Os planetas perdidos do Sistema Solar

Salvador Nogueira

Você já reparou como muitos dos sistemas planetários descobertos até agora têm vários planetas localizados em órbitas bem pequenas, bem menores que as da Terra? Pois bem. Agora uma dupla de astrônomos nos Estados Unidos está propondo que o Sistema Solar também pode ter sido assim nos seus primórdios, com vários planetas maiores que o nosso ocupando órbitas mais internas.

Será que o Sistema Solar já foi parecido com Kepler-11, com vários planetas maiores que a Terra próximos ao Sol? (Crédito: Nasa)
Será que o Sistema Solar já foi parecido com Kepler-11, sistema que tem seis planetas maiores que a Terra em órbitas próximas de sua estrela? Uma dupla de pesquisadores acredita que sim. (Crédito: Nasa)

Certo, fácil falar. Mas onde estão esses planetas agora? De acordo com simulações realizadas por Greg Laughlin, da Universidade da Califórnia em Santa Cruz, e Konstantin Batygin, do Caltech (Instituto de Tecnologia da Califórnia), esses mundos primordiais teriam sido destruídos por um evento cataclísmico, e foi isso que viabilizou o posterior surgimento da Terra. Se os pesquisadores estiverem certos, mundos de pequeno porte e com atmosferas modestas, como o nosso, podem ser bem mais raros do que antes se imaginava.

A conclusão é bombástica, porque enfatiza que muitos dos planetas detectados fora do Sistema Solar que, pelo porte, se assemelhariam à Terra podem na verdade ser completamente diferentes. “Dramaticamente, nosso trabalho implica que a maioria dos planetas com massa similar à terrestre é fortemente enriquecida em elementos voláteis e é inabitável”, escrevem os pesquisadores em seu artigo, publicado na última edição do periódico “PNAS”.

(Você se interessa pelo tema busca por vida extraterrestre e deseja se aprofundar no assunto? Dê uma olhadinha nisto aqui!)

DE ONDE VEIO ISSO?
Parece uma conclusão extraordinária. E é mesmo. Estamos falando de eventos hipotéticos ocorridos há 4,6 bilhões de anos, dos quais há praticamente nenhuma evidência. O trabalho é altamente especulativo e explora tudo que temos descoberto sobre a formação de planetas nas últimas duas décadas. Vamos recapitular esses passos, e aí a história da pesquisa vai se assemelhar muito à clássica desculpa de bêbado: “Sabe como é, uma coisa levou a outra…”

Tudo começa em 1995, quando o primeiro planeta em torno de outra estrela similar ao Sol, 51 Pegasi b, foi descoberto. Ele era um gigante gasoso, como Júpiter. Até aí tudo bem. O problema é que ele completava uma volta em torno de sua estrela em coisa de quatro dias. Era algo simplesmente impossível, a julgar por tudo que achávamos que sabíamos sobre formação de planetas. Bastou essa única e solitária descoberta para colocar nossos frágeis modelos em xeque, inspirados unicamente pela arquitetura do nosso próprio sistema. Vamos a ela.

Ao redor do Sol, os planetas estão distribuídos confortavelmente em longas órbitas, com os mundos rochosos e menores na região interna do sistema e os gigantes gasosos na região externa. O mais interno dos planetas, Mercúrio, é também o menor, e completa uma volta em torno do Sol em 88 dias.

Compare isso à bizarrice de 51 Peg b — um planeta gigante praticamente colado à sua estrela. Os cientistas estavam convencidos de que aquele mundo jamais poderia ter se formado ali, pois a estrela recém-nascida teria “soprado” todo o gás daquela região antes que o planeta pudesse acumulá-lo em sua volumosa atmosfera. Com isso, os astrônomos começaram a levar a sério a noção de migração planetária — o fato de que interações entre mundos recém-nascidos e o disco de gás e poeira que circunda a estrela e dá origem a eles poderia fazer com que suas órbitas se deslocassem.

No fim das contas, duas décadas e mais de mil exoplanetas depois, já sabemos que o caso de 51 Peg b era mesmo extremo — menos de 1% das estrelas têm um “Júpiter Quente” como ele. Contudo, também restava conclusivamente demonstrado que a migração planetária, em diferentes escalas, era um fenômeno bem possível e comum.

Ao mesmo tempo, com o aumento da amostra de sistemas, descobrimos que o nosso Sistema Solar também não era lá a coisa mais comum do Universo. Muitos dos exoplanetas menores que Júpiter se distribuem em órbitas bem mais próximas de suas estrelas que as vistas nos nossos quatro mundos rochosos — Mercúrio, Vênus, Terra e Marte.

Laughlin e Batygin citam em seu artigo o caso emblemático do sistema Kepler-11, descoberto em 2011, que tem seis planetas, todos eles com diâmetros entre duas e quatro vezes o da Terra, distribuídos por uma região apenas um pouco maior que a órbita de Mercúrio. Ou seja, onde aqui temos apenas um mundo com meio décimo da massa terrestre, lá existem seis planetas com uma massa total equivalente a pelo menos 40 Terras. E o detalhe sinistro: o Sol e a estrela Kepler-11 são bem parecidos, o que faz supor que talvez ambos tenham tido mais ou menos a mesma quantidade de material ao seu redor para formação planetária. Para onde foi essa joça toda em nosso Sistema Solar, considerando que os nossos quatro planetas rochosos não somam nem três massas terrestres?

REFINANDO O SISTEMA SOLAR
Enquanto isso, os modelos de formação do Sistema Solar encontravam suas próprias dificuldades. Mesmo modulando a quantidade de material para acabar com uma massa compatível com a dos planetas que temos por aqui, as simulações não produziam de jeito nenhum um Marte com o tamanho certo. Ele sempre saía “maior que a encomenda”, mais ou menos como a Terra.

Isso até 2011, quando um grupo de pesquisadores publicou na “Nature” um artigo sugerindo uma solução. A resposta estaria na migração de Júpiter. Suponha que ele tenha se formado a 3,5 UA de distância do Sol (uma unidade astronômica é a distância média Terra-Sol, cerca de 150 milhões de quilômetros) e depois migrado para dentro até uma posição a cerca de 1,5 UA, perturbando o disco de gás e poeira naquela região, para finalmente migrar para fora, até 5,2 UA (sua posição atual), puxado por Saturno, recém-nascido. Se tudo isso aconteceu, as simulações resultantes produzem Marte no tamanho certo e também explicam a distribuição dos objetos do cinturão de asteroides e a presença de água nos planetas rochosos.

A farra do Grand Tack, a migração temporária de Júpiter e Saturno (Crédito: Kevin Walsh et. al)
A farra do Grand Tack, a migração temporária de Júpiter e Saturno (Crédito: Kevin Walsh et al.)

Desde então, essa hipótese, conhecida como “Grand Tack”, tem sido levada bastante a sério. Afinal, os exoplanetas mostram que migração planetária é um fenômeno mais que comum. Por que não poderia ter acontecido em nosso próprio sistema?

E foi aí que “uma coisa levou a outra” no trabalho de Laughlin e Batygin. Eles pensaram: e se o nosso Sistema Solar também começou com um monte de planetas na região interna do disco, que teriam se formado na mesma época de Júpiter, o que o Grand Tack teria causado em suas órbitas?

DEVASTAÇÃO
O resultado foi basicamente um massacre. As órbitas são bagunçadas, os planetas acabam colidindo uns com os outros, produzem uma reação em cadeia, tudo vira um monte de pedregulhos novamente e a maior parte desse material acaba caindo na direção do Sol. O que sobra acaba formando novos planetas — dessa vez bem menores e mais espaçados. Mercúrio, Vênus, Terra e Marte. Nós.

Imagem de uma das simulações de Batygin e Laughlin do que teria acontecido no nosso Sistema Solar -- uma bagunça. (Crédito: Batygin et. al)
Imagem de uma das simulações de Batygin e Laughlin do que teria acontecido no nosso Sistema Solar — uma bagunça. (Crédito: Konstantin Batygin et al.)

Uma pergunta que pode ter ocorrido a você a essa altura: foi isso mesmo que aconteceu? Atenção para a resposta mais honesta que se pode dar em ciência: não sabemos.

ALTERNATIVA
Em contrapartida, outra hipótese tem sido defendida em trabalhos recentes pelo astrônomo brasileiro André Izidoro, pesquisador da Unesp (Universidade Estadual Paulista) e da Universidade de Nice, na França. Em 2014, ele publicou um artigo no “Astrophysical Journal” mostrando que o Grand Tack não era realmente necessário para a formação de Marte — em vez disso, uma mera flutuação na densidade do disco na região poderia explicar o surgimento do planeta vermelho com seu tamanho observado.

