Manual para reconstruir a civilização

Salvador Nogueira

Muita gente acha (ou pensa que acha) que a civilização está à beira de um colapso. No mês passado mesmo o Mensageiro Sideral abordou um estudo que sugere a possibilidade de que estejamos numa rota de autodestruição. Parece-me, portanto, muito apropriada a iniciativa de uma fundação nos Estados Unidos: eles estão começando a montar um “Manual para a Civilização”.

O projeto foi oficialmente iniciado em fevereiro e tem por objetivo selecionar cerca de 3.000 livros, dentre todos já escritos ao longo da história humana, para preservação. “Batizamos essa coleção de Manual para a Civilização, e ela incluirá os livros que você mais iria querer para reconstruir a civilização”, afirma Alexander Rose, diretor executivo da Long Now Foundation.

Concepção artística do repositório do Manual para a Civilização
Concepção artística do repositório do Manual para a Civilização

A coleção será acondicionada em uma instalação que a Long Now está construindo em San Francisco. Além de servir como sua sede, o local será ao mesmo tempo biblioteca, bar, museu e cafeteria, aberto ao público e destinado a receber pequenos eventos. Adicionalmente, a fundação fez uma parceria com o Internet Archive, que guardará digitalmente os livros.

COMBINANDO CONTEÚDOS

“Que livros são esses? Para garantir que não vamos pegar só um punhado de livros sobre como fazer fogo, distribuímos a coleção em quatro categorias básicas para ajudar a guiar o processo de coleção”, diz Rose.

São elas: cânone cultural (grande literatura, livros historicamente importantes, reunindo gente como Shakespeare e Platão), mecânica da civilização (conhecimento técnico, como construir e compreender coisas), ficção científica rigorosa (que conta histórias úteis sobre futuros potenciais) e livros ligados a pensamento de longo prazo, futurismo e história (seguindo a linha de que conhecer o passado ajuda a refletir sobre o futuro).

Algumas figurinhas carimbadas da nossa civilização ajudarão a selecionar o títulos. Dentre elas, figuram Kevin Kelly, um dos criadores da revista “Wired”, Neal Stephenson, o escritor de ficção científica, e a astrofísica Jill Tarter, campeã da pesquisa SETI (Busca por Inteligência Extraterrestre).

Naturalmente, os associados da Long Now também podem sugerir títulos. Até agora, os organizadores atingiram cerca de 1.400 indicações, e a ideia é chegar até 5.000, para então fazer uma seleção criteriosa e fechar com os 3.000 livros mais bacanas — processo que será realizado por meio de votação.

Um dos títulos da coleção, contudo, já está definido: é o Disco de Roseta, iniciativa da Long Now que precedeu o atual projeto e que fez um belo registro das variadas línguas humanas.

A famosa Pedra de Roseta, para quem não é muito chegado em história, foi uma tábua do século 2 a.C. que continha o mesmo texto escrito em demótico, grego e hieróglifos. Foi o que permitiu que o arqueólogo Jean-François Champollion finalmente traduzisse a linguagem hieroglífica, em 1882.

Aí no meio tem milhares de páginas de texto, em mais de mil línguas diferentes
Aí no meio tem milhares de páginas de texto, em mais de mil línguas diferentes

O Disco de Roseta é uma versão moderna desse artefato histórico e foi feito para durar. Construído em níquel, ele contém 13 mil páginas de informação listadas em 1.500 línguas. Mas não pense você que é um disco de dados, como os nossos CDs. O texto está grafado fisicamente na superfície do disco e pode ser lido com um microscópio capaz de propiciar aumento de 650 vezes.

Além de estar disponível na Terra, o disco foi embarcado na sonda europeia Rosetta, lançada em 2004 e destinada a encontrar o cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko em meados deste ano. Ela passará milhares de anos orbitando o Sol desimpedida, preservando a herança cultural das línguas humanas por um período indefinido de tempo.

Até pela presença do Disco de Roseta como livro número 1 do “Manual para a Civilização”, a Long Now não está se limitando a títulos em inglês para a coleção completa. Esperemos que algumas obras brasileiras cheguem a compor a seleção. Machado de Assis mereceria, penso eu.

Mesmo que nossa sociedade jamais sofra um colapso no futuro, o “Manual para a Civilização” soa como uma iniciativa muito boa. Além de ser uma biblioteca que todo leitor interessado gostaria de ter, trata-se, por exemplo, de uma ótima mensagem para transmitirmos a civilizações alienígenas, caso consigamos estabelecer contato por rádio. Algo como o verbete sobre nós na “Enciclopédia Galáctica” de Carl Sagan…

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Comentários

    1. Hehehe, essa é boa. Por incrível que pareça, a chave para evitar que a civilização se destrua é justamente pensar que isso pode acontecer. Enquanto soubermos que o perigo é real, faremos reais esforços para evitar. A Guerra Fria nos fez um bem danado, nesse sentido.

    1. Não precisa de manual. Basta a humanidade deixar de ser egoísta e passar a se preocupar com o que ocorre além do próprio umbigo. Isso seria um ótimo começo.

  4. A humanidade é um fenômeno muito recente na terra, as civilizações mais ainda. Se levarmos em conta que nos registros fósseis poucas espécies tem uma distribuição ampla pelo tempo geológico, podemos desconfiar que a humanidade terá um fim um dia. Talvez no futuro os únicos registros de nossa passagem por aqui sejam o lixo espacial, e uma camada guia formada por concreto e garrafas PET que os estratígrafos chamarão de Tecnógeno.

  5. Li a bíblia. Continuo acreditando que o MEV (Monstro do Espaguete Voador) é o criador de tudo e de todos. 😉

  6. O planeta Terra tem 4,5 bilhoes de anos. A forma mais primitiva de vida tem 3,5 bilhoes, o Homo sapiens tem 50 mil. Calcula-se que tenham nascido 107 bilhoes de pessoas desde entao. A exclusao de inteligencia/consciencia na criacao do universo requer a aceitacao de probabilidade acidental. Nesse caso, seria mais facil algum Homo sapiens ter criado, p. ex., uma sinfonia acidentalmente.

