Marte já teve atmosfera rica em oxigênio, diz Nasa

Salvador Nogueira

A cada nova descoberta, o passado de Marte faz mais por lembrar um certo mundo azul velho conhecido nosso. A última veio da cratera Gale, onde trabalha o jipe Curiosity. Ele encontrou por lá evidências químicas de que o planeta vermelho já teve altas concentrações de oxigênio molecular em sua atmosfera. Isso mesmo, o tal O2 que respiramos e que alimenta nosso metabolismo altamente energético. Não duvide se algum dia descobrirem que o ar marciano já foi respirável em tempos remotos.

A descoberta, anunciada pela Nasa e publicada no periódico “Geophysical Research Letters”, teve a liderança de Nina Lanza, do Laboratório Nacional de Los Alamos, no Novo México. Usando o instrumento ChemCam embarcado no jipe, foi possível detectar a presença de óxidos de manganês em algumas fissuras de rochas. O intrigante é que essa composição mineral só seria esperada num ambiente com presença abundante de água e alguma substância altamente oxidante. Oxigênio molecular seria o candidato mais provável.

Que Marte já teve oxidantes na atmosfera, não é novidade. A própria aparência enferrujada de sua superfície, de fato oxidada, denuncia isso. Mas uma pequena quantidade bastaria para deixá-lo avermelhado. O mesmo, contudo, não se pode dizer desses óxidos de manganês. Eles exigiriam uma concentração muito maior. Ou seja, provavelmente já houve muito oxigênio na atmosfera marciana.

DE ONDE ELE VEIO?

Na Terra, sabemos muitíssimo bem de onde sai o oxigênio que respiramos — contamos com as cianobactérias e as plantas, capazes de fotossíntese, para fabricá-lo e reabastecê-lo. Em Marte, no entanto, postular isso a essa altura seria loucura — embora já saibamos que o planeta vermelho devia ter condições bem amenas para a vida em seu passado remoto, não há no momento nenhuma evidência de atividade biológica que sustente essa hipótese.

Em compensação, sabemos que Marte sofreu um processo de ressecamento que o transformou no deserto gélido que é hoje. Há também evidências seguras, confirmadas por sondas recentes como a Maven, de como isso se deu.

Primeiro, Marte perdeu seu campo magnético, coisa de 4 bilhões de anos atrás. Sem ele, foi-se a proteção natural que a atmosfera do planeta tinha contra o vento solar. As partículas emanadas do Sol passarama erodir a atmosfera, o efeito estufa diminuiu e a água se tornou instável na superfície. Parte dela congelou (e está até hoje no subsolo). Outra parte evaporou e, no ar, teve suas moléculas atingidas pelos raios ultravioleta solares.

Água, lembre-se, é duas parte de hidrogênio e uma parte de oxigênio. Quando radiação UV bate nela, a molécula se quebra. O hidrogênio, muito mais leve, consegue escapar com facilidade da débil gravidade marciana e vai-se embora para o espaço. O oxigênio fica para trás. Voilà, nosso oxidante para o manganês. Ou, pelo menos, é nisso que Nina Lanza e seus colegas estão apostando para explicar a detecção do Curiosity.

De toda forma, a descoberta é fascinante. Na Terra, o aumento de oxigênio molecular na atmosfera, causado pela própria vida, foi ao mesmo tempo uma catástrofe ambiental sem precedentes (uma vez que, naquela época, a maioria dos micro-organismos tinha uma terrível alergia a oxigênio) e um advento maravilhoso, o provável gatilho para o surgimento de seres multicelulares e complexos. (Seria uma versão “ultimate” do famoso “o que não mata fortalece”?)

Qual terá sido seu papel para a vida marciana, se é que algum dia houve vida em Marte? Mistério da capa preta, como diz a minha avó.

