HISTÓRICO: Astrônomos descobrem planeta potencialmente habitável em torno de Proxima Centauri, estrela mais próxima do Sistema Solar

Esta é basicamente a grande descoberta que os astrônomos estavam esperando desde que o primeiro planeta foi descoberto fora do Sistema Solar, mais de duas décadas atrás. Um planeta com porte terrestre, no lugar certo para permitir a presença de água líquida — quem sabe, vida –, em torno da estrela mais próxima do Sol, Proxima Centauri. Ela está a apenas 4,2 anos-luz daqui.

O anúncio foi feito nesta quarta-feira (24), após quase um mês de rumores fortes, e a expectativa foi correspondida inteiramente. O mundo deve ter 30% mais massa que a Terra, talvez um pouco mais, mas provavelmente não muito mais. Isso o coloca firmemente no campo dos planetas rochosos, como o nosso.

Sua órbita, por sua vez, o leva a completar uma volta em torno de sua estrela-mãe a cada 11,2 dias terrestres, o que o posiciona bem no meio da chamada zona habitável — a região do sistema planetário em que o nível de radiação estelar permitiria em princípio a presença de água em estado líquido na superfície. Os cientistas tratam essa como a condição essencial para o surgimento e a evolução da vida.

Isso quer dizer que há “proximanos” vivendo lá, ou mesmo que nós podemos nos mudar para lá em algum ponto do futuro? Os cientistas fazem questão de enfatizar que não há nenhuma garantia, no momento, de que Proxima b seja de fato habitável, que dirá habitado. Estar na distância certa de sua estrela é condição necessária, mas não suficiente, para termos um oásis para a vida. Algumas outras características precisam também estar presentes, como uma atmosfera adequada para a conservação e distribuição do calor e um campo magnético forte — aliás, bem forte.

A comparação entre estrelas de vários tamanhos, de Sirius a Proxima Centauri, passando pelo Sol e pela binária Alfa Centauri A e B. Júpiter no final ajuda a compor o quadro. (Crédito: ESO)
A comparação entre estrelas de vários tamanhos, de Sirius a Proxima Centauri, passando pelo Sol e pela binária Alfa Centauri A e B. Júpiter no final ajuda a compor o quadro. (Crédito: ESO)

Isso porque Proxima Centauri é uma estrela anã vermelha, com pouco menos de 15% do diâmetro do Sol. Isso significa que ela é bem mais fria e menos brilhante que o nosso astro-rei, mas em compensação também costuma ser muito mais ativa. Pelo brilho menor, planetas habitáveis precisam ficar bem mais perto, o que significa que sofrem bem mais com as enormes erupções estelares e emissões de ultravioleta e raios X. Estima-se que Proxima b receba 400 vezes mais raios X do que a Terra — estar lá equivale a algo como fazer uma ou duas radiografias de pulmão por dia, todos os dias. Não tente isso em casa.

Aliás, o fato de Proxima Centauri ser uma estrela com um nível respeitável de atividade estelar foi também o que impediu os astrônomos de descobrir esse planeta até agora, muito embora ele estivesse praticamente debaixo do nariz deles.

A descoberta foi feita pelo método popularmente conhecido como “bamboleio gravitacional”. Conforme o planeta gira ao redor de sua estrela, ele a puxa suavemente para lá e para cá, induzindo nela um movimento que pode ser detectado ao analisar a luz que ela emana.

Até aí, tudo simples. Complicado é separar esse efeito de outros causados pela rotação e pela atividade da própria estrela. Observações feitas nos últimos 16 anos — o que é um bocado de tempo — pareciam indicar que havia um planeta lá com o período de 11,2 dias, mas era difícil cravar a descoberta, diante de tanto ruído em meio ao sinal.

A coisa era ainda mais temerária porque astrônomos já haviam escorregado nessa casca de banana antes, no mesmo sistema estelar. Proxima Centauri é a menor de um trio de estrelas, do qual as mais conhecidas são Alfa Centauri A e B (que, por sua vez, são visíveis como um único ponto brilhante no céu noturno, na constelação do Centauro, perto do Cruzeiro do Sul; Proxima, em contraste, é opaca demais para vermos a olho nu, apesar de estar um pouquinho mais perto que as outras duas).

Alfa Centauri A e B são a estrelona brilhante e aparecem como uma só na imagem; pequenina, abaixo, Proxima Centauri (Crédito: ESO)
Alfa Centauri A e B são a estrelona brilhante e aparecem como uma só na imagem; pequenina, abaixo, Proxima Centauri (Crédito: ESO)

Em 2012, um grupo liderado por Michel Mayor e Xavier Dumusque, astrônomos do Observatório de Genebra, anunciou a descoberta de um planeta com a mesma massa da Terra, mas superquente, em torno de Alfa Centauri B. Segundo seus descobridores, ele estava no limite absoluto da sensibilidade do instrumento de detecção, instalado no observatório do ESO em La Silla, no Chile. Tanto que, dependendo da técnica usada para processar os dados, ele sumia.

Três anos depois, estudos subsequentes mostraram que o tal planeta nunca existiu — não passou de uma miragem, sem dúvida gerada pela gana de descobrir mundos em nosso sistema estelar vizinho mais próximo.

Guillem Anglada-Escudé, da Queen Mary University, em Londres, e seus colegas de uma vasta colaboração internacional estavam determinados em não cair na mesma armadilha. Então, de posse da suspeita gerada pelos 16 anos de dados já colhidos em La Silla de Proxima Centauri, partiram para uma ofensiva agressiva de observações: a campanha Pale Red Dot (Pálido Ponto Vermelho, referência tanto ao baixo brilho de Proxima quanto à expressão cunhada por Carl Sagan para falar da Terra na vastidão do cosmos, um “pálido ponto azul”).

Além de colherem novas observações de forma contínua e insistente durante 60 noites no início de 2016 com o espectrógrafo HARPS, em La Silla — o instrumento responsável pela medição do “bamboleio” –, os pesquisadores também fizeram observações com o UVES, outro espectrógrafo focado em ultravioleta e luz visível instalado no mais poderoso VLT, em Paranal. (Enquanto La Silla tem um espelho de 3,6 metros, o VLT é um complexo de quatro telescópios em que cada um tem espelho de 8,2 metros.)

Em paralelo, eles usaram outros telescópios espalhados pelo mundo para medir a fotometria — trocando em miúdos, o nível de brilho — de Proxima Centauri. A ideia era verificar simultaneamente o bamboleio e o nível de atividade estelar, assim como a rotação da estrela. Assim, sinais espúrios causados por esses fenômenos podiam ser descartados, deixando apenas o que interessava: o sinal do puxão gravitacional do planeta sobre seu astro central.

O processo não deixou dúvida de que o sinal com período de 11,2 dias era real. Tratava-se mesmo de um planeta.

