Universo adolescente já tinha buracos negros gigantes, e descoberta surpreende astrônomos
O Universo já estava no negócio de fabricar buracos negros gigantes bem antes do que se costuma imaginar. É o que se depreende da descoberta recém-anunciada por um grupo internacional de astrônomos: eles encontraram evidências de um desses glutões cósmicos, com massa equivalente à de 800 milhões de sóis, que já estava lá quando o cosmos tinha apenas 5% de sua idade atual, cerca de 690 milhões de anos.
O objeto, conhecido pela antipática sigla ULAS J1342+0928, é o novo recordista de sua categoria: trata-se do quasar mais distante já encontrado. Sua existência acaba de ser comunicada pelos cientistas em artigo publicado on-line nesta quarta-feira (6) pela revista “Nature” e desafia nossa compreensão de como era — e o que rolava — no Universo jovem.
Bem, antes de seguirmos viagem sobre este achado fascinante, façamos uma saudável paradinha para falar de quasares — vai ajudar, prometo.
Quasar é uma daquelas palavras que fazem todo mundo que não é astrônomo coçar a cabeça. “Que diacho afinal é um quasar?!” Trata-se de um sentimento totalmente legítimo. Por um bom tempo, os próprios astrônomos tinham essa angústia. Os primeiros objetos desse tipo, descobertos na década de 1950, eram poderosas fontes de ondas de rádio que, no entanto, ao telescópio óptico, pareciam apenas com o brilho similar ao de estrelas. Daí, em 1964, nasceu o nome: quasar é uma contração da expressão “quasi-stellar radio source”, ou “fonte de rádio quase-estelar”.
Havia, inclusive, na época, a dúvida sobre se os quasares eram objetos muito distantes, localizados fora da Via Láctea, ou eram astros exóticos que habitavam nossa própria galáxia. Investigações posteriores confirmaram que eles eram na verdade extra-galácticos, e nem sempre emitiam copiosamente nas frequências de rádio. Eles deixaram de ser “quasi-stellar radio sources” para ser “quasi-stellar objects”, mas a contração quasar continuou em voga.
Mas tinha mais: constatou-se que muitos desses objetos na verdade residiam no coração das galáxias, e um consenso começou a emergir de que eles eram o resultado da presença de buracos negros gigantescos (chamados pelos cientistas de supermassivos) nos centros galácticos. De fato, quase todas as galáxias parecem ter pelo menos um desses em sua região central, e isso vale também para a nossa modesta Via Láctea.
Certo, buracos negros não são exatamente famosos por emitirem qualquer coisa que seja em grande quantidade. Com efeito, eles têm esse nome justamente porque têm um campo gravitacional tão intenso que, dependendo da distância, nem a luz, a coisa mais rápida do Universo, consegue escapar dele. Então como pode ser que esses quasares emitem tanta radiação a ponto de ser vistos como estrelas, mesmo a bilhões de anos-luz de distância? A resposta está na diferença entre um buraco negro e um buraco negro com fome, no meio de uma refeição.
Coisas caem em buracos negros. Estrelas, gás, planetas, tudo que por acaso chegar perto demais deles vai acabar mergulhando. E, durante o mergulho, vai acelerar, do mesmo modo que um corpo em queda livre, movido pela gravidade da Terra, acelera na direção do chão. E um corpo que acelera ganha energia. E um corpo que ganha energia emite parte dessa energia, na forma de radiação. E é isso, exatamente isso, que os astrônomos enxergam nos quasares — a radiação emitida pela matéria que está sendo loucamente acelerada e prestes a cair num buraco negro supermassivo.
A ERA DOS QUASARES
Agora que você já sabe o que é quasar, podemos ver o que eles nos contam sobre a história do Universo.
Pelo fato de a velocidade da luz ser alta, mas finita, a luz que estamos recebendo hoje aqui na Terra proveniente de astros muito distantes foi emitida muito tempo atrás. Por isso, quanto mais longe olhamos no Universo, mais estamos vendo como ele era no passado.
O estudo de objetos distantes foi a primeira pista que tivemos de que o cosmos está em expansão — o astrônomo Edwin Hubble descobriu em 1929 que, em geral, quanto mais distante está uma galáxia, mais rápido ela parece estar se afastando de nós. A distância até elas ele conseguiu estimar usando como referência um tipo de estrela, as variáveis cefeidas, que pode ser vista mesmo de muito longe, em outras galáxias, e tem sempre o mesmo brilho absoluto. Ou seja, se ela brilha igual em toda parte, comparando o brilho aparente, podemos estimar quais estão mais próximas e quais estão mais afastadas. É basicamente como saber que, numa rua, todas as lâmpadas são de 60 W e aí estimar quais estão mais perto e quais estão mais longe de você vendo quais parecem mais brilhantes.
Certo, mas e a velocidade de afastamento? Como ele podia saber a que velocidade as galáxias estavam se afastando? Entra em cena o “desvio para o vermelho”, mais conhecido como “redshift” — o fato de que fontes de luz que estão se afastando de nós ficam mais avermelhadas do que aquelas que estão paradas. (Fontes que se aproximam, por sua vez, ficam mais azuladas.)
Hubble percebeu que havia uma correlação clara entre distância e redshift. Ou seja, quanto mais distante está uma galáxia, mais rápido ela parece se deslocar para longe de nós. Daí ele derivou a famosa Lei de Hubble, que indica a taxa de expansão do Universo. Combinada com a teoria da relatividade geral de Einstein, ela nos permite estimar quando todas essas galáxias lá fora — toda a massa que hoje parece estar se afastando — esteve reunida num único ponto. Hoje, as estimativas mais precisas dão conta de que isso aconteceu há 13,8 bilhões de anos. Este é o momento do chamado Big Bang.
Analisando o redshift dos quasares (que, como descobriu Hubble, pode ser atrelado à distância), vemos que eles são mais comuns no passado do que no presente do Universo. Quanto mais nosso olhar mergulha nas profundezas do cosmos, mais encontramos exemplares desses núcleos ativos de galáxias, em que buracos negros supermassivos destroçam grandes quantidades de matéria prestes a cair neles, emitindo copiosas doses de radiação.
O pico de atividade dos quasares parece ter acontecido há cerca de 10 bilhões de anos. E o quasar mais distante (e antigo) conhecido até então havia sido descoberto em 2011. Seu redshift indicava que ele estava lá quando o Universo tinha 770 milhões de anos.
O novo achado empurra ainda mais para trás esse recorde. Com redshift ainda maior, ele surgiu apenas 690 milhões de anos.
COMO NASCE UM SUPERBURACO NEGRO?
Pode parecer meio maluco falar em 690 milhões de anos como “apenas”. É um tempo tão grande para nossos padrões cotidianos que parece inimaginável. Mas, na história cósmica, não chega a ser tanto assim. O Sol e a Terra, por exemplo, têm 4,6 bilhões de anos. E é menos tempo ainda se você pensar que um buraco negro conseguiu juntar massa equivalente a 800 milhões de sóis.
O problema toca num dos adoráveis dilemas de Tostines enfrentados pelos astrônomos hoje. Eles sabem que buracos negros supermassivos e galáxias são intimamente ligados, um influenciando a evolução do outro. Mas quem veio primeiro, a galáxia que ajudou a formar o buraco negro supermassivo, ou o buraco negro supermassivo que ajudou a formar a galáxia?
Ninguém sabe a resposta a essa pergunta, mas a nova descoberta ajuda a começar a formulá-la. “A existência desse buraco negro supermassivo quando o Universo tinha apenas 690 milhões de anos de idade, apenas 5% de sua idade atual, reforça modelos precoces de crescimento de buracos negros que permitem buracos negros com massas iniciais de mais de 10 mil massas solares ou acreção hiper-Eddington episódica”, escrevem Eduardo Bañados, da Instituição Carnegie para Ciência, e seus colegas, no artigo da “Nature”.
Resumindo esta ópera aí: aparentemente buracos negros podem crescer bem rápido ou já nascer bem grandinhos. Como? É o que os cientistas esperam entender nos próximos anos, conforme nossos estudos mergulham cada vez mais fundo no Universo.
Os pesquisadores já indicam que sua descoberta coloca o novo quasar e sua galáxia numa época cósmica conhecida como a era da reionização. E tenho certeza de que, se você chegou até aqui, vai querer saber o que é isso.
Bem, voltando àquela aula meio tediosa de química, o que são íons? São partículas com carga elétrica positiva ou negativa. Então pegue um átomo de hidrogênio. Ele tem um próton no núcleo, com carga elétrica +1, e um elétron ao redor, com carga elétrica -1. Na soma, 0. Ele é eletricamente neutro. Agora arranque esse elétron dele, e temos dois íons — o próprio elétron, -1, e o próton solto, +1.
Legal, agora vamos voltar à origem do Universo. A partir da Lei de Hubble, sabemos que ele começou bem quente e denso, compactado num espaço muito pequeno. No início, toda a matéria e energia estavam tão amontoadas, tão apertadas, e tão quentes, com tanto movimento, que nada conseguia parar para se reunir e formar entidades neutras, como um átomo de hidrogênio. Estamos falando de uma era em que o Universo era completamente ionizado. Mas a expansão foi mudando esse jogo — a matéria foi tendo mais espaço e se esfriando. Com isso, finalmente prótons e elétrons puderam fazer seu simpático abraço e o cosmos passou a um estado neutro.
Foi nessa época, inclusive, que a diluição cósmica finalmente permitiu que a luz circulasse livremente. Até então, tudo estava tão amontoado que qualquer partícula de luz que fosse emitida logo trombava com algum íon, e não circulava. O Universo era opaco. Com a expansão, e a neutralização, finalmente a luz foi “libertada” — e essa primeira luz cósmica é justamente o que detectamos hoje como a radiação cósmica de fundo. É ela que nos conta da época em que o cosmos era tão denso que toda matéria estava ionizada e apertada num espaço bem pequeno.