De todo modo, a descoberta também é um alerta para os mais animados com a descoberta de evidências de vida em planetas fora do Sistema Solar — como o Mensageiro Sideral. Já não podemos tratar a presença de oxigênio molecular na atmosfera de um exoplaneta como sintoma claro de fotossíntese. Pode ser que, a exemplo de Marte, ele esteja só vendo sua água subir no telhado.

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Comentários

  1. Água (gelo) com ph alterado também não provoca alterações nos minérios ferrosos?

  2. Salvador, não entendo a razão por tanta fascinação por Marte: um planeta longínquo, estéril e frio. Até entendo que há razões científicas legítimas mas a Lua me parece uma alternativa muito mais viável para a construção de uma base para garantir a preservação da vida em caso de um evento devastador na terra. Não acha?

    1. Marte, a longo prazo, é melhor, pela atmosfera e pela variação menor de temperatura. A Lua é melhor pela proximidade. Há vantagens e desvantagens nas duas localidades.

      1. Salvador, ainda não foi comprovado que houve atividades biológicas, mas você acredita que pode ter tido vegetações lá? abs.

        1. Hmm, difícil. O que a gente esquece é que o oxigênio da Terra mesmo vem mais de cianobactéria que de planta. E que planta, evolutivamente, está no mesmo pé que a gente — não é uma coisa “primitiva”. São eucariontes, como nós. Abs!

  3. Parabéns, Salvador!
    Mas por que razão Marte perdeu seu campo magnético? O que causou isso?
    E na Terra, daqui a 1 bilhão de anos, será a mesma razão?

    1. Marte é menor. Tem menos calor interno, o dínamo é menos potente. Desligou mais rápido. Por aqui, a Terra ai se lascar pelo aumento de brilho do Sol, não pela perda do campo magnético.

  4. Salvador, para mim o copo está sempre meio cheio. hahaha

    Olha, já que Marte era tão parecido com a Terra lá nos primórdios do sistema solar, em que pese a radiação UV, não vejo como uma coisa pode necessariamente anular a outra, ou seja, a atividade biológica.

    Talvez, o oxigênio livre na atmosfera possa sim ter sido tanto fruto da atividade biológica em Marte, como também possa ter sido fruto da radiação UV agindo sobre a água.

    Sejamos otimistas, uma coisa não necessariamente exclui a outra. hehe 😛

    Sabendo que Marte já foi tão parecido com a Terra, tenho para mim que a terraformação de Marte seria como uma “justiça tardia” ao planeta vermelho que um dia já foi mais habitável.

    Quem sabe se nos próximos milênios a humanidade consiga fazer Marte um lugar mais propício a vida. Mas sempre brinco dizendo que primeiro devemos terraformar a Terra, o clima aqui anda meio desequilibrado.

    1. Meio cheio pior que cheio, meio vazio melhor que vazio, ergo, meio vazio melhor e meio cheio pior!

  5. Interessante pensar que se Marte fosse do tamanho de Vênus, talvez ainda houvesse atmosfera por lá… e sabe-se lá o que mais… 😛

      1. Apenas o tamanho seria suficiente para manter a atmosfera com oxigênio ?

        Não seria o campo magnético tão ou mais importante para evitar a ‘erosão pelo vento solar “?

        1. Oxigênio é instável na atmosfera, precisa ser produzido constantemente para se manter. E claro que os raios UV também podem quebrá-lo. Mas o O atômico resultante é pesado demais pra fugir da gravidade de Marte. Acabaria se recombinando novamente na atmosfera. Só o H ia embora.

        2. Mas foi isso o que eu quis dizer, talvez se Marte fosse do tamanho de Vênus o núcleo ainda estivesse quente e seu dínamo ainda estivesse ligado, portanto gerando campo magnético suficiente para desviar os ventos solares, e então permitindo uma atmosfera estável. Dessa forma, sendo mais propício para formas de vida na superfície…

      2. Fico pensando nessas “coincidências”. Se tivesse ocorrido o contrário, ou seja marte no lugar de vênus e Vênus no lugar de marte não estaríamos aqui. Com a massa pequena de marte sua órbita seria mais perto do sol, A Terra então seria mais perto também. E Vênus.

