Se fosse Olimpíada, Santos-Dumont seria primeiro

Salvador Nogueira

Se a disputa pela primazia na invenção do avião fosse uma competição olímpica, Alberto Santos-Dumont seria o primeiro. Para isso basta checar os registros da FAI, Federação Aeronáutica Internacional — o equivalente do COI na aviação. O primeiro recorde da história dos aviões foi marcado pelo brasileiro em 12 de novembro de 1906, quando seu avião 14-bis partiu do plano, decolou, voou por 220 metros e tornou a pousar.

A discussão voltou à tona com a bonita homenagem ao inventor brasileiro na abertura dos Jogos Olímpicos do Rio e causou reações internacionais fortes. Com efeito, a história da tecnologia não é uma competição olímpica. E naturalmente é bem mais complicada do que simplesmente ver quem estabeleceu o primeiro recorde “oficial”. Basta para constatar isso lembrar que a FAI foi fundada em 1905, e o primeiro voo dos irmãos Wright em um aeroplano motorizado se deu dois anos antes, em 1903. Não haveria, pois, como uma organização fundada posteriormente registrar o feito da dupla americana.

Infelizmente, toda essa confusão só existe porque a maioria das pessoas prefere tratar a invenção do avião como uma competição, quando o certo seria enxergar a cooperação na concepção desta máquina que mudou o mundo.

A exemplo de muitas das invenções do século 20, o avião foi uma criação coletiva. Ninguém poderia ser alçado à condição de criador “solo”, pelo simples fato de que foi o intercâmbio de técnicas e informações que o tornou possível. Em 1900, quando Wilbur Wright iniciou suas experiências com o tema, ele escreveu, em carta a Octave Chanute, então um engenheiro mais experiente nesses assuntos: “Não faço segredo dos meus planos pelo fato de que acredito que nenhum ganho financeiro irá para o inventor da primeira máquina voadora, e que apenas os que estão querendo dar e receber sugestões podem esperar ligar seus nomes à honra de sua descoberta. O problema é grande demais para um homem sozinho e sem ajuda resolver em segredo.”

É irônico que, alguns anos depois de escrever isso, ele e seu irmão Orville mudariam radicalmente de opinião, a partir de 1903. Nos três anos anteriores, os humildes fabricantes de bicicletas de Dayton, Ohio, realizaram diversos experimentos com pipas e planadores, com o objetivo de permitir dar controle completo a um avião. De nada serviria ser capaz de voar se não fosse possível controlar com precisão a direção do voo, como o fazem os pássaros. Com metodologia invejável, gastaram seu tempo desenvolvendo uma solução para isso, e o que encontraram foi a torção de asas — ao elevar a ponta das asas de um lado e rebaixar de outro, em pleno voo, seria possível dar controle de rolamento ao avião no ar. Ele poderia se inclinar, como as aves fazem ao realizar uma curva.

Quando se deram conta de que funcionava, decidiram manter discrição nos experimentos, pela convicção de que haviam atingido o sucesso que até alguns anos atrás consideravam impossível sem ajuda de outros inventores. Fizeram um pedido de patente sobre o controle de rolamento e passaram a conduzir seus testes de forma isolada, na esperança de vender sua máquina voadora a algum governo — de preferência, mas não necessariamente, o dos Estados Unidos.

Já Santos-Dumont, àquela altura, era um pop star. Radicado na França, mas sem jamais abdicar de sua origem brasileira (ele escrevia seu sobrenome com hífen justamente para que ninguém descartasse o “Santos” e o tomasse por um francês), havia se tornado famosíssimo com seus balões dirigíveis, sobretudo depois de conquistar um prêmio pela façanha de contornar a Torre Eiffel, em 1901.

A fama do inventor brasileiro era tanta que, quando Orville e Wilbur realizaram seu primeiro voo bem-sucedido — partindo de um plano levemente inclinado, sem trem de pouso, e contra um vento contrário fortíssimo na isolada praia de Kitty Hawk, na Carolina do Norte –, e comunicaram o sucesso, em dezembro de 1903, o jornal de sua cidade local, o Dayton Daily News, estampou na manchete: “Rapazes de Dayton emulam o grande Santos-Dumont”.

Primeiro voo motorizado dos irmãos Wright, em 17 de dezembro de 1903 (Crédito: LOC)
Primeiro voo motorizado dos irmãos Wright, em 17 de dezembro de 1903 (Crédito: LOC)

Ao mesmo tempo, na Europa, chegavam os primeiros rumores de que os irmãos americanos haviam solucionado o problema do voo do mais pesado que o ar. Apesar disso, havia grande ceticismo. Os Wrights mantinham segredo sobre seu invento e declinavam todo e qualquer convite para ir à Europa demonstrá-lo, sem que antes houvesse uma garantia de compra. Claramente, e a despeito do que Wilbur declarara anos atrás, eles haviam decidido ganhar a vida com a aviação.

Hoje sabemos, por toda a documentação disponível, que o voo de 1903 aconteceu, assim como os que vieram nos dois anos seguintes. Aperfeiçoando palmo a palmo sua máquina, os Wrights atingiram a proficiência. Para permitir decolagens em locais sem vento, eles desenvolveram uma espécie de catapulta. E, uma vez no ar, seu aeroplano, o Flyer, permitia controle total ao piloto, embora fosse inerentemente instável. O motor, embora fraco pelos padrões europeus, viabilizava a manutenção da máquina no ar. Em 1905, em seu maior voo, os Wrights percorreram 39 km, feitos em 39 minutos, e o avião só pousou depois que a gasolina acabou. Ninguém voava como eles naquela época.