“Ou seja, não pode ser assumido como verdade absoluta que Júpiter de fato migrou tanto para as regiões mais internas e voltou depois para uma região mais externa”, disse ao Mensageiro Sideral o astrônomo Jorge Meléndez, da USP (Universidade de São Paulo), que não participou de nenhum dos trabalhos. “O que eu não gostei do artigo da ‘PNAS’ é que ele não discute muito explicações alternativas, como a do trabalho do Izidoro”, completa.

Mas, se não houve Grand Tack, por que o Sistema Solar não tem lá suas superterras? Em parceria com alguns dos proponentes originais do Grand Tack, Izidoro acaba de mostrar que as superterras podem ser planetas originários das regiões mais externas que então migram para dentro — exceto se houver um gigante gasoso no meio do caminho para barrá-los. Em seu mais novo artigo, submetido em janeiro deste ano e aceito para publicação no “Astrophysical Journal Letters”, ele apresenta essa hipótese, sugerindo que Urano e Netuno — e possivelmente Saturno — talvez tivessem migrado para dentro e se tornado superterras ou mininetunos (terminando menores que seu tamanho atual por viajarem para regiões com menos gás durante sua formação), se Júpiter não estivesse no meio do caminho para impedi-los de passar.

Ou seja, Izidoro e seus colegas preveem que sistemas com muitas superterras próximas à estrela devem não ter gigantes gasosos afastados. E isso fornece um meio de testar a hipótese. No momento, apesar de quase 2 mil planetas descobertos, ainda nos faltam estatísticas confiáveis para apontar em qualquer direção. Se encontrarmos muitas superterras em sistemas com gigantes gasosos, saberemos que Izidoro está errado e Laughlin e Batygin devem estar na trilha certa. Por outro lado, se encontrarmos gigantes gasosos com no máximo uma superterra mais interna (as simulações mostram que, em algumas raras ocasiões, a superterra consegue “pular” o gigante gasoso e migrar para dentro sem ser ejetada do sistema), e mais frequentemente nenhuma, então saberemos que Izidoro e seus colegas acabaram acertando o alvo. Nesse caso, poderemos concluir que o Sistema Solar provavelmente nunca teve as superterras primordiais que a dupla da Califórnia propõe.

Talvez essa história toda seja cifrada demais para quem espera da ciência respostas claras e inequívocas. Mas hoje fizemos uma visita aos “porões da astronomia”, por assim dizer. Tiramos os esqueletos do armário e mostramos muito mais o que não sabemos do que o que de fato compreendemos. É aquele estágio de confusão que antecede os consensos, em meio a debates de hipóteses conflitantes, todas passíveis de teste por experimentos (no caso, simulações) e observações (no estudo de exoplanetas). E essa na verdade é a grande força da ciência. Ela não permite que as ideias — por mais belas que sejam — se sobreponham aos fatos. E, no processo, ainda ganhamos um lampejo mais claro da incrível força criativa da natureza. Ainda não sabemos com que receita exata se produzem as arquiteturas dos exoplanetas. Mas já temos a convicção de que elas são mais variadas do que sequer conseguimos imaginar. Que bom!

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PARA IR MAIS FUNDO
Em tese, o texto acabou aí em cima. Mas, se você ainda não se cansou do tema, logo abaixo vai a entrevista que fiz com o russo Konstantin Batygin, um dos autores da hipótese das superterras solares, sobre seu trabalho na “PNAS”. Com 28 anos, ele é professor assistente do Caltech e foi eleito um dos “30 abaixo de 30” da revista “Forbes”, que destaca os cientistas que despontam ainda jovenscomo expoentes acadêmicos. (Aviso aos navegantes: o papo é tão cabeludo quanto ele.)

O astrônomo russo Konstantin Batygin, autor do artigo das superterras solares. (Crédito: Caltech)
O astrônomo russo Konstantin Batygin, autor do artigo das superterras solares. (Crédito: Caltech)

Mensageiro Sideral – É interessante propor que o Sistema Solar tinha mais planetas mais internos que Mercúrio, mas isso não entra em conflito com nossos modelos mais aceitos de formação planetária quando aplicados ao Sistema Solar? A maioria dos pesquisadores tende a explicar exoplanetas próximos à estrela por meio de migração, em vez de formação in-situ. Por que vocês acharam que deviam inverter isso?

Konstantin Batygin – O modo exato de formação planetária, aplicado a sistemas planetários compactos, permanece uma questão controversa, mas de fato não é muito crucial para o modelo que apresentamos. Se nosso entendimento de formação de planetas gigantes está correto, então a formação de planetas sólidos, como superterras e netunos, deve acontecer antes da formação de Júpiter e Saturno, porque eles agem como núcleos que mais tarde acretam gás para se tornar gigantes. Além disso, formação de planetas gigantes é fundamentalmente não muito eficiente, de forma que o número de núcleos provavelmente excedeu o número de gigantes gasosos por uma fração substancial (as estatísticas extra-solares confirmam isso). Portanto, independentemente de as superterras terem se formado in-situ ou distantes e depois carregadas para dentro por migração extensa, é provável que elas tenham existido no Sistema Solar antes que Júpiter e Saturno tenham se formado e iniciado sua jornada.

Mensageiro Sideral – Eu pensei que neste momento a maioria dos pesquisadores concordasse com a ideia de que os planetas gigantes (Júpiter e Saturno, no nosso caso) se formassem antes, porque eles precisavam acretar rápido o suficiente de forma que o gás não tenha ainda sido inteiramente dissipado pela estrela nascente. Esse é um problema antigo dos estudos de acreção de núcleos, mas eu estava com a impressão de que a maioria dos cientistas hoje já favorece modelos em que Júpiter vem primeiro, e os planetas terrestres têm mais tempo de crescer até seus tamanhos finais. Não é isso? A maioria dos cientistas planetários não acredita que Júpiter veio primeiro em nosso Sistema Solar?

Batygin – Bem, esse é um assunto complicado. No Sistema Solar, a formação de planetas evidentemente aconteceu em duas ondas — a primeira gerou os planetas massivos: Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Essa primeira onda levou menos de 10 milhões de anos para se completar. A segunda onda ocorreu numa escala de 100 milhões de anos e gerou os planetas de baixa massa: Mercúrio, Vênus, Terra e Marte. É convencionalmente presumido que a maioria dos exoplanetas em órbitas compactas participou de migração induzida pelo disco (embora, como eu disse antes, esse ponto seja discutível). Então eles devem ter sido gerados enquanto o gás estava por aí, e portanto deveriam pertencer ao mesmo grupo de planetas que Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Note que até mesmo no Sistema Solar, Urano e Netuno representam núcleos que fracassaram em acretar quantidades substanciais de gás (eles têm apenas cerca de uma massa terrestre de hidrogênio e hélio cada um). O que o nosso estudo faz é sugerir que Urano e Netuno não foram os únicos núcleos fracassados do Sistema Solar. Em vez disso, sugerimos que antes que Júpiter tivesse se formado (de acordo com modelos de formação convencionais, a acreção de Júpiter leva cerca de 3 milhões de anos), o Sistema Solar gerou vários núcleos que eram parte do mesmo processo dominante de formação planetária que é comumente responsável por planetas com órbitas compactas que observamos em torno de outras estrelas.

Mensageiro Sideral – Se vocês estiverem certos, então planetas do tamanho da Terra encontrados em órbitas mais compactas em torno de outras estrelas deveriam ser fundamentalmente diferentes da Terra. Contudo, para a maioria dos planetas com massa e tamanho similares aos da Terra que tiveram sua densidade medida, encontramos valores entre os da Terra e de Mercúrio. Isso não entra em conflito com sua expectativa de que esses planetas mais internos tivessem maior quantidade de material volátil e fossem menos densos que a Terra?

Batygin – Na verdade, medidas de densidade de superterras extra-solares variam enormemente. Algumas são consistentes com a densidade de rocha, outras com gelo, enquanto outras são muito mais baixas, indicando que devem ser enriquecidas em hidrogênio e hélio. Há um viés, contudo: é mais fácil medir as massas de planetas com densidades maiores, então eles tendem a ter barras de erro melhores. Mas geralmente composições de planetas extra-solares sugerem que planetas como a Terra (aqueles sem atmosferas apreciáveis) são uma exceção à regra, em vez da norma.

Mensageiro Sideral – Eu sei que as densidades variam bastante para planetas do tipo superterra, mas estudos mais recentes, apresentados na última reunião da AAS, parecem mostrar que há uma forte correlação com tamanho: menos que 1,6 raio terrestre tende a ser planeta rochoso, mais que 1,6 raio terrestre tende a ser mininetuno. Isso não derruba a ideia de que é a história do sistema, em vez de suas propriedades intrínsecas, o que determina quem acaba se parecendo com planeta gigante ou não?