Gráfico mostra o bamboleio gravitacional de Proxima Centauri em razão da presença de um planeta (Crédito: ESO)
Gráfico mostra o bamboleio gravitacional de Proxima Centauri em razão da presença de um planeta (Crédito: ESO)

“Nós estivemos trabalhando nisso por bastante tempo”, disse Guillem Anglada-Escudé ao Mensageiro Sideral. “Também estamos empolgados — e aliviados neste momento. Você verá que a evidência é muito mais forte do que para Alfa Centauri Bb. Fizemos um bom número de verificações extra. Na verdade, a última campanha tinha objetivo de ser uma confirmação. Vemos o mesmo sinal em dois instrumentos separados e em rodadas de observação independentes. Estamos bem convencidos de que [o planeta] está lá.”

Com efeito, embora no título do artigo que rendeu a capa da edição desta semana da “Nature” a descoberta seja tratada como “planeta candidato” (sacomé, publisher escaldado tem medo de água fria, e foi a mesma “Nature” quem publicou o fiasco Alfa Cen Bb, em 2012), agora as evidências parecem ser à prova de bala.

A bonita capa da "Nature" desta semana, com Proxima Centauri e seu planeta rochoso (Crédito: Macmillan)
A bonita capa da “Nature” desta semana, com Proxima Centauri e seu planeta rochoso (Crédito: Macmillan)

“Seria uma amplitude entre os picos [o ‘vai’ e o ‘vem’ do bamboleio estelar] de quase 3 metros por segundo”, indica Claudio Melo, astrônomo brasileiro que trabalha no ESO, mas não participou da pesquisa. “Sendo assim, acredito que o HARPS consiga ‘ver’ o planeta sem problemas.” (O espectrógrafo tem resolução de 1 m/s, o que significa que o sinal seria quase três vezes mais forte do que a sensibilidade “segura” do instrumento. Já a “miragem” Alfa Centauri Bb tinha variação de 0,5 m/s para lá e para cá, o que dá amplitude de 1 m/s, bem no limite da distinção entre sinal e ruído.)

Moral da história: parece que agora vai. Os cálculos dos pesquisadores sugerem que a chance de falso positivo para o planeta é de 0,000007% (7 x 10-8, para quem curte notação científica). Mas evidentemente será bom ter o escrutínio da comunidade científica sobre os resultados para que tenhamos certeza absoluta. (Outra coisa interessante é que os dados colhidos parecem sugerir a existência de um outro planeta mais externo, com mais massa e período entre 60 e 500 dias. Mas aí já estamos falando de um sinal que não cai na margem de segurança da descoberta e fica só como uma dica para outros pesquisadores que queiram adentrar a toca do coelho, por assim dizer.)

O COMEÇO DA DIVERSÃO
Descobrir um mundo de tipo rochoso (terrestre) na zona habitável em torno de Proxima Centauri é possivelmente o mais emocionante achado da história (reconhecidamente curta) da pesquisa de exoplanetas. Mas muito mais emocionante – e intelectualmente desafiador – será compreender que mundo é esse, afinal.

Algumas pesquisas preliminares naturalmente começam agora. Afinal de contas, uma das coisas mais incríveis da ciência é sua capacidade predizer fenômenos. O próprio grupo de Anglada-Escudé já trabalha furiosamente para criar modelos de computador que sugiram que tipo de ambiente e temperatura podemos encontrar por lá, na esperança de que essas possíveis circunstâncias sejam confrontadas com dados observacionais mais adiante.

Com um período de apenas 11,2 dias, o planeta orbita bem perto de sua estrela-mãe – apenas cerca de 5% da distância Terra-Sol, ou 7,5 milhões de km. Isso quer dizer que existe uma chance bem grande de que esse mundo tenha sua rotação gravitacionalmente travada, com um lado sempre voltado para sua estrela e outro em perpétua escuridão. O fenômeno é bem conhecido por essas bandas e explica por que a Lua tem a mesma face voltada para a Terra o tempo todo.

Se esse for o caso, o planeta pode ter um lado muito quente e outro muito frio. Os pesquisadores realizaram uma simulação dessas circunstâncias, num estudo publicado à parte, e encontraram um clima em que o lado iluminado teria uma temperatura bem agradável – entre 0 e 30 graus Celsius – e o lado escuro seria do naipe inverno russo, com média de -30 graus, podendo chegar a -60 nas regiões mais frias. (Na Terra, a temperatura atmosférica mais fria já registrada diretamente foi de -89,2 graus Celsius, no polo Sul; a mais quente, 54 graus Celsius.)

Isso, é claro, se o planeta tiver uma atmosfera relativamente densa, como a nossa, para permitir a circulação de calor e o glorioso efeito estufa (que é uma coisa ótima se for na medida certa, como na Terra, ou uma coisa péssima se for em excesso, como em Vênus).

Por outro lado, não há garantias de que o planeta se mantenha nessa trava gravitacional básica. Em alguns casos, o travamento se dá numa ressonância entre rotação e translação, como acontece com Mercúrio, que completa três rotações ao mesmo tempo em que dá exatas duas voltas em torno do Sol.

Os cientistas simularam então também essa alternativa, com o planeta numa ressonância 3:2 (o que sugere uma rotação de cerca de 7,5 dias). O que esse lento churrasco grego faria com a distribuição de calor pelo globo de Proxima b?

Nesse caso, o planeta teria uma distribuição latitudinal de temperaturas mais próxima da que vemos por aqui, com um equador mais quente (perto de zero grau Celsius) e polos mais frios (podendo chegar a -90 graus).

“O planeta está a uma distância ótima para possuir água em estado líquido”, diz Claudio Melo. “Saber como é sua atmosfera é outra história.”

Eis aí a principal dificuldade: como poderemos observar a atmosfera de Proxima b e tentar verificar se algum desses modelos climáticos se encaixa aos fatos?

O ideal seria conseguir detectar o planeta passando exatamente à frente de sua estrela.

EM BUSCA DO TRÂNSITO
Infelizmente, isso vai depender de uma baita sorte para acontecer. É preciso que o plano da órbita do planeta esteja precisamente alinhado com a nossa linha de visada aqui da Terra para que ele periodicamente passe à frente dela.

Quando isso acontece, a luz estelar que passa de raspão pela atmosfera do planeta e consegue seguir viagem até nós, carregando consigo algumas informações do ar pelo qual passou – e isso permite que os astrônomos as decodifiquem, por meio de uma técnica chamada espectroscopia de transmissão.