O Flyer III, em 1905, já fazia voos de vários quilômetros (Crédito: LOC)
O Flyer III, em 1905, já fazia voos de vários quilômetros (Crédito: LOC)

Os rumores desses sucessos espetaculares começaram a se tornar cada vez mais fortes na Europa, e Santos-Dumont, como grande pioneiro do ar que já era, decidiu que era o caso de tomar parte nas pesquisas sobre aeroplanos. E aí vislumbramos o gênio do brasileiro: em menos de dois anos, ele foi do nada a um avião capaz de decolar e voar — o 14-bis — e estabeleceu o primeiro recorde oficial da aviação.

Dos dois lados do Atlântico, os olhares eram de desconfiança. Na Europa, Santos-Dumont foi festejado como o líder de um movimento que rapidamente impulsionava a aviação. Nos Estados Unidos, os Wrights ainda não estavam preocupados em ser sobrepujados, mas já sentiam a proverbial água batendo na bunda.

A rigor, a coisa estava no seguinte pé: Santos-Dumont tinha o primeiro avião “auto-suficiente” — capaz de decolar, voar e pousar por seus próprios meios, embora não fosse controlável com alguma precisão no ar. Os Wrights tinham o primeiro avião “prático” — embora precisasse de uma catapulta para decolar, podia voar por tanto tempo quando o combustível permitisse, e com controle absoluto no ar.

Outros aviadores europeus passaram a decolar depois de Santos-Dumont e fazer evoluir a aviação por lá. Ficou claro que seria preciso dar controle de rolamento e uma solução alternativa à dos Wrights foi encontrada — pequenas asinhas auxiliares móveis dos dois lados poderiam fazer o mesmo papel da torção de asa, sem precisar realmente torcer a asa. Eles ficaram conhecidos como ailerons, e Santos-Dumont chegou a tentar implementar uma versão rudimentar deles no 14-bis. Mas estava claro que o design estava aquém do desafio.

O 14-bis em voo, em 1906 (Crédito: Domínio Público)
O 14-bis em voo, em 1906 (Crédito: Domínio Público)

Com sua incrível criatividade e intuição, em 1907, Santos-Dumont partiu para um projeto completamente diferente — e esse sim se tornaria o precursor mais direto do avião moderno. Chamado de Demoiselle, ele foi o primeiro avião a colocar os lemes atrás, onde eles estão até hoje na imensa maioria dos aeroplanos. Note que tanto os Flyers dos Wrights quanto o 14-bis tinham seus lemes à frente, o que faz parecer que os aviões andavam “de costas”, do nosso ponto de vista moderno. O Demoiselle foi o primeiro avião a “andar para a frente”.

Sem o sucesso comercial que ambicionavam, os Wrights finalmente concordaram em realizar exibições na Europa em 1908, e aí foram abraçados como os grandes pioneiros da aviação. Sua máquina fazia circuitos em forma de 8 no ar com uma facilidade sem igual. Nenhuma máquina europeia até então era capaz daquilo.

Eventualmente, contudo, os irmãos americanos também seriam influenciados por seus colegas da Europa. A partir de 1910, seu Flyer Model B teria os lemes atrás, rodas no trem de pouso e decolaria por seus próprios meios, sem catapulta. Foi o primeiro avião dos Wrights a atingir alguma medida de sucesso comercial. E, claro, eventualmente a torção de asas também seria abandonada em favor dos mais práticos e efetivos ailerons.

Bem, e qual é o ponto dessa história toda? Essencialmente mostrar que a aviação foi um “movimento”, do qual os Wrights e Santos-Dumont foram grandes expoentes. Seria injusto atribuir a qualquer deles a glória suprema, relegando os demais à condição de farsantes. E, embora essa seja a verdade histórica, existe uma tendência mundial a abraçar um dos lados e relegar o outro a uma nota de rodapé.

Há uma razão histórica para isso também. Depois que a aviação atingiu um ponto em que todo mundo conseguia voar, os Wrights começaram a processar outros inventores por violação de sua patente. Na Europa, ninguém deu bola. Mas, nos Estados Unidos, a conversa foi outra. Uma guerra judicial se desenrolou e o cerne da questão era o valor da inovação dos Wrights: foram ou não foram eles os primeiros a voar?

A disputa foi ferrenha até a entrada dos americanos na Primeira Guerra Mundial, quando a necessidade de desenvolver a aviação nos Estados Unidos suspendeu todas as disputas judiciais. Mas os Wrights sempre mantiveram a preocupação de ter reconhecida sua primazia, mesmo depois que ela perdeu o valor comercial. Um dos maiores críticos da primazia dos Wrights era a Instituição Smithsonian. Um de seus diretores, Samuel Langley, havia desenvolvido um avião antes dos irmãos de Dayton, que, no entanto, jamais fez um voo bem-sucedido. Durante a guerra de patentes, o aviador Glenn Curtiss criou uma réplica do Aerodrome de Langley, mas com modificações. E aí ele voou. O Smithsonian descreveu o Aerodrome como a primeira máquina “capaz de voar”, o que deixou os Wrights furiosos.

Então, eles só cederam o seu primeiro Flyer ao Museu do Ar e do Espaço, controlado pela instituição, com a condição de que ele fosse descrito como a primeira máquina mais pesada que o ar a voar. Era condição contratual que jamais o Smithsonian se referisse a outra máquina como a pioneira do voo do mais pesado que o ar. Isso, naturalmente, enviesou muitos historiadores ao longo do tempo, que preferem não reabrir essa questão — mas o incômodo não é com Santos-Dumont, pasme, e sim com Samuel Langley.