Isso aconteceu mais ou menos 380 mil anos após o Big Bang. E aí o Universo finalmente começou a ganhar sua forma atual. As pequenas flutuações de energia na fase densa acabaram se tornando grandes flutuações na distribuição de matéria, gerando nuvens de gás hidrogênio difuso (com um pouco de hélio) a partir dos quais a gravidade faria sua mágica — mas não tão depressa. Durante um bom tempo, várias centenas de milhões de anos, teríamos um Universo meio sonolento, em que, fora a radiação de fundo, “eco” do Big Bang, havia pouca luz circulando por aí — uma idade das trevas cósmica.
Então, algumas centenas de milhões de anos após o Big Bang — cerca de 550 milhões, segundo a estimativa mais precisa de que dispomos hoje, obtida com os dados do satélite europeu Planck –, a partir dessas nuvens difusas, nasceriam as primeiras estrelas — resultado basicamente da compactação gravitacional agindo sobre elas.
Estrelas fazem algo muito bem — emitem radiação. O Universo começava a se acender, e com isso outro fenômeno também entraria em ação. A radiação luminosa produzida pelas primeiras estrelas iria interagir com os átomos neutros difusos espalhados pelo cosmos, dando-lhes a energia suficiente para separá-los novamente em íons. Temos então a tal “era da reionização”, que pode ser equiparada à “era em que as estrelas começam a iluminar o Universo, que por isso deixa de ser chato e tedioso”.
Há um conjunto de evidências que mostram que o processo de reionização aconteceu relativamente depressa pelo Universo todo. Aparentemente, entre 550 milhões de anos e 900 milhões de anos após o Big Bang, o processo de transformação havia sido concluído. Essa é praticamente a adolescência cósmica, a fase de transição entre o que o Universo era no começo, resultado direto de seu nascimento, e o que ele acabou se tornando — e ainda é até hoje.
O quasar recém-descoberto está bem no meio desse processo. Podemos até imaginar que ele é uma espinha na cara do Universo, uma pista das mudanças que estavam acontecendo com ele naquela época transformadora, sobre a qual ainda sabemos relativamente pouco.
O animador é que devemos descobrir ainda mais sobre esta era crucial nos próximos anos. A próxima geração de telescópios, na Terra e no espaço, nos permitirá estudar com detalhes mais sutis essa época da adolescência cósmica, em que tanta coisa importante aconteceu — dentre elas o surgimento dos primeiros átomos sem os quais hoje não estaríamos aqui, como o carbono, o oxigênio e o nitrogênio, para citar só três.
Esta não é, portanto, só a história do Universo. Esta é também a nossa história. É de onde viemos, e o que nos permitiu estarmos aqui agora, explorando os mais distantes rincões do cosmos com nossos instrumentos. Não sei quanto a você, mas acho particularmente fascinante que sejamos capazes de reconstruí-la passo a passo, ainda que com algumas lacunas. Em vez de estimularem a resignação diante dos grandes mistérios da existência, elas só me deixam com vontade de aprender mais.
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Bom dia Salvador! Semana passada ouvindo um programa de rádio você afirmou que pelo tempo de existência do Universo as galáxias não deveriam estar se afastando umas das outras e portanto o processo de formação estaria inacabado. O que seria a matéria escura que tanto os astrofísicos estudam neste problema?
Nilson, eu não falei isso. O que eu disse é que de início se imaginou que a expansão do Universo estaria desacelerando, pela ação da gravidade. Mas a partir de 1998 descobrimos que ela parece estar se acelerando — e essa força misteriosa que está levando a isso os astrofísicos chamam de energia escura.
O melhor deste blog é sem dúvida alguma as repostas do grande Salvador ! Geniais !
Principalmente porque a ciência está prestes(em termos de idade da nossa raça) a descobrir como funcionam as menores e maiores coisas do universo(enquanto não aparecem outras menores e maiores claro kkkk para continuar o jogo).
Interessante disso tudo é que quase tudo gira em torno de algo, e é como se a galáxia girasse em torno de um ou mais buracos negros…será que os buracos negros(ou grupos de buracos negros) não giram em torno de algo e com este movimento levando uma galáxia ?
A gravidade domina sobre a expansão cósmica até o nível dos superaglomerados de galáxia. Ou seja, as galáxias de um superaglomerado também se movimento pautadas pela gravidade do conjunto, girando ao redor (ou na direção) do centro de gravidade do superaglomerado. Além disso, a expansão já “venceu”, de forma que superaglomerados não parecem girar ao redor de um centro comum. Com o passar dos zilhões de anos, a expansão dominará cada vez mais, até que chegue ao nível de galáxias — cada galáxia seu próprio universo isolado.
Entendi…é que sempre tive o conceito de que a gravidade é uma reação de algo, ex: o que nos mantem no chão é a gravidade da terra, a lua está presa no campo gravitacional terrestre, a terra está presa no sol, etc…
Posso está simplificando muito…sei lá…
A gravidade, por Einstein, é a curva do espaço-tempo quadridimensional.
Está aqui uma dúvida que eu sempre tive, desde que li sobre o experimento no Brasil durante a primeira guerra que comprovou a curvatura. A Gravidade é SÓ a curvatura do espaço-tempo, ou é atração newtoniana entre os corpos MAIS a curvatura? Em outras palabras, é só Einstein ou é Newton mais Einstein?
O libro Big Bang, do Simon Singh, me deixou a sensação de ser a soma das duas coisas.
Obrigado!
A curvatura é que gera a atração, então é uma coisa que leva a outra. 🙂
Newton e Einstein deram explicações diferentes para o mesmo fenômeno. A de Newton sobreviveu por bastante tempo, explicava todos os fenômenos e experimentos observáveis neste período. A explicação de Einstein corrigia as aparentes “distorções” observadas em experimentos novos. Não existe uma certa ou uma errada, ambas explicam os fenômenos às quais se propuseram a responder. A explicação de Newton pode ser deduzida da explicação de Einstein, mais geral. A explicação de Einstein, até o momento, não foi refutada. Ao contrário, foi é reforçada recentemente, com a detecção de ondas gravitacionais.
Eu faria uma distinção entre explicação e a fórmula. A explicação de Newton sugeria uma força agindo à distância entre dois objetos. A explicação de Einstein sugeria uma mudança na geometria do espaço que se manifesta como se fosse uma força agindo à distância entre dois objetos. A fórmula de Newton é um caso mais simples das equações de campo da relatividade geral de Einstein, ou seja, uma está dentro da outra. Mas as duas explicações são diferentes. A que vale hoje é a de Einstein, embora a fórmula de Newton continue sendo suficiente para a maioria dos problemas que encontramos. E não custa lembrar que a própria fórmula de Newton era uma versão mais complexa das leis de Kepler, que representam um caso simples da gravidade newtoniana. Mas Kepler nem explicação deu, só encontrou a razão geométrica entre órbitas e velocidade dos planetas.
verdade. newton só descreveu o que acontecia (relação entre forças, massas e distâncias). Einstein tentou explicar COMO acontecia, e com esta explicação conseguiu esclarecer também aquilo que as fórmulas de newton falhavam em descrever com exatidão…
E na verdade o próprio Newton não se sentia muito confortável com a ideia de forças inexplicáveis agindo à distância, e de forma imediata.
Verdade!
Salvador e amigos, bom dia. O que vocês acham dessa ideia?
No mundo quântico, quando algo é possível, acontece.
Todas as possibilidades infinitas de criação de partícula anti-partícula devem ser levadas em conta, em toda parte, o tempo todo.
As flutuações quânticas no vácuo possibilitam o surgimento espontâneo de pares elétron-pósitron que se aniquilam em fótons que por sua vez transformam-se em pares quark-antiquark.
Os antiquark emitem gluons – que como sabemos é o elemento aglutinador do núcleo de um átomo.
De acordo com essa proposta, Inclusive a gravidade pode surgir desses vastos campos quânticos.
(A mim me parece que essa teoria não necessita explicitamente da criação de um Big Bang. Haveria matéria sendo formada em toda parte onde houver uma interação quântica. Ou seja: uma pequena variação nesse Campo pode gerar, com o passar das eras, eventos gigantescos) (como o bater das asas de uma borboleta em Tóquio pode ocasionar um furacão na costa leste dos Estados Unidos)
Obs: O que é descrito acima foi empiricamente constatado nos experimentos do grande acelerador de partículas.
Não funciona por um detalhe: o glúon só carrega a força nuclear forte a distâncias curtas. Ele tem um comportamento bizarro de elástico de que quanto mais longe, mais forte a força fica, mas a partir de uma determinada distância, não mais. Logo, glúons não podem explicar a gravidade, que age a grandes distâncias.
a analogia do elástico é perfeita! 😀 é como se, depois de de esticar o elástico no máximo, ele rompesse e parasse de atuar!
Por “distâncias curtas” você quer dizer muitíssimo curtas, tipo sub-atômicas?
Contexto?
pode ser
ideia interessante, Marcos!! com isto a gravidade, a grosso modo, se resumiria a uma clássica propagação de ondas ocorrendo no limite da velocidade da luz por colisões entre partículas que surgiriam o tempo todo, em todo o espaço, no vácuo quântico. mas não parece que estamos sempre tentando, de formas cada vez mais sofisticadas, resgatar a ideia antiga de um éter imaterial permeando todo o universo?
Salvador, boa noite
Tudo bem por aí
Com muita educação, respeito e consideração que você sempre merece de minha parte,
Por gentileza, se possível você poderia me explicar melhor isso?
Eu não estou entendendo mesmo, é sincero.
Nos meus estudos e pesquisas, encontrei isso:
“A estátua da Liberdade em Nova York está 99 metros acima do nível do mar.
Em dia claro, é possível enxergá-la até 90 quilômetros de distância.
Se a Terra fosse um globo, isso iria colocar a estátua 631 metros abaixo do horizonte”
Por favor Salvador, me ajude a compreender isso.
Muito grato por sua atenção e no aguardo.
