China se torna o sexto país a ter uma nave em órbita de Marte
A China optou mais uma vez pela discrição e meramente comunicou, após o fato, a inserção orbital bem-sucedida da sonda Tianwen-1 ao redor de Marte. Aconteceu nesta quarta-feira (10), seguindo um roteiro apurado de forma independente por entusiastas, e fez do país a sexta entidade a chegar com sucesso à órbita do planeta vermelho (depois de EUA, Rússia, Agência Espacial Europeia, Índia e Emirados Árabes Unidos).
Lançada em 23 de julho, a sonda viajou por sete meses em espaço interplanetário e disparou seus motores às 8h52 (de Brasília) para realizar a manobra de frenagem que permitiria sua captura pela gravidade marciana. Os sinais de rádio da espaçonave, viajando de lá à velocidade da luz, chegaram à Terra pouco menos de 11 minutos depois e foram detectados de forma independente pelo grupo alemão Amsat-DL, que faz monitoramento de satélites com uma antena de 20 metros do Observatório de Bechum.
A queima de combustível se deu durante cerca de 15 minutos, quatro dos quais sem sinal captado da Terra, por conta da ocultação da sonda por Marte, conforme ela contornava o planeta. A recuperação do sinal se deu conforme o previsto, às 9h48. O orbitador circula agora ao redor do planeta vermelho, chegando a atingir uma distância mínima de 400 km da superfície. Novas manobras farão um ajuste fino da órbita, e a nave começará a fazer uma mapeamento de Marte, com especial atenção para a região de Utopia Planitia.
É para lá que deve partir o módulo de pouso neste momento acoplado à Tianwen-1, mas somente a partir de maio. Em seu interior, viaja um rover. Se a fase de descida for bem-sucedida, a China pode se tornar apenas o segundo país a pousar em Marte. Até hoje, somente missões americanas tiveram sucesso em solo marciano.
Por sinal, é a Nasa, agência espacial dos EUA, quem conclui a atual temporada de chegadas a Marte. Na próxima quinta-feira (18), deve descer à superfície do planeta vermelho o rover Perseverance e o mini-helicóptero Ingenuity, a dupla da missão Mars 2020. E a primeira a chegar foi a sonda Al-Amal (“esperança” em árabe), primeira missão interplanetária dos Emirados Árabes Unidos, que realizou sua inserção orbital nesta terça (9).
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