  7. No Brasil esse manual não vai dar certo, porque nem civilização nós temos ainda.

  8. As pessoas e os governos parecem que estão realmente preocupadas com alguma possibilidade de cataclisma global.
    Além desse Manual da Civilização tbm está sendo construido o Silo Global de Sementes de Svalbard que tem como objetivo salvaguardar a biodiversidade das espécies de cultivos que sirvam como alimento para as populações do mundo e seus países. O Silo de Svalbard preservará cerca 90% das sementes conhecidas existentes no mundo, doadas pelos países produtores. É popularmente conhecido como Doomsday Vault!!
    Quem sabe o mundo como conhecemos está mesmo perto do fim?
    http://www.youtube.com/watch?v=gFAcyJxIguA

  9. —

    Devia ser obrigatório, pra frequentar este blog, o cara ter lido, pelo menos, “O Mundo Assombrado pelos Demônios”, de Carl Sagan… Lembrando aos ingênuos e supersticiosos leitores que ‘demônios”, no caso, são a crendice, a superstição, a ignorância, o apego infundado às narrativas fabulosas…

    E pra provocar: se Deus, na Sua Suprema Bondade permitiu ‘aquilo’ com o unigênito filho amado Dele… imagina só o que não vai fazer com o Eu, comigo e com vários outros que frequentam este blog.

    E, principalmente, com o Salvador, que ‘patrocina’ todos esses céticos, agnósticos e ateístas que aparecem por aqui.

    Tá ligado, meu? Tamufuuu… Todo mundo de cuequinha vermelha indo pro infeeeeerno.

    —

    3. Acho Ok se voces nao acreditam no Deus da biblia. E’ opcional. Mas tentem estudar a mesma antes de dar pitaco. Depois, escrevam as criticas que quiserem, mas que sejam pertinentes/informadas.
      Melhor ainda, falem so’ de ciencia ou ficcao cientifica que deveria ser o foco do blog.

      1. Li a bíblia. Continuo acreditando que o MEV (Monstro do Espaguete Voador) é o criador de tudo e de todos.

      2. Eu a conheço, ja li inumeras vezes, e não concordo. Para confortar é uma boa.

        Abraços.

      3. Tem uns comentários lá pra cima explicando tin tin por tin tin, mas se dá preguiça ler…

    5. Ficaria feliz se ao menos esse local existisse, mas depois de morrer o mais provável e que farei o mesmo que antes de ter nascido…ser inconsciente, inexistente… e por ai vai o fim do sentido desse breve momento de consciência que é a vida!

    1. Pois é, Rosa. Não me surpreende essa história. Surpreende-me o Terra publicá-la. Se bem que… deixa pra lá. 😛
      Obrigado pelos elogios ao blog!

      1. O que me surpreendeu também foi isso, um site de proporções nacionais publicar uma bobagem dessas, e alguns fracos de ideias e sem conhecimento propagar nas redes sociais. Lamentável!!!!

        1. É. Dá medo. Não é por nada que tem gente pensando já no colapso da civilização… rs

      2. A minha impressão é que tem muitos fanáticos religiosos infiltrados escrevendo nos principais sites de notícias aqui no Brasil, sabotando notícias de ciências, colocando notícias falsas baseadas na imensa tolice do Apocalipse e deixando de noticiar convenientemente algumas coisas que vão contra a doutrina e pregação religiosas. Comentadores fanáticos existem aos montes como se pode ver, mas suspeito que alguns moderadores de listas de discussão também são fanáticos religiosos e impedem certos comentários que vão contra suas seitas, pregadores e doutrinas.

        2. Geraldo, não é impressão sua, não. É a realidade. é o famoso “lobo em pele de cordeiro”.

          Já desisti de participar de muitos blogs exatamente pelo fato da censura (disfarçada de “moderação”) podar comentários desalinhados com a linha de pensamento do autor. e como o que é “moderado” não fica sendo conhecido, não se sabe até que ponto trata-se de coibir abusos, ou filtrar idéias simpáticas e favoráveis, fazendo parecer que são maioria.

          Emissoras de TV fazem isso o tempo todo.

          1. Em tempo: felizmente, por aqui o Salvador é bastante liberal e aceita elogios e “pauladas”, desde que num mínimo de educação, claro.

            Parabéns, Salva. Não se deve calar os contrários na marra. Deve-se lhes mostrar a verdade, com fatos, e eles se calarão sozinhos.

      3. Pode concluir: “… se bem que o Terra adora publicar notícias sensacionalistas, e muitas vezes, sem o menor fundamento.”.

        É isso mesmo. Na pressa de darem o “furo da notícia”, acabam ficando apenas com o “furo” mesmo!

        Notícia que é bom…

        O portal Terra já foi bem melhor. Saudades!

    2. O link não está mais disponivel, devem ter retirado. Queria ter lido qual era a baboseira sobre fim do mundo que estavam falando agora.

  11. Patético. Nada restará após a hecatombe final, ninguém estará vivo para ler esses escritos e muito provavelmente tudo isso vai se transformar em cinzas.

    2. Podia começar com você, pq não entra em combustão espontânea e vira cinzas antes do resto do povo?

    3. Gostaria de complementar dizendo que mais patético ainda é alguém achar que “extraterrestres” (rsrs) vão adorar encontrar os vestígios de nossa civilização. Se eles existirem, o que duvido muito, são capazes de rir muito de tanta baboseira que a Humanidade colecionou durante a sua curta existência.

      1. Caríssimo, gostaria de lembrá-lo de que a Bíblia foi um dos produtos culturais da humanidade (que, inclusive, desejo que seja preservado no Manual para a Civilização, por conta de sua enorme importância e influência na história humana).