Abraços
Bom dia, Silvio. Terei o maior prazer em responder. Em meus estudos e pesquisas, descobri que a Estátua da Liberdade é plana. Todas essas imagens que mostram ela em 3D… esqueça. Conspiração. Tudo fake. A Estátua da Liberdade é plana. Se quiser, te apresento as provas. Assim que você me apresentar os cálculos que você fez para tirar as conclusões acima, assim como uma foto com dados de GPS feita a 90 km da referida estátua. Imagino que, com suas pesquisas e seus estudos bem organizados aí, você deve ter isso separado já.
Cheque mate…
Pois é. E, como previsto – e comunicado ao Salva -, ele não só não respondeu (correu, arregou), como mudou de assunto, como sempre fazem.
Muito previsíveis, esses pombos.
Salvador, boa tarde
Tudo bem por aí
Hoje faz 2 meses que eu estou estudando sobre esses temas, é muito legal.
Eu sou muito grato pela sua atenção e ajuda também para a minha compreensão.
Então, no seu post anterior a esse, você me explicou que por causa do giro da terra, quando estamos observando o por do Sol ele se põe aqui para nós no horizonte e nasce por exemplo, do outro lado do planeta, no Japão.
Talvez com as considerações e experimento abaixo, entendamos o que acontece com o exemplo da estátua da Liberdade, sem precisar usar a matemática, repito, talvez, senão, vamos a matemática.
Mas pelo que eu verifiquei Salvador, o que de fato acontece é que o Sol quando está se pondo, é porque ele está ficando mais distante de nosso campo de visão.
Para ilustrar e facilitar o entendimento, você pega uma moeda, pode ser de $1,00 (um Real), ou qualquer outra. Você segura a moeda em pé, apoiada na ponta de uma mesa plana e mira sua visão no meio da moeda.
Depois você vai afastando a moeda em pé, sempre para trás sobre a mesa plana. Você vai verificar que a moeda vai desaparecendo, primeiro a parte debaixo, depois até o meio e por fim a moeda desaparece completamente, assim como o navio no mar, e por tabela, também o Sol.
Será que existe mesmo uma perspectiva de visão que nos limita e nos ilude a perceber um fato ?
Eu ainda estou esperando a foto da Estátua da Liberdade a 90 km de distância, com os cálculos correspondentes que indicariam uma inconsistência.
Mas pelo que eu verifiquei Salvador, o que de fato acontece é que o Sol quando está se pondo, é porque ele está ficando mais distante de nosso campo de visão.
Não, não está. Você é um idiota. E os vídeos abaixo comprovam sua idiotice, pombo:
https://www.youtube.com/watch?v=7aXI3Mpb69A
https://www.youtube.com/watch?v=riq6azm_BZM
Pruuuuuu… pruuuuuuuuuu..
Depois você vai afastando a moeda em pé, sempre para trás sobre a mesa plana. Você vai verificar que a moeda vai desaparecendo, primeiro a parte debaixo, depois até o meio e por fim a moeda desaparece completamente, assim como o navio no mar, e por tabela, também o Sol.
E você foi enganado DE NOVO. Isso só acontece se o ponto de vista estiver ABAIXO da beirada da mesa:
https://www.youtube.com/watch?v=0-WsoHiz17I
Rapaz, como você é manipulável e acredita em tudo que vê por aí, mesmo que não te apresentem evidências! É um gado, mesmo!
Aqui pra mim o Sol nasce lá na Serra do Mar (meu Leste) e se põe na direção do Parque Barigui (meu Oeste) 🙂
Como vc vê, tudo questão de ponto de vista.
Silvio, você também acredita, além da Terra Plana, que a Terra é o centro do Universo? Afinal, quando eu olho para o Sol, ele se move, não a Terra. As estrelas todas se movem, não a Terra.
ps- a conversa está muito boa, mas tenho que ir atrás de um bode pra fazer o Sacrifício do Sol Poente, senão o Sol não nasce amanhã.
Fiz o teste, a moeda não desaparece.
Abraço
“Estudos e pesquisas”? Exclusivamente nos sites dos terraplanistas? Ai não vale, procure em sites de gente que pensa, não somente ficam repetindo sem pensar o que outros ignorantes ou mal-intencionados dizem. Analfabetos científicos são umas das piores más companhias que se pode ter neste mundo.
Barbosinha, o meigo. Continua sutil e light na arte de dizer asneiras.
Não é culpa dele, é culpa do pensamento auto sugestivo e até da forma como funcionam os mecanismos de busca e redes sociais, tendem a mostrar apenas o que gira em torno da sua opinião, por muitas vezes até confirmando… dai o problema. O cara acredita que Lula é honesto, ai na rede e nas pesquisas só vão aparecer coisas boas do individuo e de pessoas que concordam com o mesmo fato.
Agora eu entendi você Salvador. O importante é vender livros. Usa o nome de Deus e conteúdo não importa. Por que você não vem para um debate transparente e honesto? Eu sugiro e desafio que você faça um post aqui no seu Blog a contrapor os vídeos dos americanos dos Estados Unidos que estão denunciando veementemente as farsas da Nasa. Não são só brasileiros que descobriram a turminha do balão mágico que vivem no mundo da Lua fake-nasa. Atualmente o mundo inteiro só fala nisso na internet e nas redes sociais. Insisto, faça um post sobre isso e vamos debater em alto nível, bom senso e com educação. Para ficar mais isento só vídeos dos americanos serão analisados “Fake Nasa”
O importante para um escritor é ser lido. Mesmo os camponeses que escreveram a Bíblia há 3.000 anos acreditavam nisso, e por isso usaram o nome de Deus nela. Se não tivessem usado o nome de Deus nela, ninguém teria lido.
De minha parte, eu jamais usei Deus ou religião como tema ou chamariz para o meu trabalho. Prefiro acreditar que a racionalidade, ainda que menos abrangente, atrairá o melhor público para os meus escritos. Qualidade em vez de quantidade. 😉
Olá Salvador,
Os caras resolveram fazer um ataque “massivo” terraplanista contra você e seu blog. Todos os 6. Vai desfalcar o treino do time de basquete deles.
Acho que se a gente somar os anos de estudo da turminha não deve chegar no segundo grau.
É. Para os mercadores da informação, é assim: o livro mais lido e publicado e impresso da História da Humanidade foi escrito por “camponeses”.
Bom mesmo são os livros do cientista Salvador que em 2009 pegou dinheiro PÚBLICO pra publicar desenhos infantis de planetinha.
Está claro por que este blog é tão petista.
Tem horas que dá nojo deste País
Eu não sou cientista, sou jornalista. E fui, sim, contratado para escrever dois volumes da Coleção Explorando o Ensino, do MEC, em 2009, algo de que muito me orgulho. Vários professores já me escreveram ao longo dos anos elogiando o livro e o trabalho, e fico muito feliz de que meu esforço ajude a propagar a ciência nas escolas, sobretudo no Ensino Público, onde a carência é maior.
Sinceramente, não sei onde que isso pode ser considerado imoral (a legalidade nem se discute).
E se este blog é petista, eu sou o Lula. 😛
Sua opinião e as dos americanos dos tais vídeos são irrelevantes, Roberto. São tão irrelevantes que podem ser considerados até “planos” com tendência a irem para debaixo da terra sem ninguém para querer ouvi-los mais. Aumentar o analfabetismo científico é proposital por parte de quem começou com este assunto inútil e que deveria ter ficado lá na Idade Média.
É exatamente isso. É essa farsa da pseudociência que permitem a caras como o Salvador pegar grana do governo federal pra publicar qualquer bobagem. Entendeu por que ele defende o PT?
E mesmo assim você continua voltando e dando audiência para o blog! Agradeço em nome do Salvador,
MaurcioSilvioTroll!Da “pseudofé” ele não fala. Aquela mesma que diz que as pseudociências não servem para nada, mas vivem atrás de concessões de rádio e TV para continuar a transmitir seus imensos estelionatos e extorsões. A cada crime eles juntam mais um pouquinho para manter os transmissores emitindo ondas de rádio repletas de mais crimes para enganar os ignorantes.
Se a gente pudesse ver um buraco negro de perto, veríamos um buraco escuro no centro dele, certo? Já que nada sai nem consegue passar por ali sem entrar nele. Só dá pra dizer “Hello Darkness My Old Friend”?
Isso. Só não falaria “I’ve come to talk with you again” porque só se pode fazer esta viagem uma vez. 😛
Putz Salvador, parabéns, nesse texto você se superou!!!
Aprendi demais nesse texto e de uma maneira muito gostosa!!!
Li cada linha com mais vontade que a anterior….
Parabéns mesmo!
🙂
Salvador, muito obrigado por mais esse texto. Ficou excelente!
Queria ver se você pode me ajudar com um esclarecimento. Sempre que escuto alguém falando sobre a expansão do universo estar acelerando fico com uma dúvida. Como você mesmo diz no texto “…quanto mais distante está uma galáxia, mais rápido ela parece estar se afastando de nós.”. No entanto, se quanto mais distante olhamos, mais longe no passado estamos vendo, não seria justamente esse o resultado esperado para uma expensão em desaceleração? Ou seja, no passado os objetos se afastavam mais rápido do que agora?
Sim, seria, e por décadas imaginávamos que era isso que estava acontecendo. O paradigma só mudou em 1998, quando o estudo de supernovas indicava que as galáxias estavam a distâncias diferentes da esperadas pelo modelo de expansão desacelerada, e em algum ponto depois há 5 bilhões de anos atrás, passaram a expansão acelerada.
Salva, tem alguma galáxia mais antiga que esse buraco negro? Buraco negro tem início, mas um dia ele pode ter um fim, isto é, explodir de vez ou vai ficar dessa forma eternamente? Existe algum buraco negro sem galáxia ao redor?
Abraços!
Acho que tem galáxia com z (redshift) maior sim. E buracos negros evaporam, emitindo radiação Hawking. Então, um dia, até o maior deles vai sumir. Mas precisaremos de milhões de vezes a idade do Universo para ver isso acontecer, se não mais.