        Talvez estivessemos agora no QUARTO planeta olhando para uma terra escaldante.

        1. Não entendi. Se Vênus estivesse no lugar de Marte, provavelmente seria habitável. E Marte, no lugar de Vênus, se pá, também. Mas nada disso afetaria a condição da Terra.

  6. Gradativamente a Ciência vai confirmando informações divulgadas há mais de 100 anos em livros de fundamentação espírita e espiritualista, assinados por personalidades da mais ilibada autoridade moral ou científica. Entre dezenas de documentários sobre vidas em outros planetas apenas dentro do Sistema Solar, leia-se Cartas de Uma Morta, de Maria João de Deus, psicografado por seu filho Francisco Cândido Xavier, o Chico Xavier, falando sobre aspectos da vida em Saturno e Júpiter e, de Ramatís, psicografado por Hercílio Maes, Os Discos Voadores e a Vida no Planeta Marte.

    1. Olha, eu acho que não.
      A ciência ainda nada diz sobre vida nos corpos do sistema solar, só se sabe que não sabemos. Nada ainda foi encontrado.
      Mas fiquei curioso, o que esses livros dizem?
      Por favor, faça um pequeno resumo sobre o que eles dizem a respeito da vida em: Saturno, Júpiter e Marte.
      Quem sabe assim posso entender melhor quando vc diz “que a ciência vem confirmando o que já foi dito”.

    2. Prezado William, com todo respeito, não há, até agora, evidência científica de vida (como a conhecemos) nos planetas que você mencionou.

      A que aspectos ou formas de vida os livros indicados se referem?

      De todo modo, este não é o melhor espaço para seu comentário. O ambiente aqui é adverso. O preconceito científico frequentemente obscurece mentes que deveriam estar permanentemente abertas.

    3. Fala sério…. Se vai levar em consideração esses livros…os espiritos de maior luz vivem no sol! Respeito religiões…todas…até o ponto onde se tenta “pescar” seletivamente informações científicas para “confirmar” crenças que no máximo possuem valor social!

    4. “personalidades da mais ilibada autoridade moral ou científica” euaheuheuheuehueheuheuheuehueheuheueh

  7. Interessante nos faz refletirmos…, contudo estou curioso e gostaria de saber como o jipe Curiosity fora capturado em foto nesta missão?

    1. Um mosaico de fotos feitas pelo braço robótico composto para esconder o truque.

  8. Salvador tem como negar não, eu fui la e vi, ninguém me mostrou, panorama wolrdwide telescope!! inclusive , na imagem do pouso da Curiosity Rover, no youtube, talvez poucos perceberam, mas na chegada, vem vindo um carrinho, tipo estes de basebol em direção a rover, dai a rover muda o foco para esquerda, já quando começava a dar para perceber, o movimento da recepção deles!!entre 2:09 e 2:16, 1800px, 0,25 velocidade; quando se capita imagens de estruturas ao canto esquerdo, Eles estão lá!! vida inteligente e vida eclodindo em olhos da terra!!

    https://www.youtube.com/watch?v=ZdAlD1sGBbc

    1. Só vou liberar esse porque pelo menos você conseguiu fazer sentido, embora só fale mentira. A começar com “eu fui lá e vi”. rs

      1. Ta bom querido; to me referindo ao app telescopio worldwide! imagens do youtube. eu não minto não ; posso ter alguns paradigmas , mas quem não tem! só tentando quebrar paradigmas! abraço!!

  9. Oi Salvador,

    Sim, isso parece ser um balde de água fria para a Exobiologia, a menos que…

    Existiria alguma correlação entre campo magnético e tamanho do planeta?
    Tipo, a partir de certa mass/raio o processo de liberacao do oxigenio descrito nesta reportagem já não seria possível e a hipótese de origem biológica ficasse sozinha no jogo? Venus tem campo magnetico forte?

