Astronomia: Novidades quentes (e úmidas) do sistema Trappist-1

Estudo sugere que planetas de Trappist-1 são ricos em água, e um deles é a cara da Terra.

O FAVORITO
A busca por vida está esquentando no sistema Trappist-1, um conjunto de sete planetas descoberto ao redor de uma estrela nanica a 40 anos-luz da Terra, na constelação de Aquário. Eles estão causando um frenesi entre os astrônomos, porque têm as condições ideais para que nossos equipamentos astronômicos — os atuais e os que estão para ser ativados — possam determinar se algum deles tem condições de abrigar vida. E dois novos resultados parecem apontar nessa direção.

PERDEU O GÁS
O primeiro fez uso do Telescópio Espacial Hubble para constatar que os planetas não têm atmosferas estendidas de hidrogênio, típicas de gigantes gasosos. Essa constatação já havia sido feita para os dois planetas mais internos, b e c, e agora também foi confirmada para os três seguintes, d, e e f. São todos rochosos mesmo.

O PESO DO MUNDO
Já o trabalho mais interessante envolveu uma análise de pequenas variações nos períodos orbitais dos planetas em razão da interação gravitacional com seus vizinhos. Como a gravidade é proporcional às massas, pudemos pela primeira vez saber quanto “pesam” esses planetas. E, como já tínhamos uma boa estimativa do volume, podemos agora calcular sua densidade.

QUANTA ÁGUA
Quase todos são menos densos que a Terra, o que indica que provavelmente têm maior quantidade de compostos voláteis — dos quais o mais comum é a água. Parece boa notícia. Afinal, sempre dizemos que água em estado líquido é uma condição essencial à vida. Mas será que existe algo como “água demais”? Os planetas de Trappist-1 podem guardar essa resposta.

OUTRA TERRA?
E diferente aí é o quarto planeta, Trappist-1 e, que é na verdade 2% mais denso que a Terra. Ele está na distância certa da estrela para que água exista em estado líquido e é, no momento, nossa melhor aposta para encontrarmos um mundo com oceanos e continentes, como o nosso. A partir de 2019, o Telescópio Espacial James Webb começará a “cheirar” sua atmosfera e descobrir se estamos mesmo diante de uma exo-Terra.

Comparação de tamanho, densidade e nível de radiação dos planetas solares e de Trappist-1. (Crédito: ESO)

P.S.: Os comentários do blog ainda estão bugados. Pessoal de TI está trabalhando para resolver. Lamento pelo inconveniente.

A coluna “Astronomia” é publicada às segundas-feiras, na Folha Ilustrada.

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