Salvador,
No advento do Big Bang, quando toda a matéria do universo estava concentrada em um único ponto, porque a força da gravidade não manteve a coesão desta matéria neste mesmo único ponto apesar da expansão do espaço?
Não havia matéria no advento do Big Bang. A matéria é criada a partir da energia no processo de expansão. Do mesmo modo que criamos mais matéria em aceleradores de partículas dando energia para partículas que depois colidem.
Tudo bem por aí
Salvador, por gentileza, veja se isso está correto:
Absolutamente tudo que existe no universo é onda e partículas ao mesmo tempo.
Por que onda, (no singular), e partículas, (plural) ?
Na verdade a onda é uma só, ou seja, tudo o que existe está em conexão, em unidade ou unicidade, isto é, um único entrelaçamento, ou emaranhado quântico.
O experimento da dupla fenda ajuda a compreender isso, senão vejamos:
Se fazer esse experimento com 1 fenda, se observa que apenas a partícula passa.
Se faz o experimento com 2 fendas, se verifica que onda e particula passam.
E quando coloca-se um observador de frente para o disparo, na dupla fenda, se verifica que só passa partícula.
Por que isso acontece?
Por que o observador interfere e muda o resultado nesse misterioso experimento?
Esse é um dos mistérios da mecânica quântica. Ela diz o que acontece, mas não diz por quê. Há várias INTERPRETAÇÕES DIFERENTES. A de Copenhague, mais tradicional, se resume a aceitar que o Universo é assim; é a observação que determina a realidade. Há interpretações alternativas; uma delas sugere que talvez exista uma teoria mais completa que a mecânica quântica, mas igualmente não local, que indique como partículas devem se comportar e funções de onda devem colapsar independentemente do observador. Outra interpretação sugere que a realidade objetiva existe e que cada “observação”, forçando uma partícula a se decidir, criar bifurcações de universos paralelos num multiverso, e por aí vai. Todas essas ideias são consistentes com as observações, ou seja, cada uma delas pode ou não ser verdadeira, mas não sabemos discriminar entre elas com experimentos, ao menos não no momento. Em resumo, bem disse Richard Feynman: “Acho seguro afirmar que ninguém realmente entende a mecânica quântica.”
Mas, por alguma razão, acho que você realmente não estava interessado nessa resposta. É apenas algum truquezinho lógico barato com o qual você esperava me dar um tuchê. Vamos ver aí o que você tem para nós. 😉
Boa noite Salvador.
Muito bem colocado, mistério da Física Quântica.
Tudo bem por aí
Eu sou muito grato pela sua atenção e resposta.
Eu acho que você quer minha opinião a respeito, sobre o mistério do experimento da Dupla Fenda, já que a ciência está aí para ser desvendada, pelos cientistas e por qualquer pessoa sincera e interessada.
E mesmo porque a Física Quântica é muito recente e quem sabe podemos ajudar de alguma forma, compreender os seus mistérios.
Então: eu entendo que em todos os reinos da natureza existe também o elemento consciência, portanto, em todo átomo, existe consciência.
A consciência reside na onda que é única, isto é, uma só, e está em todos e em tudo no universo.
Quando observador e observado se fundem, não pode existir divisão na relação de ambos.
Se eu observo, por exemplo uma árvore, apenas contemplando-a, sem lhe dar nome, adjetivos, eu posso ver e perceber a árvore de fato.
Se eu vejo essa árvore com os meus conceitos, filtros, opiniões, pensamentos, críticas, elogios, isso cria divisão na minha relação com a árvore e consequentemente eu não vou vê-la de fato.
Existe uma palavra em sânscrito que eu gosto muito e que vai ajudar a explicar isso: A palavra é “Maya”
Literalmente, Maya, significa ilusão.
A grande maioria das pessoas vivem em Maya, vivem na ilusão, calma, não é uma crítica, isso eu já vou explicar:
Eu quero deixar claro que isso não é religião, portanto, não é crença, isso é ciência.
Existe um outro experimento na Física sobre as partículas fantasmagóricas, sobre o Entrelaçamento ou Emaranhado Quântico, quando em laboratório, se divide qualquer coisa material e leva uma parte distante da outra e se percebe que se afetar uma parte, a outra parte, mesmo estando muitos quilômetros de distância, é afetada também, instantaneamente.
Mas, o que isso tem a ver com o experimento da Dupla Fenda? Tem tudo a ver.
Voltemos a Maya.
Maya é ilusão, certo? Ilusão do quê?:
Ilusão da separatividade.
Nós acreditamos que estamos e vivemos separados das outras pessoas e de todo o resto que existe.
Isso é uma falha de percepção.
O problema central da vida e o principal a ser solucionado tem a ver com a nossa percepção.
Nossa percepção, assim como os nossos pensamentos são bastante limitados.
O experimento sobre o Emaranhado Quântico já mostrou aos cientistas e para quem estuda esse tema, o quanto estamos em conexão…
Minha irmã chegou com um bolo, depois a gente continua,
Enquanto isso, vamos entrar em reflexão…
Abraços a todos e obrigado pela atenção…
Eu nunca quis sua opinião em nada. Nunca te procurei para saber sua opinião, até porque não dou muita bola para opiniões. Gosto de fatos, sobre os quais eu formo minhas próprias opiniões.
Boa noite Salvador
Eu não entendi.
Eu fui ofensivo com você?
Me diga em que momento eu lhe ofendi, mas de qualquer forma já peço-lhe perdão, pois eu lhe considero bastante e sinto muito honrado em poder estar dialogando com você.
Eu lhe havia perguntado sobre o experimento da Dupla Fenda, você foi muito cortez e me respondeu muito acima de minhas expectativas, e depois disse “vamos ver aí o que você tem para nós” e foi por isso que eu emiti a minha opinião. Eu entendi assim.
A ciência não é perscrutada assim também, pelos seus amantes?
Mas vamos seguir em frente.
Aliás, está tudo bem com você?
Será que tem alguma coisa que eu possa fazer por você?
Estamos aí, sempre as ordens, se precisar me avise.
Abraços e boa noite.
Vai descansar amanhã a gente continua.
Eu já expliquei onde você foi ofensivo a mim. Ao desrespeitar a inteligência humana e o esforço de todos os nossos ancestrais para entender o mundo em que vivemos, colocando-os abaixo de conspiracionistas fanáticos e babacas que ganham dinheiro com ideias imbecis como a da Terra plana, você me ofendeu. Afinal de contas, eu sei que é graças a esses ancestrais que se deram ao trabalho de olhar para o céu e para a Terra e ENTENDÊ-LOS, em vez de se limitar às intuições mais simplórias, que estou hoje aqui teclando e discutindo com você, em vez de ter morrido quando criança por falta de vacina ou antibiótico. Você também está aqui por causa deles. Ao optar por desprezá-los e ficar com suas intuições mais estúpidas, ainda disfarçando isso como “pesquisa”, você os ofende e, por tabela, me ofende. (Você ofende a si próprio também, mas aí é problema seu.)
Agora, obrigado por perguntar como estou. Comigo está tudo ótimo, felizmente. E agradeço pela sua oferta — de fato há algo que você possa fazer por mim. Volte para a escola, e desta vez preste mais atenção aos professores. Conhecimento é uma coisa maravilhosa, mas você precisa assentá-lo sobre bases sólidas, senão vira areia movediça. Pensa num sujeito que não entende nem as bases da física clássica, que determinam, por exemplo, a esfericidade da Terra, e quer discutir mecânica quântica. Complicado, né?
Muito interessante Silvio essa sua consideração sobre o experimento da dupla fenda. Nunca li nada igual, faz sentido quando se fala sobre particula de Deus (bóson de Higgs) não será possível que um espírito de porco alcance a sua profundidade. Por falar em porco, tem um provérbio que diz, não jogue pérolas aos porcos. Saia desse chiqueiro sideral Silvio. Aqui só tem gente alienados pelo sistema. Esses suínos não merecem preciosidade. Obrigado
O bóson de Higgs não tem a nada a ver com Deus, OK? Só avisando. De resto, ninguém vem aqui amarrado. Fica só quem quer. 😉
Silvio, percebestes como eles arrepiam quando veem e ouvem o nome de Deus?
Na verdade como eles gostam de serem enganados o pai deles é o pai da mentira. Por isso que eles acreditam naquelas imagens com bolhas d’água dos atornautas do fake space da Nasa. rs.
Mas o livro sobre a descoberta que vendeu a “Bessa” só vendeu tanto porque o nome foi trocado para partícula de Deus, por sugestão da editora que o lançou.
Veja e comprove aqui nas palavras do físico brasileiro, Marcelo Gleiser ” https://youtu.be/6WUq2cYoMks
E qual é o nome de Deus, para eu ficar apropriadamente arrepiado? Pensei que “Deus” fosse só a categoria do ser mitológico, não o nome próprio. Seria Jeová? Ou seria Alá? Ou ainda Zeus? Júpiter? Marduk? Rá? Aúra-Masda? De qual deus estamos falando? E o bóson de Higgs, na sua cabeça, diz respeito a qual deles especificamente?
Os religiosos tentam se vender como muito diferentes dos ateus, mas, em termos de crenças, eles são muito, muito parecidos. Os religiosos desacreditam de cerca de 5.000 religiões existentes, exceto uma — a deles. Os ateus são parecidos. Eles apenas desacreditam de uma única religião a mais. 😛
Sobre a entrevista do Gleiser, interessante, mas eu respeitosamente discordo. Eu li o livro do Leon Lederman e acho que, quando ele conta essa história do editor e do “Goddamn particle”, ele estava fazendo uma piada. Em outro ponto do livro ele explica o nome “Partícula Deus” (e não “Partícula de Deus”, como acabou sendo traduzido) partindo de uma metáfora bíblica — da mesma forma que, segundo a lenda, Deus criou todas as línguas humanas na Torre de Babel, o bóson de Higgs determinava todas as variadas massas das outras partículas.