        1. Mas e então, Salva, como ficariam a Doutrina Espírita, o Budismo, a Torá judaica, e o Alcorão, só para citar alguns exemplos?

          Incluir somente “uma receita de bolo” seria extremamente temerário, posto que todas as demais contribuições culturais do gênero seriam esquecidas. Seria impingir aos sobreviventes uma única forma de “ditadura religiosa”.

          Ou se deixam tais correntes de fora… ou se incluem todas. Não existe esta ou aquela, melhor ou pior. é questão de escolha de quem decide acreditar. E sempre é preferível ter mais de uma escolha, enquanto não se chega a um acordo sobre qual seria a mais correta.

          Não lhe parece mais coerente?

          1. Todas essas obras precisam ser preservadas para a posteridade. (Tenho dúvidas, talvez, na parte da Doutrina Espírita, cuja produção é muito mais recente, mas acho que também entra no bolo.) Citei a Bíblia porque é o livro favorito do comentarista em questão, mas as religiões todas são um importante componente cultural da humanidade e devem ser preservadas. Se não na prática, pelo menos na história.

        2. A Bíblia foi criada pelo Monstro de Espaguete Voador. Foi uma brincadeira que fugiu do controle quando as pessoas começaram a levar a sério demais o tal livro.
          🙂

          2. É nisso que dá brincar com coisas sérias perto de “crianças”…

            Mas… partindo do princípio de que tudo o que conhecemos tem uma causa (ainda não li todo o próximo post), fico pensando: quem teria criado o molho do monstro do espaguete voador?
            🙂 🙂 🙂

          3. John Doe, quem criou o MEV foi a “grande panela de água fervente”, oras bolas.

            Quem mais poderia?

        1. Como diriam os grandes pensadores de Nibiru: ” Sai da frente que estamos passando “… rsrsrsrsr

  15. Salvador, você comentou antes no comentario do rapaz da biblia que ela não iria ensinar a construir uma lâmpada, mas pensei aqui, alem de um livro ensinando a construir a lampada, teriamos que ter um anterior ensinando a construir as maquinas para fabricar uma lâmpada, e um anterior ensinando a construir ferramentas para construir as maquinas para fabricar a lâmpada…. e por ai vai… da para fritar os neuronios pensando nisso….

    1. Por isso estão juntando 3.000 livros, com o cuidado de que nem todos sejam sobre fazer fogo… 😉

  16. Não sou uma pessoa pessimista com relação ao futuro, temos o conhecimento do mau que é a guerra e podemos canalisar estes conhecimentos para o que é útil para o planeta, pessoas usam hoje o chamado conspiracionismo e catastrofismo em meu ver para um sensacionalismo, mas fiquei muito feliz em ver que livros de história farão parte do acervo, pois muito bem definida por March Bloch a história é o estudo do homem através do tempo.

      1. Opa, tô dentro. Mas desde que meu pagamento seja feito em conhecimento.

        #momentoaltruístafeelings

        E o Kerbal? Se quiser faço um post sobre ele e você publica. Mas vai ter que jogar depois! 😀

        1. Dá-lhe Kerbal… ainda não cheguei lá. Precisam lançar pro iPad, aí eu embarco… rs

          2. Hehehe, eu vi essa cascata. Mas é artefato de imagem. Só aparece num dos dois olhos do Curiosity… rs

        2. Olha, Salvador Kerbal não tem pra iPad, mas tem pra Macs e PCs (win e linux)… 😀

      2. O *EU e o *Tetsuo, são patrimônio sideral deste blog. Cada um na sua posição, em time que esta ganhando não se mexe. 🙂

        2. Ahh o Julio Dalcin tambem era…. mas ai o Salva começou provar por A mais B que ele estava errado. Agora ele deve estar utilizando outro blog para mostrar seu conhecimento. Uma pena.

          1. Hehehe.., verdade Charles. O ultimo relatório do telescópio espacial Wise acabou frustrando nosso amigo. 😉

        3. Po Rodrigo.. agora conseguiu me deixar envergonhado.. 😀

          De qualquer maneira, todos estamos aqui para contribuir – de uma forma ou de outra – com o desenvolvimento dos leitores, e o bom andamento dos comentários.

          Exceto é claro, os religiosos extremistas. Estes não servem nem pra cuidar de alambique.

          😀

  18. Este artefato é da época de Cleópatra, por ela ser filha de um dos 4 generais grego que herdou o império de Alexandre “O Grande”, que na pratica seria um grande grileiro de terras ou seja, roubava terras de outros ao apoderar de quase todo o mundo civilizado de sua época; como lhe respondeu o “pirata” (que em grego sig. “ladrão do mar”), “o q rouba embarcações são piratas, mas quem rouba reinos são imperadores”. foi meu comentário a respeito de Alexandre Magno; mas por ela “a Rainha do nilo”ser de ascendência grega a levou escrever esse texto em 3 idiomas que muito serviu depois para decifrar o hieroglifo.

    1. Sérgio, seu comentário precisa de uma pequena correção quanto a nacionalidade dos generais de Alexandre.
      Na verdade eles não eram gregos e sim macedônicos, assim como o próprio Alexandre.
      Os gregos, de certo modo, menosprezavam os povos do norte, já que os consideravam bárbaros e incultos.
      Os macedônicos assimilaram a cultura grega antes e depois de invadirem a Grécia e mesmo Alexandre teve como professor um dos mais brilhantes filósofos gregos, Aristóteles. Porém, o pai de Alexandre, Felipe, era conhecido como “Felipe, o Bárbaro”.
      Então, após a morte de Alexandre, um de seus generais, Ptlomeu, tornou-se o sátrapa (governante) do Egito e levou a cultura grega absorvida pelos macedônicos para o Egito.
      De fato, Cleópatra descende desse general macedônico.
      Ao longo do tempo, por ter sido implantada no Egito uma CULTURA grega (helenística), todas as referências à Ptolomeu, Alexandria, Cleópatra e tudo mais, convergem para a idéia de que eles eram realmente gregos, o que não é verdade.

