Astronomia: Hubble e Spitzer veem água em atmosfera de exoplaneta
Com telescópios espaciais da Nasa, equipe encontra água na atmosfera de exoplaneta.
ÁGUA À VISTA
Usando os telescópios espaciais Hubble e Spitzer, um grupo internacional de astrônomos concluiu a mais sofisticada investigação da composição atmosférica de um planeta fora do Sistema Solar. E eles encontraram água. Muita água.
SATURNO QUENTE
Não estamos falando de um planeta rochoso, como a Terra, mas sim de um gigante gasoso do tamanho de Saturno, orbitando uma estrela similar ao Sol a 700 anos-luz de distância. Mas ele tem algumas características sem igual no Sistema Solar, estando numa órbita ultracurta ao redor de sua estrela. O planeta WASP-39b completa uma volta em torno dela a cada quatro dias!
ASSINATURA
Os pesquisadores liderados por Hannah Wakeford, do Instituto de Ciência do Telescópio Espacial, nos EUA, mediram o que, no jargão técnico, é chamado de espectro de transmissão. Traduzindo para o português, é a assinatura da luz da estrela que atravessa de raspão a atmosfera do planeta e chega até nós.
O QUE TEM LÁ
Essa assinatura indica quais gases estão presentes na atmosfera, e foi aí que os pesquisadores encontraram vapor d’água. Eles já esperavam isso, mas ficaram surpresos com a quantidade: duas a três vezes maior que a presente no nosso Saturno.
SAI DE BAIXO!
O resultado traz uma pista importante para confirmar uma hipótese com que os astrônomos começaram a trabalhar desde que os primeiros exoplanetas foram descobertos, nos anos 1990. É a chamada migração planetária.
A ORIGEM
Nossos modelos de formação de planetas sugerem que é impossível um planeta gigante se formar tão perto da sua estrela. Para resolver o paradoxo, os astrônomos passaram a supor que mundos como ele se formam mais longe e depois migram para dentro. Um planeta formado pertinho da estrela deveria ser bem pobre em água, mas um formado mais longe teria muito mais dela — exatamente como WASP-39b.
A coluna “Astronomia” é publicada às segundas-feiras, na Folha Ilustrada.
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