Mas, claro, todo escritor escolhe o título do livro de forma a vender mais, chamar mais atenção. Todo escritor quer ser lido. Por isso duvido que ele tenha cogitado mesmo chamar o livro de “Goddamn Particle”. Seria um título bem porcaria. Mas como piada com o título real, é ótimo.
Como não?
“Vamos ver aí o que você tem para nós. ”
e depois diz que nunca pediu a opinião do cara…..
O cara faz blog pra xingar o público?
Eu nunca pedi. Eu disse “Vamos ver”. Você realmente achava que haveria alguma possibilidade de não vermos? 😛
Momento GP do Slvio Barbosa.
Aqui na minha cidade “Maya” é um bolo achatado de carne. A melhor maya é a da Dona Luzia, aquela que mora na casa vermeya.
Amgo Slvio (terraplanstas não usam o primeiro “i”), não caia nessa provocação do Salvador. Nosso plano terraplansta agora é nos manter em silêncio até o próximo eclpse chegar.
O primo do amigo do cunhado da secretária do mecânico do cara que controla o sol-lofote prometeu que ele vai fazer um eclpse que vai calar a boca dos cétcos.
mc, muito cuidado agora.
Com esse discurso subversvo você está muito próximo de me obrigar a aplicar o Protocolo 9 com você.
😛
é só dar seu OK, Salvador!!! Estou aqui pronto pra usar meu gerador de improbabilidades neste sujeito, e fazê-lo desaparecer de vez deste nosso universo! 😀
😀
Poxa, David… fogo amigo não!
Foi mal, MC!!! Acabei me empolgando com minhas recentes releituras de Douglas Adams, hehehehe!! 😀
Xiiiii… Sílvio, como em tudo que vc fala e escreve existe erro de interpretação, pior interpretação errada devido a uma mente tendenciosa e confusa, que distorce fatos para encaixar nos seus conceitos errados.
Vc é um copo cheio de conceitos errados onde não entra mais nada.
Finge querer buscar conhecimento, mas nunca, nunca mesmo esvazia o copo.
Que pena… ou melhor, que perda de tempo.
Triste perceber que meu nome inspira os amigos, mas a luz que trago não… continuam com os olhos opacos pela manipulação midiática…
Bla bla bla, mimimi. Xô, pombo.
Ola amigo
E buraco branco existe?
Não que a gente saiba.
Salvador, boa noite
Tudo bem
Então, veja esse vídeo bem curtinho (4 minutos), com um experimento bastante interessante na praia, onde se faz um zoom de aproximação, com uma câmera muito potente, mirando em alto mar.
Link do vídeo abaixo.
Salvador eu gostaria de saber, por que olhando normalmente a olho nu, não vemos os barcos e navios já bastante distantes? E com a câmera potente, podemos ver os navios, perfeitamente.
Eu quero entender isso. Onde está a curvatura? Não era pra os barcos desaparecerem completamente?
Muito grato pela sua atenção e no aguardo de seu comentário.
Abraços.
Mais uma vez retirei o link porque não divulgo link terraplanostra. Mas o EuTM postou um vídeo ótimo do que acontece com objetos distantes no horizonte, com direito à posição marcada por GPS. Confira lá, vamos ver se você entende.
Você entende trigonometria??
Ah, esqueci: você deve estar limitado só à geometria plana…
Lembre-se, terraplanistas pensam em duas dimensões. Se um pombo obrar na cabeça de um deles, ele vai olhar para todos os lados, mas nunca para cima.
Cara, não fala bobagem!
Uma pessoa com uma visão excepcional estando numa praia consegue enxergar pouco mais que uns 5 km de distância, o que seria a linha do horizonte, depois disso não consegue ver mais nada devido a curvatura da Terra. Isso num dia bem limpo e condições normais. Refrações na atmosfera pode fazer com que se possa enxergar coisas mais distantes, mas isso em situações especiais.
A distancia do horizonte também aumenta se vc estiver mais alto como numa torre. Quanto mais alto mais longe consegue ver, isto é, o horizonte fica mais distante.
Mas existe um limite para nossa visão, não conseguimos distinguir objetos distantes, mesmo se for um navio petroleiro, e aí entra as câmeras com super-zoom. Com uma câmera de zoom vc consegue distinguir um navio que esta distante que ainda não cruzou o horizonte, mas não consegue ver a olho nú.
Eu tenho uma COOLPIX P900 que tem um zoom ótico de 83x e pode chegar a 166x no digital. Já brinquei muito vasculhando o horizonte com a câmera, tem horas que vc nem acredita como nossos olhos são limitados. Mas nunca, nunca mesmo, consegui ver nada além do horizonte.
TODOS os barcos desaparecem além do horizonte, e pode usar a câmera mais potente do mundo, eles vão vão cruzar o horizonte e não poderão ser vistos e isto é pq a Terra é um globo. Vc mesmo pode fazer isso, se não quiser comprar uma câmera peça emprestado para alguém… veja com os próprios olhos como o mundo é.
pallando, argumentos científicos não funcionam com terraplanistas. eles os usam quando são convenientes (vide uma explicação absurda de eclipses lunares numa lua absorvendo energia ultravioleta do sol e escurecendo com isto, uma vez que, como é óbvio né, nossa própria pele escurece ao absorver luz ultravioleta… que dirá então a lua??) mas se as explicações científicas forem incômodas, são rejeitadas sumariamente. não vale a pena discutir com essa gente, elas selecionam argumentos que lhes parece mais conveniente, não é uma discussão justa, imparcial… a propósito, mesmo inadimissível em pleno século 21!
galileu deve estar agora se revirando em seu túmulo…
A última grande teoria dos terraplanistas é dizer que Marte não é plano porque se pode ver pelo telescópio que ele é redondo, pois se pode ver que a superfície dele muda conforme se observa. Mas para eles a Terra não é redonda e continua bem plana. O Elon Musk é que soube desta nova teoria em primeira mão.
Imagino que se a matéria escura colapsar, formaria-se buracos negros ao invés de estrelas. Isso explicaria o surgimento de desses buracos negros no universo tão jovem?
Boa noite Salvador,
Pela tecnologia atual, quanto tempo seria necessário para que uma sonda lançada da Terra consiga sair do Sistema Solar? Existe algum limite conhecido do Sistema Solar? A NASA já detém conhecimento de tudo que existe no Sistema Solar, ou ainda há muitas coisas a serem descobertas?
Olá. Depende do que você chama de sair do Sistema Solar. Se for sair da bolha em que o Sol exerce influência eletromagnética, ou seja, onde o vento solar predomina sobre o vento interestelar, já temos uma espaçonave que saiu, a Voyager 1, e outra que sairá em mais alguns anos, a Voyager 2. Agora, se for cruzar a órbita do objeto mais distante a orbitar o Sol, aí ainda estamos bem longe disso, já que há objetos na nuvem de Oort que podem estar a 1 ano-luz de distância e ainda assim orbitarem o Sol. Talvez consigamos desenvolver algo capaz de cruzar essa fronteira (e visitar outros sistemas planetários) nas próximas décadas, com projetos como o Breakthrough Starshot.
Agora, seja lá como for, ainda há muitas coisas para explorar no Sistema Solar e ainda haverá por um longo tempo… há literalmente milhões de objetos que nem conhecemos. A maioria deles pedregulhos, claro, mas alguns serão planetas anões e talvez ainda haja pelo menos um objeto de porte planetário por descobrir — que dirá estudar — no Sistema Solar. Nós mal começamos.
Obrigado Salvador. Minha dúvida era exatamente nesse ponto, pois li uma matéria que afirmava que a Voyager 1 havia saído do Sistema Solar. No meu modo de ver, para sair seria necessário ultrapassar a órbita do último objeto a orbitar o Sol. Com tua explicação, ficou claro para mim o teor da afirmação, pois embora não tenha atingido a órbita, já está fora da influência eletromagnética do Sol.
Relativamente ao projeto “Breakthrough Starshot”, assunto que eu desconhecia, entendo ser totalmente visionário. Não acredito que nas próximas décadas se consiga desenvolver tecnologia que atinja tal velocidade (20% da velocidade da luz). Acredito que nem meus bisnetos verão isso.
A tecnologia em tese já é factível. O lance é que você só pode enviar naves muito pequenas.
Excelente explicação!!
Quem está próximo desse objeto nem sabe que existimos ainda!!
Talvez seja por isso que os alienígenas não nos visitaram ainda!! kkkkkk
Abs
Uma dúvida que sempre me acomete quando se fala nos primórdios do Universo. Falamos em x mil anos depois do Big Bang. Mas nessa época toda a matéria do Universo estava muito mais próxima, ele era muito mais denso, então o tempo passava muito mais devagar por toda parte em razão da gravidade, não???
É uma boa suposição. Não sei exatamente como isso é fatorado nos cálculos, mas o tempo certamente passava num ritmo diferente então. Claro que, como o tempo passava num ritmo diferente EM TODO O UNIVERSO, acaba que não muda muito o significado da idade. Só talvez mude o fato de que os 380 mil anos de então não seriam 380 mil anos hoje.
Logo, aquelas frações de segundos após o Big Bang que vemos nas simulações podem ter ”demorado” o equivalente a zilhões dos nossos anos para passar!!
Ou seja a expansão não foi tão rápida assim?
A expansão foi tão rápida assim porque o que conta é o tempo no próprio Universo — que é o único tempo que temos certeza de que existe, por sinal. Não havia um tempo mais rápido que aquele na época em nenhum lugar. 😛
Claro…. faz sentido.
Na verdade o único tempo que pode ser medido mesmo é o tempo do observador… Se observarmos algo acontecendo num referiencial a uma grande velocidade em relação a nós, vamos ver o tempo dele passando bem mais lento se comparado com o nolsso tempo (nos colocando aqui como observador). Mas um outroobservador neste referencial que observamos, se for um referencial inercial (sem aceleração) vai observar exatamente a mesma coisa, pois para ele somos nós que nos movemos em grande velocidade. Como podem os dois estarem ambos corretos? O tempo dele é mais lentoem relação ao nosso, ou o nosso é mais lento em relação ao dele? Quem está correto?
