Imagens revelam ‘estrago’ da Osiris-Rex no asteroide Bennu
Dizem que uma imagem vale mais que mil palavras. Se for verdade, a sequência de imagens da Osiris-Rex divulgada nesta quarta-feira (21) vale por um livro inteiro. Ela revela os momentos que antecederam e sucederam o rápido pouso no asteroide Bennu, para a primeira coleta de amostras de um astro desse tipo feita pela Nasa, realizada na terça. Foram apenas 6 segundos na superfície, que levantaram uma enorme quantidade de detritos.
A agência espacial americana divulgou as imagens em coletiva realizada em Littleton, Colorado, na sede da Lockheed Martin, empresa responsável pela construção e operação da sonda. Nela, a equipe técnica da missão apresentou os primeiros resultados do delicado procedimento. “Ficamos acordados até duas da manhã ontem, enquanto essas imagens eram recebidas e processadas”, contou Dante Lauretta, cientista-chefe da missão.
Neste momento, o que se pode dizer é que a espaçonave parece em boa saúde e o pouso se deu com precisão incrível, com margem de erro de apenas um metro do centro da região em que o braço robótico deveria tocar. Esse era um ponto crítico, já que o asteroide Bennu se revelou muito mais acidentado do que se esperava.
A sequência de imagens revela que o sistema penetrou um ou dois centímetros no asteroide antes de disparar uma garrafa de nitrogênio pressurizado capaz de levantar material da superfície, para que se alojasse no coletor. De acordo com Lauretta, era o resultado mais desejado, que o solo se mostrasse granulado e esmagável. “Foi em situações assim que obtivemos os melhores resultados nos testes que fizemos em laboratório”, disse.
Após a coleta, a sonda disparou para longe do asteroide. Nos próximos dias, fará medições para saber a quantidade de amostra colhida. A capacidade máxima é de cerca de 2 kg, e a quantidade mínima para considerar a missão bem-sucedida é de 60 gramas. Todos os indícios indicam que ela foi atingida. Caso seja essa a situação, a missão científica no Bennu estará terminada, e a sonda vai se preparar para o retorno à Terra. A janela se abre em março de 2021, e o objetivo é estar de volta em setembro de 2023.
Em contraste com isso, caso a quantidade de amostra recolhida se mostre aquém da requerida, ainda há garrafas pressurizadas de nitrogênio para mais duas tentativas. Contudo, a expectativa dos cientistas é a de não precisar descer novamente ao solo acidentado do Bennu. Uma vez já foi emoção suficiente.
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