  19. Sou profundo admirador de Carl Sagan mas acho que ele e outros que seguem suas ideias de encontrar e se comunicar com possíveis seres extra-terrestres estão errados. Por questão de segurança nossa, os terráqueos, vamos ficar quietinhos nosso canto ou na nossa esfera. Não sabemos o que nos pode acontecer. É simplesmente loucura isso. Estão imaginando o lado bom da coisa mas, e se for o inverso, encontrarmos seres perigosos. Imaginem se fosse há mil anos atrás os índios daqui enviando todos os dados a respeito de Pindorama (Brasil) com todas as línguas, mapas, localização aos dirigentes do Império Romano !!!

    1. Osvaldo, um ditado antigo diz mais ou menos assim: estando sozinho na floresta, não faça barulho se não quiser atrair os lobos!

    2. Osvaldo, apenas viajando no seu questionamento “os índios daqui enviando todos os dados a respeito de Pindorama (Brasil) com todas as línguas, mapas, localização aos dirigentes do Império Romano!!!” você pode concluir que eles teriam 50% X 50% para o lado bom ou ruim. A Inglaterra foi invadida pelos romanos e nem por isso foram aniquilados e/ou subjugados “ad aeternum” então, dentro de seu questionamento, possivelmente a história do Brasil ou sabe-se lá como chamaria este país teria outro destino histórico. Já imaginou se falássemos e praticássemos “dura Lex, sed Lex” (A Lei é dura, mas é a Lei) e talvez não vivêssemos mais corrupções e violências?
      O quê fez a humanidade chegar até os dias de hoje e superando a todos os animais foi a curiosidade e a inteligência então, eu acho que jogaria com os 50% para o lado bom dos contatos com extraterrestres. Se, por acaso eles forem hostis, exerceremos a na plenitude a nossa inteligência no melhor espírito de auto preservação.

      1. Tetsuo, respeito suas considerações, mas o que uma civilização potencialmente mais avançada do que a nossa viria fazer por estas bandas? Mera curiosidade?

        Um passeio turístico? Pensando em termos humanos, claro, imagino que eles não perderiam tempo com isso. Muito provavelmente estariam à procura de recursos, tal como os navegadores quando chegaram no novo mundo.

        Se pensarmos que os componentes básicos do universo são, mais ou menos, os mesmos, e imaginando que mesmo mais avançados, esses “aliens” teriam necessidades básicas parecidas com as nossas, então eles não estariam aqui apenas para compartilhar conhecimento, de boa vontade.

        Precisariam justificar a vinda, e as imensas dificuldades a serem superadas.

        Então, respeitando seus 50% de otimismo, prefiro ficar nos 50% de cautela e não ficar achando que os ETs seriam como aquele sujeito de dedo brilhante… imagino que estariam mais para “independence day”.

        Abraços.

        1. Não acho que precisariam viajar tanto assim para encontrar recursos, o que existe na terra deve existir em outros planetas desabitados e mais perto ( minérios, agua, etc… )

          E outra coisa a se considerar é que junto com evolução tecnológica sempre acompanha uma certa evolução em outros campos. Uma raça avançada ao ponto de viajar pelo espaço para se encontrar com outras civilizações provavelmente já passou desse estágio de colonizar outros povos/civilizações.

          1. Ricardo, já li que dois recursos, por ora, são exclusivos da Terra: proteína e clorofila. Não sei até onde isso é correto, mas não deixo de reconhecer que o planeta não poderia ser somente uma “despensa” para os aliens.

            Mas, como comentei com o Tetsuo, o jeito é aguardar e esperar um possível futuro contato. Veremos no que dá, mesmo porquê sendo mais avançados, pouca coisa poderíamos fazer contra eles…

          2. John, ambos são produtos da vida, por isso até onde sabemos são exclusivos da Terra. Mas, se houver vida em outra parte, não faltarão proteínas e possivelmente clorofila para os ETs…

        2. John Doe acredito que a Via Láctea tenha um “diâmetro de uns 150 ou 200 mil anos luz e nela milhares de estrelas possuam sistemas planetários e algumas centenas possuam vidas; com inteligência talvez seriam mais reduzidas e mais avançadas que a nossa, menos ainda. “Se pensarmos que os componentes básicos do universo são, mais ou menos, os mesmos, e imaginando que mesmo mais avançados, esses “aliens” teriam necessidades básicas parecidas com as nossas…” então as nossas leis da física seriam também aplicáveis a eles, portanto, as dificuldades para empreenderem tais viagens seriam similares as nossas. Imaginando que as galáxias mais antigas, portanto, muito distantes, tenham planetas com civilizações bem mais avançadas ainda assim seus habitantes teriam de enfrentar a física conforme a conhecemos e salvos as possibilidades de usarem “picadas” nos buracos de minhocas as viagens seriam impraticáveis. Ainda, por que no universo com bilhões de galáxias, centenas de milhões de sistemas como o nosso e trilhões de planetas com recursos semelhantes aos nossos os aliens se dariam ao trabalho de nos agredir? Será que culturas capazes de feitos extraordinários como atravessar os espaços intergaláticos ainda teriam paixões egoístas ou ambições mesquinhas como nós?

          De qualquer forma como as necessidades são as mães de todas as ideias prefiro acreditar que com um “game boy” e um guarda chuva apontado para as estrelas, os aliens façam conferências online e nos inundem de dados para nós eliminarmos os frutos de nossas pobrezas, even though the true is out there.

          1. Eh, eh, também sou fã dos “arquivos X”, se bem entendi a referência.

            Tá certo, quem superou as distâncias interplanetárias, deve também ter superado as mesquinharias. Mas ainda fico na cautela, mesmo!

            Contatos de quarto grau seriam, invariavelmente, um tanto traumáticos. Mas vamos esperar para ver no que dá, e torcer pelo melhor.

