Ainda sem diretor e coordenador, planetários voltam a operar em SP

Após a crise deste domingo (5), as equipes dos Planetários do Ibirapuera e do Carmo, em São Paulo, retomaram as atividades normais, com a promessa de reuniões com a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente para reavaliar a decisão de demitir o diretor e o coordenador da Divisão de Planetários, respectivamente Fernando Nascimento da Silva e Otavio Augusto Triverio Dias.

Os dois figuraram na última sexta-feira numa longa lista de exonerações no Diário Oficial da Cidade de São Paulo, assinada pelo prefeito Bruno Covas. A ação, que deixou o pessoal dos Planetários sem chefia, não havia sido previamente avisada, e fez com que os funcionários decidissem paralisar as atividades e não realizar a sessão das 15h de domingo do Planetário do Ibirapuera, a mais movimentada do dia. Após a pressão de representantes da Prefeitura e ameaças de demissão em massa, os funcionários voltaram ao trabalho para a sessão das 19h e agora seguem a rotina normal.

O protesto foi o mais radical lance na relação conturbada entre a direção dos planetários e a administração municipal. De um lado, a gestão ora destituída, que ocupava a função havia dois anos, estava formulando planos de longo prazo para o melhor uso das instalações e o melhor retorno em termos de políticas de divulgação científica e educação, e de outro lado a Prefeitura vinha gestando, desde o período em que João Doria ocupava a cadeira de prefeito, planos de privatização das instalações do Ibirapuera, num pacote fechado com o próprio parque. O orçamento para os planetários vem sendo sistematicamente cortado ano após ano — dos cerca de R$ 7 milhões necessários para as operações, menos de R$ 2 milhões têm sido efetivamente empenhados anualmente.

Consultada pelo Mensageiro Sideral na última sexta-feira, logo após a publicação das exonerações no Diário Oficial, a Prefeitura se manifestou oficialmente nesta segunda-feira. Sem responder especificamente sobre os Planetários, forneceu a seguinte declaração:

A Secretaria do Verde e do Meio Ambiente (SVMA) informa que tanto as exonerações, quanto contratações objetivam a readequação do seu quadro funcional, não havendo qualquer relação com o plano de concessão dos parques. Esse ajuste é fruto de estudo que vem sendo realizado há alguns meses para agilizar a atuação e os processos internos da pasta.

Não está claro como deixar uma equipe inteira sem chefia, de sopetão e sem aviso, pode agilizar qualquer tipo de atuação, mas este exercício a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente da gestão Bruno Covas deixa a cargo do leitor, como lição de casa.

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