Asteroide Apófis dá última chance a observação antes do encontro próximo de 2029
Ele é mal falado há mais de uma década, pela possibilidade (remotíssima!) de que impacte com a Terra em 2029 ou mesmo na passagem seguinte, em 2036. Mas o Apófis fará neste fim de semana uma aproximação segura e modesta da Terra, que não deve preocupar ninguém – exceto astrônomos querendo observar o fenômeno.
Neste 5 de março de 2021, a “passagem” envolve uma distância mínima de pouco menos de 17 milhões de km. Quanto é isso em termos espaciais? Quarenta e quatro vezes mais que a distância Terra-Lua (cerca de 384 mil km), também conhecido como “longe pra burro”.
A tensão toda tem a ver com uma futura passagem. Em 2029, espera-se que ele passe a meros 31 mil km do planeta – mais perto que os satélites de telecomunicações que ficam na órbita geoestacionária, a 36 mil km. Mas as chances de uma colisão, seja em 2029, sejam nas próximas passagens de “raspão”, são ridiculamente baixas. É o que, nos botecos (se pudéssemos estar neles), chamaríamos de “impossível”.
Pelo sim, pelo não, esta oportunidade de 2021 é a última que os astrônomos têm para observar o dito cujo e refinar sua trajetória para as próximas passagens. Há um bocado de incerteza, não só pelos efeitos gravitacionais, mas também por outras forças menores, como o efeito Yarkovsky, em que a luz solar altera suavemente o rumo de asteroides. Mas mesmo com tudo isso a chance de um impacto futuro é baixa. O Apófis tem 370 metros de diâmetros e entra na categoria dos asteroides com potencial para destruição continental, mas não de extinções globais em massa (que é reservado a asteroides com 1 km ou mais). O bólido que acabou com os dinossauros, há 65 milhões de anos, tinha mais de 10 km.
Para uma aula completa sobre o Apófis, confira este vídeo do astrônomo Cristóvão Jacques, do Observatório Sonear, maior descobridor de asteroides no Brasil.
E, se você quiser ver imagens ao vivo da passagem do asteroide, não deixe de acompanhar o canal Astro NEOS, clicando aqui.
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