Na verdade, nenhum dos dois. Ou melhor, os dois estão corretos! A comparação não faz sentido, pois cada um está medindo o efeito em seu próprio tempo…
sim… o único tempo que faz sentido é o do observador. Se estivéssemos lá no Big Bang veríamos na mesma velocidade que aconteceu. Pra ser tããão mais lento teríamos que olhar daqui e ver o que acontecia lá (dã!).
David
No seu experimento mental acima, qual dos dois referenciais acelerou em relação ao outro, nós ou eles?
Pois quando utilizamos de uma pressuposição, como você fez “se for um referencial inercial (sem aceleração)” estamos usando uma simplificação para raciocinarmos a luz da relatividade restrita, o que só será resolvido quando consierar-mos a aceleração, pois para terem velocidades inerciais diferentes, um ou o outro, em algum momento teve aceleração, portanto este paradoxo só poderá ser definitivamente entendido a luz da relatividade geral.
Por favor, me corrija se meu raciocínio não estiver correto!
Mas se tudo no universo observável começou com o mesmo referencial inercial, ao menos um desses pontos referenciais necessariamente passou por uma aceleração e, pelos meus parcos conhecimentos da Relatividade Geral, o referencial que sofreu a aceleração é que terá o tempo passando mais lentamente em relação ao referencial que se manteve a uma velocidade constante.
ou falei muita besteira?
É mais complicado que isso. Você tem de levar em conta também o campo gravitacional. Relatividade restrita e geral. Teria de fazer as contas para cada pedaço do Universo, baseado no nível de anisotropia detectado na radiação cósmica de fundo. Mas, como a anisotropia é mínima, podemos pensar que a variação aí também é mínima.
Vc tem razão, afrânio: se estão em velocidades diferentes, um deve ter acelerado em relação ao outro, e o que foi sujeito a esta aceleração saberá que foi acelerado. O experimento mental supões que cada um já está numa velocidade constante, não têm “memória” se foram acelerados ou não. Assim nenhum referencial pode afirmar se ele próprio está parado ou se movendo em relação ao outro, e cada um observará no outro os mesmos efeitos que o outro estará observando nele.
Bruno Frederico, mas se todos os referenciais sofreram as mesmas acelerações (em módulo, não em direção), a deformação temporal será equivalente para todos eles. Assim todos estariam, por assim dizer, “sincronizados” no mesmo tempo. Só lembrando que estas tais direções distintas de expansão não estão dentro de nosso espaço tridimensional!!
David,
Quando li sua resposta as minhas observações, lembrei imediatamente da experiência mental do “Gato de Schrödinger”, pois para que qualquer um dos observadores possa quantificar a diferença da passagem do tempo entre ele e o outro, é fundamental que “desacelere” ou “acelere” para de corpo presente medir a diferença do envelhecimento.
Portanto pelo raciocínio quântico, o OBSERVADO estará mais velho e mais novo ao mesmo tempo, até que a consciência do OBSERVADOR determine o colapso da realidade.
Será que estamos a caminho de formular a teoria da unificação? kkkkk
Esta piração está parecendo com as respostas que o Salvador está dando hoje aos “Terraplanostras” 🙂
Será, Afrânio??? Hehehehe, podemos tentar desenvolver mais esta ideia, e depois dividimos o Prêmio Nobel de Física!!:-D
Um universo infinitamente denso o tempo seria infinito antes do principio, ” E haja o tempo!” A criação se fez? Acredito que não temos base de tempo para falar de inicio do universo, pois isso só esta em voga por causa do paradigma dualista vigente, tudo tem que ter começo ou fim, mas quem atestou ou comprovou que o universo teve um começo? Todas as descobertas recentes desmente esse inicio, acredito que sempre existiu, por exemplo, no horizonte dos eventos de um buraco negro como o tempo passa? Onde esta o inicio? Onde esta o fim? Paradigma dualista que cega a ciência…
Não sei de onde você tirou essa de que o tempo seria infinito, mas também não é relevante, porque pouquíssima gente hoje aposta em um início infinitamente denso. A mecânica quântica em tese entra em ação para barrar a infinitude. Só não sabemos como, porque a teoria quântica não se conversa com a relatividade geral.
Salvador, parabéns!
Maravilhoso o seu texto.
Sempre que venho aqui aprendo um pouco mais.
Obrigado!
Saudações Siderais!
Só passando para parabenizar pelo excelente texto e avisar que vou me dar de presente o seu último livro agora no Natal.
Qual outro livro seu vc me indicaria? (Eu sei que todos rsrss, mas tem algum em especial que vc considera como leitura obrigatória para quem gosta desse tipo de assunto?)
Abraços!
Márcio, meus favoritos são o “Einstein”, o “Extraterrestres” e o “Rumo ao Infinito”. Mas, desses outros dois, recomendaria o “Extraterrestres”, que ainda não está esgotado e é mais recente. O “Rumo ao Infinito” merece uma atualização já. Obrigado pelo interesse! Abraço!
Já entrou na lista aqui. Vou comprar em breve!
Salva, posso supor que essa matéria toda concentrada colapsou de uma só vez em um buraco negro supermassivo, não dando muita chance para a fase de formação de estrelas, quando o universo ainda era jovem?
Ser for mais ou menos isso, fica a minha dúvida, porque eu sempre achei que a expansão do universo fosse mais ou menos uniforme permitindo a expansão mais ou menos igual da matéria pelo cosmos. Mas aí temos esses enormes buracos negros, que sugiram do degeneração, do colapso de bolsões de matéria, dando origem a buracos negros supermassivos.
Acho que as galáxias não existiram na sua forma espiral se não fossem esses buracos negros interagiam no espaço-tempo ao redor.
Acredito que as galáxias bebes não eram necessariamente em forma espiral. Como a gravidade se propaga na velocidade da luz, esses buracos negros centrais demoraram algum tempo para reorganizar as estrelas ao seu redor, influenciando a sua rotação ao redor do núcleo galático.
PS: suas aulas de químicas bem mais legais… minha professora de química no ensino médio era o cão! Ela não gostava de mim e a era mútuo porque obviamente eu a desgastava kkkkk! Ela fez um esforço danado para me reprovar. Mas não conseguiu. Trauma!!!
Por culpa daquela demônia eu odiei química por muitos anos. hehehe
Salvador, o desfazedor de traumas!
A expansão é, pelo menos a princípio, mais ou menos uniforme (seguindo o modelo cosmológico padrão). O que não é uniforme é a distribuição de matéria-energia, porque flutuações quânticas foram amplificadas pela expansão (o que se vê na radiação cósmica de fundo).
Sobre como surgiram os primeiros buracos negros supermassivos, como disse no texto, não sabemos. Podem ter começado com uma estrelona, digamos, com 500 massas solares, que colapsou, e o resto da massa foi engolida depois, ou pode ter havido algum mecanismo primordial para formar esses buracos negros já grandões. Mas aí não sabemos exatamente como isso pode ter acontecido. O estudo da era da reionização vai justamente ajudar a discriminar e refinar as hipóteses.
Sobre professores, pelo menos um de química que tive era muito bom. Mas, como acontece com todo mundo, encontrei de tudo pela frente. E sempre gostei mais de física que de química. 😛
sem contar que a química não passa de consequência prática da física, né? 😀
É. E é difícil dizer onde acaba uma e começa a outra. Aprendi sobre teoria atômica em química, mas seus passos finais fundamentais (mecânica quântica) foram dados no âmbito da física, e depois refluíram para a química para explicar ligações etc.
Existe física dos átomos e partículas, Já a interação das moléculas entra no reino da química, por fim as moléculas mais complexas e orgânicas entra no campo da biologia, mas não há uma linha divisória entre estes três ramos da ciência, já que um é consequência do outro e estas áreas interagem entre si como numa simbiose.
Podemos ver aqui qual a relação e as fronteiras entre algumas ciências naturais. Como vocês já devem ter desconfiado, este diagrama foi criado por um físico, hehehehe! 😀
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/1518463/course/section/350520/Slide13.png
David… adorei esse diagrama, claramente foi feito por um físico, parece que ele puxou um pouco sardinha para o lado dele… hehehehe
O legal que a gravidade está presente em todas as grandezas, só que a nível subatômico ela é irrelevante.
Salvador, o que tem “atrás” de um buraco negro? Tipo, ele é um “buraco duplo” (Tem uma entrada de cada lado e nenhuma saída), uma entrada e uma saída ou apenas a entrada?
Até onde sabemos, só a entrada. Como nada que entrou saiu para contar a história, presumimos que é um caminho sem volta. 😛
Bom, então a fantástica ilustração artística que é capa da matéria está incorreta, certo? Já que o feixe de luz/energia/matéria destruída atravessa ele..
Não, não está errada. É que esses objetos geram feixes altamente energéticos perpendiculares ao disco de acreção, por conta dos processos que acontecem do lado de fora. Os feixes estão lá, mas não saem de dentro do buraco negro.
Sim, mas minha pergunta foi: Imagine o feixe “de cima”, que consideraremos o horizonte de eventos. O outro feixe então sairia do lado “de trás” do buraco negro. O que teria lá? Outro horizonte de eventos? Claro, considerando que ele se um disco (No Interstelar diz que são como esferas). Pensemos em uma frigideira: Onde você coloca o ovo é o horizonte de eventos. E o que teria por trás da frigideira, na parte que iria no fogo?
Você está imaginando errado. O buraco negro é uma passagem para dentro do círculo central negro, numa outra dimensão — o espaço-tempo dentro do buraco negro está desconectado do nosso. Seja de que lado você entrar nele, é para lá que você vai.
Alessandro, o buraco negro não é um funil e nem um disco, ele é uma esfera em rotação. A matéria quando espirala para dentro entra girando e forma um disco em torno do equador do buraco negro.