A questão é: será que teremos essa sorte com Proxima b? As probabilidades não estão em nosso favor. Em seu artigo na “Nature”, Anglada-Escudé e seus colegas calculam a chance em 1,5%. Mas se tem uma coisa que não assusta astrônomos são números, e eles já estão trabalhando para ver se o planeta transita ou não à frente de Proxima Centauri. O que também traria um desafio adicional – detectar a diminuta redução de brilho que isso ocasionaria. (A estimativa é de que apenas cerca de 0,5% da luz estelar seria bloqueada, o que equivale a tentar detectar um mosquito passando à frente de um farol de carro a alguns quilômetros de distância.)

“Claro, várias pessoas na equipe já estão procurando por trânsitos… é um trabalho em andamento”, conta Anglada-Escudé. “A probabilidade geométrica é baixa. Entretanto, temos boas razões para presumir que [a massa real do] planeta está perto da massa mínima, com base em estatísticas anteriores de programas de varredura e também por simulações de formação planetária. Isso implica que a órbita está perto de estar no mesmo plano em que observamos. Dedos cruzados.”

Se rolar trânsito, com instrumentos atuais – como o glorioso Telescópio Espacial Hubble – já poderemos tentar detectar o espectro atmosférico de Proxima b. Isso para não falar das futuras vedetes da astronomia no espaço e em solo, o Telescópio Espacial James Webb (que deve ser lançado em 2018) e a próxima geração de telescópios em terra, composta pelo GMT (que tem participação brasileira) e o E-ELT (do ESO), que terão espelhos com tamanho próximo de 30 metros.

Se não rolar trânsito, as coisas vão exigir mais criatividade, como o desenvolvimento de coronógrafos – estruturas que têm por objetivo bloquear a luz que vem das estrelas-mães, permitindo assim detectar diretamente o brilho sutil que vem de planetas ao seu redor – capazes de viabilizar que vejamos Proxima b de forma direta.

Tanto o VLT, do ESO, como o Observatório Gemini têm instrumentos com a capacidade de fazer imagem direta de planetas ao bloquear a luz estelar, mas eles estão no momento limitado a mundos grandes, jovens (que ainda têm bastante calor de formação e por isso emitem um bom bocado de radiação infravermelha) e distantes de suas estrelas. Proxima b, em contrapartida, é um planeta pequeno, velho e frio.

Quão velho, a propósito? Determinar a idade de anãs vermelhas não é coisa mais simples do mundo, porque elas tendem a viver muito e escondem a idade melhor que a Marta Suplicy. Sabemos que Proxima Centauri ainda vai estar por aí, brilhando sorridente, muito depois que o Sol bater com as dez, em mais uns 5 bilhões de anos. A pergunta é: quando ela nasceu?

Apesar das incertezas, os pesquisadores estimam que a idade dela seja mais ou menos equivalente à do Sol. Uma boa pista são as estrelas Alfa Centauri A e B, que têm porte e idade similares às do nosso astro-rei. Com toda probabilidade, Proxima Centauri (também chamada de Alfa Centauri C) nasceu na mesma ninhada que elas.

O que significa que encontramos um planeta possivelmente habitável em torno da estrela mais próxima, e ele teve praticamente tanto tempo quanto a Terra para desenvolver vida. “Promissor” é pouco para descrevê-lo, não?

E QUANDO VOCÊ ACHA QUE ACABOU…
Poder abrigar água líquida é maravilhoso, mas não adianta de muita coisa se não houver água para liquefazer, certo?

Em princípio, isso não deve ser um grande problema – água, a famosa H2O, é um dos compostos mais abundantes do Universo. Os astrônomos já estão cansados de ver sua assinatura espectroscópica em toda parte, desde as luas geladas de Júpiter até nuvens de gás interestelar a milhares de anos-luz daqui. Claramente não há falta d’água no cosmos.

O que não quer dizer que a distribuição seja igualitária e eficiente. E um dos mistérios de Proxima b, agora que sabemos que ele está lá, é entender como diabos esse planeta nasceu.

Nossos modelos de formação planetária são uma coisa linda de se ver. Há anos eles previram a forma e os vãos do disco de gás e poeira que circunda estrelas recém-nascidas – algo que só recentemente pudemos ver graças a redes de radiotelescópios como o ALMA, no Chile, com sua incrível resolução na faixa submilimétrica do espectro eletromagnético (forma erudita de dizer que eles são muito bons em captar micro-ondas). Ponto para eles.

Imagem de um disco protoplanetário em torno de uma estrela recém-nascida, registrado pelo ALMA. Em destaque, uma região onde provavelmente está nascendo um planeta similar à Terra (Crédito: ESO)
Imagem de um disco protoplanetário em torno de uma estrela recém-nascida, registrado pelo ALMA. Em destaque, uma região onde provavelmente está nascendo um planeta similar à Terra (Crédito: ESO)

Só que esses mesmos modelos sugerem que discos protoplanetários em estrelas de pequeno porte, como Proxima Centauri, são tão nanicos quanto elas, e numa faixa de 150 milhões de km de raio, no total, agregariam menos massa do que a Terra tem. Como então Proxima b tem pelo menos 30% mais massa que o nosso planeta, a 5% dessa distância?

“Há três possibilidades”, escrevem Anglada-Escudé e seus colegas na “Nature”. “O planeta migrou para dentro por migração do tipo I [em que a interação com o disco de gás e poeira faz com que ele mergulhe]; embriões planetários migraram para dentro e coalesceram na órbita atual do planeta; ou pedrinhas/pequenos planetesimais migraram por arrasto aerodinâmico e mais tarde coagularam num corpo maior.”

E qual é a importância disso? Se o planeta se formou inteiro mais longe e depois migrou “pronto” para dentro, deve ter sido formado com grandes quantidades de água (que pode se agregar como gelo nas regiões mais distantes da estrela). Se, por outro lado, as pedrinhas primordiais migraram para dentro primeiro e depois formaram o planeta, já no lugar onde ele está hoje, a tendência é que ele tenha uma quantidade bem menor de água – se é que tem alguma.

Concepção artística da superfície de Proxima B, bem na divisa entre o lado iluminado e o escuro. (Crédito: ESO)
Concepção artística da superfície de Proxima B, bem na divisa entre o lado iluminado e o escuro. (Crédito: ESO)

Determinado o inventário inicial de água, temos ainda de ver se a alta incidência de tempestades e atividade estelar não varreu completamente a atmosfera de Proxima b – o que dependerá de ele ter um senhor campo magnético, talvez melhor que o terrestre, para se proteger. Sem atmosfera, mesmo que fosse rico em água, ele acabaria só com gelo, na melhor das hipóteses. Na pior, poderia terminar como um deserto desolador.

Por fim, também não podemos descartar a possibilidade inversa: excesso de atmosfera. Vênus tem esse probleminha. Com uma capa de dióxido de carbono 90 vezes mais densa que o ar terrestre, ele é o lugar mais quente do Sistema Solar, com temperatura constante de cerca de 480 graus Celsius – ao Sol ou à sombra, de dia ou à noite. Tanto faz. Se Proxima b for um análogo venusiano, podemos jogar pela janela todas aquelas análises climáticas preliminares feitas pelos descobridores do planeta.

