AO VIVO: Pouso da InSight em Marte

No fim da tarde desta segunda-feira (26), se tudo correr bem, a Nasa dever ter mais uma sonda operando na superfície de Marte. A agência espacial americana espera para as 17h53 (de Brasília) um sinal confirmando o pouso bem-sucedido da InSight. E “esperar” é bem o termo. Como um sinal da Terra neste momento leva pouco mais de oito minutos para chegar até Marte, todo o processo é automatizado. Acompanhe ao vivo, com imagens do centro de controle da missão no JPL (Laboratório de Propulsão a Jato), na Califórnia, a partir das 17h30.

A missão desta vez não envolve um jipe robótico, mas um módulo de pouso estacionário, que colocará diversos instrumentos na superfície de Marte. Um sismômetro medirá “martemotos” — terremotos marcianos — e com isso será capaz de investigar a estrutura interna do planeta vermelho.

Uma perfuratriz fará uma penetração a até 5 metros de profundidade para medir quanto calor ainda flui do interior de Marte para a superfície. Câmeras ajudarão a medir oscilações no eixo de rotação marciano ao longo de sua órbita em torno do Sol.

Por fim, uma estação meteorológica medirá ventos e temperatura na atmosfera marciana no local de pouso.

Tudo isso, claro, se o pouso for bem-sucedido.

HERANÇA TECNOLÓGICA
A espaçonave em si é fortemente baseada na Phoenix, módulo de pouso que desceu próximo ao polo Norte de Marte em 2008. “Algumas das peças inclusive foram reaproveitadas daquela missão”, diz Ramon de Paula, engenheiro brasileiro que trabalha no Quartel-General da Nasa como executivo de programa da missão.

Apesar dessa similaridade, pousar em Marte é sempre difícil, e o fato de ter dado certo em 2008 não quer dizer que vá sair tudo bem agora. “A probabilidade de sucesso é a mesma da que tinha a Phoenix, porque há outros fatores em jogo.”

Com efeito, enquanto a Phoenix desceu proximo a um polo, a InSight vai para uma região colada ao equador marciano, em Elysium Planitia. A nova nave é um pouco mais pesada, vem em velocidade maior e terá menos atmosfera para ajudar na frenagem com para-quedas, uma vez que a área de pouso da InSight tem altitude cerca de 1.500 metros maior que a da Phoenix.

Apesar dos desafios, há grande confiança de que a missão será bem-sucedida. “As estimativas são da ordem de 99,8%, 99,9%”, diz De Paula.

Para monitorar a descida, dois minissatélites, MarCO A e B, foram lançados junto com a InSight. Além de tentar captar o sinal da InSight durante o pouso e retransmiti-lo para a Terra, a dupla testará a tecnologia de cubesats de baixo custo para missões interplanetárias.

O custo total da missão é de US$ 829 milhões.

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