Batygin – Essa é uma pergunta excelente, mas a resposta a essa questão não é trivial por duas razões. Primeiro é que a evaporação importa. Deve existir algum tamanho crítico de objeto numa dada órbita aquém do qual, mesmo que você comece com uma atmosfera rica em hidrogênio, ela acaba soprada durante os estágios iniciais de formação planetária (porque o fluxo extremo de UV pode ser muito alto). Esse tamanho pode ser muito bem 1,6 raio terrestre para órbitas típicas de exoplanetas. Segundo é que uma vez que frações significativas de gás são introduzidas, as relações de massa-raio dos planetas podem se tornar bem complicadas. Ou seja, torna-se difícil traduzir o que um objeto de 1,6 raio terrestre significa em termos de massa. Pode ser um objeto rochoso com 4 massas terrestres ou um objeto rico em gás com 1,5 massa terrestre. Ambos podem produzir o mesmo raio. No fim das contas, parece que uma fração substancial dos exoplanetas observados (na classe das superterras) se formou enquanto havia gás, o que é a premissa inicial do nosso trabalho.

Mensageiro Sideral – Por fim, não temos de lidar com o fato de que temos um viés observacional forte em favor de sistemas compactos, seja qual for o método, velocidade radial ou trânsito? Isso não deveria contar para determinarmos quão estranho nosso próprio sistema planetário parece ser?

Batygin – Com certeza sim, e esse viés observacional é cuidadosamente levado em conta. Considerando isso, cálculos estatísticos sugerem que cerca de metade das estrelas similares ao Sol observadas possuem planetas em órbitas compactas menos massivos que 20 massas terrestres. Isso deveria ser comparado com a taxa de ocorrência de gigantes gasosos como Júpiter e Saturno, que é de apenas cerca de 10%. Então, embora a formação de planetas seja comum, seu modo dominante gera preferencialmente objetos sub-jovianos em órbitas compactas.

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Comentários

  1. Não seriam esses menores planetas referidos os protoplanetas que se formaram nos primórdios do sistema solar, e que, após a sua fusão, seriam formados os atuais planetas? Tanto que a teoria da formação da lua há uma hipótese na qual um planeta do tamanho de marte em órbita próxima colidiu co ma terra, fundindo-se e lançando material que formaria a lua. No cinturão de asteróides esses planetesimais e protoplanetas não conseguiram fundir-se por causa da gravidade de jupiter.

  2. Olá Salvador,

    Sou um assíduo leitor do Blog, e admirador dos seus textos.

    Queria tirar uma dúvida sobre o trecho abaixo:

    “Ou seja, onde aqui temos apenas um mundo com meio décimo da massa terrestre, lá existem seis planetas com uma massa total equivalente a pelo menos 40 Terras. E o detalhe sinistro: o Sol e a estrela Kepler-11 são bem parecidos, o que faz supor que talvez ambos tenham tido mais ou menos a mesma quantidade de material ao seu redor para formação planetária.”

    A diferença entre as massas dos planetas existentes em outros sistemas solares me parece uma das bases para a teoria do Batygin, mas a minha dúvida, é se temos tecnologia suficiente pra considerar, e calcular as massas das luas, dos cinturões de asteroides no interior e no exterior dos sistemas solares, e dos núcleos de planetas gasosos que podem, me parece, variar bastante dependendo do processo de formação desses sistemas.

    Então, me parece que essa diferença de massas, ou o suposto “desaparecimento” delas n me parece um bom fundamento pra sustentar a teoria do Batygin.

    Queria saber sua opnião 🙂 🙂

    Abraços

    1. Felipe, luas e asteroides colaboram muito pouco com a massa total — pelo menos no nosso Sistema Solar. Então, eles não têm como cobrir pela matéria faltante. Agora, o possível é que o Izidoro esteja certo e a massa faltante esteja nas profundezas do Sistema Solar…

      1. Humm entendi Salvador, então os Gigantes Gasosos seriam um contraponto balanceando o movimento das órbitas dos planetas em formação e permitindo ou impedindo o desenvolvimento de Terras ou SuperTerras durante o processo de criação desses planetas, dependendo de onde esse gigante gasoso esteja localizado neste momento.

        É isso? 😛 😛

        1. É assim: se um gigante gasoso se forma rápido o suficiente, impede outros planetas maiores de migrarem para dentro do sistema. Então, se Júpiter não tivesse crescido rapidamente e virado um gigante gasoso, provavelmente ele, Saturno, Urano e Netuno teriam migrado para dentro do sistema e virado um sistema de superterras compacto, como tantos que vemos lá fora. Isso se o Izidoro estiver certo.

          Se, por outro lado, o Batygin e o Laughlin estiverem certos, então as superterras teriam se formado já na região interna do sistema, Júpiter migrou para dentro, destruiu esses planetas, e os destroços produziram os nossos “miniplanetas”, Mercúrio, Vênus, Terra e Marte.

  3. Mas não é algo meio óbvio pensar que o nosso planeta é originário de restos de outros? Se temos um teoria que diz que houve uma grande explosão que gerou tudo, então é fato de que somos pedaços de outros planetas. A menos que tenha sido uma explosão controlada (milimetricamente), é óbvio que no meio do processo “trombamos” com alguns outros pedaços de pedra. O que penso é que o nosso pedaço de pedra conseguiu acumular mais material para criação da vida do que os outros. Ao menos vida como nós conhecemos até agora.

    1. Não, na verdade o Universo não é fruto de uma explosão, no sentido convencional. E cada sistema planetário não foi formado numa explosão.

      1. Acho que o que o Salvador quis dizer com “explosão não convencional” é o seguinte: o Big Bang não foi um corpo explodindo em pedaços, mas a transformação de energia em matéria subatômica que, depois, transformou-se em átomos de hidrogênio e formou as primeiras nuvens que originaram as primeiras estrelas e galáxias.

        As estrelas, no processo de fusão nuclear, produziram os elementos mais pesados e daí vieram novas estrelas, planetas, cometas, luas…

  4. Durante milhões de anos, na formação do nosso sistema solar, as faixas de massas ao redor do Sol eram lavas incandescentes, feito quase bolas esticadas. Aos poucos elas foram se atraindo e se aglutinando até se compactarem e resfriarem por outros milhões de anos mais tarde. Cada sistema solar teve sua formação de forma diferente, por isso que os planetas tem formações e órbitas diferentes. Não podemos nos esquecer que os planetas como estão hoje, não estão em estado de equilíbrio, continuam seu estágio de mutação desde o primeiro start, até finalizar em mais alguns bilhões de anos. É que para nós, de curtíssima vida, não conseguimos perceber esse evento. Isso inclusive nos faz afirmar que a existência de vida inteligente no universo como a nossa, é um fenômeno extraordinariamente remota.

  5. Caro Salvador: Muito boa a reportagem e a entrevista. A Ciência continua em seu trabalho de buscar o conhecimento. Isso é ótimo. Só gostaria de observar que, às vezes sem embasamento científico, se diz que não é possível a vida em Marte, Venus etc. A vida ainda é um mistério para os cientistas e não sabemos se ela se ocorre em outros mundos da mesma forma que a conhecemos aqui. A própria matéria pode também se apresentar em estados que ainda não conhecemos.

  6. Nossa, bem denso e interessante esse post!

    Carl Sagan dizia que “afirmações extraordinárias exigem evidências extraordinárias”, assim, aguardemos! 🙂

    De qualquer jeito, o Apolinário Messias deve estar dando pulinhos de alegria com essa hipótese que torna nosso planeta mais raro. Ele, infelizmente, acredita e torce para que estejamos sós no Universo, uma pena se for verdade!

  7. Eu acho que a culpa é do Nibiru(ta) que roubou os materiais e fez um planeta/nave/iate/cruzeiro de luxo pra ele. 🙂

    Muito boa matéria.

  8. Excelente matéria. É raro ver a mídia reportando novas descobertas científicas com este nível de transparência e nuance. Sobretudo, é difícil encontrar jornalistas que compreendam o fato de que no processo científico todas as conclusões são provisionais e que a mera publicação de um artigo não significa que a teoria ou mera hipótese proposta já é “verdade absoluta”.
    Fiquei impressionado com o nível dos comentários também. Raro ver um grupo de pessoas debatendo na internet com tanto respeito, humildade e amor ao conhecimento acumulado de incontáveis gerações de seres humanos. Fez o meu dia!

    1. Agradeço pela parte que me toca (se bem que ainda não fiz mais do que um comentário aqui) 🙂

      1. Tanto o Radoico quanto o Eu estão econômicos ultimamente. Quando maior o nível de dificuldade dos posts mais precisamos dos seus comentários.

        Salvador, esse post considero entre os dez melhores do Siderius Nuncius desde início de 2014 quando da primeira visita.

        Estou tentando cobrir, quando tenho tempo, os posts anteriores pelas categorias.
        Ruy Ney

        1. Valeu, Ruy! Realmente sinto falta do Eu, mas temos tido ótimos comentários de outros participantes!

          Também, com um blog desse nível, Salvador atrai bastante gente, desde físicos e astrônomos de alto nível, pessoas de conhecimento médio como eu e pessoas inteligentes que estão a fim de aprender!

