Em nova missão, chineses tentarão plantar batatas e flores no lado afastado da Lua.

QUEM PLANTA, COLHE
É uma cena insólita, mas a Lua pode ter sua primeira primavera florida ao fim deste ano, se tudo correr bem com a próxima missão lunar chinesa. A sonda Chang’e 4 pretende, entre outros objetivos, estabelecer um pequeno ecossistema por lá.

VIDA NA LUA
A bordo, viajam sementes de plantas, batatas e ovos de bichos-da-seda. O experimento consiste em ver se eles podem prosperar, ainda que temporariamente, na Lua — naturalmente protegidos por um invólucro contendo ar e controle térmico adequados.

AO VENCEDOR, AS BATATAS
A minibiosfera voará num pequeno cilindro de 18 cm de altura por 16 cm de largura. A ideia é ver se as sementes da espécie Arabidopsis thaliana podem florescer, e as batatas, germinar. As primeiras são um dos organismos modelo em estudos de biologia. As segundas, uma potencial fonte de nutrientes para astronautas em missões de colonização espacial.

OXIGÊNIO GRÁTIS
Como toda boa planta, essas devem converter a luz solar em açúcares, aquela fotossíntese básica, num processo que tem como efeito colateral a produção de oxigênio. E aí é que entram os bichos-da-seda. Os chineses querem ver se eles conseguem sobreviver nesse ambiente, com o oxigênio gerado pelas plantas.

DE OLHO NO FUTURO
É a primeira vez que algo do tipo é tentado numa missão lunar, e o projeto serve como estudo preliminar para viabilizar a futura colonização de nosso satélite natural. Mas não é a única coisa inédita que a Chang’e 4 vai fazer.

OUTRO LADO
A missão deve ser a primeira na história a pousar no lado afastado da Lua, aquele que nunca se volta para nosso planeta. Para isso, um satélite de telecomunicações será lançado até meados deste ano. Alguns meses depois, parte a Chang’e 4, que também levará um jipe robótico, capaz de explorar as imediações da cratera Von Kármán, próxima ao polo Sul lunar.

A coluna “Astronomia” é publicada às segundas-feiras, na Folha Ilustrada.

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