AO VIVO: Equipe apresenta primeira observação direta de um buraco negro

Acontece nesta quarta-feira (10), às 10h, uma coletiva organizada pela Fundação Nacional de Ciências dos EUA, em Washington, para apresentar os resultados do Event Horizon Telescope, projeto destinado a fazer a primeira observação do horizonte dos eventos de um buraco negro, ou seja, a mancha escura a partir de onde a luz já não pode escapar. Acompanhe ao vivo com tradução simultânea do Mensageiro Sideral.

Participam da apresentação France Córdova, diretora da Fundação Nacional da Ciências; Sheperd Doeleman, diretor do EHT e pesquisador da Universidade Harvard; Daniel Marrone, da Universidade do Arizona; Avery Broderick, da Universidade de Waterloo; e Sera Markoff, da Universidade de Amsterdã.

O Event Horizon Telescope consiste em uma rede internacional de cerca de 20 radiotelescópios espalhados pelo globo que se reuniram em causa comum para trabalhar como se fossem um só observatório gigante e então fornecer a visão mais impressionante que a humanidade já teve desse enigmático objeto astrofísico.

Buracos negros são objetos tão densos, com gravidade tão intensa, que nem mesmo a luz (a coisa mais rápida que existe) consegue escapar deles. Os mais comuns surgem quando uma estrela entra em colapso, ao esgotar seu combustível, e implode sobre si mesma. Mas esses são tão pequenos que seria muito difícil observar, mesmo com o esforço conjunto de todos os radiotelescópios do EHT. Por isso, os alvos preferenciais, observados desde 2017, são os chamados buracos negros supermassivos, que costumam morar no coração de cada galáxia.

O EHT se concentrou em dois em particular. O mais óbvio é o superburaco negro que mora no coração da Via Láctea, chamado de Sagitário A* (fala-se “a-estrela”), e sua contraparte no centro da galáxia M87, que está muito mais distante, mas também é mil vezes maior.

A tal “foto do buraco negro” já era esperada desde o ano passado e, quando não veio, houve gente achando que o esforço havia fracassado. O lance é que combinar todos os dados de todos os radiotelescópios, eliminar todos os defeitos de processamento e problemas de interferência, é um processo complicadíssimo.

Desde o fim de 2018, contudo, já surgiam rumores de sucesso. Ouvi primeiro, no ano passado, de um físico brasileiro especializado em buracos negros que o sucesso estava próximo, e em janeiro o jornal britânico The Guardian conseguiu ainda mais detalhes. Em entrevista, a astrofísica Sera Markoff declarou que dados “espetaculares” foram colhidos pelo EHT, mas na ocasião não confirmou ou negou a observação da “sombra”, o horizonte dos eventos do buraco negro.

Agora é a hora de descobrirmos.

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