  9. Vi algo parecido pelo brian cox. As orbitas dos gigantes gasosos eram proximas ao sol e entraram em ressonancia e modificaram todas as orbitas dos telúricos e a terra veio parar na zona habitável, netuno foi lançado em meio aos cometas e gerou o bombardeio tardio nos trazendo agua. Acho que isso deveria ser adicionado também à teoria do grande filtro.

  10. Sobre a possibilidade de Terra e Marte serem um planeta só, quebrado em dois pela colisão de algum asteroide, explicaria o tamanho menor de marte, explicaria a deriva continental (imaginando que Marte fica onde atualmente é o Pacífico), explicaria a profundidade muito maior do oceano pacífico. Essa tese já foi descartada? Se sim, por que?

      1. Li esta matéria. Beleza, então os Sumérios (com o documento Enuma Elish) e Sitchin estão sempre errados, mas é engraçado como as proposições dos cientistas e astrônomos caminham cada vez mais para o que os primeiros deixaram de legado.

          1. Salvador, não entrarei na história de Nibiru, mas o que o Tony Boulos quis dizer é que na história da criação Suméria é um pouco semelhante ao que foi dito em parte na matéria. Que planetas migraram durante a formação e as órbitas caóticas causaram colisoes de planetas rochosos mairoes criando os menores e o cinturao de asteróide. Como “astrônomo amador do amador” eu procurei saber das história da criação de muitas mitologias e religiões de diversas culturas. Algumas tem uma boa “base” científica para começar uma conversa, outras são besteiras sem tamanho. Acredito que ele apenas queria uma opinião sobre essa parte e não sobre um planeta errante com aliens. 🙂

          2. As similaridades têm a ver com o fato de que são interpretações do Sitchin, que por sua vez já sabia um pouco de formação planetária. Os sumérios em si nunca souberam de nada disso. Para eles era só mitologia mesmo.

          3. nibiruta

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            ET de varginha

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            alienígenas do passado

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            Sumérios sabem tudo e dizem nada

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            Magia existe, deuses babacas também

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  11. CAMONT – Um texto é a representação gráfica da palavra falada.
    BOCA FECHADA NÃO ENTRA MOSQUITO !

  12. É preciso justificar a fortuna gasta com essas pesquisas, publicando, quase que diariamente, novas mentiras.

    1. Quem justifica gasto de fortunas com mentiras é o governo, não os cientistas. Que jornais você tem lido? rs

    2. Essa pesquisa nem deve ter sido tão cara assim, a não ser se somarmos todo o conhecimento necessário para elaborar os modelos de teste.

  13. É uma hipótese bem plausível. O homem mais sábio que houve sobre a terra já disse isso:
    O que foi, isso é o que há de ser; e o que se fez, isso se fará; de modo que nada há de novo debaixo do sol.
    “Há alguma coisa de que se possa dizer: Vê, isto é novo? Já foi nos séculos passados, que foram antes de nós.
    Já não há lembrança das coisas que precederam, e das coisas que hão de ser também delas não haverá lembrança, entre os que hão de vir depois.”
    Eclesiastes 1:9-11
    “O que é, já foi; e o que há de ser, também já foi; e Deus pede conta do que passou.”
    Eclesiastes 3:15

  14. Nossa, quanta coisa absurdo, eu já descobri que na verdade nem existimos, somos softwares simuladores de vida, e na vdd somos programas de um tipo de “computador”.

  15. cara … boa tarde … eu vi um filme chamado interestelar , muito interessante , uma equipe sai a procura de planetas similares a terra .. com condições parecidas , encontram 3 numa outra galaxia .. o que me chamou a atenção na verdade me dexiou muito intrigado , é que em um planeta que eles desceram apar exploram , cada minuto no planeta era 7 anos na terra… ficção ou realidade ?? tipo eles ficaram uns minutos passaram 23 anos na terra 2 anos na nave em orbirta … o filme espetacular , muito bem feito .. a ideia bacana …

        1. só lembrando que o filme é uma diversão feita para entreter e não para dizer que é exatamente daquele jeito.

          há erros de interpretação sobre a Relatividade, em particular quando eles caem no Buraco Negro que chamam de gargântua, além do fato de que o filme cria muitos paradoxos temporais por conta dos eventos presentes.

          enfim, é um filme para divertir com um pouquinho de Ciência lá para ajudar e a mão mágica do diretor que mexeu um pouco para o filme não ficar sem graça.

          1. Errou a mão com nuvens sólidas flutuando e as pessoas, muito mais leves, não flutuando… Mas o filme é legal, como ficção científica. Acho que quis imitar Avatar, sem o romantismo deste outro excelente filme.

  16. O Livro de Urântia explica tudo isso em detalhes. Pesquisem no Google sobre “Angona”.

    1. Há quatro bilhões e meio de anos, o enorme sistema de Angona começou a aproximar-se da vizinhança do vosso sol, então solitário. O centro desse grande sistema era um gigante espacial escuro, sólido, altamente carregado e possuindo uma tremenda força de atração gravitacional.

      (656.1) 57:5.5 À medida que Angona se aproximava mais do vosso sol, em momentos de expansão máxima, e durante as pulsações solares, correntes de material gasoso eram atiradas no espaço, como línguas solares gigantescas. Inicialmente, tais línguas flamejantes de gás invariavelmente caíam de volta no sol, mas, no momento em que Angona se aproximava mais e mais, a atração da gravidade do gigantesco visitante tornou-se tão intensa que essas línguas de gás quebravam-se em certos pontos, e as suas raízes caíam novamente no sol, enquanto as partes mais externas destacavam-se, formando corpos independentes de matéria, de meteoritos solares, que imediatamente começaram a girar em volta do sol, em órbitas elípticas próprias.

      (656.2) 57:5.6 E à medida que o sistema de Angona se aproximava, as extrusões solares tornavam-se cada vez maiores; mais e mais matéria era retirada do sol e transformava-se em corpos circulantes, independentes, no espaço circunvizinho. Esse estado desenvolveu-se por cerca de quinhentos mil anos, até que Angona aproximou-se ao máximo do sol. Depois dessa aproximação, o sol, em conjunção com uma das suas periódicas convulsões internas, experimentou uma quebra parcial; e enormes volumes de matéria desprenderam-se simultaneamente de lados opostos dele. Do lado de Angona, foi sendo atraída uma vasta coluna de gases solares, pontiaguda em ambas as extremidades e com um bulbo protuberante no centro, e que se destacou permanentemente do controle imediato da gravidade do sol.

      (656.3) 57:5.7 Essa grande coluna de gases solares, que assim separou-se do sol, posteriormente converteu-se nos doze planetas do sistema solar. Os gases ejetados, por uma repercussão, do lado oposto do sol, causada pela maré, que correspondeu à extrusão desse ancestral gigantesco do sistema solar, condensaram-se desde então em meteoros e poeira do espaço, no sistema solar, embora uma grande parte dessa matéria haja sido recapturada posteriormente por gravidade solar, à medida que o sistema de Angona foi afastando-se no espaço remoto.

      (656.4) 57:5.8 Embora tenha conseguido êxito em extrair do sol o material ancestral dos planetas do sistema solar e um volume enorme de matéria, o qual agora circula em volta do sol como asteróides e meteoros, o sistema de Angona não assegurou para si nada dessa matéria solar. O sistema visitante não chegou perto o bastante para de fato roubar algo da substância do sol; no entanto aproximou-se o suficiente para atrair para o espaço intermediário todo o material que compreende o atual sistema solar.

      (656.5) 57:5.9 Os cinco planetas internos e os cinco planetas mais externos logo se formaram, ainda com tamanho reduzido, da matéria resfriada e dos núcleos condensados nas extremidades de massa menor, e mais afiladas, do gigantesco bulbo provocado pela gravidade, o qual Angona conseguiu destacar do sol, enquanto Saturno e Júpiter formaram-se das partes centrais e de maior massa do bulbo. A poderosa atração da gravidade de Júpiter e Saturno logo captou a maior parte do material roubado de Angona, o que é testemunhado pelo movimento retrógrado de alguns dos seus satélites.

      (656.6) 57:5.10 Júpiter e Saturno, que são derivados do centro mesmo da enorme coluna de gases solares superaquecidos, continham tanto material solar altamente aquecido que brilharam com uma luz reluzente e emitiram enormes volumes de calor; eles foram, em realidade, sóis secundários, durante um curto período posterior às suas formações, como corpos separados no espaço. Esses dois planetas maiores do sistema solar permaneceram altamente gasosos até os dias atuais, não se havendo ainda resfriado até o ponto da completa condensação ou solidificação.