    1. Não, não é, porque a ideia é colher um conjunto de bioassinaturas juntas. Mas, claro, temos de pensar que oxigênio sozinho não poderá ser interpretado como vida — embora tudo vá depender de o planeta oferecer hipóteses alternativas para a geração de oxigênio sem envolvimento de fotossíntese.

      Sobre Vênus, ele não tem campo magnético forte como a Terra.

  10. Bom dia

    Excelente reportagem, vou usar em sala de aula para informação aos meus alunos.

  11. Que Marte perdeu seu campo magnético não há dúvidas, contudo, a estimativa de que isso ocorreu há 4 bilhões de anos está totalmente equivocada, pois isso faria com que Marte fosse mais velho do que o próprio Sol, afinal para se perder algo, antes é preciso que esse algo seja criado. Marte é bem menor do que a Terra e as consequências da perda de seu campo magnético se deram em centenas de milhares, ou no máximo, alguns milhões de anos. É bem provável que cerca de 1 bilhão de anos atrás existisse dois planetas com vida biológica em nosso sistema solar: Marte com seus dias contados e a Terra que estava nascendo.

    1. Não está não. O campo magnético de Marte foi desligado cerca de 4 bilhões de anos atrás. O Sistema Solar (e com ele Marte) tem 4,6 bilhões de anos. Marte se ressecou completamente cerca de 3,5 bilhões de anos atrás.

    1. Fui eu. Mas não espalha. Hehehe
      Na verdade o Curiosity usa seu braço robótico para tirar várias fotos e depois a Nasa junta as fotos e “tira” o braço robótico da foto.

  12. ai ai…..lá vamos nós de novo….a mesma ladainha….nada se conclui, tudo se especula.

    tem oxigênio, hidrogênio, metano, etc… às pampas no universo… e daí???

    onde estão os marcianos? onde estão os animais marcianos? onde está a evidência fóssil?

    nada disso aparece, só planícies desertas sem fim

    1. Algumas pessoas acham que a ciência tem obrigação de preencher seu vazio existencial e sempre fornecer notícias incríveis. Quando percebem que isso não vai acontecer começam a se apegar às teorias da conspiração.

  13. Puxa, boa e má noticia.
    Essa descoberta queima o filme do oxigênio como marcador biológico.
    Mas é melhor conhecer a verdade sobre os caprichos da natureza do que comemorar uma falsa detecção de vida num futuro próximo em exoplanetas.

    Ei Salva, 3 só nessa semana! Parabéns e grato pelo bom trabalho 😉

    1. Estou tentando empurrar. Finalmente uma delas mereceu a atenção do UOL. 😛

  14. Olá, Salvador.

    Gosto muito dos seus posts. Parabéns pelo profissionalismo e dedicação jornalística à ciência, em especial a astronômica.

    Uma curiosidade:

    Você pode estimar quantos Km² as sondas-robôs Oportunity e Curiosty exploraram até agora em Marte? Você pode fazer uma comparação?

    Abraço.

    1. Difícil medir em km2 porque eles não cobrem área tanto quanto cobrem um trajeto. Sei que o Opportunity já bateu uma maratona, então já andou mais de 42 km em Marte. Mas isso em mais de dez anos de perambulação. O Curiosity andou 13 km. Abraço!

  15. Salvador! Sou teu fã, essa é a primeira vez que deito algumas linhas na área de comentários. Gostei muito do teu livro “11 Maiores Mistérios do Universo” e sempre acompanho o teu “Mensageiro Sideral”, que traduz para uma linguagem mais acessível os mistérios do nosso universo (o trocadilho com o livro foi intencional), diríamos que você é o Carl Sagan brasileiro pelo teu trabalho de divulgação científica. Nesta reportagem em particular, foi bem esclarecedor a mais provável origem do oxigênio dos óxidos mangânicos marcianos, e, uma coisa me saltou aos olhos, é recorrente como o Curiosity – que, diga-se de passagem, já está bastante empoeirado – consegue fazer uma “self” em que seu braço não aparece, seria uma montagem habilidosa de algum técnico da NASA? Grato pela atenção.