Daí tiramos duas conclusões:

1. Sabemos muito pouco no momento.

2. Que bom que sabemos pouco, porque a graça está em descobrir!

A ciência dos exoplanetas está apenas na sua infância. Essa nova descoberta – com todas as suas incertezas e encantadoras possibilidades – estimulará o desenvolvimento de novas tecnologias para investigar mundos incríveis e fascinantes, quiçá vivos, como Proxima b.

Anglada-Escudé e seus colegas sonham até mais longe. “Um planeta terrestre ameno orbitando Proxima oferece a oportunidade de tentar caracterização mais detalhada por trânsitos (buscas em andamento), imagens diretas e espectroscopia de alta resolução nas próximas décadas, e possivelmente exploração robótica nos séculos vindouros.”

Sonho desvairado? Cabe lembrar que, em abril de 2016, o magnata russo Yuri Milner anunciou com o físico Stephen Hawking um plano para desenvolver a tecnologia para as primeiras sondas capazes de cruzar as imensas distâncias interestelares, com um investimento de pesquisa e desenvolvimento de US$ 100 milhões. Seu alvo inicial? O sistema estelar Alfa Centauri.

Antes que qualquer sonda interestelar deixe o Sistema Solar, contudo, faremos outras descobertas extraordinárias e começaremos a caracterizar os fascinantes mundos que estamos encontrando lá fora, em toda sua espetacular variedade.

Tenho a convicção pessoal de que todas as condições planetárias que somos capazes de imaginar – e algumas que ainda não somos – devem existir em algum lugar do Universo. Se tem uma coisa que não falta ao cosmos é criatividade.

Ainda assim, a descoberta de um planeta que tem massa de Terra, nível de irradiação estelar de Terra, a possibilidade de ser realmente um abrigo para vida de tipo terrestre e está orbitando a estrela mais próxima do Sol – não a segunda mais próxima, ou a terceira, ou a quarta, mas a primeira – é uma demonstração eloquente e inquestionável do princípio copernicano: a Terra, frágil e bela como de fato é, claramente não ocupa um lugar especial no espaço ou no tempo. Temos aí agora um planeta vizinho que não me deixa mentir.

E as coisas só tendem a melhorar daqui para a frente. Entre o ano que vem e 2018, a Nasa deve lançar o satélite Tess, que fará uma busca de céu inteiro por trânsitos planetários de mundos similares a Proxima b — pequenos e na zona habitável de estrelas anãs vermelhas. Na década de 2020, mais precisamente em 2024, a ESA (Agência Espacial Europeia) pretende levar ao espaço o satélite Plato, um telescópio espacial que será capaz de fazer busca semelhante, mas em torno de estrelas como o Sol e para planetas até menores do que a Terra. “Isso está só começando realmente”, diz Claudio Melo.

Fico só a imaginar o tamanho do sorriso que, se estivesse aqui agora, daria Giordano Bruno, o filósofo italiano que de forma corajosa defendeu, em 1584, amparado apenas pelo princípio copernicano e nada mais, que toda estrela era realmente um sol, rodeada de planetas, e que haveria mundos similares ao nosso em torno desses sóis. Ele foi perseguido por suas ideias subversivas e morto numa fogueira pela Inquisição em 1600. Mas estava absolutamente certo.

Hoje, com essa descoberta incrível em Proxima Centauri, celebramos mais uma vez a ousadia de seu espírito indomável. Enquanto erguemos os olhos para o céu e nos lembramos de Bruno, ninguém, salvo talvez os mais devotos historiadores, seria capaz de dizer o nome dos homens que assinaram sua sentença de execução. Parece justo para mim.

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Comentários

  1. O autor inglês de ficção científica Stephen Baxter, no seu livro intitulado Próxima (de 2012), escreveu uma história abordando as possíveis características de um mundo como este que no livro ele chama de Per Ardua*.

    Todas suposições dos astrônomos neste artigo de divulgação sobre como seria este planeta são abordadas no livro dentro da historia fictícia que é muito interessante. E agora ficou mais ainda considerando que este mundo é real.

    (*) Per ardua ad astra: Lema da RAF – força aérea inglesa.

  2. texto inspirado hein Salvador…. interessante e divertido
    se essa Proxima tem a idade do nosso sol, deve ter sido uma estrela gigantesca um dia né

    1. Não, teve sempre esse tamanhinho aí.
      Estrelas só incham pra valer quando estão pra morrer — o que acontece tanto mais cedo quanto maior a estrela é. O Sol, maior, vai inchar e morrer bem mais cedo que Proxima.

  3. Professor Salvador,

    Parabéns pela matéria, extremamente informativa. No final a citação a Giordano Bruno encheu meus olhos de lágrimas. Que bom seria se tivéssemos o ensino da história da evolução da ciência nas escolas para inspirar aos novos estudantes. Ciência é acima de tudo paixão pela vida e entender como ela funciona. Parabéns mais uma vez!

    1. Gilson, concordo com você, a história da ciência tinha de ser ensinada em paralelo com a própria ciência, para dar contexto aos alunos e mostrar desde cedo que aquilo não é só invenção de cientista para aporrinhá-los nas provas. É a grande aventura humana de entender o Universo em que vive! 🙂

  4. Mais uma conversa vazia dessa comunidade, para conseguir dinheiro e continuar explorando o inabitavel. Quando eu era menino o alvo era marte, quase 30 anos depois …ufa “próximo a Centauri”, mais uma informação motivadora para criar uma expectativa irreal e prosseguir nessa cruzada descabida por mais um seculo. Triste ver a vida do homem sendo definida pela “a verdade está lá fora” enquanto “a verdade que está aqui” desenvolveu um sistema que escraviza os semelhantes. Se porventura descobrissemos uma planeta habitavel e pudessemos colonizá-lo “divinha” quem iria Salva? A terra, tao abusada, se tornaria o campo de concentração dos “have-not” e o tal planeta se tornaria o resort dos que tem recursos. Eticamente isso nao faz o menor sentido. Etica porém, representa um conceito abstrato, não é mesmo? A etica de uma freira é proteger a vida, a do traficante é proteger o poder e o dinheiro ainda que custe a vida de alguem. Que etica iria nortear a suposta colonização ?