      (656.7) 57:5.11 Os núcleos de contração de gás dos outros dez planetas logo atingiram o estágio de solidificação e, assim, começaram a puxar para si quantidades cada vez maiores da matéria meteórica que circulava no espaço vizinho. Os mundos desse sistema solar, de tal modo, tiveram uma dupla origem: núcleos de condensação de gás, mais tarde aumentados pela captação de quantidades enormes de meteoros. De fato, ainda continuam a captar meteoros, mas em quantidade bem mais reduzida.

      (657.1) 57:5.12 Os planetas não giram em torno do sol no plano equatorial da sua mãe solar, o que fariam se houvessem sido expelidos na rotação do sol. Na verdade, eles circulam no plano da extrusão solar de Angona, que formava um ângulo considerável com o plano equatorial do sol.

      (657.2) 57:5.13 Embora Angona tivesse sido incapaz de captar qualquer coisa da massa solar, o vosso sol acrescentou à sua família planetária, em metamorfose, uma parte da matéria do sistema visitante que circulava no espaço. Devido ao intenso campo gravitacional de Angona, a sua família planetária tributária mantinha órbitas a distâncias consideráveis do gigante escuro; e pouco depois da extrusão da massa ancestral do sistema solar, enquanto Angona ainda se encontrava na vizinhança do sol, três dos planetas maiores do sistema de Angona giravam tão próximos do maciço ancestral do sistema solar que a sua atração gravitacional, aumentada pela do sol, foi suficiente para contrabalançar a atração da gravidade de Angona e destacar permanentemente esses três tributários do visitante celeste.

      (657.3) 57:5.14 Todo o material do sistema solar derivado do sol estava originalmente dotado de uma direção homogênea de giro orbital e, não fora pela intrusão desses três corpos espaciais estrangeiros, todo esse material do sistema solar estaria ainda mantendo a mesma direção de movimento orbital. O que aconteceu foi que o impacto com os três tributários de Angona injetou novas forças direcionais exteriores ao sistema solar emergente, com o resultante aparecimento de um movimento retrógrado. Um movimento retrógrado, em qualquer sistema astronômico, é sempre acidental e surge sempre como resultado do impacto de colisão com corpos espaciais vindos de fora. Tais colisões podem nem sempre produzir o movimento retrógrado, mas nenhum movimento retrógrado jamais aparece, a não ser em um sistema que contenha massas de origens diversas.

      6. O Estágio do Sistema Solar — A Era de Formação do Planeta

      (657.4) 57:6.1 Subseqüentemente ao nascimento do sistema solar, seguiu-se um período de diminuição do derrame solar. Durante outros quinhentos mil anos, o sol continuou, decrescentemente, a derramar volumes sempre mais reduzidos de matéria no espaço adjacente. Mas, durante tais etapas primordiais de órbitas erráticas, quando os corpos circundantes aproximaram-se ao máximo do sol, o sol-mãe foi capaz de recapturar uma grande porção desse material meteórico.

      (657.5) 57:6.2 Os planetas mais próximos do sol foram os primeiros a ter as suas rotações desaceleradas pela fricção devida ao efeito da gravidade tipo maré. Essas influências gravitacionais contribuem também para a estabilização das órbitas planetárias, pois atuam como um freio sobre a velocidade de rotação em torno do eixo planetário, levando um planeta a girar sempre mais devagar, até que essa rotação axial cesse, deixando um hemisfério do planeta sempre voltado para o sol ou para o corpo maior, como é ilustrado pelo planeta Mercúrio e pela Lua, a qual gira sempre com a mesma face voltada para Urântia.

      (657.6) 57:6.3 Quando as fricções do tipo maré tornarem-se uniformizadas na Terra e na Lua, a Terra irá sempre voltar o mesmo hemisfério para a Lua e o dia e o mês serão análogos — com uma duração em torno de 47 dias. Ao atingir essa estabilidade de órbitas, as fricções do tipo maré reverterão a sua ação, não mais tendendo a afastar a Lua da Terra, mas gradualmente atraindo o satélite na direção do planeta. E então, naquele futuro distante, quando a Lua chegar à distância de cerca de dezoito mil quilômetros da Terra, a ação da gravidade desta provocará um colapso da Lua, pois uma explosão causada pela gravidade do tipo maré levará a Lua a despedaçar-se em pequenas partículas, que poderão reunir-se em torno do mundo, como anéis de matéria, semelhantes aos de Saturno, ou então, talvez, caindo gradualmente na Terra, como meteoros.

      (658.1) 57:6.4 Se os corpos espaciais possuírem tamanhos e densidades semelhantes, poderão ocorrer colisões. Contudo, se dois corpos espaciais de densidades semelhantes forem relativamente desiguais em tamanho, e o menor aproximar-se progressivamente do maior, a ruptura do corpo menor ocorrerá a partir do instante em que o raio da sua órbita tornar-se menor que duas vezes e meia o tamanho do raio do corpo maior. As colisões entre os gigantes do espaço, na verdade, são raras; contudo as explosões de corpos menores causadas pela gravidade do tipo maré são muito comuns.

      (658.2) 57:6.5 As estrelas cadentes ocorrem em enxames, porque são fragmentos de corpos maiores de matéria deslocados pela gravidade do tipo maré exercida por corpos circunvizinhos ainda maiores. Os anéis de Saturno são fragmentos de um satélite pulverizado. Uma das luas de Júpiter, no presente, está aproximando-se perigosamente da zona crítica de fraturamento, por causa do efeito da maré; e, dentro de uns poucos milhões de anos, ou será absorvida pelo planeta, ou será submetida aos efeitos fragmentadores da gravidade tipo maré. O quinto planeta do sistema solar, em um tempo muito remoto, percorria uma órbita irregular, periodicamente aproximando-se mais e mais de Júpiter, até que entrou na zona crítica de fragmentação, por causa da gravidade tipo maré, havendo sido fragmentado, rapidamente, convertendo-se no atual cinturão de asteróides.

      (658.3) 57:6.6 Há quatro bilhões de anos, presenciou-se a organização dos sistemas de Júpiter e Saturno, quase como são observados hoje, à exceção das suas luas, que continuaram a ter o seu tamanho aumentado durante vários bilhões de anos. De fato, todos os planetas e satélites deste sistema solar estão ainda crescendo, por causa de uma contínua captação de meteoros.

      (658.4) 57:6.7 Há três bilhões e meio de anos, os núcleos de condensação dos outros dez planetas estavam bem formados; e os núcleos da maioria das luas estavam intactos, embora alguns dos satélites menores se hajam unido, mais tarde, para formar as luas atuais maiores. Tal idade pode ser considerada a era da formação planetária.

      (658.5) 57:6.8 Há três bilhões de anos, o sistema solar estava funcionando quase como hoje o faz. Os seus membros continuavam a aumentar em tamanho, à medida que, em um ritmo prodigioso, os meteoros do espaço afluíam aos planetas e seus satélites.

      (658.6) 57:6.9 Por volta dessa época, o vosso sistema solar estava colocado no registro físico de Nébadon e tinha já o seu nome, Monmátia.

      (658.7) 57:6.10 Há dois bilhões e meio de anos, os planetas haviam aumentado imensamente o seu tamanho. Urântia era uma esfera bem desenvolvida, com cerca de um décimo da sua massa atual e estava ainda crescendo rapidamente por absorção de meteoros.

      (658.8) 57:6.11 Toda essa tremenda atividade é uma parte normal da edificação de um mundo evolucionário da ordem de Urântia e constitui a parte preliminar astronômica para o estabelecimento do cenário que é o começo da evolução física dos mundos do espaço, na preparação para as aventuras da vida no tempo.

    2. Procurei “Angona” no Google e achei apenas uma Michelle D’Angona e na Wikipedia em inglês uma Miss Alida D’Angona. Belas garotas, por sinal.

      Achei, porém “Urantia Book”, uma espécie de Bíblia ditada por “seres celestiais” e publicado entre 1924 e 1955 em Chicago. Uma mistura de ciência, filosofia e religião…

      Enfim, mais uma maluquice a querer faturar nosso dinheiro e nossa consciência.

      1. amigo Radoico, essa michelle ao menos é bonita para eu perder meu tempo?

        hahahahahahahahahahahaahahaha

        mas eu gostei, o cara escreve muito e quero ver assim, com muita vontade de escrever!

  17. existe sim vida em outros planetas, esses idiotas apenas escondem até hoje da população devido a preconceitos e maluquices das religiões, a NASA já sabe e fica a esconder até quando ninguém sabe, e todo dia é uma descoberta para aumentar a enrolação.

    1. Não acho que a Nasa esconda uma informação que poderia ampliar em muito seu próprio orçamento dentro do governo americano.

      1. Salvador. Adoro seu trabalho.Mesmo.Muito. Mas insisto: você anda precisando de um certo tipo, bem peculiar de susto. Eu já levei o meu.O Clyde Tombaugh também.Salvador, Salvador, eu vou me desmanchar de rir quando seu dia chegar…

          1. Salva, vamos apostar quem aparece primeiro? Os ETs que dizem que nos visitam há séculos ou o tio walking dead que anda em cima da água que tá pra voltar há milênios?