          2. Se a evolução é universal, cautela não é demais, ao menos quanto àqueles que podemos encontrar na realidade até então aferida pelos nossos sentidos e ciência … Porém não vejo óbices ao excesso, e sou favorável ao contato. O que não concordo é entregar o “ouro” de graça, esperando admiração e respeito. Lembrando que já entre os humanos é difícil essa aposta, e ainda nos tempos de hoje, depois de 10000 anos de evolução social. Estar preparado, no entanto, no meu ponto de vista é uma problemática que deixou de ser mediata, notadamente pela descoberta de planetas extrassolares, porém vai demorar para isso cair em foco. Ao localizarmos vida, mesmo que irracional, em outro lugar, e isso em breve acontecerá, torço eu, a coisa vai começar a entrar na tela… Rezo para que ao menos a humanidade entre em consenso para decidir como se portar quando isso acontecer, principalmente porque não poderemos perder tempo…

        3. Ninguém vai viajar pelo universo a troco de nada. Por mais avançada que seja uma civilização ela não iria tão longe sem objetivo algum. Recursos minerais e alimentos seriam as necessidades básicas para iniciarem as viagens. Avanço tecnológico não é sinônimo de bondade. A necessidade desperta o egoísmo e o desejo de conquista.

          A história está cheia de exemplos mostrando que quando duas civilizações diferentes se encontram, a mais evoluída tende a saquear e escravizar a outra. Não acho que será diferente no futuro.

          1. “Recursos minerais e alimentos seriam as necessidades básicas para iniciarem as viagens.”

            Recursos minerais podem ser achados em outros planetas desabitados e próximos. A menos que exista algo que seja unico na terra e que não se encontre em nenhum outro planeta o que eu acho dificil.

            “Avanço tecnológico não é sinônimo de bondade. A necessidade desperta o egoísmo e o desejo de conquista.”

            Não é sinonimo de bondade, mas avanço tecnologico caminha junto com evolução em outros campos também, por exemplo escravidão de forma legal e aceita pela sociedade é algo que já deixamos para trás.

            “A história está cheia de exemplos mostrando que quando duas civilizações diferentes se encontram, a mais evoluída tende a saquear e escravizar a outra. Não acho que será diferente no futuro.”

            A nossa história. E vale lembrar que não éramos tão evoluídos assim. Hoje por exemplo seria impensável fazer o que espanhóis e portugueses fizeram na América Latina.

          2. Não fazem hoje porque existe um equilíbrio bélico. No caso de civilizações muito avançadas, a supremacia bélica seria enormemente desproporcional.

            É altamente temerário acreditar que todas as supostas civilizações extraterrestres avançadas não sejam hostis à nossa.

            Portanto, vá com cuidado. Cautela e canja de galinha não faz mal a ninguém. Muita calma nessa hora!

  20. Pior que a tradução desses hieróglifos, foi encontrar a tradução dos hieróglifos ameríndios sem ajuda de uma “rosetta stone”. A humanidade encontrou a tradução no entanto.
    As pessoas encaram essas traduções com naturalidade hoje, sem se dar conta do “trampo” e da importância que foram as realizações para as épocas. Com certeza 4/5 senão mais da população mundial nem sequer dão conta disso. Do resto, muitos que sabem não refletem sobre a importância, inegável ao menos para medir o intelecto do homem. Essas façanhas rivalizavam ou davam até um pau em muitas abstrações que têm aparecido por hoje com toda a pompa, mas sem um décimo do trampo mental.
    Por outro lado essas iniciativas de enviar mensagens para onde o homem jamais esteve, são heranças de um tempo em que o Universo era profundamente desconhecido, cada passo em relação ao infinito era uma reflexão, e vencer as distâncias parecia um problema insofismável, um desafio hercúleo para humanidade, daí a necessidade das mensagens, ansiolíticos face ao limites do nosso intelecto, face ao parco tempo (principalmente de vida), e nossa “aparente” insignificância face ao cosmos. 35 anos depois, nossas perspectivas do universo surpreendentemente mudaram muito. Objetos distantes são observados de perto. As fronteiras da prospecção foram ampliadas exponencialmente. Estamos nos acostumando com a nossa vizinhança solar.
    Óbvio que não temos propulsão ainda para visitar a sonda rosetta a hora que quisermos. Mas acredito que pelo caminho da física na busca da compreensão das forças elementares, em especial a gravidade, e as descobertas da física quântica em breve tornaremos essa empreitada factível e iremos além. Enfim tenho certeza que chegará o breve dia em que essas mensagens encaminhadas ao cosmos vão ser resgatadas por nós mesmos e não por outros. O homem logo logo vai vencer as barreiras. Não vai se destruir. Gostaria de acreditar que a humanidade não perderá muito para outras raças que um dia conheceremos. Vale lembrar que relativamente a tudo que conhecemos o intelecto humano é sem dúvida a mais avançada realidade. Se encontrarmos outra civilização que tenha evoluído biologicamente, em astros semelhantes à Terra, dificilmente ela será mais intelectual. A vantagem de uma ou outra sempre será a escala de tempo. Quem viveu mais vai estar na frente. São as balizas que acredito. Espero que a humanidade evolua também não para achar “normal” ou até rídiculo nossas atitudes de envio de mensagens feitas ao seu tempo. O limite de abstração e prospecção estavam no máximo e a realidade cósmica foi chocante e sufocante de ser enfrentada. Espero que a humanidade evolua de forma a contextualizar o momento e abstratamente realmente imaginar, sentir, e principalmente valorizar a necessidade que sentimos em fazê-lo neste determinado momento do tempo (precisávamos disso para continuar). Valorizando antes de tudo, a coragem humana em desafiar o incomensurável ao seu tempo, e encontrando essa estratégia para dar um shift em busca de mais conhecimento. Precisamos erguer nossa cabeça, afinal o risco de encontrarmos outros pode estar aí… Daqui para 1000 anos, ou daqui para 100 dias… Quem sabe?
    Temos que estar preparados.