    1. Eu fico imaginando isso em 1491:

      ***

      Mais uma conversa vazia dessa comunidade, para conseguir dinheiro e continuar explorando o inabitavel. Quando eu era menino o alvo era a circunavegação da África, quase 30 anos depois …ufa “próximo às Índias pelo ocidente”, mais uma informação motivadora para criar uma expectativa irreal e prosseguir nessa cruzada descabida por mais um seculo. Triste ver a vida do homem sendo definida pela “a verdade está lá fora” enquanto “a verdade que está aqui” desenvolveu um sistema que escraviza os semelhantes. Se porventura descobrissemos uma continente habitavel e pudessemos colonizá-lo “divinha” quem iria Salva? A terra, tao abusada, se tornaria o campo de concentração dos “have-not” e o tal planeta se tornaria o resort dos que tem recursos. Eticamente isso nao faz o menor sentido. Etica porém, representa um conceito abstrato, não é mesmo? A etica de uma freira é proteger a vida, a do traficante é proteger o poder e o dinheiro ainda que custe a vida de alguem. Que etica iria nortear a suposta colonização ?

      ***

      E, no entanto, cá estamos nós!

      1. Só isso? Suponhamos que eu faça uso da inferência para concluir que entre 1491 e 2016 ha uma diferença gritante. E há! Mas “péraí” vai querer usar a “circunavegação da África”? Esse feito já era possivel mesmo antes de 1491 e pode ser exaustivamente comprovado pela presença do homem em todos os continentes. Não usaram a mesma rota mas já estavam povoando todos os continentes antes que qualquer documentação acadêmica, prospecção continental, disputa portuária ou construção cartográfica fosse elaborada. O que devo fazer com Genghis Khann (1162-1227) que espalhou descendencia do pacifico ao Cáspio? Ah! “Tendí” vc quer dizer que em 1491 alguém poderia estar julgando os bravos navegadores como fanfarroes em suas cruzadas descabidas em busca do inabitavel que nao era inabitavel…né mesmo? Mas em 1491? Puxa!!! Assim, com o mesmo “puder” de inferência posso concluir que essa busca descabida nao é tão descabida assim, e que daqui há 150 anos? “Nahh” 1500 anos? “Nahh”!!! Nós? “Nahh”…o ser humano alcançará Centauri e competindo sozinho nessa corrida sideral…será premiado com o nada glorioso ULTIMO lugar. Sua ilustração é fantástica Salva (cê sabe que sou seu fã e venho aqui “apertá” seu calo) mas pra aplicá-la voce precisa ter mais fé do que eu. Isso é realmente crer no impossivel desprezando o impacto dessa mesma crença no presente. Enquanto eu creio no retorno iminente de Jesus com construções elaboradas na esperança da verdade que está aqui, vc espera a colonização planetária com construções elaboradas na esperança da verdade que está la fora, afinal…somos todos resultados das reações químicas ocorridas quando os cristais de gelo e poeira foram expostos à radiação ultravioleta da luz do sol. Quem está demonstrando mais fé nesse embrógliio? Você sabe que é voce Salva e de goleada!!!
        Mas “peraí”, foi essa “jornada Africana” acima mencionada a que deu formato ao assassinato de mais de 25 milhoes de indios nas Americas? Ou deu formato ao sequestro e consequente escravidão de mais de 20 milhoes de pessoas do oeste africano ou deu formato aos dois???
        Mais uma vez Salvador, se a sua ética e a minha não serão aplicadas nessa pseudo futura colonizacao – novamente – conversa vazia, que ética será aplicada? A que outrora escravizou ou a que ainda escraviza pessoas (agora de forma legal com jornada de trabalho intensa e salarios que mal sustentam a familia)? Se houvesse um sinal de vida (como havia antes de 1491) então poderia-se considerar um programa que viabilizasse o contato. Não, não existe um sinal que viabilize o possivel programa e assim como foi na bravata de vida marciana (apesar das centenas de abduções e juras de amor eterna aos ETs), assim será para a busca de qualquer busca ao novo mundo sideral às custas do trabalho forçado da “costa Africana terráquea. Isso seria engraçado se nao fosse de fato muuuuuito triste.
        Infelizmente Salvador, infelizmente mesmo, voce não vai ver nenhuma colonização como a que voce espera acontecer. Se Sagan estivesse vivo hoje (82 anos), tendo alimentado a expectativa por anos…tudo que ele de fato teria…seria expectativa, nada mais. A esperança de que ainda acharíamos alguma coisa nos moldes de uma vida comunitaria inteligente, baseados na ciencia, nos estudos, na concepção artistica de um profissional e na fé de que nós não estamos sozinhos nesse imenso universo. Porque evidencia de vida ou contato nunca houve, nao há e a que há de vir não é a que voce espera.

        1. Na boa, mas muitos parágrafos e todos muito longos, então talvez não te responda a contento. Só estava mostrando como o seu tipo de ceticismo é incompatível com a história pregressa, não estava me apegando a detalhes como “quando se deu a primeira circunavegação da África”.

          De resto, Sagan seria um completo idiota se esperasse ver a colonização humana do Sistema Solar — que dirá a de outros sistemas — no tempo de vida dele. Não temos pressa. A humanidade pode fazer isso em 5.000 anos, ou 50 mil anos. A questão é: assim como a colonização humana do planeta inteiro era inevitável, a de outros planetas também será, se tivermos tempo suficiente. Não preciso estar vivo para que o futuro exista. 😉

          1. Na boa Salva, vc continua ganhando de goleada quando o quesito é fé!! Valeu!!!

          2. É mesmo? Então vamos abrir o jogo para que os leitores possam julgar. Qual é a SUA fé? A minha eu já professei.

          3. Aí cê me quebra Salva, já falei da minha fé…”tá lá em cima no paragrafo que vc nao leu porque estava muito longo”. Hehehe

          4. Ah, relaxa. Não é nunca intenção de magoar. É que você é um só. Eu, por minha vez, tenho que responder TODOS que vêm com discursos mais ou menos inflamados e mais ou menos idiotas. Às vezes perco a paciência com a pessoa errada. Acontece. Peço desculpas. Mas ainda acho melhor do que simplesmente decidir não responder mais. Aí quem merece resposta vai ficar sem… 😛

    2. Se vc uma vez já se questionou porque nunca teve a oportunidade de trabalhar numa grande empresa visionária americana, leia seu próprio comentário como se estivesse escrito por outra pessoa, e entenderá.

      1. No Cassio, I have never questioned myself about the opportunity to work in a big American company, a visionary one according to your understanding. I don’t really need to read my commentary again since I already know what I meant and why I wrote that. By the same token I would say that those navigating the seas – captains and pirates – were all visionaries, some of them, however, were lunatics. Would you know the difference between a visionary and a lunatic if both of them are dressed likewise and using the same speech? You should ask the Africans in the USA and the remaining Indian population (North, Central and South America) their opinion about the visionary work of the those brave men who landed their home. It would challenge and I bet it would change your opinion about this matter. Thanks for sharing!!