            😀

    2. Há grande, enorme, possibilidade de haver vida em outros mundos, pois todo o universo segue as mesmas leis naturais. Infelizmente ainda não há evidências disso e, quando elas aparecerem, um monte de gente vai querer desmoralizá-las… Até hoje tem gente que diz que o homem não pousou na Lua!

      1. Se a NASA soubesse de vida alienígena, não gastaria bilhões enviando sondas para todos os planetas e algumas luas do sistema solar…

      1. Salvador, acho engraçado esse tipo de noticia, principalmente a parte que diz “Se os pesquisadores estiverem certos, mundos de pequeno porte e com atmosferas modestas, como o nosso, podem ser bem mais raros do que antes se imaginava.” Ué? Poucas semanas atrás era enorme o alvoroço sobre as possíveis “Terras” em zona habitável, que aumentaria a chance de planetas como os nossos, etc…São notícias e teorias conflitantes ou entendi errado?

        1. Antecipando-me ao Salvador, eu diria que as pesquisas são muitas e que elas não se contradizem no geral. Bilhões de planetas na zona habitável é algo muito promissor, essa pesquisa não desdiz isso, apesar de ser um banho de água fria no nosso entusiasmo. O que agora discutem é como se forma um planeta como a Terra, se somos raridade ou não, uma questão que vai longe, ainda…

  18. Matéria bacana e interessante. Mas pensar que planetas se moveram para surgir outros, meio estranho isso.
    Quer dizer que a Terra pode se mover e voltar de novo para o lugar, para quem sabe surgir outros planetas. Mas se mover, para perto ou longe do Sol vai ferrar com o planeta e pode levar a extinsão da vida na Terra.

    1. Na verdade, a Terra foi feita do que sobrou desses antigos planetas… e como os “antigos” planetas persistem em grande parte dos sistemas, os pesquisadores presumem que planetas similares à Terra — feitos de restos de planetas maiores destruídos — são raros.

    2. Todos os sistemas estelares são dinâmicos, mas temos que olhar, também, para o longo tempo transcorrido. Hoje não se vê motivo para os planetas do nosso sistema serem deslocados de suas órbitas no próximo bilhão de anos.

      E a vida é um conjunto de reações químico-físicas que começou em determinado momento e que continuará enquanto houver condições ambientais para isso. Vênus e Marte devem ter tido essas boas condições durante muito tempo (podem ou ter ter desenvolvido vida nesse período), mas elas se modificaram. Um dia será a vez da Terra, por isso temos que sair daqui e semear a vida onde for possível.

  19. Jamais o ser humano saberá o que ocorreu durante as etapas de formação do universo.

    1. O ser humano já sabe o que aconteceu. Está escrito no livro de Gênesis.

      E este evento cataclismico que a matéria aborda, o ser humano, na sua pequenez, poderia dar o nome de Mãos do Criador !

      1. To louco pra descobrir em qual Gênesis eu posso ler sobre a influência de planetas gasosos gigantes na formação de planetas rochosos como o nosso.

  20. Jamais o ser humano saberá exatamente o que aconteceu em todas as etapas de formação do universo.

      1. Nem concordo, nem discordo. Às vezes faltam indícios e múltiplas histórias são possíveis. Note que só estamos “revisando” a história do Sistema Solar por conta do que estamos aprendendo com outros sistemas planetários. E usando para isso uma amostra incompleta e enviesada. Acho que vamos entender como o Sistema Solar se formou (a rigor, no básico, já entendemos), mas alguns detalhes da história podem para sempre ficar no plano da hipótese.

  21. Enquanto estamos morendo com diabetes e cancer, esses daí ficam capitando milhões de dolares pra ficar adivinhando coisa nenhuma.

    Parem com isso, vamos cuidar do básico, a Terra.

    1. Você sabia que algumas doenças são tratadas com lasers? E que lasers são fruto de óptica e fotônica, duas áreas que nasceram “inúteis” num laboratório de física?
      Com astronomia, estamos cuidando do básico! É você que não reparou! 😉

      1. Salvador, tá aí uma boa idéia para uma reportagem: tecnologias e benefícios que só foram inventados devido a corrida espacial (satélites, laser, gps, nitinol, microondas, etc). Muita gente acredita que a exploração espacial é só gasto inútil.

        1. Concordo contigo. Mas só gostaria de ressaltar que tem outro mecanismo para descoberta das coisas: Guerra.
          Elas inclusive possibilitaram a corrida espacial. E muitas das coisas, do “lado de lá”…

  22. Interessante né, levantei esta questão aqui, a meses atrás, e fui ridicularizado pelo blogueiro, e agora como fica????

    1. John, eu me lembrei de você. Mas, se bem me lembro, você desacreditava dos exoplanetas justamente por essas órbitas mais compactas. Além do mais (e estou puxando de memória), se não me engano, te reafirmei o problema do viés de observação — órbitas compactas são favorecidas pelas técnicas de detecção. O próprio autor do paper, na entrevista, confirma que isso é um fato. E note que órbitas compactas são uma boa notícia para a vida, sobretudo em estrelas menores que o Sol, onde a zona habitável fica mais perto da estrela.

  23. Prezado Salvador, discordo totalmente de que astronomia é inútil; pra mim é fascinante e coloca o ser humano no seu devido lugar; se mais pessoas se interessassem tudo seria menos injusto; uma curiosidade: astrônomos com o tempo adquirem psicopatologias?

    1. Nunca ouvi falar em nenhuma correlação entre astrônomos e psicopatologias. Já em jornalistas… 😛

  24. Excelente artigo, parabéns. Realmente muito interessante.

    Não é de surpreender a notícia de que o sistema solar possa ser uma exceção à regra no padrão de formações estelares e de sistemas solares pelo universo. Como também possa ser verdade que nossos descendentes passem milênios buscando a vida nas milhões de estrelas mais próximas sem nenhum sucesso.

    Talvez o grande “santo graal” a ser encontrado seja o fato de que a vida só existe aqui e que é nossa responsabilidade difundi-la pelo universo, adaptando sistemas solares e terraformando planetas para suportar nossas necessidades, transportando nossas biosferas conosco, assim como abelhas e insetos polinizadores em sua busca por sobrevivência indiretamente semeam a vida por onde passam.

  25. Foi para a home, Salvador. Vai bombar.

    Portanto, prepare-se para Apolinários e quetais. Já apareceram alguns…

    Parabéns pelo trabalho, pelo blog e pelo livro.

    1. Veremos. Acho que o de hoje está muito “para iniciados”. Estava conversando com um amigo que hoje foi um daqueles dias em que descolei da realidade… 😛
      Valeu pelos elogios!

  26. Salvador! ótimo texto. Sempre acompanho o blog, porém sou um leigo. Só para eu entender melhor se o brasileiro estiver certo ainda não responde pra onde foi a massa que esta faltando em nosso sistema solar certo? Porque pelos modelos comparados com outros sistema falta uma parte por isso Marte fica maior do que é no modelo. Se os americanos estiverem certo eles tem uma resposta para a massa perdida é isso?

    1. Se o brasileiro estiver certo, a massa que “falta” no Sistema Solar interno está lá no Sistema Solar externo. Foi impedida de migrar pelo crescimento rápido de Júpiter, barrando o caminho. Se os americanos estiverem certos, a massa que “falta” no Sistema Solar interno estava lá no começo, mas foi devastada com o Grand Tack de Júpiter, gerando assim os modestos planetas terrestres atuais.

  27. Ótima matéria, Salvador! Parabéns pelo trabalho! Acho que essa raridade do planeta terra e, assim, de outras vidas, pode ajudar a entender o não contato com outros seres. Talvez esteja na hora de atualizar a Equação de Drake…

    1. Mantenho ainda minha “solução” da equação de Drake. Acho que esse trabalho ainda é muito inconclusivo.

  28. Grande descoberta! E qual a utilidade dela? Estou pra ver ciência mais inútil do que astronomia, não tem nenhuma utilidade prática. Ah, esqueci, serve pra professorezinhos de astronomia terem emprego…

    1. Você está errado. Astronomia desenvolve tecnologia. Eu duvido que você estivesse sentado num computador para escrever esse comentário se a astronomia nunca tivesse existido. Aliás, nenhuma ciência existiria, não fosse a astronomia.

      1. Salvador, parabéns por mais esse aula. Fico sempre esperando seus textos. Muitas vezes me bate uma inveja de quem se dedicou a astronomia como você. Seria interessante, se possível, que você desse dicas de astronomia amadora. Equipamentos, como começar, etc. Tenho uma dúvida que não sei se é pertinente. O que leva o sujeito perder tempo para escrever palavras de ódio em um blog que se dedica a astronomia se ele não gosta do tema? Seria necessidade de atenção? alguma frustração na infância? Esse tema me intriga bastante, mas não tanto quanto a astronomia, que simplesmente tenta responder aquelas perguntinhas básicas. De onde viemos? Onde estamos? Para onde vamos? Abs.

