Missões à Lua e a asteroides, fosfina em Vênus e voos da SpaceX marcaram 2020

Chegou a hora de relembrarmos o que de mais importante aconteceu em 2020 na exploração espacial e na astronomia, no Top 5 do Mensageiro Sideral.

5- A perda de pioneiros

Algumas figuras marcantes da história da conquista do espaço se foram neste ano. Al Worden, 88, astronauta americano que orbitou a Lua na missão Apollo 15, em 1971, morreu em 18 de março. Chuck Yeager, 97, o lendário piloto que quebrou a barreira da velocidade do som em 1947, a bordo do avião-foguete X-1, nos deixou em 7 de dezembro. Também foi neste ano que ficamos sem o grande Freeman Dyson, 96, físico e pensador britânico morto em 28 de fevereiro. E mais sentida para o Brasil foi a morte do João Steiner, 70, um dos gigantes da astronomia brasileira. Nenhum deles foi vitimado pela Covid-19.

4- Fosfina em Vênus

Esta aqui estaria no topo da lista, não fosse tão controversa. Em setembro, um grupo liderado por Jane Greaves, da Universidade de Cardiff, no Reino Unido, anunciou a detecção de fosfina nas nuvens de Vênus em quantidade incompatível com quaisquer processos conhecidos – exceto, talvez, vida microbiana. O resultado logo foi alvejado por diversos questionamentos, e no fim viu-se que houve uma falha no processamento de dados. Uma reanálise manteve a presença de fosfina, mas em quantidades bem menores. Com isso, o mistério aguarda novos capítulos em 2021. 

3- Hayabusa2 e Osiris-Rex

Foi um grande ano para a ciência dos asteroides. Em 20 de outubro, a sonda americana Osiris-Rex fez um rápido pouso no asteroide Bennu, colhendo um punhado de amostras de sua superfície, para trazer de volta à Terra em 2023. Mais adiantada, a missão japonesa Hayabusa2 entregou, por meio de uma cápsula, amostras do asteroide Ryugu. O pouso se deu em 5 de dezembro, no deserto australiano, e espera-se que o material ajude a revelar muitos dos segredos da formação do Sistema Solar.

2- China na Lua, ida e volta

Os chineses também tiveram um bom ano para seu programa espacial, com a realização, entre 23 de novembro e 16 de dezembro, da missão lunar Chang’e-5. Mais audaciosa até aqui, ela promoveu pouso e decolagem, trazendo amostras da superfície da Lua – algo que não acontecia desde 1976, com a sonda soviética Luna-24. Mais que isso, o projeto serviu como um ensaio para a arquitetura que poderá levar astronautas chineses ao satélite na próxima década.

1- EUA voltam aos voos tripulados

Desde 2011, com a aposentadoria dos ônibus espaciais, os americanos não viam um lançamento tripulado partir de seu próprio país. Aconteceu em 2020, duas vezes, por intermédio da empresa SpaceX. A cápsula Crew Dragon concluiu sua fase de testes em um voo iniciado em 30 de maio, com dois astronautas, e então a empresa promoveu uma nova missão, levando quatro tripulantes à Estação Espacial Internacional, em 15 de novembro. É um marco para os EUA, após quase uma década sem acesso independente ao espaço, e para o mundo, que viu pela primeira vez voos espaciais conduzidos pela iniciativa privada, abrindo uma nova era na exploração do espaço.

Esta coluna é publicada às segundas-feiras, na Folha Corrida.

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