        1. Let’s not forget the indians did the same thing the europeans did, but 12,000 years earlier. They only had the good fortune of being the first ones.
          What I mean is: I’m not defending genocide and conquering of other people’s lands. I’m just saying it is in our nature to expand our frontiers, as the first americans did when they crossed the Behring sea, and then the chinese almost did it again, and then the vikings did it again, and then the spanish, portuguese, english and french did it again. It is in OUR nature.
          But, since you don’t believe there’s life out there, you don’t have to worry not even with our typical carelessness, since there is nothing for us to exterminate when we expand out into space.

          Ficamos chiques, não? 😛

          1. Chiquérrimo Salva, voce é um herói, “dais vêis” penso qual seria sua idade e se Colombo nao nomeou São Salvador em homenagem a voce…aí penso…não São Salvador é “dimais”!!! Aí eu penso em Salvador, BA e como a menina é antiga também eu penso…nahhhh nao pode ser. Mas aí…tem o Salvador Dali esse sim…pode ter sido nomeado Salvador Dali em sua homenagem, pois voce é o Salvador daqui do Brasa.
            Agora em relação à natureza predatória do “bicho-homem” nós temos que nos preocupar em não deixar a historia se repetir Salva. Já vimos qual a natureza, cabe a nós quebrar esse circulo vicioso.

          2. E estamos quebrando! Nunca o mundo foi tão pouco violento, apesar de escrotices pontuais nos tirarem dos eixos de vez em quando! A taxa de morte violenta por cem mil habitantes está no menor nível histórico ever, e numa trajetória de queda aguda nas últimas décadas! Estamos no caminho, meu caro Alexandre! 🙂

          3. Aí vc me quebra de novo Salva. Eita cabra de fé esse. Como podemos estar caminhando no sentido correto quando os advogados sao cada vez mais necessarios? E por que sao? Porque a velha palavra de honra nao existe mais. E por que não? Porque a honra não existe mais. E se a honra não existe mais o que me impede de roubar, matar, mentir e trapacear para construir minha carreira politica, social e/ou economica. Nunca se mentiu tanto no mundo, nunca se roubou tanto no mundo, nunca se trapaceou tanto no mundo. Voce deve ter brincado na rua de sua casa quando crianca, ou seus pais of fizeram, vc deixaria seus filhos brincarem na rua de sua casa sem supervisao? As cercas eletricas, os carros blindados sendo produzidos em escala recorde indicam uma queda no nivel de violencia?? O sistema de carceragem sendo ampliado em uma sociedade moralmente metamorfica. Spray de pimenta, tasers e bala de borracha foram desenvolvidos para criarem um obstaculo ao crime, a chance de se escapar (da violencia) ou ainda conter a violencia sem necessariamente ceifar a vida. Isso nao é indicador de menor indice de violencia no mundo nao Salva, o mundo está mais violento do que nunca, a menos que voce esteja teclando dos países baixos. Cê tá???

          4. Nossa, você tá de zoeira. Primeiro vamos lá, a estatística de que advogados são cada vez mais necessários.
            Eu tenho uma tese: eles são cada vez mais necessários porque cada vez mais estamos tentando resolver nossos conflitos na Justiça, e não na peixeira. Que tal essa?
            O discurso da “honra” foi o que motivou muitos crimes no passado. Até hoje um ou outro lava a honra com sangue, movido a peixeira. Felizmente são cada vez menos. A maioria prefere uma ação civil com direito a indenização. Advogados são sintoma de civilização, meu caro. 😉

          5. Tô nada Salva. Obrigado por compartilhar sua tese mas permita-me contra-argumentar. Muitas vezes o que cria um produto, uma profissao, é uma demanda. Advogados, na concepcao da advogacia nem trabalhavam por ônus. Eram os que intercediam para ajudar as classes que se sentiam injustiçadas e precisavam de ajuda diante das autoridades. Hoje profissionais, os advogados se tornaram “necessarios nao porque cada vez mais estamos tentando resolver nossos conflictos na Justiça, e nao na peixeira”. Mas porque a demanda da populacao que sofre injustiça se multiplicou assustadoramente. E porque??? Porque as pessoas empenham a palavra e nao cumprem o combinado. Da mesma forma que o PROCON, por exemplo, foi criado para proteger o consumidor, pois os abusos estavam se repetindo e a demanda gerou a necessidade de um orgao como o PROCON. Os serviços de atentimento ao cliente foram criados para atender a uma demanda da mesma maneira. O advogado não é diferente.
            Por favor nao restrinja honra à violação fisica ou matrimonial. Considere o sentido amplo da palavra. Honrar a hora do compromisso, honrar o que foi combinado, honrar a palavra empenhada, honrar o horário, etc. Lavar a honra com sangue não era crime há um seculo e agora nem há espaço para considerar isso no mundo ocidental. Mas vejamos…se eu utlizar o conteudo dos seus livros como se fosse meu, sua honra não estaria manchada, nem seria necessaria lavá-la com sangue, mas ainda assim eu seria o mentiroso talvez fazendo dinheiro com suas publicações e valores academicos. Estou certo de que voce nao viria atras de mim com a peixeira e para solucionar essa pendenga voce mandaria um advogado. Mas tudo começou porque voce queria solucionar o problema de forma profissional??? Não!!! Tudo comeou porque eu não tive o decoro de respeitar o copyright. Uma vez mais…a demanda…deu lugar ao advogado.E isso porque NUNCA NA HISTORIA DESSE PAIS…SE MENTIU TANTO. (Sem ofensas pelas letras maiusculas.)
            Desde que voce é um sujeito inteligente, e vou creditar a voce honra, te faço um desafio: Pergunte a 5 pessoas que te conhecem e a 5 pessoas que nao te conhecem a seguinte questão.
            1 – Voce acha que o mundo hoje é mais violento que no passado? Sem maiores explicações e sem estatisticas, sem delongas ou pormenores. Apenas a pergunta que pode apenas ser respondida com um sim ou com um nao. Em seguida voce compatilha o resultado de sua amostragem. Que tal??? Já estou curioso apesar de já saber a resposta.

          6. Eu também já sei a resposta. Isso se chama “senso comum”. Nunca o mundo esteve tão conectado, e nunca a exposição ao conteúdo foi tão direcionada. Minha esposa consome muitas notícias de desgraça na internet e fica particularmente tocada com histórias envolvendo crianças. O que o Facebook mostra pra ela? Mais desgraça. Já não é esse o meu perfil de leitura, logo o Facebook NUNCA me mostra desgraça alguma. Os algoritmos das redes sociais estão programados para te dar mais do que você tem maior probabilidade de clicar, curtir e compartilhar.

            Então, é natural que a maioria das pessoas pense que o mundo está mais violento. Elas nunca leram sobre tanta desgraça junta! É evidência anedótica, baseada no senso comum.

