O que vem aí em 2019
Aperte os cintos, porque o ano espacial vai começar agitadíssimo! Confira a seguir os eventos mais esperados no Sistema Solar em 2019.
NOVOS HORIZONTES
A emoção começa literalmente nas primeiras horas do dia 1º, quando a sonda New Horizons (aquela mesma que visitou Plutão em 2015) bate seu próprio recorde e realiza o sobrevoo mais distante da história da exploração espacial, ao passar a 3.500 km do objeto 2014 MU69, também conhecido como Ultima Thule — um pedregulho de gelo que sobrou da formação do Sistema Solar há 4,5 bilhões de anos, localizado a mais de 6,6 bilhões de km da Terra. Os primeiros dados pós-encontro chegam por volta das 13h desta terça, e as primeiras análises científicas só no dia seguinte.
ATRÁS DA LUA
Nem bem terminamos com a New Horizons, no dia 3 de janeiro ou arredores deve acontecer o pouso da sonda não tripulada chinesa Chang’e-4 na Lua. Será a segunda alunissagem chinesa, mas igual a esta você nunca viu. Pela primeira vez, uma espaçonave vai pousar no lado afastado da Lua, aquele que não dá para ver daqui. Será também a primeira vez que a China faz algo no espaço que ninguém nunca fez antes — mais uma prova de que eles estão levando a sério esse negócio de exploração espacial. E esta será apenas a primeira de muitas missões lunares esperadas para 2019: indianos e israelenses farão uma tentativa, e é bem possível que os chineses voltem à carga com a Chang’e-5 até o fim do ano.
EMPRESAS NO ESPAÇO
No começo do ano, possivelmente em janeiro, a empresa SpaceX deve fazer o primeiro voo-teste, ainda sem tripulação, de sua cápsula Dragon para astronautas. A rival Boeing deve lançar a sua, Starliner, em março, e a expectativa de ambas é, antes que este ano acabe, voar com astronautas da Nasa a bordo, encerrando a dependência americana das naves russas Soyuz, iniciada com a aposentadoria dos ônibus espaciais, em 2011.
EXPLORADORAS DE ASTEROIDES
As missões Hayabusa2 (do Japão) e Osiris-Rex (dos EUA) estão a todo vapor. Dessas, a que trará mais ação em 2019 é a japonesa, que deve pousar e colher amostras do asteroide Ryugu ao longo do ano que vem, iniciando a jornada de volta à Terra em novembro ou dezembro. A Osiris-Rex, por sua vez, só colherá suas amostras do asteroide Bennu em 2020.
TRÂNSITO DE MERCÚRIO
Em 11 de novembro, uma ocorrência relativamente rara irá ocorrer: o pequenino planeta Mercúrio cruzará à frente do disco solar. É algo que só se pode ver com equipamentos apropriados, mas a América do Sul está no lugar certo na hora certa para ver o fenômeno. Vai valer a pena.
Esta coluna é publicada às segundas-feiras, na Folha Corrida.
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