    1. Antonio, obrigado pelo comentário. Aproveito para dar crédito a quem o crédito é devido: o excelente “11 Mistérios do Universo” é do meu amigo Reinaldo José Lopes, vizinho de blogosfera nesta Folha. Sobre o selfie, sim, o jipe tira várias fotos com o braço robótico e a Nasa faz um mosaico excluindo o próprio braço robótico da foto.

  16. Até que ponto podemos confiar nas fotos que nos chegam de Marte?
    Se todas as fotos são confiáveis, então temos mais ainda com que nos preocuparmos.
    Há indícios fortíssimos de pedações de esculturas, com rostos bem diferentes dos nossos.
    Animais como coelhos, ursos, etc…cidades inteiras.
    Até que ponto podemos aceitar como verdadeiras tais fotos?
    Temos tecnologia o bastante para forjarmos estas fotos.

    1. Até que ponto podemos confiar no nosso cérebro e nos nossos olhos para avaliar fotos?
      Você nunca viu uma daquelas divertidas ilusões de óptica no Facebook?
      Sobre forjar as fotos, claro, temos tecnologia o bastante para forjá-las e enganar você. Mas será que conseguiríamos enganar toda a comunidade científica mundial, inclusive com a análise espectroscópica e química de composição de rochas que o jipe oferece? E a troco de quê?

  17. Suponhamos que Marte já tenha abrigado algum tipo de vida há uns 2 bilhões de anos atrás… Depois de tanto tempo sobraria algum tipo de traço no planeta tanto na superfície qto sob ela? Ou 2 bilhões de anos de mudanças geológicas e climáticas destruiria todos os possíveis fósseis?

    1. Os registros de vida na Terra remontam a pelo menos 3,5 bilhões de anos — e a Terra é geologicamente muito mais ativa que Marte. Portanto, a resposta é sim — se houve vida em Marte, deve haver registro fóssil. Agora, ninguém diz que será fácil achar. Não foi fácil achar na Terra registros tão antigos…

  18. Se a água é decomposta pelo Ultravioleta de uma estrela, como que ela foi formada, se não pode ser nas proximidades de uma estrela e como que ela foi formada para compor os asteroides, cometas e blocos de gelo do cinturão de kuiper.

    1. Você mesmo respondeu. Mais longe da estrela, onde ela fica em estado sólido e não sofre tão facilmente essa dissociação por UV. Nas regiões mais internas, ela ficaria como gás e sofreria essa quebra molecular.

    1. E continua a saga do imbecil acéfalo que não sabe de nada, inocente, e mesmo assim insiste em vomitar a ignorância nos comentários…

  19. Legal, Salva!
    A explicação é concisa, coerente, e por isso elegante! Por isso serve de alerta para as futuras observações de exoplanetas pelo J. W. a fim de não gerar um hype exagerado em algum positivo para presença de O2 em alguma atmosfera por aí. Fica claro que não é um bio indicador dos mais confiáveis. Acredito que o que vai levar a um diagnóstico mais empolgante seja uma estequiometria que não “feche” sem o fator biológico desequilibrando o sistema.
    PS: Quem tirou a foto do Curiosiy?! 8-/