Por isso essas imagens em forma de disco, mas o centro é uma esfera. Aquela imagem de funil só serve para ilustrar que só tem entrada e não tem saída, mas na prática não existe.
Será que tô viajando na maionese? Do ponto de vista de quem está prestes a atravessar o horizonte de eventos, tenho para mim que seriamos acelerados a velocidade da luz, não? Logo o tempo pararia para nós. Ficaríamos congelados na borda do buraco negro. A informação da matéria que cai no buraco negro, assim, fica para sempre preservada no horizonte de eventos. Certo? Ou eu tô mega viajando na maionese mesmo?
Não, faz certo sentido. Isso aí é mais ou menos a definição do princípio holográfico.
alessandro, geralmente um buraco negro também acumula energia rotacional, ou seja, gira. esses feixes ilustrados estão nos polos desta rotação, e ambos seriam, por assim dizer, saídas. coisas interessantes acontecem nestas regiões do horizonte de eventos onde a velocidade linear das coisas atraídas tendem a zero. mas fique claro que o que sai daí são coisas que QUASE entraram no buraco negro, porém conseguiram escapar nos segundos finais do segundo tempo de jogo! 😀 porque, uma vez ultrapassando o horizonte de eventos, não tem mais volta mesmo… exceto pela radiação Hawking, mas aí já estamos nos aprofundando mais na história… 🙂
“onde a velocidade linear das coisas atraídas tendem a zero.”
OPS! Me perdoem o deslize!!! Não é a velocidade das coisas atraídas, e sim da superfície do horizonte de eventos…
Olá, Salvador! Excelente texto! Espantosa a sua capacidade de simplificar temas científicos complexos! Parabéns!
Se me permite um adendo, no sétimo parágrafo da seção “Era dos Quasares”, você diz “O pico de atividade dos quasares parece ter acontecido quando o Universo tinha cerca de 10 bilhões de anos”.
Esta frase está errada, não? O certo seria “O pico de atividade dos quasares parece ter acontecido há cerca de 10 bilhões de anos”, pois os quasares surgiram na adolescência do universo (conforme o texto) e são encontrados há bilhões de anos-luz. Ou seja, o pico de atividade ocorreu há muito tempo, quando o universo era jovem, e não quando ele era um senhor de 10 bilhões de anos hahaha… 😛
Tá errado. Good catch! Corrigi agora!
Estes buracos negros mais antigos não poderiam ter sido formados por estrelas gigantescas formadas dentro de concentrações de matéria maiores que eram mais comuns quando o Universo era bem menor do que é hoje? Como as estrelas eram muito grandes, a vida delas foi muito curta e logo se transformaram em buracos negros que absorveram toda a matéria que havia ao redor e crescendo enormemente ao ponto de se tornarem centros galácticos. Fico imaginando também que alguns destes centros se juntaram para formar buracos maiores quando galáxias se fundiram após colidirem.
Em princípio, poderiam, mas não sabemos exatamente como. Nossos modelos atuais não dão pistas conclusivas disso.
Muito bom o texto novamente, tem como descrever a densidade de um buraco negro ? como tudo gera em torno de algo, as galáxias estariam girando em torno de buracos negros ? apenas perguntas de leigo. Seria estes buracos negros a junção de matéria escura que falta na conta dos 95% que não conhecemos ?
A densidade do buraco negro pode ser calculada para massa dividida pelo volume. Mas a densidade da singularidade em si é infinita — porque a massa em tese é concentrada num ponto infinitesimal. Contudo, isso é o que diz a relatividade geral. Como ela não se fala com a mecânica quântica, e certamente efeitos quânticos terão um papel nessa escala, é difícil dizer com certeza.
Salvador, na fase em que surgiu este quasaro universo ainda estava bastante denso (e “pequeno”, digamos assim…) ou já estava com distribuição de matéria parecida com a que temos atualmente?
No caso de um universo bem mais denso e de maior “curvatura” espacial, talvez esta geometria diferente afetasse a força gravitacional de uma forma que ainda não pudemos observar no universo relativamente plano que temos hoje (calma, terraplanistas!!!! o assunto não é com vocês não!! 😀 ). Esta pequena diferença no comportamento da gravidade poderia favorecer o acúmulo de matéria, formando buracos-negros super massivos num período de tempo bem inferior ao que imaginamos num universo com características atuais…
No universo atual a curvatura do espaço-tempo só é pronunciada nas proximidades de matéria concentrada. No universo jovem, de raio (ou melhor, hiper-raio) menor esta curvatura acentuada estaria presente mesmo nas regiões vazias, sem matéria. por isso imagino que a interação gravitacional pudesse ser bem maior neste começo da vida do universo…
Claro que era menor do que hoje, mas já bem grande para quaisquer padrões que adotemos. A expansão inflacionária nos primeiros instantes (se é que ocorreu mesmo) em tese deu a ele a escala cósmica.
entendi. então a curvatura não deveria ser tão diferente assim da atual a ponto de fazer alguma diferença na força gravitacional da época…
Não, o Universo já devia ser plano em todas as direções naquela época.
Universoplanistas agora???
Grande Salva parabéns pelo texto, nesse você estava realmente inspirado. Com relação ao buraco negro supermassivo, não seria possível que ele se formasse da mesma forma que uma estrela (ao invés de ser o resultado final da vida de uma estrela) a partir de uma nuvem de poeira estelar extremamente densa em um curto período de tempo? Poderíamos estar vendo o fim desse processo, com o buraco negro em formação ainda se alimentando da nuvem original.
É possível, mas não sabemos como ainda.
Show!!!! Parabéns Salva…
Salvador, texto didático e sensacional.
Parabéns, Salvador, bela matéria. Sobre Buracos Negros, intrigante esse aspecto da singularidade e do que ocorre com a Matéria que vai parar lá, um dos limites da teoria da relatividade. Espero que além dos telescópios o LHC também pontue descobertas para ampliar nossa noção de onde vivemos e principalmente a estabilidade do universo.
Parabéns pelo texto, Salvador.
A forma como você traz conceitos espinhosos, como Quasares e Reionização, para uma linguagem compreensível e desperta a curiosidade e interesse dos leitores é algo sensacional!
E esse é um mistério mesmo, inclusive no que diz respeito às próprias primeiras estrelas que surgiram. Li que os modelos costumam indicar que surgiram estrelas com massa muito maior do que são vistas hoje, mas os mecanismos eram totalmente distintos, já que coisas como composição química, companheiras próximas e tantos outros fatores influenciam na formação.
De qualquer modo é lindo ver o quanto conseguimos inferir a partir do que temos hoje. Que venham novas gerações de telescópios!
Abraço!
Salvador meu cordial bom dia. Brilhante este artigo.Parabéns . É impressionante a passagem do universo opaco para o universo brilhante e a radiação cósmica de fundo, mas tudo isso é bem distante do meu parco entendimento. A existência de buracos negros logo no inicio dos tempos joga por terra a teoria que os buracos negros nascem do colapso de estrelas de alta massa?
Não, não joga. Buracos negros nascem de estrelas de alta massa. Só não sabemos como nasce uma categoria específica de buracos negros, os supermassivos.
Excelente texto, com explanações, explicações para todos entenderem.
Mais uma para lista, Salvador!
Parabéns.
Post excelente! Um dos melhores que tenho visto por aqui! Você “costurou” de forma clara e didática vários assuntos que estão interligados. Obrigado, Salvador!
Parabéns, muito didático seu texto. Seus comentários elucidativos no decorrer do texto o torna acessível a qualquer terráqueo, mesmo para aqueles que são de áreas de diversas (como no meu caso que sou advogado) e têm o interesse em entender os mistérios do universo.
Agora que descobri, serei um leitor assíduo rs.
Valeu, Leonardo! 🙂
Ele nasce assim: Uma estrela primeiramente se forma. Durante sua vida, no seu interior vários átomos vão se fundindo graças a gravidade e como todos sabem, isso gera explosões. Essas fusões nucleares de átomos no interior da estrela geram aquecimento dela durante sua vida e também devido as fusões que esquentam a estrela, os átomos ficam menos densos, o que impede a estrela de se contrair pela própria gravidade até ficar em sua densidade máxima. A estrela vai fazendo fusões até um dia em que não haverá mais átomos sem densidade alta na estrela (nesse ponto a estrela já está velha). A partir daí ela vai fundindo e causando explosões gigantes até que a estrela explode. Se ela tiver massa restante suficiente (que não foi para longe nessa explosão), essa massa vai se contrair pela sua própria gravidade e vai formar um lugar onde a densidade é a máxima possível, que não há espaço que separa um atomo de outro. Esse lugar é o buraco negro.
Sim, sua descrição está precisa. O problema é que isso só gera buracos negros de massa estelar, ou seja, com no máximo algumas dezenas, vá lá, forçando a mão, centenas de vezes a massa do Sol. Mas para um buraco negro ter 800 milhões de massas solares apenas algumas centenas de milhões de anos após o nascimento das primeiras estrelas, algum mecanismo deve tê-lo feito crescer rapidamente, ou ele já nasceu grande — nos dois casos, ainda é um processo difícil de explicar.
Caro Salvador, saudações
Seu texto está muito bem escrito. Brilhante. Se eu pudesse recomendaria-o, com um destaque especial, como um dos mais brilhantes divulgadores da Ciências no Brasil para o Edge.org.
Para você as palavras de pórtico do site:
“The third culture consists of those scientists and other thinkers in the empirical world who, through their work and expository writing, are taking the place of the traditional intellectual in rendering visible the deeper meanings of our lives, redefining who and what we are. ”
“A terceira cultura consiste naqueles cientistas e outros pensadores no mundo empírico que, através do trabalho e da escrita expositiva, tomam o lugar do intelectual tradicional, tornando visíveis os significados mais profundos de nossas vidas, redefinindo quem e o que somos.”
Obrigado, Vicente. 🙂
Parabéns Salvador pela matéria.