Essa é uma história tão rica e fascinante que escrevi um romance histórico recontando-a em detalhes, chamado “Conexão Wright-Santos-Dumont”, e nem precisei inventar um personagem sequer. Falta só virar série agora. Alô, Netflix, vamos nessa? 🙂

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Comentários

  1. Talvez esse debate pudesse ser feito por um outro ângulo. Vou tentar exemplificar. Quando queremos saber qual foi o primeiro europeu a chegar em terras americanas, fazendo a pergunta: Quem “descobriu” a América?, a resposta mais comum é Cristóvão Colombo. Só que em termos rigorosamente fáticos isso é errado. Existem evidências arqueologicas incontestáveis de povoamento viking na América do Norte (muito anterior, portanto). Só que, na prática, esse povoamento primitivo, por diversos motivos, não repercutiu no mundo atual, não frutificou. Já a expedição de Colombo sim! O mesmo vale, por sinal, para Cabral e o Brasil (O célebre “Cabeza de Vaca” esteve no litoral brasileiro antes de Cabral).
    Voltando ao avião, penso que se deve partir do que é comumente aceito como um avião propriamente dito (por favor, tenhamos bom senso: nada de planadores, aviões embarcados, sea harrier, …) e fazer o caminho tecnológico reverso, traçando um caminho contínuo em direção ao passado e perguntar: Onde estão as origens do avião atual? Ou de outro modo: Se o avião dos Wright (ou de S-D) não influenciou diretamente ninguém, foi um ramo extinto, irrelevante, portanto não pode ser considerado O primeiro avião. Espero ter contribuído para o debate.

    1. Nem os vikings foram os primeiros a “descobrir” a América. Houve os primeiros colonizadores do continente, que vieram da Ásia, provavelmente via estreito de Behring. 🙂

    1. Afrânio, li algo sobre isso, mas não achei tão intrigante assim. Se ele fizer parte de uma população, aí sim. Mas sendo solitário, pode ter sido atirado nessa órbita atípica por algum encontrão gravitacional…

      1. O nojento sensacionalismo com o qual a UOL divulga estas informações, a faz parecer os tablóides ingleses de fofocas, especializados em envolver a família real.

        1. Afrânio, mas não culpe tanto o UOL. Nesse caso, a matéria era da BBC, que está ali ao lado dos tabloides ingleses de fofocas. rs

  2. O patriotismo pacheco e cego é uma coisa ignorante… O mundo inteiro já considera o PRIMEIRO vôo de um aeroplano como sendo o dos Wrights, em 1903. Lá fora o fato já é consumado e resolvido. O único país cujo povo ainda esperneia e chora como criança sobre o assunto é o brasil… E para falar a verdade pouco importa quem foi o primeiro ou o segundo, pois ninguém ganha nada com isso…

  3. O Flyer dos Wright ´s se tornou viável em 1908. Os anteriores não voaram como alegado. O primeiro a resolver o problema foi o brasileiro. Compare as potências dos motores de um e de outro e se chega facilmente a essa conclusão. Nenhuma réplica de Flyer 1 ou 2 conseguiu voar até hoje pois não tem potência suficiente. E em 1908 Santos Dumont apresenta o Demoiselle, gracioso e funcional até hoje.
    Seu texto é bom em lembrar que todas as invenções modernas são construções, então não se deveria dar tanta importância a este ou aquele.

  4. Salvador, Parabéns pela coragem de tocar na ferida e principalmente pela forma como o fez. Ciência, descobertas e invenções há muito tempo deixaram de ser individualistas e passaram a ser coletivas. A criação do avião sem dúvida está entre os primeiros exemplos de colaboração e por estar nesta fronteira fica essa discussão besta de quem fez primeiro. O telefone todos sabem quem inventou, já o celular não tem pai conhecido. É fruto da colaboração coletiva (dentro da Motorola haviam muitas pessoas trabalhando no projeto e se olhar a fundo vamos ver que o produto nem nasceu lá de verdade / primeiro). No mês passado estive no Deutsches Museum (Munique) e eles tem uma ala dedicada à história da aviação. Os Alemães tendem a ser neutros e justos e não tem motivos para privilegiar Brasileiros ou Americanos. Pois bem, ao observar os registros lá, vi exatamente o que você descreveu acima. Inclusive eles ressaltam Santos-Dumont como o primeiro a voar do lado de lá do Atlântico. Do nosso lado foram mesmo os irmãos Wright. Mas no quesito importância eles colocam ambos (e vários outros) em um patamar idêntico justamente ressaltando os passos de cada um deu em direção ao avião atual. E para os que acham que é tão importante reivindicar a invenção do avião para o Brasil, que lembrem que Santos-Dumont nem aqui estava. Para estes eu lembro que o pai era Brasileiro, mas o filho é Francês…

    1. E os franceses consideram que o inventor do avião foi o FRANCÊS Santos-Dumont…

      Fato 1. Os irmãos Wright voaram primeiro. Fato 2. Santos-Dumont deu um belo avanço no desenvolvimento da aviação, especialmente com o Demoiselle. Parabéns a todos eles!

  5. Salvador, hoje vemos que a sustentação no ar se deve à diferença de pressão superior/inferior dada pela curvatura da face superior da asa. Pelas fotos isso não é visível nos aparelhos daquela época. Como se dava a sustentação?

  6. Salvador, boa tarde. E o super telescópio que os Chineses estão finalizando para espionar os alienígenas? Vai rolar uma matéria sobre?rsrs Abaços

    1. Se eles acharem algum, certeza. Hehehe
      Os chineses têm planos para construir os maiores tudo — radiotelescópios, aceleradores de partículas… quando eles colocarem essas coisas para funcionar, vão ser assunto. Por ora, ainda não vejo muito interesse nisso.

  7. Depende qual eh a pergunta.
    Se a pergunta eh quem foi o primeiro a voar, foram os Wright.
    Se a pergunte eh quem foi o primeiro a voar com um monte de porens, ai foi o Santos Dumont mesmo.

  8. Está claro que o grande inventor do avião é Santos-Dumont. Os irmãos Wright apenas catapultaram um bólido no céu e agradeceram ao vento por ajudar. É simplesmente ridícula a afirmação de que eles são os inventores do avião. A abertura da Olimpíada fez muito bem em lembrar o grande feito do brasileiro.