    1. Um mosaico de fotos com o braço robótico que é manipulado depois para não deixar o truque aparente. 😉

  20. -O destino da vida na Terra será o mesmo de Marte?
    -Da maneira que os países gananciosos estão tratando o Meio Ambiente, maquiando essas conferências internacionais, eles são imediatistas e não veem a preservação da biodiversidade como a senha para o futuro de nosso planeta continuar habitável. Se o escudo da nossa atmosfera “camada de ozônio” se for, ficaremos desprotegidos das radiações solares e a desertificação será o fim da vida na Terra.
    -A cadeia sustentável da vida terrestre depende primordial do vergel que elabora a fotossíntese e alimenta a vida dos animais herbívoros e a sobrevivência das plantas, que é a base de toda essa cadeia alimentar.
    -O que se viu até hoje foi a destruição das florestas para fabricação desordenada de móveis e gabinetes de palácios, o desmatamento criminoso para pastagens de bovinos e a queima de madeiras para carvoeiras(jogando CO2 na atmosfera provocando efeito estufa).
    -Quem dizimou as florestas da África, da Ásia e das Américas e ainda quase acabou com a fauna de de muitos países?
    -Agora será que a Amazônia, terá o mesmo destino? Nós os brasileiros não temos condições de proteger essa “Hileia” que antes foi pujante e hoje está a passos acelerados de se tornar pastagens de animais, onde árvores centenárias são devassadas onde os estrangeiros transitam livremente. Já levaram nosso Manganês da Serra do Navio AM e o Titânio, Ouro e Pedras Preciosas já se vão no comércio clandestino que o Glorioso Exército Brasileiro, sem verbas suficientes, não consegue conter a evasão… Se nossos políticos tivessem mais sentido de preservação de nossas riquezas, poderiam estancar a desenfreada corrupção que dilapida nosso PIB, trava nosso desenvolvimento e ainda não deveriam ter altos salários, para sobrar proventos de defesa de nossas riquezas naturais. Será que esses estrangeiros que ali politizam os índios e pesquisam nossa biodiversidade estão interessados em nosso progresso? “Eles são nacionalistas em seus países de origem”.
    -Hoje não temos tecnologia para nos desenvolvermos cientificamente, porque não plantamos isso; nossos gestores políticos sempre miraram o extrativismo mineral e florestal e até nosso Agro Negócio já pode estar comprometido com o poder econômico estrangeiro. Nossas indústrias foram vendidas e não temos nenhuma criatividade tecnológica para preservá-las e ainda com uma carga tributária astronômica e a população sem educação e saúde suficientes, onde as favelas proliferam quase em escala geométrica com o empobrecimento de camponeses que foram jogados nas periferias das grandes cidades e excluídos da sociedade… “Reforma Agrária é palavra Socialista e proibida em nosso meio capitalista, a economia deve ser privilégio de classe e não para todos”.
    -Para muitos “coronéis da política” o Darcy Ribeiro e outros humanistas eram meros sonhadores e o que vale mesmo é o vil metal em seus polpudos bolsos; ora de que vale tanto dinheiro no bolso num país onde não se pode desfrutar de riquezas, sem liberdade até de ir e vir?
    Para que tanto dinheiro em contas lá fora, se não moramos lá e temos uma vida tão efêmera? Melhor mesmo seria vivermos num país de economia robusta, desfrutarmos dos bens materiais e trabalharmos no dia a dia honestamente para sustentarmos nossa descendência e nosso futuro!

  21. Caro Mensageiro Sideral, que tal focar-se nas EVIDÊNCIAS EMPÍRICAS, divulgando o achado em sí (“” presença de óxidos de manganês em algumas fissuras de rochas””) e se concentrar menos em suas crenças pessoais nas quais não possuem nenhuma corroboração in loco (“”suposta alta concentração de oxigênio molecular em sua atmosfera (Marte)”” .. “” suposta perda do campo magnético (de Marte) há 4 bilhões de anos atrás”” .. “”supostos micro-organismos terrestres imaginários com supostas alergias a oxigênio””.. “” Etc””..)
    Sei que a fé evolucionista está enraizada em ti, porém em consideração aos céticos a sua crença, poderia fazer menos proselitismo?
    Grato.

    1. Diogo, não fui eu quem evoquei o oxigênio molecular como explicação para os óxidos de manganês. Veja o que os cientistas dizem logo no abstract: “Based on the strong association between Mn-oxide deposition and evolving atmospheric dioxygen levels on Earth, the presence of these Mn-phases on Mars suggests that there was more abundant molecular oxygen within the atmosphere and some groundwaters of ancient Mars than in the present day.”

