Emirados Árabes Unidos se tornam quinto país a ter um orbitador em Marte

Após o sucesso da manobra de inserção orbital realizada nesta terça-feira (9), a sonda Al-Amal (esperança em árabe), dos Emirados Árabes Unidos, já está em órbita ao redor de Marte. Com isso, o país se tornou a quinta entidade a atingir com sucesso o planeta vermelho, após EUA, Rússia (então União Soviética), Europa (unida sob a Agência Espacial Europeia) e Índia.

A espaçonave foi lançada por um foguete HIIA, japonês, em 20 de julho último. Foi a primeira de três missões lançadas a Marte durante a janela de oportunidade surgida no ano passado, seguida pela chinesa Tianwen-1 (23 de julho) e pela americana Mars 2020 (30 de julho), e também é a primeira a chegar ao planeta vermelho.

O projeto, destinado a ser um satélite que estudará o tempo e o clima em Marte, foi desenvolvido pela Agência Espacial dos Emirados Árabes Unidos em parceria com a Universidade do Colorado em Boulder, nos EUA. Ainda colaboraram com o projeto as universidades americanas do Arizona e da Califórnia em Berkeley. A operação da missão é feita pelo Centro Espacial Mohammed bin Rashid, em Dubai.

O país árabe tem ambições de longo prazo para Marte, que envolvem até mesmo a construção de uma cidade no planeta vizinho, num horizonte de cem anos. Por ora, terá seu primeiro orbitador, que conta com três instrumentos: o EXI (uma câmera de vários comprimentos de onda capaz de fazer imagens de luz vísivel de Marte com resolução de 12 megapixels), o Emirs (um espectrômetro de infravermelho, destinado a observar poeira, nuvens de gelo e de vapor d’água na atmosfera, além de medir a temperatura superficial e da baixa atmosfera do planeta) e o Emus (um espectrômetro de ultravioleta focado em monitorar a alta atmosfera de Marte, determinando a distribuição de monóxido de carbono e oxigênio na termosfera marciana, além de investigar a presença de oxigênio e hidrogênio na exosfera, ainda mais acima.

Com a manobra desta terça, que envolveu o disparo do propulsor principal da nave por 27 minutos seguidos para frear e assim deixar que a gravidade marciana a capture em órbita, a Al-Amal se estabeleceu numa trajetória bastante excêntrica ao redor do planeta vermelho. Dando uma volta a cada 40 horas, o orbitador oscilará entre mil e 50 mil km de altitude. Com o passar das semanas, fará pequenos ajustes de curso até se estabelecer numa órbita menos achatada, com período de 55 horas e oscilação de altitude entre 20 mil e 43 mil km. Essa é a órbita científica, onde a sonda deve passar a colher seus resultados científicos mais relevantes. A missão principal está destinada a durar um ano marciano (o equivalente aproximado a dois anos terrestres).

Nesta quarta-feira (10), será a vez da chinesa Tianwen-1 tentar se estabelecer em Marte e fazer da China a sexta entidade a ter um orbitador no planeta vermelho. E a americana Mars 2020, portando o rover Perseverance e o mini-helicóptero Ingenuity, deve chegar “chegando”, sem orbitar, mergulhando direto na atmosfera para um pouso na superfície marciana em 18 de fevereiro.

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