  9. A primazia do primeiro voo nunca foi a questão principal. O problema sempre foi o ego das pessoas. E no caso dos americanos, o que a empresa poderia vir a lucrar.

    E se for para brigar, o Otto Lilienthal já havia voado com planadores antes de 1900. Era como uma asa delta. Voos de mais de 200,250 metros eram comuns. E isso é varias vezes superior aos primeiros voôs do Flyer e do 14bis.Inclusive, mais que 3 vezes da soma dos doi !!

    E ele sai de uma colina, não como os atuais praticantes de voo a vela, pulam de rochedos pronunciados. E em pelo menos uma vez, chegou a voltar a um ponto acima do ponto de saída, o que representava que sua asa realmente conseguiu voar, e não apenas servir como um paraquedas, retardando a queda. Era eficiente a ponto de conseguir usar a energia do vendo para gerar sustentação extra e repor a energia do atrito.

    Afinal ,voar nada mais é do que planar sem perder o impulso, não ?

    1. Meu livro começa com a morte de Lilienthal. Mas veja que planador não tem motor. Estamos falando de voo sustentado. 😉

  10. De um certo angulo prisma de visão, a invenção do avião esta um atraso para humanidade. me refiro em relação a quando comparada a tecnologia aprimorada de tecnologia anti-gravitacional, que usa a analogia de giroscópio, assimilada a composição giro de campos Eletro-magnético de corrente alternada em assimetria a teus respectivos eixos gravitacionais,envolvendo força centrípeta e momento da força e demais fenômenos adjacentes da física, sistema desenvolvido por NIKOLAS TESLA, que o desenvolveu ainda do seculo XIX, como versões do o viril e o rich e outros sistemas anti-gravidade, dês da criação do 14 bis a tecnologia aeroespacial ficou paradigmada , pela aviação de plainadores e propulsão ate hoje.

    1. Desculpas, eu havia dado uma limpeza de cokie aqui; dai acabei reenviando para testar quando minha postagem já estava na fila.

  11. A verdade é a da invenção coletiva mesmo. Correndo por fora também podemos lembrar do Leonardo da Vinci com seu protótipo de um planador… avião!!!! A hsitória do foguete a combustível líquido também tem algo parecido e tem gente que quer dar todo o crédito aos nazis, mas esquecem do Goddard e outros pioneiros!

  12. Não quero entrar no mérito de quem inventou o avião primeiro. Mas inventei o primeiro motor de dobra e estou disposto a vendê-lo, desde que me paguem bem e antecipado. Alguém?

  13. Se fosse Olimpíada, não seria questionável que Cabral descobriu o Brasil, que América é um continente não um país. Questionável é um brasileiro, descendente de portugueses, agarrar com unhas e dentes no saco dos estadunidenses, babando e achando que desses porraloucas são o supra sumo de nosso planeta.

    1. Sobre esse negócio de América ser um continente e não um país, eu não entendo a reclamação. Ninguém pode usar o mesmo nome em duas coisas? Europa é continente e não lua de Júpiter?
      O país oficialmente se chama United States of America — Estados Unidos da América. Eles costumam chamá-lo de “América”. O nosso país oficialmente se chama República Federativa do Brasil. Nós costumamos chamá-lo de “Brasil”. Qual é a diferença?

      Acho ridículo chamar americano de “estadunidense” (a não ser que queiramos também chamar os brasileiros de republicofederativenses). E mesmo a tentativa de chamá-los de “norte-americanos”, embora bem intencionada, me soa equivocada ou imprecisa. Sim, os americanos são norte-americanos também (porque América é o nome do continente, assim como do país deles), mas os canadenses também são norte-americanos, assim como os mexicanos.

      1. Prosseguindo esse raciocínio, se o termo “estadunidense” está errado e “norte-americano” é impreciso, você não acha “americanos” algo MUITO vago para se referenciar a um país ?

        Afinal durante uma viagem ao exterior, apesar da confusão, não seria errado nós tupiniquins se considerarmos americanos da mesma maneira que um suíço se considera um europeu … não é ?

        Se você concordar entendo que a referência “norte-americana”, apesar da imprecisão que você comentou, é a mais adequada e bem menos genérica do que o pessoal que nos chamam de latinos mesmo sabendo que espanhóis, franceses e italianos também falam línguas latinas e vivem a milhares de quilômetros daqui.

        1. Acho “americano” perfeito, porque raramente alguém menciona como americanos os habitantes das Américas. Até porque as culturas e condições sócio-econômicas nas Américas são muito distintas. Nesses casos, costumamos ver com muito mais frequência, sul-americanos, norte-americanos, latino-americanos, mas raramente só “americanos” como gentílico de moradores das Américas. O único caso em que poderia haver alguma confusão é quando se estuda pré-história americana e se fala dos primeiros americanos — aí a referência é ao continente, e não ao país, até porque o país não existia na época.

          Sobre norte-americanos, lembre-se de que os mexicanos também são norte-americanos, apesar de latino-americanos. rs

      2. Perfeita resposta, Salvador! Sabe o que é essa implicância com o fato dos americanos chamarem seu país resumidamente como América? Inveja, tentativa de denegrir um país mais rico e desenvolvido que o nosso para se sentir melhor…

        E notem que eles, na torcida das Olimpíadas, por exemplo, gritam “U.S.A, U.S.A.”, não “América, América”. Se fôssemos seguir esse modelo, gritaríamos “RFB, RFB”, não “Brasil, Brasil”…

      3. Só para acrescentar um fato. Embora seja voz corrente, a origem do “gentílico” brasileiro não tem origem no nome do país. É estranho, mas é verdade. O termo brasileiro se origina da atividade de seus primeiros colonizadores: extratores de pau-brasil. Por isso a terminação atípica: -eiro, como em pedreiro, engenheiro, marceneiro, … “Bom mas o nome Brasil também vem do pau-brasil!” diriam alguns. Só que nem isso se pode afirmar. Há uma grande incerteza quanto a origem do nome Brasil para o nosso país. É uma questão longa, apenas para citar um dos fios da meada, lembro da mítica ilha hy-brazil, que povoava os sonhos dos descobridores e aventureiros antes da “descoberta” da América, portanto antes que se soubesse que aqui havia a rubra madeira, que é apontada, por alguns, como origem de “Brazil”, incorretamente mudado para Brasil.