  21. Bom dia Salvador!

    Hoje você nos brindou com uma matéria que deveria incomodar a maioria das pessoas deste planeta. Brindou, porque é responsabilidade de todos assegurarem que gerações futuras tenham os mesmos direitos básicos a que tivemos seja na habitação, alimentação, ar, água e saúde. Incomodar, porque nas vastidões das diversidades socioculturais e econômicas, o egoísmo humano tenderá a retardar ao máximo para oferecer a sua contribuição para o bem coletivo.

    Acabei de ler “Mudança climática fará com que países inteiros desapareçam” de autoria de Gardiner Harris do New York Times publicado na Folha de São Paulo e os assuntos abordados não estão para um futuro distante ou longínquo como Marte, mas estão para logo aí e as crianças que estão nascendo agora, sofrerão e/ou vivenciarão os fenômenos e suas consequências que, poderão degringolar em movimentos sociais de difícil previsão e a resultante mais realística seriam as guerras. Se os cientistas que estiveram reunidos em Yokohama estão certos ou errados, ninguém que em sã consciência pode negar que o aquecimento global está em andamento e que para alcançar a sua reversão em níveis menos danosos, custarão décadas e a humanidade terá de aprender a abrir mão daquilo que foi criado para nos oferecer conforto e comodidade.

    Não quero ser fatalista ou profeta do apocalipse, mas a evolução do universo segue uma dinâmica que pouco interessa a vontade, desejos ou previsões do homem, portanto, “em alguns segundos ou minutos” na escala do universo, aqui, reduzidos tão somente ao Sistema Solar e seus “zilhões” de asteroides ou detritos espaciais, podem perfeitamente colidir com o planeta e, dado que 75% da Terra são de oceanos, bastaria um pequeno asteroide de uns 500 metros atingir o meio do Oceano Atlântico ou do Pacífico. Desnecessário ser físico, astrônomo ou geólogo para imaginar as consequências pelo menos para Estados-Ilha, cidades litorâneas, a fauna marítima com terríveis consequências na grade de alimentação ou mesmo com “as estabilidades das placas tectônicas” então, com consequências imprevisíveis.

    Se, iremos povoar novos planetas ou se parte da humanidade sobreviverá a gigantescos cataclismos, certo é que haverá a necessidade de um Manual para reconstruir a civilização até pela necessidade de deixar um novo legado sobre o quê não fazer ou como sobreviver com menos voracidade.

    1. Tetsuo, concordo que, num eventual cataclisma que elimine a maior parte da civilização humana, um “esquema” até seja necessário, para que os que restarem possam recomeçar, sem que seja necessariamente, do zero. Faz sentido preservar as descobertas conquistadas.

      Mas… sem querer ser pessimista, e olhando para o outro lado da moeda, usando esse manual não incorreríamos no risco de levar junto conceitos e ideologias questionáveis, que nos permitiriam incorrer nos mesmos erros?

      Sabemos que uns poucos iluminados aprendem com os erros que a história nos mostra. Mas outros tantos não aprendem nunca, mesmo que a verdade esteja na ponte de seus narizes. Nem sei bem quem é maioria, mas segundo a “lei de murphy”, se algo puder dar errado, vai acontecer, e no pior momento possível.

      Me lembra o filme “O livro de Eli”. Caso vc. não conheça, o filme trata da história de um homem que carrega uma bíblia, após o colapso da civilização. Por esse livro, as pessoas teriam se matado. E mesmo depois do apocalipse, alguns ainda se matam para consegui-lo e tentar reconstruir a humanidade segundo seus preceitos. Ou seja, vão usar o mesmo “manual” (para usar uma expressão já citada neste post) que os levou à destruição, para o recomeço. A tragédia já está anunciada. E sem contar que toda a reprodução do livro depende unicamente da memória prodigiosa do tal Eli… quem garante que ele citará palavra por palavra do que estava escrito, sem acrescentar ou suprimir algo, já que não haverá outro exemplar para ser comparado?

      Será que um “manual” da humanidade não acabaria se revelando um tiro no próprio pé?

      1. John Doe eu acho que sou otimista sem deixar de ser realista, com isto eu quero dizer que ainda que alguns humanos possam tentar exercer suas mesquinhez, de alguma forma o restante do grupo o irá tolher. Exemplo: nos anos 60,70 os jornais escreviam constantemente que americanos e russo possuíam em seus arsenais nucleares, bombas suficientes para destruírem a Terra por diversas vezes; chegaram os novos sócios do clube como Israel, Índia, China, Coréia do Norte e Paquistão. Todos conhecem as conseq

      2. John Doe eu acho que sou otimista sem deixar de ser realista, com isto eu quero dizer que ainda que alguns humanos possam tentar exercer suas mesquinhez e poder, de alguma forma o restante do grupo o irá tolher. Exemplo: nos anos 60,70 os jornais escreviam constantemente que americanos e russos possuíam em seus arsenais nucleares, bombas suficientes para destruírem a Terra por diversas vezes; chegaram os novos sócios do clube como França, Israel, Índia, China, Coréia do Norte e Paquistão. Todos conhecem as consequências devastadoras de um eventual ataque nuclear então, usam como dissuasão, mas mesmo o gordinho baixinho norte coreano não seria louco em usa-los. Então, retornando ao nosso caso hipotético o grupo já teria aprendido com a dor, portanto, se tornando um pouco mais sábio.

        Em mais algumas décadas creio que os principais líderes mundiais sempre dirão “nós” ou “nossos” renunciando ao “eu” ou “meu”, origens de todas as discórdias, exemplo as declarações do ex-governador do RJ no assunto relacionado ao aproveitamento das águas do rio Paraíba do Sul pelo governador paulista, que nas entrelinhas afirmara que já que o rio nasce em SP…

        1. Também prefiro ser otimista… mas gosto de manter os pés no chão.

          Quanto ao tema “aniquilação total”, reconheço que mesmos os ditadores mais tresloucados tem medo de iniciar uma guerra em grande escala.

