Eclipse solar visível no Brasil nesta terça
Nesta terça-feira (2), teremos mais um eclipse solar, fenômeno que acontece quando a Lua se interpõe entre o Sol e a Terra. O fenômeno será visível em boa parte do território nacional, embora só seja total numa faixa estreita que cruza o sul da América do Sul, entre Chile e Argentina. Por nossas bandas o aspecto será apenas parcial — da nossa perspectiva, a Lua vai dar apenas uma dentada no Sol, ao cruzar à frente dele.
Qual o tamanho da dentada? Bem, aí depende de onde você estiver. Quanto mais para baixo no mapa, melhor. Na Região Sul, o nível de acobertamento do disco solar ultrapassa a faixa de 40%. Subindo, o efeito vai se tornando menos pronunciado e, nos extremos Norte e Nordeste, nem chega a acontecer. Em São Paulo, 27,3% do disco solar será encoberto pela Lua, ao transitar à frente dele.
Por essas bandas, o fenômeno acontece ao entardecer, com alguma variação de lugar para lugar. Em São Paulo, a fase parcial começa às 17h e o auge do eclipse se dá às 17h29. Será um desafio especial para quem vive na selva de pedra, uma vez que o Sol e a Lua já estarão bem próximos ao horizonte oeste no momento do eclipse. Para observar, é preciso ter a visão desimpedida e, de preferência, estar num lugar alto.
E aqui vai um lembrete importante: olhar diretamente para o Sol é sempre uma má ideia (pode causar mal à retina), então esteja preparado — use um vidro de máscara de solda Nº 14 (vendido em loja de ferragens) para observar o eclipse. Um método alternativo (e mais simples, porém menos atraente) envolve fazer um pequeno furo numa cartolina e gerar uma projeção do Sol numa parede próxima (seria no chão, se o fenômeno não estivesse ocorrendo durante o poente).
Mesmo considerando o fato de que, no poente, há muito mais atmosfera pela qual a luz do Sol tem de atravessar para chegar aos nossos olhos (engulam essa, terraplanistas!), o que atenua bastante a intensidade da luz solar, nunca é demais ter cuidado com os olhos. (Ver um segundinho, durante o poente, não tem problema, mas quem é que vai ver um eclipse durante um segundinho?)
E, caso o tempo nublado atrapalhe, não desanime. A boa notícia é que, sempre que há um eclipse solar, duas semanas antes ou depois, há um lunar (em que a Lua cruza a sombra projetada pela Terra). Eis que, no dia 16, teremos um eclipse lunar, também visível do Brasil. Parece que realmente a Lua decidiu promover uma série de espetáculos neste julho, mês em que se celebram os 50 anos das primeiras pegadas humanas na Lua, promovidas por Neil Armstrong e Buzz Aldrin, na missão Apollo 11.
Esta coluna é publicada às segundas-feiras, na Folha Corrida.
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