Experimento pode revelar pistas sobre a natureza da matéria escura
Um grupo internacional de pesquisadores apresentou resultados que podem representar um passo importantíssimo na decifração de um dos maiores mistérios da ciência nos últimos 50 anos: a matéria escura. Mas atenção: apenas “pode”. Os próprios cientistas fazem questão de dizer que os resultados obtidos pelo experimento XENON1T ainda estão longe de ser conclusivos.
Os dados vêm de uma câmara de detectores preenchida com xenônio ultrapuro e liquefeito, projetada especificamente para tentar detectar sinais de matéria escura e instalada nas profundezas do subsolo no Laboratório Nacional de Gran Sasso, na Itália. O experimento foi operado entre 2016 e 2018, e os dados estão sendo analisados.
A nova surpresa é a detecção de um certo “excesso de eventos”, ou seja, detecções inesperadas, que podem ou não ter a ver com a matéria escura. Eles podem ser explicados por algo mais trivial, como a presença de pequenas quantidades de trítio no detector ou algum fenômeno ligado a neutrinos. Mas talvez representem uma grande descoberta: um novo tipo de partícula, jamais observado antes e que não figura no chamado Modelo Padrão da Física de Partículas.
A partícula hipotética que mais se encaixaria são os áxions, partículas leves que estariam, neste caso, sendo geradas pelo sol, mas também poderiam ser o componente da tal matéria escura, até hoje só detectada por seus efeitos gravitacionais, mas jamais observada diretamente.
Os pesquisadores esperam que a próxima atualização do experimento permitirá concluir se estamos mesmo diante de uma grande descoberta ou de alguma anomalia estatística explicada de maneira mais trivial.
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