        1. Acredito que seja parte de um mecanismo de defesa da autoestima menosprezar aquilo que, por desinteresse ou ignorância, não se compreende. É uma atitude muito comum na molecada na escola: “Qual é a importância de eu aprender isso ou aquilo, se vou ser (coloque aqui a profissão prática e rentável da moda)?”
          Abraço!

    2. Leandro, o site de “Caras” está sen-sa-cio-nal! Larga essas coisas inúteis como ciência e estronomia e vá procurar literatura melhor. Discovery kids também é bom, mas talvez seja muito profundo.

    3. Prezado,
      Leandro Henrique.
      Estou mais chocado com sua ignorância de que com a matéria !.
      O primeiro sinal de inteligência é ficar de boca fechada do que falar asneira…

    4. No entanto, você perdeu tempo lendo um artigo de astronomia. Realmente, é uma ciência tão inútil que até quem a abomina se sente atraído por ela.

    5. Pô, cara… tu é mais um desses babacas q pega uma máquina desocupada em alguma lan house e escreve uma besteira qualquer pensando q estás te eternizando para a humanidade…. vai trabalhar, ignorante!

    6. VOCE QUE É MAIS UM INÚTIL, QUE COMO MUITOS DA NOSSA ESPÉCIE, E INFELIZMENTE, SOMOS OBRIGADOS A CONVIVER. SABE DE NADA INOCENTE.

  29. Parabéns pelo texto. Um dos melhores que li nos últimos tempos.
    Matéria muito interessante. Mais uma vez parabéns.

  30. Excelente reportagem, como sempre………e a propósito Salvador, no aguardo para informações sobre Ceres.

  31. Salvador, não sei bem por que, mas este texto é um dos melhores que eu li nos últimos tempos. Talvez pela angústia que dá quando somos apresentados a novas especulações sobre a hipótese da Terra rara.

    Seu blog é um dos melhores blogs sobre ciência que eu acompanho. Obrigado!

    1. Heitor, valeu! E tente não se angustiar com a hipótese da Terra rara. Isso me lembra um pouco um argumento usado pelo David Grinspoon, em seu livro “Lonely Planets”, o argumento do “meu gato raro”. O gato dele tem um padrão de pelos diferente de todos os outros gatos da vizinhança. Ronrona de um jeito só dele e é o único que conhece seu dono como ninguém. São tantas peculiaridades que temos de concluir que o gato de David Grinspoon é absolutamente raro. Provavelmente não haverá outro igual. E, no entanto, há zilhões de gatos por aí, todos eles igualmente interessantes.

      Não há nada que faça da Terra um lugar melhor ou pior que outros, ainda que ela seja rara. 😉

      1. Perfeita a conclusão,Salvador 🙂
        É quase a mesma que eu tenho sobre esta tolice de Terra rara,dizer tudo que aconteceu no universo, foi para que um planeta modesto existisse em uma galaxia qualquer,é simplesmente hilário.Este planeta é perfeito para nós hoje e isto não quer dizer que continue perfeito amanha,que foi perfeito antes e que todas formas vidas que possam existir precisem de um ambiente exatamente igual ao Terrestre neste tempo presente.
        Esta hipótese esta mais para Design inteligente ou criacionismo,na minha opinião é claro.

  32. Putz! Sensacional essa reportagem, Salvador! Parabéns pelo trabalho.

    E essa discussão realmente está longe de acabar! Ou não! Será que quando o James Webb estiver em órbita nós poderemos elucidar tais questões?

    1. Com certeza! Além de termos uma amostra melhor com projetos como o TESS, para 2017, quando o JWST estiver por aí, vamos de fato analisar as atmosferas desses planetas e ver se são mais a nossa cara ou a de Netuno… 😉

    2. Esses cientistas, não se conformam que o nosso sistema solar foi arquitetado somente para beneficiar a terra.
      Basta olharmos os planetas vizinhos e concluirmos, que porque somente a terra é tão linda e os outros não?

      Pensem bem á respeito.

      1. A Terra não é, a Terra está linda, porque ela já foi mais feia e um dia voltará a ser.

      2. Por que o objetivo seria apenas beneficiar a Terra? Deus não tem capacidade de fazer outros mundos habitáveis?

  33. Salvador,
    No tópico “De Onde Veio Isso?”, no segundo parágrafo, há uma frase que não entendi: “Era algo simplesmente possível, a julgar por tudo que achávamos que sabíamos sobre formação de planetas.”

    Não entendi bem por que existência de um gigante gasoso, que completa órbita em 4 dias, é “algo simplesmente possível”.
    Dá para explicar melhor?

  34. Caro Salvador, talvez essa aparente “anomalia” do sistema solar em relação aos outros sistemas, seja decorrente de termos detectado um número muito pequeno “ainda” de “exoplanetas”. Se, como os fatos indicam, há um grande número deles, só na nossa galáxia, para serem descobertos, uma amostra maior demonstrará que deverão existir muitos sistemas estelares similares ao nosso bem como muitos, totalmente diferentes. Outro ponto: esta configuração “diferente” não é uma condição “sine qua non” para impedir a origem da vida. Os estremófilos apontam que a vida pode surgir em condições extremas, talvez até em Super-Terras. O próprio termo “vida” por enquanto é muito limitado, já que só conhecemos uma: a do nosso planeta. Então, enfatizando, mesmo que tais sistemas apresentem configurações diferentes, necessariamente não deixariam de apresentarem condições para a origem da vida ou algo que poderíamos classificar como vida.

    1. Sim, mesmo que apenas 10% dos 10% que têm planetas gigantes sejam similares ao nosso, ainda assim teremos no mínimo centenas de milhões deles.

    1. Não tenho essa impressão. Quem coloca os Hot Jupiters naquelas órbitas medonhas? rs

    2. Se não sabe algo a resposta é sempre Deus né?
      Eu acho que se todo mundo pensasse assim,ainda viveríamos em cavernas.

      Esse povo é engraçado 🙂

  35. Salvador,
    Acredito que a concepção do Izidoro faça mais sentido. Mesmo porque, do contrário, a teoria de Titius-Bode daria “bode”, não é mesmo?

    1. Titius-Bode é muito controverso. A imensa maioria dos astrônomos despreza como coincidência. Por isso ninguém se preocupa em contradizê-la. Tendo dito isso, gosto mais da concepção do Izidoro por simples navalha de Occam — é mais simples, não exige inventar nada que já não esteja aí.

  36. Parabéns prla Matéria salvador. Muito interessante. Tenho uma dúvida, desculpe a minha ignorância, mas o fato de a nossa Lua estar se afastando da Terra não pode ser um indício dessa migração planetaria???

    1. Interessante, mas a escala de movimento de afastamento da Lua é muito, muito menor do que a exigida nesses processos de migração planetária…

