Revelação de programa de investigação de óvnis do Pentágono deixa várias questões em aberto
O último sábado (16) foi marcado pela revelação –praticamente simultânea em dois veículos de comunicação americanos– de que o Pentágono manteve entre 2007 e 2012 um programa para investigar casos de objetos voadores não identificados, os populares e misteriosos óvnis.
Em seus anos de operação, o programa gerido de forma discreta pelo Departamento de Defesa americano consumiu cerca de US$ 22 milhões e investigou algumas ocorrências intrigantes no céu.
Dentre elas, um encontro de um objeto não identificado que fez manobras incompatíveis com as de uma aeronave convencional com dois caças F-18 da Marinha americana, em 2004.
O vídeo é intrigante; o relato de um dos aviadores, entrevistado pelo “New York Times”, é ainda melhor. “Não tenho ideia do que eu vi”, disse David Fravor, ex-piloto da Marinha envolvido no caso. “Não tinha plumas, asas ou rotores e era mais rápido que nossos F-18s.” E brincou em seguida: “Quero pilotar um desses.”
É mais um caso misterioso, como tantos registrados há décadas, com a diferença de que a posterior investigação deste episódio em particular gera também algumas perguntas bem terrenas ainda sem resposta.
O Programa de Identificação de Ameaças Avançadas à Aviação foi criado por iniciativa do senador Harry Reid, democrata do estado de Nevada, e a maior parte dos recursos teria ido para a Bigelow Aerospace, empresa do magnata de hotelaria Robert Bigelow sediada no mesmo estado. Bigelow e Reid são amigos.
Não está clara ainda como essa verba foi gasta, mas dizem envolvidos com a iniciativa que a Bigelow ficou encarregada de investigar evidências materiais deixadas por aparições de óvnis.
Em maio, Robert Bigelow deu uma entrevista ao programa “60 minutes”, da rede CBS, dizendo ter a certeza de que a Terra é visitada por espaçonaves alienígenas.
Em outubro, o funcionário de inteligência do Pentágono responsável pelo gerenciamento do programa, Luis Elizondo, conseguiu que três dos mais intrigantes vídeos, refletindo o encontro de caças com “veículos aéreos anômalos”, tivessem sua divulgação liberada.
O caso envolvendo o comandante David Fravor, na costa de San Diego, na Califórnia, foi um deles.
Logo após a liberação dos vídeos, Elizondo deixou o governo, para se associar a uma empresa chamada To the Stars Academy of Arts & Science (TTS AAS), que lidará diretamente com ufologia, entre outros temas exóticos, e distribuiu os clipes à imprensa.
O site da startup está no momento pedindo recursos de investidores e já arrecadou mais de US$ 2 milhões.
Uma circular de oferta de ações datada de 29 de setembro, a que a Folha teve acesso, detalha alguns dos projetos da empresa.
“A TTS AAS tem acesso a uma equipe global de cientistas com conhecimento avançado para desenvolver os projetos de pesquisa da companhia, incluindo Base de Dados de Ultra-Experiência Humana, Engenharia de Métrica do Espaço-Tempo, Interface Cérebro-Computador e Telepatia.”
Em 10 de outubro, a TTS AAS foi apresentada ao grande público pelo “Huffington Post”. Na reportagem, Elizondo é um dos entrevistados.
E certamente ajudou a dar mais visibilidade aos negócios que, no último sábado, o jornal “The New York Times” e o site “Politico” tenham publicado quase simultaneamente a revelação do programa do Pentágono, após a confirmação de sua existência pelo órgão governamental.
Elizondo, mais uma vez, figura proeminentemente em entrevista nas duas reportagens, assim como em uma publicada pelo “Washington Post” apenas horas depois, em que o jornal confirma ter conduzido diversas entrevistas confidenciais com o ex-funcionário do Pentágono nos últimos dois meses.
Elizondo diz que seu principal interesse é ver esses casos investigados seriamente — algo que sentiu que não aconteceria no âmbito governamental. Outro de seus interesses nos últimos meses foi falar bastante com jornalistas.
INCONCLUSIVO
Há pelo menos várias décadas objetos voadores não identificados são observados no céu do mundo todo. Na maioria dos casos, eles têm explicações mais prosaicas, como fenômenos atmosféricos ou astronômicos. Um pequeno percentual, contudo, desafia explicações convencionais.
Os Estados Unidos já tiveram vários programas de investigação desses casos. O mais famoso, conduzido pela Força Aérea americana, foi o projeto Blue Book, que existiu entre 1952 e 1970.
De todos os casos analisados, 701 (6%) foram classificados como sem explicação conhecida. Seriam casos genuínos de visitas por espaçonaves alienígenas? Ninguém sabe — é isso o que “não identificado”, em óvni, quer dizer.
E quanto ao programa do Pentágono recém-revelado (e, segundo o governo, encerrado em 2012), ele conseguiu avançar nessa questão? Um relatório de quase 500 páginas foi supostamente produzido pela iniciativa, mas não foi liberado ao público.
De acordo com o “Washington Post”, nem o Departamento de Defesa, nem quaisquer dos gerentes do programa afirmam ter obtido provas conclusivas de visitantes extraterrestres.
E nem todos os antigos membros do projeto têm o mesmo entusiasmo de Elizondo pelos resultados obtidos. “Após um tempo o consenso foi o de que realmente não poderíamos achar nada de substância”, disse ao site “Politico” um ex-funcionário do Pentágono familiarizado com a questão, mas que preferiu não se identificar.
“Eles produziram pilhas de papel. Depois de tudo isso, não havia nada que pudéssemos encontrar. Foi encerrado só por essa razão.”
Acompanhe o Mensageiro Sideral no Facebook, no Twitter e no YouTube
Não é de hoje que surgem casos sobre OVNI’s , mas a pergunta que me faço é a seguinte: existe um metodo cientifico que comprove ,que de fato, o que foi analisado é um OVNI ou não?
OVNI = Objeto voador não identificado. Ou seja, é facílimo identificar um OVNI. É só concluir que você não sabe o que é. 😉
Não nego a existência de vida extraterrestre, mas, devido a dimensão do Universo, sou cético a respeito de sermos visitados por ETs, a não ser que eles dominem a tecnologia de Star Trek e estejam respeitando a diretriz primeira (prime directive). O que acha Salvador? Como exercício filosófico, você acha tem sentido a diretriz primeira?
Acho que tem sim. É o que a nossa própria experiência sugere, e nós mesmos já estamos aplicando uma versão dela para bactérias, quando nos preocupamos em não contaminar Marte ou Europa ou Encélado com vida nativa da Terra…
Quer saber o que vai acontecer quando um OVNI de verdade passear perto da civilização?
É só ver a reação ao último lançamento da spaceX na Califórnia… Milhares de tweets e centenas de fotos e vídeos em alta definição. Não essas imagens borradas…
Good point. Quando há realmente um óvni espetaculoso, mesmo que depois seja identificado como “só” um foguete, o número de registros é absurdamente alto.