Sonda chinesa Chang’e-5 pousa com sucesso na Lua

A sonda chinesa Chang’e-5 realizou nesta terça-feira (1º), às 12h13 (de Brasília), seu pouso lunar de forma bem-sucedida. A próxima etapa da missão, já em solo, é colher cerca de 2 kg de solo da Lua para envio de volta à Terra – o primeiro retorno lunar de amostras desde a sonda soviética Luna-24, em 1976.

Apesar de inicialmente prometer a transmissão do pouso ao vivo, a TV estatal chinesa mudou de ideia na última hora, deixando todos sem saber se a alunissagem de fato havia ocorrido conforme o planejado. Apenas após tudo definido houve a divulgação de imagens da descida.

A Chang’e-5 partiu da Terra na segunda-feira passada, 23 de novembro, às 17h30, do Centro de Lançamento Espacial de Wenchang, na ilha de Hainan, no sul da China. A injeção translunar (disparo do foguete para colocar a nave a caminho do satélite natural) ocorreu menos de uma hora depois.

O alvo é a região do monte Rümker, no Oceanus Procellarum (no mesmo “mar” onde desceu a Apollo 12, em 1969, mas bem longe do local de pouso americano). Lá, o Sol nasceu no dia 27. A espaçonave chegou à órbita lunar no dia 28, fez os ajustes na inserção orbital no dia 29 e, então, promoveu a separação do módulo de descida. Após o pouso, o plano é a Chang’e-5 trabalhar em solo lunar por pouco menos de duas semanas (enquanto houver luz solar), usando um perfurador para colher amostras a até 2 metros de profundidade no local de descida.

As amostras serão embarcadas no módulo de ascensão, instalado no topo do módulo de descida (a exemplo das missões Apollo), e então ele decolará para um encontro com o módulo orbital e a cápsula de retorno. O conjunto então deixará a órbita lunar, rumando para a Terra. A expectativa é que as amostras, embarcadas na cápsula de retorno, reentrem na atmosfera entre 16 e 17 de dezembro. A descida será com paraquedas, e o material será resgatado na Mongólia Interior.

O programa espacial chinês já fez um teste do modelo da cápsula de reentrada, com a missão Chang’e-5-T1, em 2014. Os módulos de pouso lunar também já foram bastante testados, nas missões Chang’e-3 e Chang’e-4 (esta última, em 2019, foi o primeiro pouso, de qualquer país, a ser realizado no lado afastado da Lua). A maior tensão, portanto, estará com o módulo de ascensão, que terá de levar as amostras da superfície à órbita da Lua.

E algo que tem chamado a atenção dos observadores do programa é o porte das naves. Elas são pequenas para voos tripulados, mas bem grandes para missões puramente robotizadas, o que indica que a China está usando seu programa lunar como precursor tecnológico para futuras missões com astronautas. O país não esconde sua ambição de estabelecer uma base lunar na próxima década.

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