  14. O primeiro voo do mais pesado. O assunto sempre toca aos sentimentos dos brasileiros afinal, gostamos de nos imaginar melhores que outros, mas será que os supostos feitos de Santos Dumont teriam ocorridos se ele não levasse a vida de playboy na França e vivesse em Congonhas ou mesmo em São Paulo ou Rio de Janeiro. De quê adianta ser o país do inventor se temos de comprar TUDO e mais um pouco para produzir aviões na Embraer? Temos de comprar caças porque não temos capacidades para tanto e então apelamos para “transferências de tecnologias”. Dentro das políticas econômicas adotadas pelo Brasil somos tapeados pelos governos que fingem nos dar acessos as tecnologias de gadgets, mas consumimos shorts, cuecas, calcinhas, cintos e outros milhares de produtos trocados por “commodities” (frango, soja e bolotas de ferros) Made in China; nada contra consumir produtos importados, mas tenho tudo contra eliminações de empregos no Brasil onde um bom exemplo é a Embraer que promoverá PDV no Brasil e ampliará empregos para os americanos em sua unidade instalada naquele país.

  15. O que mais me encanta nessa história do nascimento do avião é pensar que meia década depois o homem já estava planejando a ida à lua! Ou seja, no espaço de uma vida, nós fomos da confirmação que era possível voar com um objeto mais pesado que o ar ao espaço sideral!

    1. Excelente lembrança, João Vicente! A gente se esquece desse gigantesco salto em tão pouco tempo!

  16. Muito bom texto. Elucidativo, esclarecedor.
    Sempre haverá controvérsias, mas o mérito de ter alçado voo, foi do Santos Dumont.
    Fazer uma série sobre o assunto, ótimo.

  17. Apesar de reconhecer os irmãos Wright como os pioneiros no voo, não posso deixar de prestar respeitosa homenagem a Santos Dumont, por sua correção, espírito empreendedor e desbravador, um salve também para Dumont.

  18. Eu denoto a primazia do voo ao irmãos Wright, eles inclusive tiveram grande reconhecimento e gratidão a outro grande pioneiro cujos estudos foram fundamentais para a construção e sucesso do Flyer, ele foi o engenheiro alemão Otto Lilienthal, que realizou mais de 2.000 voos planados.
    “No one equaled him in power to draw new recruits to the cause; no one equaled him in fullness and dearness of understanding of the principles of flight; no one did so much to convince the world of the advantages of curved wing surfaces; and no one did so much to transfer the problem of human flight to the open air where it belonged.

    As a missionary he was wonderful. He presented the cause of human flight to his readers so earnestly, so attractively, and so convincingly that it was difficult for anyone to resist the temptation to make an attempt at it himself, … he was without question the greatest of the precursors, and the world owes to him a great debt.”

    With these words in 1912, Wilbur Wright described the man who was the most important influence on practical flying and flight theory before the Wright brothers: the German engineer, Otto Lilienthal.

    1. É incrível, mas essa é a primeira vez que ouço falar em Otto Lilienthal. Depois reclamam que alguns dos nossos são esquecidos… Muita gente é esquecida!

  19. Ícaro, milhares de anos antes, já ganhou a medalha de ouro !

    Não sei quem inventou essa frase, mas aqui está ela:

    Catapultada, até pedra voa !

    As regras impostas pela instituição européia, foram feitas sob medida para que os irmãos metralha americanos não ganhassem de primeira. Bastaria que eles se esforçassem um pouquinho para ganhar a medalha e o prêmio.

    Preferiram ficar na moita. Não poderiam, ou não deveriam depois, exigirem o reconhecimento público.

    Reconhecimento público para quem publicou seu trabalho. A ciência anda mais e melhor, com cientistas que não sejam tão egoístas quanto os irmãos metralha americanos.

    Muitos americanos juram que o pé grande existe e a imprensa deles, corrobora. Gosto de acreditar em evidências, com feitos comprovados.

    Mas o simples fato de a FAI exigir que o artefato decolasse pelos próprios meios, sugere que eles já teriam ouvido rumores sobre os irmãos metralha.

    Hoje em dia, se alguém tivesse que receber royalties sobre o controle de rolamento, seria santos-dumont, com seus ailerons.

    Podemos reconhecer méritos dos irmãos, mas a forma em que atuaram em todos os episódios deixaram manchas eternas em seus currículos.

    1. Santos-Dumont sempre colocou seus inventos à disposição do público. Recusou-se a cobrar por qualquer coisa. Era rico de berço, diferentemente dos irmãos Wright.

    2. “Catapultada até pedra voa”- este argumento é pretençamente engraçado , mas é tão falso que se torna infantil , acho bastante tolo quem o repete. A catapulta utilizava pelos irmãos em nada se assemelhava a um estilingue ou Trebuchet (as catapultas presentes no imaginário coletivo popular) A catapulta utilizada simplesmente acelerava o avião na horizontal e a decolagem se fazia pela sustenção da asa e não por um arremesso. O uso da catapulta não faz do Flyer menos avião , pois na época não existiam pistas de decolagem , e os experimentos do Wright eram sabiamente feitos numa região de areia fofa.