          No entanto, e se um ditador, bem ao estilo do gordinho de cabelo escroto acreditar que não tem mais nada a perder, e resolvesse ir embora, levando o resto do mundo junto? O botão está logo alí….

  22. Oi Salvador, parabéns pelo blog!

    Esse artigo me lembrou na hora do livro Fundação do Isaac Asimov.

    Um abraço!

  23. A Biblia é o manual mais importante. Tudo passará mas as palavras que estão nela permanecerão para sempre..É muita prepotência humana querer reconstruir humanidade desprezando o Criador principal e seu único Filho que derramou todo o sangue no calvário para que esses ateus fossem salvos..

    1. Pois é. Mas quero ver aprender a fazer uma lâmpada elétrica com a Bíblia…

      4. Salvador, sua resposta foi simplista. E’ como querer ver um manual de instrucoes fazer um carro, ou qualquer outra coisa. Tambem acho chato escreverem sobre fe’ aqui. Deveriam encontrar outros blogs para tal.

      5. Se você conhecesse a Biblia iria entender o Dom do Artífice. Toda sabedoria, inteligência e criação vem de Deus.

        1. Eu a conheço, ja li inumeras vezes, e não concordo. Para confortar é uma boa.

          Abraços.

        3. A bíblia é muito interessante, levando em conta que é uma compilação de lendas dos povos que viviam no oriente próximo e adjacências. É muito importante para entender o que se passava na cabeça do homem da idade do bronze. Muitos povos têm seus épicos que servem ao mesmo propósito.

        2. É mesmo? E cadê – pelo menos – o link para o documento que diz isso?

          Porque simplesmente chegar e falar “Segundo o Papai Noel, o Coelhinho da Páscoa existe” é fácil. Cadê provas?

          3. Ok, vamos por partes:

            1o Link) O cara começa o texto com “TRABALHO há mais de 40 anos como arquiteto e engenheiro naval”. O cara pode trabalhar com isso e comprovar que as medidas da arca realmente podem ser portadas para um objeto real e que flutue, mas aí dizer que “acordo com o Instituto Naval dos EUA” é forçar a amizade. Outra coisa, QUEM é o autor do texto??

            2o Link) O estudo pode até ser verdadeiro, sem problemas. Entretanto, como citado neste artigo, os Coreanos desconsideraram algumas variáveis. Sem falar, é claro, que A PORRA DA ARCA NÃO TEM PROPULSÃO ATIVA. Mas enfim, a questão é que prova apenas que o projeto é viável – e certamente foi inspirado em naves existentes, apenas alterando a escala – mas não prova que realmente tenha existido, como você quis demonstrar.

            Try harder.

    2. Célia, que tipo de manual é esse? A bíblia é um conjunto de narrativas, algumas desconexas, não contemporâneas, escritas por ilustres desconhecidos que ouviram que alguém disse, que alguém disse, que alguém disse, que teria sido daquele jeito.

      Ninguém sentou-se, um belo dia, e resolveu escrever a tal. Algumas pessoas, que a história religiosa fez questão de deixar para trás, dando mais importância aos supostos propagadores das mensagens, resolveram não deixar a tradição oral de um povo se perdesse, e resolveu registrar aquilo que conseguiu encontrar, mas as fontes eram todas, ou em sua maioria, baseadas na oralidade.

      Não sei se vc. já teve oportunidade de participar de uma dinâmica de grupo, conhecida por “telefone sem fio”. funciona assim: reúnem-se determinado numero de pessoas (normalmente em torno de dez) e uma frase escrita é apresentada à primeira pessoa que; depois de lê-la, repete a frase no ouvido da segunda, sem que os outros ouçam.

      A experiência prossegue até a última pessoa, que fala em voz alta o que entendeu. Em todos os casos, a mensagem final fica bem diferente do texto original escrito, e muitas vezes acaba nada tendo em relação àquele. O que chega à última pessoa acaba sendo algo bem diferente do original, pois as pessoas, invariavelmente, acabam alterando o texto original, de modo intencional ou não, chegando, muitas vezes, a mudar completamente seu sentido original.

      As pessoas são assim. E assim, dessa forma errática e muitas vezes tendenciosa, é que foi escrito seu “precioso” e “perfeito” manual… que nunca poderá ser chamado, ou tratado como a “palavra de Deus”… pois precisa ser traduzida, interpretada e explicada, para fazer um mínimo de sentido.

      Sua crença depende totalmente de um alicerce extremamente duvidoso. E mais: fonte única, igual a fonte nenhuma!

      2. Perfeito. Mas na ciência não ocorre assim. Na ciência tudo é testado, registrado e catalogado. Só muda para aprimorar.

    3. Célia, por favor, leia a resposta do Allison Ribeiro lá no início dos comentários e adicionalmente o blog trata de ciências; você não errou de endereço?

      1. É muita pretensão sua não entender que a ciência e a matemática é o próprio Deus. Não errei de endereço, só penseii que Deus não sabia que teria tantos concorrentes cegos..

        1. Ninguém esta concorrendo com Deus, Celia. Até porque, seria uma tolice, já que ele sabe de tudo. Não é ? 😉

  24. Salvador, uma dúvida quanto à pedra de Roseta: como é que Campollion chegou à conclusão que os três textos eram os mesmos, mas escritos em idiomas diferentes, já que pelo menos um deles, o hieroglífico, era desconhecido?

    Não sei de o demótico já era conhecido por ele, mas presumindo que apenas o grego fosse conhecido, como ele pode chegar à conclusão de que os três escritos eram sobre o mesmo assunto?

    1. Doe, a chave foram os nomes estrangeiros (não-egípcios), que tinham representação fonética tanto no demótico (egípcio corrente) como no hieroglífico (versão mais antiga do egípcio). Mas a coisa foi aos poucos. Primeiro descobriram que os textos eram o mesmo, depois essa coisa dos nomes, e aí o golpe final do Champollion foi ter percebido que todos os hieróglifos eram fonéticos e que dava para ler a sonoridade das palavras, que se aproximavam da língua egípcia falada. Voilà.