            Eis a diferença entre senso comum e bom senso. Senso comum é o que parece ser. Ele te ajuda a formular uma hipótese. Você pensa: Nossa, o mundo nunca esteve tão violento! Se você ficar por aí, nunca saberá se é só uma impressão ou essa é mesmo a verdade. O sujeito que tem bom senso parte do senso comum, mas então testa o senso comum buscando dados que corroborem ou refutem a tese. E os dados, cuidadosamente compilados pelo psicólogo evolutivo Steven Pinker, no livro “Os Anjos Bons da Nossa Natureza” (Cia. das Letras), mostram que a violência está num declínio absurdo desde o fim da Segunda Guerra Mundial.

            Só o fato de que, depois da Segunda Guerra Mundial, não tivemos nenhum conflito direto entre superpotências até hoje, e já se vão 71 anos, ajuda a ilustrar o aumento da civilidade do mundo. Claro, estamos falando da média global. Em alguns lugares, as coisas ainda estão bem ruins — como na Síria ou mesmo aqui no Brasil –, mas mesmo nesses lugares a taxa de mortes por 100 mil habitantes é muito inferior à que houve em décadas e séculos passados.

            Se você quiser mais detalhes sobre isso, recomendo fortemente a leitura do livro do Pinker. É um catatau, não é para os pouco curiosos, mas trata-se de uma obra excelente e conclusiva a esse respeito. Caso falte tempo, tem um resumo aqui que já ilustra bem o caso, com a desvantagem de ser em inglês: http://www.vox.com/2016/8/16/12486586/2016-worst-year-ever-violence-trump-terrorism

            Agora, claro, você pode ignorar tudo isso e ir pelo senso comum. Lembrando que, pelo senso comum, a Terra é plana, o Sol e a Lua têm o mesmo tamanho e por aí vai… 😉

    3. O próprio Universo se revelou extraído do Caos. Ainda hoje encontramos galáxias que se chocam, buracos negros que sugam tudo à sua volta, estrelas que explodem, raios gamas que percorrem o espaço aniquilando tudo em seu caminho de destruição.
      Este é o Universo que temos para viver! Não é perfeito,as é nosso lar.
      Está é a humanidade que nos cerca, não é perfeita, mas é nossa irmã.
      Estamos no caminho. Assim como nosso Universo também está.
      Ambos damos nossos tropeços, nossas colisões, mas estamos em constante aperfeiçoamento.
      Nossa visão, será mais prazerosa, se for uma visão otimista. Existe as duas: a pessimista e a otimista. Prefiro a segunda. Até porquê acredito nela.
      Mas tenho que concordar com você em uma coisa: “A verdade não está lá fora”.

      1. Obrigado Marcos,
        Não sou contra ciência e espero que isso não tenha sido subentendido. Apenas não confiro à ciência o status de Deus. Também me considero otimista e sempre prefiro o otimismo ao pessimismo. Porém preciso ser realista. Progresso de um às custas do sangue de outros não é ético, mas isso só pode ser considerado por quem ainda tem resquicio da etica divina. Como foi o exemplo da freira dado ao Salvador. Porém, como em na sociedade contemporanea existe uma cruzada contra Deus…em breve vao descobrir que quando o excluiram, excluiram a unica pessoa da qual emana amor e paz e portanto o amor e a paz saírão de cena com Ele (Deus). Acho que algumas pessoas ja viram isso, uma sociedade em que o amor e a paz sao protegidos por blindagens e cercas eletricas, condicionados a bolsoes e nao mais global e em breve, nesse mesmo curso, será existente apenas onde Deus estiver presente.

        1. Você tá ligado que Colombo achava que estava em missão divina em sua jornada para as Índias, né? 😛

          1. Infelizmente Salva, e o infeliz ainda utilizou um eclipse pra se safar. Mas cá entre nós Salva, a igreja é como a sociedade médica. Tem medicos serios e os picaretas, os comprometidos com o paciente e o comprometido com o dinheiro, o medico por pendor e medico por status. A maioria deles oferecem serviços nos hospitais que agregam pacientes diversos que vao de uma pequena dor de cabeça resultante de uma noite mal dormida ao paciente no ultimo estagio cancerigeno ou o paciente politraumatizado. Pessoas diferentes trabalhando com necessidades diferentes ainda que dentro do mesmo oficio. Os desmandos de um medico porem, nao tira a nobreza da medicina. Da mesma forma, os abusos desse ou daquele pastor, padre nao podem manchar a nobreza do cristianismo. Esses borra botas é que precisam ter suas credenciais cassadas. Eles nada tem de Cristo.

  5. Excelente matéria Salvador ! Torcendo pra que realmente não seja um Venus da vida, está em zona habitável, mas como você citou tem o efeito estufa devastador, e se não fosse isso pelo fato de vênus está mais próximo do sol e possui um campo gravitacional fraco (apesar da massa ser muito próxima a massa da terra) também não seria muito propício a vida, correto ?
    Que venham novas descobertas e novas formas de vida.
    Gostei do nome da Próxima casa.

    1. Vitor, a rigor, o nível de radiação de Proxima b é um pouco menor que o da Terra, então, em princípio, há razão para otimismo quanto à hipótese de “venusificação”. Contudo, vamos combinar que clima é uma coisa extremamente complexa — vide os modelos climáticos terrestres. Esse exercício dos astrônomos é apenas uma aproximação de primeira ordem, e mesmo aí há muitas variações possíveis. Só a observação e o estudo desse e de outros mundos nos levará a um entendimento mais sofisticado do clima em planetas terrestres — o que, é claro, ajudará a entender o nosso próprio planeta!

  6. Salvador, alguém já apontou um rádio telescópio para este planeta para ver se ouve a transmissão de algum jogo de futebol ou qualquer outra coisa??? Seria possível “ouvir” algum tipo de transmissão deles, ou eles ouvirem as nossas??? Já que estamos tão “perto”!

    1. Sim, já tentaram. Mas lamentavelmente os proximanos parecem usar somente TV a cabo. rs

      1. Salva,
        Com base nessa resposta sua. Não seria muito provável que não exista vida inteligente por lá, visto que, uma sociedade evoluída provavelmente emitiria sinais de rádio do seu dia a dia?

        1. Vai saber. E se for uma sociedade tão evoluída que já descobriu há milênios que rádio é uma tecnologia tosca demais para comunicação, e eles usam transporte de partículas por buracos de minhoca que atravessam as dimensões enroladas descritas na teoria de cordas? 😛

          1. Da NET? Você só pode estar brincando!
            Eles vão te entregar 10% das partículas prometidas, e olhe lá. rs

  7. Excelente notícia, e mais que excelente matéria, Salvador, você soube transmitir de forma soberba todo o entusiasmo de um amante da ciência e do Universo, parabéns!