  37. PREZADOS,
    NÃO ACREDITO EM NADA DO QUE ESTÁ ESCRITO AQUI.
    COMO PODE HAVER MIGRAÇÃO PLANETÁRIA? UM ABSURDO ACREDITAR NISSO!
    O QUE REALMENTE FORMAM OS NOSSOS PLANETAS?
    ANTES DE TUDO ISSO, PENSE O QUE HAVIA ANTES EM NOSSO UNIVERSO PARA QUE FOSSE HOJE COMO É!
    PENSE BEM, PORQUE TODOS OS PLANETAS GIRAM EM TORNO DE SI PRÓPRIO E AO MESMO TEMPO EM TORNO DE SUA ESTRELA? PORQUE NENHUM PLANETA FICA SOZINHO VAGANDO PELO ESPAÇO?
    A RESPOSTA?
    SIMPLES, ANTES NÃO ACREDITAVA QUE NO INÍCIO DE TUDO HOUVE O CHAMADO BIG BANG, MAS AGORA ACREDITO SIM, QUE HOUVE O BIG BANG, POIS ANALISEI O UNIVERSO ATRAVÉS DE TUDO O QUE NÓS SABEMOS E CHEGUEI A ESSA CONCLUSÃO. APÓS ESSE OCORRIDO, O QUE SOBROU NO UNIVERSO? GASES, POEIRAS CÓSMICAS E OS CAMPOS MAGNÉTICOS.
    JUNTANDO TUDO ISSO O QUE OCORREU NO UNIVERSO?
    TUDO COMEÇA COM OS CAMPOS MAGNÉTICOS DIVERSOS QUE HÁ NO UNIVERSO. NESSES CAMPOS HÁ ENERGIAS QUE NÃO SE COMBINAM ENTRE SI E A INTENSIDADE DESTA ENERGIA É TÃO GRANDE QUE FAZ QUE ESSAS ENERGIAS GIREM EM TORNO DE SI COM MUITA FORÇA, DAÍ VEM O CHAMADO BURACOS NEGROS. EM TORNO DESSES CAMPOS EM CIRCULAÇÃO, ACABAM SENDO ATRAÍDOS TUDO EM SUA VOLTA, ESTRELAS, PLANETAS, GASES, PEDRAS ROCHOSAS, ETC…
    NOSSSA GALÁXIA (A VIA LÁCTEA) GIRA EM TORNO DE SI MESMA E TUDO NELA TAMBÉM GIRA EM TORNO DE SI, SISTEMAS SOLARES, SOL, PLANETAS E PEDRAS ROCHOSAS.
    OS PLANETAS SÃO RESULTADOS DE GRANDES ACÚMULOS DE GASES, POEIRAS CÓSMICAS E ROCHAS QUE APÓS A EXPLOSÃO DO BIG BANG, FORAM SE FORMANDO PELO ESPAÇO AO LONGO DOS BILHARES DE ANOS.
    NÃO HÁ SEGREDO PARA ESSAS TEORIAS.
    O MAIS BONITO EM NOSSO UNIVERSO É OBSERVAR A ROTAÇÃO DE TUDO, OU SEJA, TUDO MAS TUDO MESMO GIRA EM TORNO DE ALGO MAIOR. POR EXEMPLO: A TERRA GIRA EM TORNO DE SI MESMA (O QUE NOS FAZ TER O DIA E NOITE), PORQUE A TERRA É INFLUENCIADO PELA ROTAÇÃO DO SOL. ASSIM O SOL GIRA SOBRE SI INFLUENCIADO OU POR OUTRA ESTRELA MAIOR OU PELA PRÓPRIA ROTAÇÃO EM NOSSA GALÁXIA (ISSO AINDA NÃO DESCOBRI). ASSIM, AS LUAS DE CADA PLANETAS COMO A NOSSA, TAMBÉM GIRAM EM TORNO DE SI, INFLUENCIADO PELA ROTAÇÃO DO PLANETA QUE ELA ESTÁ “PRESA”.
    ASSIM..ESSA TEORIA DA ROTAÇÃO, VALE PARA TODAS AS GALÁXIAS. MAS PORQUE GIRAMOS? SIMPLES, POR CAUSA DO BURACO NEGRO QUE DISSE LÁ ATRÁS, OU SEJA, TODAS AS GALÁXIAS TEM EM SEU NÚCLEO UM BURACO NEGRO, QUE GIRA EM ALTÍSSIMA ROTAÇÃO, FORMADO POR CAMPOS MAGNÉTICOS. ALI NO CENTRO, NADA ESCAPA DEVIDO AS ALTÍSSIMAS ROTAÇÕES. EM NOSSA VIA LÁCTEA, NÃO SABEMOS QUANTOS “BRAÇOS” EXISTEM, MAS SABEMOS QUE VIVEMOS EM UMA “ÁREA” SEGURA DO CENTRO DA VIA LÁCTEA, SEGURO O BASTANTE PARA VIVERMOS SOSSEGADOS POR AQUI.
    VALEU? ENFIM, NÃO ACREDITO NADA SOBRE O QUE DIZ ESSE astrônomo russo Konstantin Batygin.

    1. Meu caro.
      A melhor resposta para esse festival de letras maiúsculas, deixo-a a Luís de Camões.
      MUDAM-SE OS TEMPOS,MUDAM-SE AS VONTADES.
      Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
      Muda-se o ser, muda-se a confiança:
      Todo o mundo é composto de mudança,
      Tomando sempre novas qualidades.

      Continuamente vemos novidades,
      Diferentes em tudo da esperança:
      Do mal ficam as mágoas na lembrança,
      E do bem (se algum houve) as saudades.

      O tempo cobre o chão de verde manto,
      Que já coberto foi de neve fria,
      E em mim converte em choro o doce canto.

      E afora este mudar-se cada dia,
      Outra mudança faz de mor espanto,
      Que não se muda já como soía.

    2. Caro Enoque,

      Sem entrar no mérito da forma como você rechaça o texto — com argumentos como “eu descobri” e outras sandices, faça um favor ao Salvador e aos outros leitores:

      — Não use maiúsculas em seu texto.

      É o equivalente a gritar em uma discussão. Além de ser muito cansativa a leitura.

      (A propósito, eu gostaria de ter escrito “Não use maiúsculas” em maiúsculas.)

      Obrigado,

      …mc

  38. Não poderia ter ocorrido um fenômeno de parte do material primordial ter sido coletado por uma outra estrela passando próximo ao sistema solar e isso ter influenciado as órbitas dos planetas gasosos ?

  39. Salvador,
    o “chato” nesse caso eh nao dar pra esperar os 500 mil anos pra ver o que vai acontecer. Alias, achei interessante essa rapidez de mudanca de orbita, em apenas 500 mil anos houve tantas mudancas assim? No caso do planeta que completa a orbita a cada 4 dias, existe a possiblidade de ser engolido pela estrela? Ou o mais provavel eh sair ejetado?
    Abs

    1. Pode ser engolido sim! E as mudanças são rápidas porque sistemas planetários nascem em ambientes bem tumultuados. Depois o gás e a poeira se dispersam e o sistema se assenta.

  40. Nosso Sistema-SOL-MERCÚRIO-VÊNUS-TERRA-MARTE-JUPITER-SATURNO-URANO-NETUNO-PLUTÃO……………..ÁGA,nãodescoberto,-FESP,não descoberto,-OSWEN,não descoberto,infelizmente a nossa ciência ainda é caÓTICA.

    1. caro Santista
      se não foram decobertos ainda …como vc prova a existencia dos mesmos ??

      1. Caro amigo Oliver Oliveira ,a questão é pessoal,se você tem a mente cósmica,leia sobre Domingos Yezzi,tire suas conclusões.Um abraço.

  41. Não há uma explicação satisfatória do motivo de apenas a Terra entre os 4 planetas rochosos ter retido uma atmosfera e ser a única com um satélite, além da ausência de um cinturão de asteróides nessa região

    1. Vênus tem uma atmosfera bem mais densa que a da Terra. Marte também tem atmosfera, embora bem menos densa. Os três começaram ricos em água.

  42. Mais um belo artigo para atiçar a minha curiosidade!

    Muito interessante este conceito de migração planetária e eu que acreditava que as órbitas dos planetas solares haviam se estabilizado logo após o período de formação dos mesmos.

    Bom, é pura especulação minha, mas sabemos hoje que Marte já abrigou oceanos. A despeito do planeta ter perdido grande parte da sua atmosfera ao longo de sua história de bilhões de anos é quase um consenso que o planeta vermelho abrigou um grande oceano em seus primórdios.

    Assim, para que o mesmo pudesse ter tidos rios e mares em sua superfície, é razoável pensar que ele estava orbitando o Sol numa região dentro da zona habitável?

    Bom, duas hipóteses me vieram a mente a migração planetária ou que a bilhões de anos atrás, a zona habitável do Sol tinha outras dimensões que não as atuais.

    Alguns astrônomos também afirmam que Vênus, em um passado muito remoto, também já teve mares e de certa forma era muito parecido com a Terra, mas ao longo da sua evolução algo de muito errado aconteceu e grandes quantidades de gás CO2 foram liberados em sua atmosfera, culminando com o infernal efeito estufa que hoje assola aquele mundo.

    Assim, teria Vênus migrado sua órbita também para mais perto do Sol, enquanto Marte se afastou? Da mesma forma que as órbitas mudam, a zona habitável do Sol também poderia migrar ou mesmo ter tido outras dimensões que não as atuais?

    Talvez a melhor resposta seja aquela velha máxima do Chaves “As duas coisas professor Girafales”. Ou seja, ambos ou diversos fatores se somaram para que a Terra hoje seja o planeta que foi “privilegiado” dentro os demais por abrigar vida em abundância.

    Também não deixo de me ressentir pelo fato dos outros mundos terem perdido a chance serem mundos habitáveis.

    Mas a prancheta de projetos de Deus ainda é um lindo mistério a ser desvendado.

    Um grande abraço Salvador Nogueira!

    1. Valeu, Victor. Acredito que os planetas rochosos (Mercúrio, Vênus, Terra e Marte) tenham se formado todos em seus lugares atuais. Mas é difícil reconstruir a história de possíveis migrações durante a fase de formação.

  43. No presente temos a pontinha desse iceberg, uma fração desse espaço amostral, os trabalhos são sérios e desbravadores, a entrevista está fantástica, mesmo assim tudo isso me faz lembrar a piadinha do físico, do matemático e do astrônomo que viajavam de trem pela Escócia e viram uma vaca.

  44. Se tivesse que apostar em uma teoria, o faria na concepção defendida pelo Izidoro. Mas ciência é assim mesmo…

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