Cápsula da missão Chang’e-5 conclui com sucesso retorno de amostras lunares

A partir desta quarta-feira (16), a China já pode ser declarada oficialmente como o terceiro país a trazer amostras da superfície da Lua, depois de EUA e União Soviética. A cápsula da missão Chang’e-5 reentrou na atmosfera terrestre no início da tarde (madrugada do dia 17, pela hora local) e pousou, com auxílio de paraquedas, na Mongólia Interior, onde foi resgatada por equipes chinesas.

Foi o fim bem-sucedido de uma missão que durou pouco menos de um mês. A Chang’e-5 partiu em 23 de novembro, impulsionada por um foguete Longa Marcha-5, do centro de lançamento de Wenchang, no sul da China. Com quatro módulos e mais de oito toneladas, foi a maior espaçonave já enviada pela China ao espaço profundo. A manobra de injeção translunar, com o disparo dos propulsores para colocar a nave a caminho da Lua, foi vista no céu do Brasil.

A despeito da discrição chinesa na divulgação de suas iniciativas espaciais, a jornada lunar foi acompanhada por astrônomos amadores, que registraram a sonda até mesmo se aproximando da Lua. No dia 28 de novembro, a espaçonave disparou seu propulsor para frear e ser capturada pela gravidade lunar. Nos dois dias subsequentes, a nave circularizou a órbita e promoveu a separação do estágio de descida.

A alunissagem aconteceu no dia 1º de dezembro, e a China ameaçou transmitir o pouso ao vivo, mas recuou na última hora. Mais adiante, a TV estatal chinesa liberou o vídeo completo.

Um par de horas depois do pouso, a sonda iniciou o procedimento de coleta de amostras, o que se deu de maneira bem-sucedida, com o uso de uma perfuratriz para obter conteúdo do subsolo e de um braço robótico para recolher material da superfície. As amostras foram então depositadas no módulo de ascensão. A decolagem da Lua aconteceu no dia 3 de dezembro – o primeiro evento do tipo desde 1974, quando a missão soviética Luna-24 partiu de lá trazendo alguns gramas da superfície lunar.

Já a missão chinesa traz cerca de 2 kg, com uma arquitetura diferente. Enquanto o foguete de retorno da Luna-24 vinha direto para a Terra, o módulo de ascensão da Chang’e-5 subiu apenas até a órbita lunar, onde se encontrou com um módulo orbital. E foi lá que se deu a primeira acoplagem automatizada em órbita lunar da história.

Após a transferência do material colhido para uma cápsula de retorno, o módulo orbital disparou de volta para a Terra, culminando com a reentrada.

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