      1. Grande sacada. Pelo jeito, deduzindo uma parte, chegou-se ao todo. Muito interessante. Um jeito fácil de entender. Valeu, compadre. brigadão! 😀

      3. Complementando, o “pulo do gato” de Champollion foi descobrir que os nomes de personalidades importantes, como o dos faraós, eram envoltos por um “cartouche” (uma linha circundando o nome), para destacá-los, tal como usamos o negrito ou o sublinhado hoje em dia. A partir daí, ele comparou a fonética do nome com os demais símbolos e conseguiu encontrar o fio da meada. Para quem se interessar pelo assunto, recomendo o excelente livro livro “Deuses, Túmulos e Sábios”, de C. W. Ceram.

  26. Até chegar no Brasil, nos idos dos anos 70, nunca tinha lido um autor de língua portuguesa, apesar da ascendencia portuguesa de Jorge Luis Borges. Só livros em espanhol e inglês.
    Uma amiga, estudante de letras, me recomendou “Memórias Póstumas de Brás Cubas” de Machado de Assis. Da emoção que me proporcionou aquela leitura recordo vivamente que ao final da primeira página eu tinha a certeza que estava lendo a obra de um gênio.
    Portanto, concordo contigo Salvador. Este é tal vez o melhor representante da literatura brasileira que poderia fazer parte dessa seleção.
    Abraço,

    Ricardo René Guzmán

    1. O Sagan aplica a expressão num sentido um pouco diferente, falando do conhecimento que supercivilizações podem ter de planetas e culturas espalhadas pelo Universo, inclusive da Terra. No caso do Asimov, a Enciclopédia Galáctica representa a soma de todo o conhecimento humano.

      1. Pode ser, mas eu protesto… 🙂

        Carl Sagan “roubou” expressão criada por Isaac Asimov décadas antes de Cosmos!

        Aliás, “Fundação” (a coleção completa) e “Cosmos” deve estar nesse acervo! Um é ficção científica “séria”, e o outro, uma maravilha de divulgação científica, tão boa como esse blog!

        1. Radoico, dizer que ele “roubou” é forte demais. Ele “usou”, num contexto ligeiramente diferente. 😉
          Obrigado pelos elogios ao blog! Abraço!

    1. Não quero ofender, mas no passado era matéria do grupo escolar, hoje ensino fundamental.

      2. Vero, Tetsuo. Inclusive algumas vezes em conversas entre colegas mais novos citei Champollion e a Pedra de Roseta e a maioria ficou me olhando com cara de interrogação.

        Infelizmente essa é a nossa educação.

      3. O cara aprendeu algo novo e gostou de ter aprendido. Quer coisa melhor que isso, o gosto pelo saber?

        Ninguém sabe tudo, temos que parar com essa mania de criticar o não-saber.

        Mais importante que saber é continuar buscando o conhecimento.

  29. só quem sabe das coisas do futuro e o que vai ser de nós é Aquele que vocês desprezam e ofendem ..DEUS.

    1. E, para quem acredita, o mínimo que se pode fazer para honrar Deus é usar o objeto mais complexo do universo conhecido, que fica entre suas orelhas, para tentar compreender o universo que nos cerca.

      Assumindo-se que Deus tenha, de alguma forma, desenvolvido nosso cérebro, porque seria uma heresia pensar, estudar, criar, imaginar o futuro etc. Qual seria o sentido então de sermos inteligentes?

      Chata e ilógica é essa ideia de que pensar é uma ofensa a Deus.

          1. Obrigado Tetsuo e John, uma honra vindo de pessoas que habitualmente postam comentários tão legais aqui.

            Essa linha de pensamento (de que perseguir conhecimento é heresia) só ajuda a estigmatizar como ignorantes as pessoas que a defendem. Difícil entender como esse tipo de raciocínio (??) ainda é tão difundido…

      2. …e se no passado tivessem deixado um artefato para nos mostrar algo?… vejam as caveiras de cristais objetos… encontrados sem procedências conhecidas …sera?

      4. Nao consigo entender oq que essa galera faz por aqui? Alguem fica entrando em sites religiosos e fazendo comentarios inuteis contra Deus e a favor da ciencia? serio, alguem ainda ha de me explicar oq incentiva uma pessoa a postar esse tipo de coisa, se nao concorda nao leia e nao comente, ponto.

        1. Eu também já comentei aqui Luiz que isso é uma das coisas que me irritam muito, o porque essas pessoas vem aqui neste blog, que fala sobre ciência, pra falar que “só deus sabe disso”, “Só deus sabe daquilo”, pra que vem aqui só pra falar isso? Será que essas pessoas acham que falando isso aqui ela irá convencer todo mundo de que temos todos que ir pra igreja adorar a deus porque só ele sabe de tudo, e a gente não precisa fazer nada pra buscar conhecimento, só esperar que deus mande as respostas, será que é isso? Ainda não consegui descobrir se é isso, opinem vocês ai.

    4. Maria José, tenha paciência. Aqui tratamos de ciência, e apesar de alguns, nem todos “desprezam” ou “ofendem” o criador.

      Apenas usamos aquilo que ele nos deu: a inteligência, para buscar respostas que nem sua religião, toda completa, perfeita e acabada, consegue dar… pelo menos, de forma satisfatória.

      Cada um na sua. Respeite e será respeitada.

    5. Isso aí! Inclusive sugiro que você vá encontra-lo, e depois – se conseguir – volte pra contar o que ele te falou.

      Ou não, aproveite pra ficar lá de uma vez por todas.

    8. vai estudar evangélica e para de creditar nas estórias da carochinha da bíblia!!! continue dando seu salário pra enriquecer seus pastores ladroes, anta!

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