Linguistas discutem como falar com ETs

Parece coisa de cinema. No último sábado (26), um grupo de pesquisadores envolvendo linguistas e outros especialistas se reuniu, em meio a uma conferência organizada pela Sociedade Espacial Nacional dos EUA, para discutir como seria possível conversar com extraterrestres. O evento, apropriadamente, aconteceu em Los Angeles, em meio à Conferência Internacional de Desenvolvimento Espacial, a ISDC 2018.

Soa como colocar o carro à frente dos bois. Afinal, nem sabemos se existem mesmo outras civilizações lá fora e muito menos se podemos de fato trocar mensagens com elas. Todas as buscas de potenciais sinais enviados por inteligências extraterrestres, a chamada SETI, até o momento fracassaram. Há um estranho silêncio lá fora, e não sabemos se isso é porque procuramos pouco, porque procuramos do jeito errado ou porque não tem ninguém lá.

A reunião foi organizada pela organização METI, sigla para Mensagens para Inteligências Extraterrestres. Seu principal objetivo é desenvolver formas de se comunicar de forma efetiva com outras civilizações, caso um dia encontremos uma.

O workshop foi interessante e trouxe até mesmo um artigo coautorado por um dos papas da linguística, Noam Chomsky, conhecido por sua teoria da gramática universal. Ela sugere que os humanos têm de forma inata uma estrutura pré-programada de comunicação e que todas as línguas de uma maneira ou de outra se conformam a esse padrão.

O novo trabalho se pergunta o quão “universal” seria essa gramática. Ela poderia ser estendida a civilizações extraterrestres, surgidas de outros caminhos evolutivos? A conclusão a que eles chegaram foi um intrigante “provavelmente sim”.

Trate isso com a pitada de sal que merece, claro. Mas, se for esse o caso, aumentam as chances de que, como dizia Carl Sagan, civilizações possam trocar entre si suas versões da proverbial “Enciclopédia Galáctica”, uma vez estabelecido o contato.

Esta coluna é publicada às segundas-feiras, na Folha Corrida.

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