Como sou apenas um curioso na matéria, gostaria de fazer uma perguntinha meio besta;
quem é a Mãe dos buracos negros, se eles nascem, deve ter alguma força criadora ?
Abraços
A força “criadora” é a gravidade. Os buracos negros nascem do colapso de estrelas de alta massa, depois que elas são incapazes de gerar mais energia para contrabalançar a força da gravidade. Aí são comprimidas a um espaço mínimo e viram buracos negros. Só que esses buracos negros têm massa de porte estelar. Não sabemos direito como nascem os buracos negros gigantes, com massa de milhões de sóis.
Pensando a respeito, supõe-se que a única forma que um buraco negro possa surgir seria pelo colapso de uma estrela, ou um par, ou em segundo momento, a união de dois buracos negros.
Sabe-se que a formação de uma estrela ocorre em virtude da força gravitacional conseguir reunir o material existente em forma de gás, comprimindo-a e forçando a queima deste gás, basicamente.
Mas não vejo procurarem os motivos que permitem que esta força gravitacional inicie seu processo. Contudo, essa mesma FG quando tem material para utilizar, consegue gerar uma estrela, mas e se, ao não possuir material para iniciar o processo, gere um buraco negro?
Vamos lá. Primeiro, a gravidade só pode começar a reunir coisas se houver uma heterogeneidade na distribuição de matéria — é preciso haver mais matéria num canto do que em outro, para que o campo gravitacional seja mais intenso para uma dada direção, e as coisas comecem a se juntar pela força da gravidade. Essas pequenas flutuações na distribuição de matéria de fato existiam no Universo primordial, fruto das flutuações quânticas naturais da fase anterior de expansão. E sabemos que elas existiam porque a radiação cósmica de fundo tem pequenas flutuações também, fruto dessas flutuações primordiais.
A partir daí, a matéria começa a se aglutinar para formar estrelas. É um processo gradual, e a partir de um dado momento, quando a pressão atinge um certo nível, começa a haver fusão nuclear, que gera uma pressão de dentro para fora. Ela compensa a pressão de fora pra dentro da gravidade, e temos um estado de equilíbrio. Assim o objeto se estabiliza numa estrela, em vez de continuar se compactando até virar um buraco negro direto. Esse desfecho só vai acontecer depois que a estrela for incapaz de fazer fusão nuclear, deixando a gravidade trabalhar sozinha.
E a coisa só evolui para buraco negro se a massa for tal que possa vencer a pressão de degeneração da matéria (sacomé, partículas de matéria não gostam de ser compactadas num único ponto infinitesimal). Senão estabiliza como anã branca ou estrela de nêutrons.
Salvador excelente matéria!!!
Ficaram algumas dúvidas que vão ficar provavelmente sem respostas. Se o Buraco negro aumenta de tamanho a medida que se alimenta, a matéria engolida será que está lá, preservada ? como em uma outra dimensão ? Como se fosse uma expansão de um outro universo.
Se ao olhar para o universo mais distante, estamos olhando para o passado. Concorda que a procura de vida é inútil ? Como olhar para um planeta no passado perto da sua formação e ainda sim ter vida inteligente como a conhecemos? Como podemos nos comunicar e visualizar um planeta no mesmo período de tempo que o nosso?
A matéria vai cair até ser completamente destroçada pelo buraco negro. Tenha em mente que, ao passar pelo horizonte dos eventos (a “fronteira” do buraco), não podemos mais vê-la. Mas, lá dentro, ela continua caindo e acelerando, até que os efeitos de maré a destrocem completamente. Ou, pelo menos, é o que sugerem as leis da física. Mas, como não podemos observar o interior de um buraco negro, nunca saberemos se é isso mesmo.
Sobre a busca por vida, discordo completamente de que seja inútil. É inútil procurar vida a bilhões de anos-luz de distância, mas é perfeitamente natural procurar vida, digamos, a um raio de 50 anos-luz da Terra, que faz com que os sinais que observamos tenham apenas 50 anos de idade. Tenha em mente que esse “delay” vale para todas as formas de comunicação. Ao ver a Lua, você está vendo como ela era pouco mais de 1 segundo atrás. O Sol, você está observando como ele era 8 minutos atrás. Marte, em média, uns 20 minutos. E ninguém acha besta querer ir a Marte ou procurar vida em Marte por causa do delay de 20 minutos. A questão é só “quanto delay é delay demais para valer a pena”. Desconfio que no caso de vida extraterrestre, poucos delays são grandes demais para se tornarem inúteis. Até porque, se eu for enviar um sinal para fora da Via Láctea, vou logo mandar uma transmissão com a Wikipedia completa. Se alguém captá-lo, não vai precisar “conversar” para aprender sobre a gente — basta decifrar o sinal e eles já saberão muito do que há para saber sobre nós.
Muito bom…e bem didático…complementaria que existe uma expectativa de que os novos “telescópios” gravitacionais ajudem com informações anteriores a época de transparência do Universo…no mais…parabéns pelo texto.
Boa.
Salva, para mim o universo tal como nos conhecemos hoje, esta um buraco negro de ontem , virado pelo averso.
Olha só, pela primeira vez vejo você falar algo que pode ser verdade mesmo. 😛
SALVA, parece sem sentido, mas para mim o universo antes do big-bam, o universo, o qual como conhecemos hoje, se conportava como um unico buraco negro, em harmonico ressonante duo-hexa, se chamava,( O Nada), dai 1/3 dele implodiu, explodido 1/3 de teu nucleo, acarretando a formacao e a inversao de polaridades opostas, que sugou a outra parte de 1/3 que havia para dentro do teu interior; a polarizado,e a remetendo para teu interior, o que acarretou por acao e reacao na explosao de 1/4 de tudo, afim de se estabelecer equilibrio harmonico ressonante duo -hexa, este 1/4 em estado de explosao esta toda energia , luz em expancao , que vemos hoje, e que se diferencia da materia escura, e os buracos negros estao uma parte deste 1/3, que ainda implode, estando explodindo para parte externa do universo, passando pela parte interna.
Isto nos leva a entender que o espaco que habitamos hoje ,esta o nucleo do inverso de um buraco negro, e que o universo que conhecemos esta um buraco negro que ja existiu , que esta virado pelo aveso.
Salvador sempre trazendo o universo pra uma fácil compreensão, parabéns
Valeu!
Já foi encontrada alguma galáxia sem um buraco negro supermassivo no centro?
Pra variar, obrigado por mais uma excelente matéria!
Então, nem sempre é fácil confirmar o buraco negro quando ele não está almoçando, e é possível, por exemplo numa colisão de galáxias, que o buraco negro central seja ejetado. Veja esta história que publiquei no começo de 2017: http://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2017/03/27/astronomia-buraco-negro-gigante-e-expulso-de-sua-galaxia/
Parabéns Salva, muito bom esse artigo.
Mas pelo meu pouco conhecimento, tenho que fazer uma pergunta mais besta, mas que apareceu a dúvida durante a leitura.
Um buraco negro cresce, conforme “se alimenta”?
Pra mim, o tamanho dele era o mesmo desde de seu aparecimento.
Valeu
Ele cresce conforme se alimenta, isso com certeza. A questão é: com que tamanho nasce? Nasce como um buraco negro estelar e vai crescendo? Nasce como um buraco negro de tamanho intermediário, por um mecanismo ainda não conhecido? Nasce direto como um gigantão? Esse é o X.
Entendi, mas então se ele está crescendo, a matéria que foi engolida ainda está lá, não necessariamente sob o mesmo aspecto, mas está lá. E se existe, poderia ser possível em algum momento uma reversão dessa matéria? Não necessariamente apenas em radiação Hawking?
Não pelas leis da física que conhecemos.
Salvador, mas o buraco negro cresce em área ou em massa? Se for em ambos, é possível estimar a área dele?
Abraços
Em volume e massa. (Volume em vez de área porque é tridimensional.) E, sim, é possível estimar o tamanho — lembrando que este “tamanho” é o do horizonte dos eventos, ou seja, da fronteira matemática que marca o ponto de não retorno. Claro que a massa deve estar toda reunida no centro do buraco negro, num ponto muito, muito pequeno (infinitesimalmente pequeno, se a mecânica quântica não interferir).
Se entendi bem, o volume que cresce não é do buraco negro em si e sim da área de influência de sua gravidade. Certo?
Obrigado
O volume de influência de sua gravidade É o buraco negro. A região central é a singularidade. Mas, em termos astrofísicos, o buraco negro é definido como tudo que está no horizonte dos eventos para dentro.
Tipo um big-bang? Rs
Pois é, brilhante Salvador: “Claro que a massa deve estar toda reunida no centro do buraco negro, num ponto muito, muito pequeno…”… Aliás, parabenizando-o por sua sempre extraordinária capacidade de síntese na elucidação das mais complexas questões, ouso pedir sua opinião quanto à curiosa pergunta do Yuri 9:25pm, com um pequeno complemento: “Tipo um pré-big-bang?” ??? Afinal, o buraco negro em questão, tratando-se de um insaciável “glutão”, “com massa equivalente à 800 milhões de sóis, que já estava lá quando o cosmos tinha apenas 5% de sua idade atual”, e que, pela lógica deve estar sugando adoidado tudo quanto é sistema estelar que encontra pelo caminho, só vai parar quando já tiver “sugado” todo o Universo?????
Não, um buraco negro não é necessariamente um cara que come tudo que estiver à volta. Você pode orbitar um buraco negro efetivamente para sempre, sem nunca ser engolido. A queda no buraco negro só é garantida se você passar perto demais dele. Se você passar pelo horizonte dos eventos, nem à velocidade máxima permitida, a velocidade da luz, você consegue escapar. Mas, fora isso, ele é um objeto que gera gravidade, como outro qualquer. A Terra também “engole” tudo que chega perto o suficiente e não tem velocidade para escapar.
Salvador falando em ”um cara que come tudo o que estiver à volta” é, no mínimo, redondamente irônico.
Tá doido pra ser comido por ele, né Otarioniel?