Top Five do espaço, 2018

Hora de rever o que de mais incrível aconteceu na astronomia e na exploração espacial no ano de 2018. E não foi pouca coisa, não.

Stephen Hawking em 2014.

5- O ADEUS A STEPHEN HAWKING
O mais festejado cientista de atualidade nos deixou no dia 14 de março. Com sua aura de pop star, Para os físicos, Stephen Hawking foi o descobridor de que os buracos negros não são totalmente negros, emitem uma sutil forma de radiação, e com isso encolhem até desaparecer. Para o resto de nós, ele era o gênio preso a uma cadeira de rodas, o polemista inveterado, o herói das políticas em favor dos deficientes físicos e o triunfo do espírito humano diante das maiores adversidades. O homem se foi, mas seu exemplo continuará a inspirar gerações.

O manequim Starman, dentro do Tesla Roadster de Elon Musk, lançado pelo Falcon Heavy. (Crédito: SpaceX)

4- STARMAN E O FALCON HEAVY
Por falar em inspiração, a empresa SpaceX deu mais uma aula de como fazer a humanidade acreditar no impossível. Em fevereiro, realizou o primeiro lançamento de seu superfoguete Falcon Heavy e colocou um carro — isso mesmo, um carro — a caminho da órbita de Marte. As imagens incríveis são o prenúncio de uma nova era na corrida espacial, em que empresas começam a apitar tanto quanto governos. O Falcon Heavy é hoje o foguete mais poderoso em operação.

Concepção artística de exolua do tamanho de Netuno ao redor do planeta Kepler-1625b. (Crédito: ESA/Nasa/STScI)

3- DOS EXOPLANETAS ÀS EXOLUAS
O ano de 2018 trouxe o adeus ao satélite caçador de planetas Kepler, em outubro, e a chegada de seu sucessor, o Tess, lançado em abril. E uma descoberta particularmente intrigante, iniciada com o Kepler, foi corroborada com a ajuda do Hubble: a primeira exolua. Ela orbita um planeta maior que Júpiter e tem o tamanho de Netuno. Um mistério bizarro a ser mais investigado no ano que vem.

Imagem de céu inteiro obtida pelo satélite Gaia revela todos os detalhes da nossa galáxia (Crédito: ESA)

2- UM MAPA 3D DA VIA LÁCTEA
Tivemos em abril a divulgação do primeiro pacotaço de dados do satélite europeu Gaia. Com um catálogo de mais de 1 bilhão de estrelas, ele representa o mais perto que já chegamos de montar um mapa 3D da nossa galáxia, a Via Láctea. Esses resultados serão fundamentais para todo tipo de pesquisa astrofísica daqui por diante; é o catálogo de objetos astronômicos mais sofisticado já produzido.

Imagem obtida pela sonda InSight mostra seu sismômetro (esq.) tendo como pano de fundo a superfície de Marte. (Crédito: Nasa)

1- MARTE QUEBRANDO A BANCA
Impossível não trazer o planeta vermelho ao topo das paradas em 2018. Em junho, o jipe Curiosity detectou pela primeira vez moléculas orgânicas complexas, sinal de que Marte teve no passado todos os ingredientes para a vida. Em julho, foi a vez de dados da Mars Express revelarem a existência de um lago sob a calota polar marciana — um oásis marciano escondido pelo gelo. E, claro, em novembro tivemos o pouso da sonda InSight, para “radiografar” o interior do planeta. É muita coisa boa em um ano só!

BÔNUS: O QUE MAIS ROLOU
Várias outras notícias importantes marcaram o ano e foram concorrência dura para figurarem no Top 5. Entre elas, estão a volta do Brasil à Estação Espacial Internacional com o Projeto Garatéa-ISS e o lançamento do Itasat, satélite do ITA; o fim da missão Dawn ao cinturão de asteroides; os lançamentos da Parker Solar Probe ao Sol e da missão BepiColombo a Mercúrio; o sucesso da Hayabusa-2 com seus minirrovers no asteroide Ryugu; o anúncio de Elon Musk do primeiro passageiro a ir à Lua na próxima geração de espaçonaves da SpaceX; o silêncio provavelmente final do jipe Opportunity em Marte; a descoberta, feita in loco e em solo, de que Saturno está perdendo seus anéis; a descoberta de uma superterra ao redor da Estrela de Barnard; e a confirmação de que a Voyager-2 atingiu o espaço interestelar.

Esta coluna é publicada às segundas-feiras, na Folha Corrida.

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