      1. Minha crítica aos irmãos se refere apenas ao comportamento deles, que parece exageradamente egoísta.

        Não pretendo diminuir o feito técnico deles, mas apenas lançar a reflexão no ar.

        Acredito que eles teriam total condição de colocar o avião deles em Paris, decolando e pousando por seus próprios meios, bem antes de Santos Dumont, e receber o prêmio da FAI, que não era pouco dinheiro. Levando em conta que não eram ricos de berço, como Santos Dumont, esse dinheiro lhes daria maior impulso ainda na pesquisa e desenvolvimento.

        Preferiram ficar na moita, na esperança de cobrar royalties do mundo todo. A estratégia não deu certo, como se verifica na história. Não consta que eles tenham tido posteriormente, nenhum pudor em implementar os ailerons em seus aviões, e nem que tenham se prontificado a pagar royalties por eles, ou por qualquer outra tecnologia que estivessem usando.

        Sobre a tolice da frase da catapulta:

        Geralmente as coisas mais tolas, são as mais nos fazem rir.

        Não perca o bom humor só para garantir que sua opinião seja a mais sábia e inteligente !

        Rir é bom, mesmo que seja com tolices.

  20. O grande enigma da aviação era o de fazer voar uma máquina que fosse tripulada, movida por motor próprio, mais pesada de que o ar, capaz de decolar com sua própria força, levantar vôo saindo do solo (não apenas planando baixo, levantado por um colchão de ar contra o solo) e ser controlável em todos os três eixos. Sem patriotice, quem fez isso foi, rigorosamente, Santos-Dumont. O 14Bis decolava do chão sem a necessidade de mecanismos de impulso como a patética “catapulta” dos irmãos Wright. É graças à solução engenhosa de Santos-Dumont para esse problema que a história da aviação chegou até nós. Certamente os irmãos Wright considerariam tarefa complicada catapultar um Boeing.

    1. Os irmãos Wright jamais imaginavam que poderia haver um avião grande como um 737. Mas aviões são catapultados diariamente de porta-aviões até hoje. 😉

    2. Seu comentário está equivocado , pois o 14 bis não era controlável no eixo vertical (não fazia curvas). Não , não ,o 14 bis não deu a volta na torre Eiffel (como quase todo brasileiro que opina a este respeito acha). Santos Dumont fez isto com um dirigível. Catapultado ou não o Flyer fez voos controlados de 39 km antes de Santos Dumont levantar voo , o avião deles era funcional, o 14 bis só servia para decolar, nem pousar conseguia (se arrebentou todas as vezes que tocou de volta o solo).

      1. Santos Dumont passeava com seu Demoiselle, que voava pra frente, e era perfeitamente controlável.
        Com o seu 14-bis, que foi construído só pra isso , ele ganhou o prêmio da FAI !

  21. Salvador, se me lembro bem nos 100 anos dos irmãos Wright, um novo Kitty Hauk foi construído com as especificações originais deles, e para espanto de todos…não voo, apesar de terem tentado de tudo!!
    Nos 100 anos do voo de Santos Dumont foi reconstruído o 14-Bis e ele voo.
    Isso não diz um pouco sobre a qualidade dos aparelhos.. ou como diz meu irmão: os Wright construíram o avião e Santos Dumont fez um que voava…

    1. A sua lembrança é parcialmente correta. Eles fizeram o modelo e, com o mesmo vento que os Wright tiveram em Kitty Hawk no dia 17 de dezembro de 1903, conseguiram voar. Mas no dia 17 de dezembro de 2003 não houve esse mesmo vento e aí, apesar de algumas tentativas de alçar voo, não deu certo. O que parece ser fiel à história também, pois em 14 de dezembro de 1903 os próprios Wright não conseguiram decolar pelo mesmo motivo.

  22. O grande problema que eu vejo nessa discussão entre os irmãos Wright e Santos Dumont é a hegemonia de quem alçou o primeiro voo da humanidade. Mas ninguém quis discutir quem detinha a melhor aeronave que poderia voar nessa época numa disputa mundial de construtores. Claro que mesmo que seu invento secreto (Irmãos Wright) poderia motivar um possível roubo de sua patente, sua construção possivelmente não atenderia aos requisitos da prova em Paris. A ponto de outros construtores americanos que a história não fala, participaram da prova em Paris, mas não obtiveram êxito. Assim como o Presidente Americano, anos depois, na época da Primeira Guerra Mundial, reconhecendo o grande feito de Santos Dumont como o grande nome da Aviação Mundial chamou à Casa Branca requisitando seu apoio técnico no aprimoramento das aeronaves produzidas em grande escala para apoio ao aliados na Europa. Como Santos Dumont negou esse apoio, afirmando que ele jamais construiria algo que se voltasse contra a vida dos seres humanos. Inconformado o Presidente Americano disse que se não houvesse essa colaboração ” rancaria seu nome da história” fato que vemos até hoje em quaisquer pesquisa em sites americanos- nenhum deles comenta dos seus feitos na área da aviação, apenas de balões. Confira nos fatos históricos citados no Acervo Nacional.

  23. The Wright brothers contributed nothing to the progress of powered flight before 1908. Starting with Dec. 17 1903, they constantly made ridiculous claims about spectacular flights, allegedly performed in the interval 1903 – 1905, refusing, in the same time, to publish pictures or technical drawings of their machines under the pretext they wanted to sell them. Aviation appeared in 1906 without the help of the two brothers from Dayton.
    The 2003 flying replica of Flyer I 1903 couldn’t fly more than 115 feet (35 m)

    The 2003 accurate replica [1] of the Wright brothers’ plane, tested on December 17, 1903, was not able to do more than short flights. None of its takeoffs came close to the claimed 59 seconds flight performed on December 17, 1903. What the 2003 experiment really showed was that the plane from 1903 could have been theoretically able to take off and fly chaotically for 100 – 115 feet, no more. Flyer I was uncontrollable and not capable to execute a sustained flight. The tests from 2003 demonstrated that the Wright brothers had exaggerated, at best, the performances of their claimed 1903, 59 seconds flight.

