Governo Trump promete colocar homem na superfície da Lua até 2024
O vice-presidente americano Mike Pence fez nesta terça-feira (26) um discurso contundente, durante a quinta reunião do Conselho Nacional Espacial dos EUA, e apresentou a meta da administração Trump de colocar astronautas americanos na superfície da Lua em 2024, daqui a apenas cinco anos.
Como se não bastasse, alfinetou a Nasa, com os atrasos e estouros orçamentários com seu próximo foguete de alta capacidade: “Se nossos contratantes atuais não podem cumprir nossos objetivos, então acharemos quem possa.”
A cutucada é um recado direto ao SLS, em construção pela Boeing sob gestão direta do Centro Marshall de Voo Espacial da Nasa, em Huntsville, Alabama. Por sinal, foi em Huntsville a reunião do Conselho Nacional Espacial, que é liderado pelo vice-presidente.
“Urgência deve ser nossa palavra de alerta”, disse Pence. “Os Estados Unidos precisam permanecer os primeiros no espaço neste século assim como foi no último, não apenas para propelir nossa economia e proteger nossa nação, mas, acima de tudo, porque as regras e os valores do espaço, como qualquer grande fronteira, serão escritas por quem tem a coragem de chegar lá primeiro e assumir o compromisso de ficar.”
Os comentários vêm na esteira do anúncio, pelo administrador da Nasa, Jim Bridenstine, de que o primeiro voo da cápsula Orion, marcado para 2020, poderia ser feito com foguetes contratados comercialmente, em vez de pelo SLS. Na reunião desta terça, Bridenstine manifestou a confiança de que o SLS estará pronto para voar em 2020. Ele seria o único capaz de colocar a Orion numa rota translunar com um único lançamento, sem um estágio propulsor adicional para a missão. Caso a opção por foguetes comerciais seja adotada, seriam necessários dois lançamentos.
Antes deste anúncio, a meta da Nasa era mais modesta, de colocar humanos de volta na superfície lunar apenas em 2028. Com o adiantamento, o retorno histórico à superfície lunar cairia aconteceria até o fim do segundo mandato de Donald Trump, caso ele seja reeleito.
Pence afirmou que os EUA estão numa corrida espacial com China e Rússia para serem os primeiros na Lua no século 21 e destacou ainda que, para o cumprimento da meta, será preciso que a “Nasa se transforme numa agência mais magra, mais ágil e mais responsável”. Foi o que, no jargão técnico, os engenheiros chamam de chute no saco da agência espacial americana.
Como todo grande anúncio ligado ao espaço, este também é empolgante — no papel. Resta saber como isso será cumprido. Cinco anos é um prazo extremamente exíguo, considerando que, embora a cápsula capaz de levar astronautas à órbita da Lua esteja pronta para seu primeiro teste (a ser feito sem tripulação), não há ainda um módulo de pouso pronto que possa transportar gente até o solo lunar.
Pence, entretanto, evoca o sucesso do passado, sugerindo que a Nasa conseguiu em menos de 12 anos sair do nada para a Apollo 11 — missão histórica que completa meio século neste ano.
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