      De resto, ainda existem na Terra hoje muitos micro-organismos que não toleram oxigênio, para os quais ele é tóxico. São os anaeróbios obrigatórios, que, pelo registro fóssil, eram muito mais comuns no passado desoxigenado da Terra do que atualmente. Não é crença isso. É evidência científica sólida.

      Por fim, não vejo o que nada disso tem a ver com a evolução — que por sinal também está bem documentada e não merece ser chamada de crença. Minha única menção à evolução foi a correlação entre os níveis de oxigênio e o aparecimento de seres multicelulares na Terra. Agora, se você não gosta de ciência e prefere acreditar em lendas, não me culpe por isso! O blog é sobre ciência e só interessa aqueles que se fascinam com a possibilidade de decifrar os mistérios do Universo com o poder da razão. Se você acha que isso é blasfêmia, nem deveria perder seu tempo lendo.

    2. Bom, eu ia gastar umas linhas para te esculachar, mas o Salvador já fez isso mais que bem feito…

      Agora, infelizmente se você não é capaz de analisar as evidências empíricas e com isso recriar uma passado que seja capaz de explicar o que você está observando, então você é incapaz de compreender a ciência, simples assim…

      Agora vá ler o seu horóscopo…

  22. Afirmações com base em hipóteses são suposições na verdade.
    Não se pode afirmar algo que não é visível porque eles necessitam de mais dados.
    Há uma possibilidade que esses materiais sempre estiveram no planeta e que o planeta tenha um ciclo de transformação similar ao da Terra. Materiais simplesmente não desaparecem. Não é possível que um planeta que era rico em oxigênio de repente tenha perdido essa matéria porque não se pode subtrair totalmente uma quantidade de matéria x num ambiente de constante transformação e onde há ciclo de renovação.
    O que os cientistas ainda não tentaram descobrir e que é evidente é que os planetas possuem na verdade uma ligação entre si. O Sol funciona como um motor de um vórtice que gera e transforma constantemente elementos à sua volta. Todos os planetas possuem algo em comum com a Terra mas a Terra é o único planeta que consegue trabalhar com climas e tipos de superfícies diferentes em constante movimentação.
    Será que não perceberam ainda que há uma correlação entre os planetas do Sistema Solar e a Terra, e a Terra depende que esses planetas continuem estáveis para poder sobreviver? O homem anseia mexer na superfície de Marte e em sua atmosfera. O que é um erro. É como mexer na hierarquia de uma classe de um sistema em Java. Você mexe na classe ancestral e destrói todo o conceito do sistema herdeiro da classe.
    Se alterarmos a estrutura desses planetas, estaremos alterando a estrutura da Terra.

  23. Caro Salvador Nogueira gostaria de saber se é possível existirem planetas rochosos do tamanho de Jupiter ou por exemplo do sol?

  24. Marte já foi o planeta habitável do Sistema Solar quando o Sol brilhava mais forte. Hoje é a Terra e logo será Vênus.

    1. O Sol era mais fraco no passado, não mais forte. O fato de a Terra ter sido habitável no passado e Marte também é um grande mistério, conhecido como o paradoxo do Sol fraco jovem.

    1. E a sua saga se ser um imbecil acéfalo que não sabe de nada, inocente, e mesmo assim insiste em vomitar a ignorância nos comentários continua…

      1. Hehe. Cuidavam da base anunnaki em Marte. O ouro era para lá levado, e de lá em grandes naves para Nibiru. A baixa gravidade em Marte favorecia. Há 13 mil anos, após o acidente astronômico que arrancou a atmosfera de Marte e causou o Dilúvio aqui, Marte ficou inviável e a aqui foi construído um novo espaçoporto, agora em Canaã. Os Igigi desceram e tornaram-se os Anakim.