    1. Não sei de onde você pescou esse texto, mas não é totalmente acurado. Verdade que os Wrights só passaram a contribuir com a evolução da aviação depois que fizeram demonstrações públicas, o que aconteceu apenas em 1908, como eu digo no texto. Mas não é verdade que eles exageraram seus feitos de 2003 a 2005, uma vez que estão todos bastante documentados (por fotos, pelas próprias anotações do diário de Wilbur Wright e por testemunhas — poucas, é verdade, dada a política de discrição dos dois). Note que, em certo momento, nos EUA, houve uma motivação muito grande de desacreditar os Wrights, em razão da guerra de patentes. Mas os documentos eram conclusivos.

      Além disso, a réplica feita em 2003 voou como a de 1903, mas só quando teve um vento similar ao de 1903. E os voos de 1905 foram longos demais para não serem tratados como voos sustentados e bem documentados. Quanto à primazia, não tem muito debate. O que se pode discutir é se avião que não decola sozinho vale ou não. 😛

      1. Pergunte a qualquer criança se pinguim é ave. Depois tente convencê-la.
        O “avião” dos irmãos tinha asas, motor, mecanismos de controle, voava… ou seja, tinha tudo o que um avião tem hoje. Só não sabia nadar… nem aterrissar, porque não tinham trem de pouso com rodas!
        Pinguins nadam. São perfeitos para isso. O “avião” dos irmãos NÃO era perfeito para ser chamado de avião porque um planador com motor não é um avião: necessita de uma força inicial para fazer o principal. A força para sair do solo é muito maior que aquela para se manter voando.
        Então, temos um “avião” sem força para decolar (ah, os aviões da marinha são capazes de decolar de qualquer aeroporto, diga-se de passagem, logo, a catapulta é circunstancial).
        Não era um avião: era um pinguim.

      2. wright-brothers.wikidot.com

        Fotos podem ser manipuladas,anotações fraudadas e ‘testemunhas’, isso nem se fala (quantas testemunhas há de ovnis, por ex?)

        1. Claro que podem, mas tudo foi investigado detalhadamente em processo judicial, e ficou claro pelas demonstrações posteriores que não era balela. Se os Wrights fizessem voos pífios em 1908 ou tivessem uma máquina muito diferente da de 1905 na ocasião, ficaria fácil determinar a fraude. Mas tudo está muito bem documentado. Os Wrights tinham mentalidade científica aguçada. Eles estavam fazendo experimentos. As anotações apresentam não só os sucessos, mas os fracassos, as dificuldades, as soluções… você pode replicar passo a passo o que eles fizeram, e com isso constatar que eles realmente chegaram lá.

      3. Só depois dessa brilhante matéria do Salvador, consigo imaginar, porque eram necessários dois irmãos para fazer o Flyer voar.

        Um ficava no chão e tinha de puxar a cordinha contra o vento, até a pipa levantar vôo !

        Santos Dumont, não tinha o irmão pra puxar, e teve que dar o jeito dele pra jeringonça subir.

  24. Olá, Salvador.

    Li algumas reportagens sobre o assunto e fiquei com uma dúvida sobre a questão da catapulta no voo de 1903. Algumas reportagens falam que a questão da catapulta não é um dado histórico, outras não entram nessa questão e dão a entender que os Wrigth utilizaram catapulta no seu voo de 1903. Existe alguma fonte histórica online que se possa consultar sobre se os americanos a utilizaram ou não?

    1. Em 1903 não houve catapulta. Apenas ligeiro declive e vento forte de proa. Apenas a partir de 1904 os Wrights adotam o sistema de pylon (a famosa catapulta) para decolar sem vento.

  25. O livro do jornalista americano Paul Hoffman, sob o titulo “The wings of madness” contém uma exaustiva e profusamente documentada análise da questão, enquanto conta a vida e os feitos de Santos-Dumont. Confirma que Santos-Dumont era personagem frequente dos jornais americanos e europeus da época. O Smithsonian tem em uma salinha lateral uma mostra de Santos-Dumont como o primeiro a voar umm mais pesado que o ar…..na Europa!

  26. as pessoas se esquecem da abertura da olimpíada de pequim. lá eles “mostram” que os chineses inventaram tudo do papel, polvoro, até o computador. stalin para cada invenção mundial ele inventava um descobridor soviético. enfim, patriotada até americano tem. tem um filme americano, que mostra que o grego que ganhou a primeira maratona moderna só foi possível porquê um americano emprestou o sapato ou tenis.

  27. O seu livro sobre Wright-Santos Dumont foi traduzido pro inglês? Queria comprar para os meus amigos norte-americanos. Risos.

  28. Gostaria de entender a liberdade de expressao desse jornal. Coloquei um comentario dando o ouro para os Irmaos Wright que voaram com mais pesado em 1903 e a prata pro ilustre Santos Dumont que voou 3 anos depois em 1906 na famosa Paris. O texto desapareceu…

  29. Depois da surpreendente abertura da Rio 2016, resolvi investigar melhor a questao entre Santos Dumont e os Irmaos Wright. Concordo que toda tecnologia tem varios contribuintes mas a verdade dos fatos coloca os americanos na frente nessa questao. Voaram com um mais pesado em 1903 e em 1905 voaram por mais de 39 minutos. A questao do uso da catapulta era justificada para facilitar o inicio de voo mas nao como condicao necessaria.
    Os Irmaos Wright fizeram seus voos em pequenas cidades dos EUA e Santos Dumont apresentou o 14 Bis na grande Paris em 1906, centro cultural da Europa. Os Franceses e Getulio Vargas promulgaram o feito de Santos Dumont como inedito mas a grande verdade e que numa condicao de olimpiada o ouro ficaria pra os Irmaos Wright e Santo Dumont com a prata da casa.

