensões, não é um “Devorador de Mundos” como aquele que apareceu em Jornada nas Estrelas Clássica 😉
Mas tem jeito de nave interestelar… Precisamos do Hubble, para ver se ele tem janelinhas 🙂
Fora as brincadeiras, eu diria, como Mr. Spock: “Fascinante”!
Pois é. Eu confesso que a ideia “artificial” passou pela minha cabeça. Perguntei algumas coisas à primeira autora do estudo, inclusive esta (“Pode-se descartar origem artificial?”), e estou aguardando ela responder (mandou uma mensagem rápida prometendo responder ASAP). Aí complemento o post. 😉
Tá mais para o monólito de 2001…
Teremos um “Encontro com Rama”?
Pois é. É a cara do “Encontro com Rama”. A principal diferença é que perdemos a data do encontro e quando descobrimos o objeto ele já estava de saída. Não pegamos a entrada, como no romance do Clarke. 🙂
SALVA, ISSO ESTA O QUE ME DECEPICIONA, ESTA TOTAL TENYATIVA DE DESORIENTACAO ESPACIAL,
MUITA COISA NAO CONFERE, NAQUELSS IMAGENS, VAI EM LASCO C3 VEJA, E QUER SABER , PPELAS CARACTERISTICAS WOORNWOOD , PARECE UMA SONDA.
Salva isso aí também faz lembrar as fotos de sonda da nasa.
AS15-P-9625 / AS15-P-9630)
E a AS-20 1020.
Tentando montar o quebra cabecabeça do possível sistema (Y) , wornwood está o trocam de thiamath a estrela ana marrom central, do SYSTEMA NEMESYS= (sol -cetus-hercolubus (thiamath)).
Salvador, fico impressionado com o tamanho tão pequeno desse objeto. Qual o menor tamanho que nossos telescópios podem detectar? Isso me parece somente uma agulha num palheiro, e mesmo assim o pessoal “viu”. Como pode?
Abraço.
Já vimos coisas menores. Vemos coisas pequenas quanto mais perto elas passam de nós. Mas, com comprimento de 400 metros, esse aí até que não é tão pequeno, não. O foco do Pan-STARRS é justamente objetos dessa faixa de tamanhos (50 metros ou mais). Mas realmente é uma inovação recente, e por isso não vimos nada como isso antes. Espera-se que vejamos ainda mais no futuro. 😉
“formato é altamente assimétrico — mais como um charuto”
Acredito que objeto passou por aqui, deu olá paras as nossas baleias e depois foi embora. Se der problema, vai ser lá no século XXIII…
http://www.ditl.org/Images/W/Whaleprobe1.jpg
Lembra!
Salvador, nossa tecnologia está efetivamente preparada para desviar um objeto desse, caso se constatasse que colidiria com a Terra (um novo Chicxulub)? Quero lembrar de matéria divulgada anteriormente, relacionada com esse tipo de operação. Grato.
Esse objeto é bem menor que o que gerou a cratera de Chicxulub: diâmetro médio de 100 metros contra 17 km para o dos dinos.
O maior fator limitante de uma ação anti-asteroide não é tanto a tecnologia, mas o tempo de aviso prévio.