        1. Fico imaginando por que ETs vinham pegar ouro na Terra, com tanto asteroide metálico dando sopa por aí… tac, tsc, tsc. Muito burros.

      2. Igigi é o termo utilizado para se referir aos deuses menores (em contraste aos deuses maiores, ou Anunnaki) na mitologia mesopotâmia. Em sumério a palavra significa “Aquele que vigia e vê”.

  25. Olha, sou completamente leigo no assunto, mas gosto do tema. Ao meu ver, a vida é possível condicionada a uma temperatura que a viabiliza. Portanto, se o sol está queimando, isso quer dizer que já foi mais intenso, ou seja, em épocas remotíssimas, as condições de temperaturas eram ideais em Marte e havia vida lá. Hoje as condições de temperatura são ideais na Terra e num futuro distantíssimo, essas condições serão ideais para vida em Vênus. É o que penso!

    1. Mas você está errado, pesquise mais, aprenda mais…

      Dica: O Sol era mais fraco no passado…

  26. Mais uma vez Marte nos supreendendo. Se a vida surgiu no Vermelho, os marcadores de O2 seriam uma forte indício disto prova em contrário, e se ela for tão resiliente como a do Azul, então elas devem estar bem escondidas no subsolo, longe do UV. Aí entra uma questão ética para as próximas gerações: Devemos algum dia ocupar o Vermelho e, acidentalmente, contaminar e ser contaminado por estas supostas formas de vida? Eis uma questão a ser debatida no séc. XXII. Abs.

    1. Ter teria. Se bobear já fizemos sem querer, com contaminação das nossas sondas. Mas ninguém quer fazer isso ainda pela possibilidade de haver vida nativa em Marte.

    1. Sim, e a forma mais provável é pela dissociação da água na atmosfera pelos raios UV. 😉

  27. Rapa isso é superinteressante !! Mas o mais provavel é que Marte tenha sido um dia como a nossa Terra é hoje.Bilhões de ano e nas condições que ele ficou apaga qualquer rastro.Também pode ter acontecido um cataclismo.Ate pq ele tem marcas de impacto meio grandinhos pele tamanho dele.Talvez se um dia pudermos fazer escavações por la ate achemos sinais de “nossos antepassados ” rsrsrs
    A proposito ….vc caiu da cama ?!?!.rsrsrs
    Abraços

  28. Muito interessante a materia, mas eu queria saber como foi tirada a fotografia do Curiosity, uma vez que nao se ve nenhuma camera apontando para a nave…

    1. Mosaico de fotos feitas pelo braço robótico editada de forma a não mostrar o truque.

  29. Salvador, posso estar errado, mas acredito que você exagerou um pouco noa eufemismos e anátemas, fazendo com que o artigo se pareça mais voltado para o lírico que o técnico.

    É uma pauta muito séria, e se formos pela linha de raciocínio do paradoxo de Fermi, talvez encontremos nos próximos anos em Marte o presságio de nosso próprio futuro: um planeta deserto e sem vida.

    Henrique

    1. Henrique, é assim que eu escrevo. A ideia é ser interessante, cativante, não técnico. Para ser técnico, já temos os papers científicos.
      Sobre o futuro da Terra, sim, é tenebroso. Mas só daqui a 1 bilhão de anos. Relax. 😉

  30. Salvador, posso estar errado, mas acredito que você exagerou um pouco noa eufemismos e anátemas, fazendo com que o artigo se pareça mais voltado para o lírico que o texbico

  31. Bom dia, Salvador.
    Há como alguma perfuratriz alcançar esse gelo marciano em seu subsolo?
    Se sim, existe alguma missão que busque algo desse tipo?
    Abraço.

    1. Há sim. Na verdade, a Phoenix já cavou o solo e viu gelo por baixo, perto do polo Norte. Tem várias missões que pretendem fazer perfuração de solo em Marte. A própria Red Dragon, da SpaceX, fará isso, pelo que sei. Abraço!

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