    1. Sim, se fosse preciso escolher um como pioneiro, seriam os Wrights. Mas o ponto é que o avião dos Wrights também era só uma sombra do que o avião se tornaria, com a ajuda de outros inventores — dentre eles, Santos-Dumont.

  30. Vi muitos documentários na Discovery nem no History a respeito dos irmãos Wright e sequer mecionaram, sequer citaram Santos Dumont em qualquer um deles. Não só Discovery, qualquer documentário estadunidense. Qualquer um. Nem mesmo existe documentário estadunidense a respeito do balão dirigivel. Desconheço algo similar seja na Discovery, seja no History. Ao que parece, querem que Santos Dumont inexista sob qualquer pretexto, até nos dirigiveis. Agora, vir a publico com documentários revelando que fizeram voos em segredo e que assim os filmes revelam a supremacia? Em segredo, por quê? Quem pode garantir que os filmes deles tem a idade que tem? Se eles tinham tamanha tecnologia à época, por qual motivo não foram disputar em Paris, uma vez que já voavam e assim teriam, não só o reconhecimento, mas testemunhas do mundo todo?
    Ao que parece, a timidez desses caras eram tamanhas que só conseguiam voar no sigilo absoluto…. Ora… Eles podem ter voado sim, mas não da forma como contam uma vez que é sabido que o povo estadunidense vive da mentira. Eles gostam da mentira.
    Será que eu teria respostas às minhas perguntas?

    1. Aurélio, acho que deixei claro o porquê do segredo. Eles queriam vender o avião a governos e só concordavam em fazer demonstrações com garantia de compra. Eles achavam que, meramente exibindo, tornariam fácil que outros replicassem o desenho.

      Sobre a “inexistência” de Santos-Dumont, não é real. Como eu digo no texto, quando os Wrights fizeram o primeiro voo, o jornal da cidade deles noticiou que eles emulavam o “grande Santos-Dumont”. SD foi uma grande figura da época. Foi recebido pelo presidente dos Estados Unidos na Casa Branca!

      Em retrospecto, ele “sumiu” porque os Wrights de fato dominaram o voo antes que SD sequer começasse! Por isso, não houve uma competição de fato. O que houve foi dois desenvolvimentos paralelos, que começam a se misturar a partir de 1908 e acabam levando ao avião moderno.

      Sobre americanos gostarem de mentiras, não mais que os brasileiros, a julgar pelos governantes que ambos escolhem nas urnas… 😛

    2. Eu vi, no Smithsonian, em Washington, uma apresentação especial sobre Santos Dumont. eles são dados a patriotadas, como nós, mas reconhecem os feitos de Santos-Dumont.

      Os franceses não ficam atrás. Para eles, Santos Dumont era francês!

    3. o canal History gosta de uma historinha mirabolante, os documentários especias deles são dignos de descarte para o crescimento cientifico.
      O Discovery já a muito tempo não passa alguma coisa interessante, que faz jus ao seu nome,
      Os irmaos Wrights tinham que pagar o preço por serem tão mercenários, e querer ganhar dinheiro em cima da invenção,
      Fato quando os EUA entraram na 1 Guerra chamaram o Dumont,
      e não os irmãos.

    1. Mas, como conseguiu comentar aqui? Se entrou nos comentários, é porque entrou na página.

      Sugiro acompanhar o Mensageiro Sideral no Youtube! Lá é aberto, não é Salvador?

      1. Radoico, os comentários são abertos mesmo para os não assinantes.

        Veja a ironia!

    2. Eu tb não assino. Apenas me cadastrei. Acho q basta fazer o cadastro para ter acesso ao texto completo e aos comentários.

  31. Não conhecia a historia da aviação, gostei muito do post.
    Uma série sobre o tema é uma excelente ideia.

  32. Belíssimo texto, Salvador, pondo os pingos nos is da questão, de vez! Sim, a humanidade estava já madura para voar e muitos contemporâneos dos Wrights e Santos-Dumont ajudaram a desenvolver a aviação. A todos eles, a medalha de ouro!

  33. A maior prova que o avião foi inventado por um mineiro é que as rodas se chamam TREM de pouso!

  34. “Conexão Wright-Santos-Dumont”, Esta é a verdade … Viva as Américas (do norte e latina) . Sem eles os Europeus ainda estariam andando de carruagens e navios…

  35. Olá Salvador.

    Gostei muito do seu texto. Resumido e com detalhes ao mesmo tempo, capturando o que de fato interessa sobre essa história da invenção do avião.

    Mas acho que nessa, nós brasileiros, ganhamos a disputa. O avião como o conhecemos hoje, foi invenção do Santos-Dumont, apesar de todo o know-how anterior dos irmãos Wright.

    1. Eu tendo a me alinhar com os Wrights, se for preciso eleger um só. Mas o ponto é: não é preciso eleger um só. Podemos entender a aviação como um processo. 😉

      1. Concordo e parabenizo pelo texto, me essa história de “nos brasileiros ganhamos” não é verdade absoluta. Santo-Dumont vivia na Europa, na França, usou materiais, ajudantes e talvez engenheiros e técnicos europeus. No seu livro “O que eu vi. O que nós veremos”, Santos-Dumont queixa-se de que no Brasil não tinha apoio algum, sequer para construir uma pista própria para aviões (aeroporto) e dá a entender que se matou por causa desse abandono que sofreu por parte do seu país e não por causa saque coisa “nobre” e romantizada de que o avião virou arma.

  36. Bela explicação. Parabéns! Vamos torcer para que a ideia da série se concretize. Seríamos todos, muito mais cientes da verdadeira história da aviação. Tamo junto!

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