Em votação apertada, Senado aprova diretor da Nasa indicado por Trump

Por uma votação apertada na quinta-feira (19), James Bridenstine foi aprovado pelo Senado americano para assumir a direção da Nasa. O deputado republicano de Oklahoma se tornou o 13° administrador da agência espacial americana em votação apertadíssima, 50 a 49, numa demonstração da relação precária que o presidente Donald Trump mantém com o Congresso americano, mesmo em temas de menor controvérsia, como a escolha do líder da Nasa.

A indicação da Casa Branca em favor de Bridenstine, que é piloto veterano da Marinha americana, veio em 1° de setembro do ano passado. Com uma maioria precária no Senado e alguma resistência interna, os republicanos seguraram a votação até o presente momento, para não correr o risco de perdê-la. Agora, finalmente, a Nasa pode ter um administrador empossado à frente da agência.

Parte da resistência a Bridenstine vinha de seu histórico como político (normalmente a Nasa é uma agência que tem apoio bipartidário, e nomear um republicano para dirigi-la ameaçava polarizar discussões sobre a agência), parte de declarações polêmicas que ele deu no passado, com um discurso negacionista da mudança climática — postura considerada inadequada para chefiar uma das agências cuja responsabilidade é investigar a questão de forma científica e sistemática. Com efeito, Trump tentou por duas vezes cancelar missões da Nasa destinadas a estudar o clima da Terra, e nas duas ocasiões teve suas decisões posteriormente revertidas pelo Congresso.

Apesar disso, há entusiasmo em boa parte da comunidade espacial com a chegada de Bridenstine. Como congressista, ele sempre demonstrou interesse pela Nasa e tem ideias arrojadas sobre o papel da iniciativa privada no futuro da exploração do espaço. Caberá a ele liderar os esforços da agência espacial para um retorno à Lua, conforme determinado pelo presidente Trump. Por ora, os planos da Nasa seguem exatamente os mesmos que já estavam em andamento durante o governo Obama, a despeito da ordem presidencial de trocar o foco de Marte para a Lua.

Bridenstine deve assumir o cargo nos próximos dias, em lugar de Robert Lightfoot, funcionário de carreira da Nasa que estava interinamente na posição desde a saída de Charles Bolden, em 19 de janeiro de 2017, e que deve se aposentar no fim do mês. Graças às trapalhadas políticas da administração Trump, Lightfoot tem agora a honra de ter sido o mais longevo administrador interino da história da Nasa.

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