    Se tudo correr bem, uma de nossas sondas estará chegando por lá antes de 2050: Esperemos que até lá a humanidade tenha evoluído o suficiente para ser digna desse primeiro passo tão importante na verdadeira “jornada nas estrelas”.

    Abraço.

    1. Uau, seria incrível se acontecesse antes de 2050! Não sou tão otimista, mas acho que ainda vamos ouvir falar muito desse planeta aí até lá. 😉

  8. Excelente Salvador! Parabens pela materia!
    O que seria necessario para um super campo magnetico? O fato de estar pertinho da estrela pode manter o nucleo mais ativo e quente e com isso gerar um campo mais forte?
    Faz sentido ou estou viajando?

    1. Sim, pode ter um campo magnético mais forte pela proximidade maior. Mas ainda precisamos entender direito como funciona esse troço de campo magnético. Vênus, por exemplo, não tem, e é praticamente do mesmo tamanho que a Terra e está mais perto do Sol. Problema a ser resolvido ainda.

  9. Salvador, compartilho com você a emoção de ver realizada uma descoberta que era “sonho de infância”. Não é meu sonho número 1, nem 2, mas certamente o 3 (o 1 é presenciar o dia em que a humanidade fará contato com alienígenas inteligentes – e, espero, amistosos…; o 2, o dia em que se confirme a primeira forma de vida fora da Terra).

    Uma pergunta: o James Webb permitirá imagear explanetas em luz visível?

    Abraço e continua firme “contra a maré” que você citou, na divulgação científica 😉

    1. Eu sempre enumerei na ordem inversa à sua, pelo simples fato de que a sua 3 iria naturalmente vir primeiro, e só aí poderíamos achar 2 e, quem sabe, 1. rs
      Sobre o James Webb, ele trabalha só com infravermelho, então não.
      Abraço!

  10. Excelente! Compreensível mesmo para um leigo absoluto, como eu. A ciência é uma viagem que nunca termina.

  11. Prezado, fascinante sua matéria, sou leigo no assunto mais apaixonado pelo universo e seus mistérios, pergunto? Vc acredita na teoria de universos paralelos? Atualmente quais os métodos que utilizamos para um contato extraterrestre?

    1. Universos paralelos são uma ideia interessante, mas não verificável no momento, então não perco muito tempo pensando nisso.
      Sobre métodos para busca por inteligência extraterrestre, atualmente nos concentramos em sinais de rádio e laser pulsados.

  12. Salva,
    Ultima pergunta, prometo…rs
    Fugindo um pouco do post, mas de extrema importância também.
    Estamos a 3 dias da reentrada da Juno em Júpiter.
    Em que pé está isso?
    Apresentou algum problema ou está perfeita?
    Algum imprevisto?
    Podemos esperar imagens e comentários aqui já no dia 28?
    abçs

    1. Tudo certo! Tava vendo um filminho que tem imagens até o dia 11 — nada de muito diferente do que já vimos. Mas espero que os caras divulguem a coisa no 28 sim!
      Abs!

  13. Parem de se iludir, não existem outros planetas, as únicas coisas que existem são a terra, o sol e a lua e algumas estrelinhas que deus criou para deixar a noite mais bonita.

    1. Pare de se iludir, não tem cérebro na sua cabeça oca, Terraplanilson.

      Volta a jogar PS4 que você ganha mais, volta.

  14. Bem legal mesmo.
    Mas pelo jeito a gente teria que andar com armaduras de chumbo por lá, pois o planeta recebe uma carga elevadíssima de raios-X.

    Abraço!

    1. Um detalhe importante. Certamente os “proximanos”, se existirem, estão adaptados e não se importam. Mas a gente não ia gostar muito desse tanto de raios X aí… rs

  15. Parem de se iludir, não existem outros planetas, as únicas coisas que existem são a terra, o sol e a lua que deus criou para deixar a noite mais bonita.

    1. E o PS4. PS4 existe também, para deixar moleques mais vidrados nas noites e não perceberem que elas ficam mais bonitas com a Lua e o… Sol?? Não, pera.

    2. Vai estudar e pare de acreditar nestes pilantras que dizem que a Terra é plana. Eles só estão agradando os jogadores de videogame que tem uma imensa preguiça de estudar.

      1. Ó o respeito, eu jogo videogame E estudo… não generalize.

        Imbecil é imbecil, jogando videogame ou não.

        😉

        1. Desculpe se parece que eu generalizei, você sabe que há jogadores de videogame que passam longe de estudar, não são todos.

  16. Fascinante e inspiradora, esta descoberta! O interessante é pensar também que o método utilizado para descobrir Proxima b não apenas deverá se tornar um tipo de protocolo, como também será aperfeiçoado pelos novos telescópios que entrarão em serviço no futuro. Como amante de Astronomia e Astrofísica, eu sempre recebo com enorme entusiasmo notícias como essa. Parabéns e obrigado, Salvador, pela qualidade excelente deste blog!

  17. Ótimo artigo, Salvador…gostei da forma como escreve e abordou o assunto…ri muito quando escrevei que as anãs escondem a idade mais que a Marta Suplicy…o que é bem verdade…

    Parabéns.

  18. Nieztsche em seu livro Aurora fala em colonização de estrelas, parabéns por lembrar o Giordano Bruno.

    1. Nieztsche era interessante. Mas aquele bigode, vou te falar, uma aparadinha não faria mal. rs

  19. Não é triste saber que oficialmente a ciência nos informa que descobrimos um possível planeta, digo possível porquê não foi literalmente visto. que possivelmente pode ser habitável? Quando a verdade será revelada pela nossa amiga NASA, que sabe muito mais do que isso? Quando isso acontecer, cientistas, astrônomos e pesquisadores talvez cometam suicídio de tanta indignação,desprezo e tristeza.

    1. Sei não. Normalmente quem acredita em conspirações está mais perto de uma crise suicida do que quem não acredita. Se eu ficasse imaginando complôs o tempo todo para esconder a verdade de mim, passaria a vida inteira estressado, preocupado e desconfiado. Certamente não é a condição psiquiátrica ideal. Mas isso é só a minha opinião. Enjoy science, man!

  20. Prof. Salvador, então nesse planeta o “sol” nunca se põe? Naquela região que aqui chamamos de horário “sunset”, sempre poderemos tirar belas selfs, é isso mesmo? Outra coisa, e aquele planeta descoberto pelo Kepler alguns meses atrás, porquê não entrou na sua lista de mais próximos? Aquele K qualquer coisa, não me lembro o número.

    1. Se ele realmente estiver gravitacionalmente travado, não, o Sol nunca se põe (ou nunca nasce, se você estiver no lado escuro).
      Sobre o ranking, peguei só os seis mais próximos, e usei a versão menos otimista da zona habitável, por isso não entrou nenhum do Kepler. (Na verdade, queria ter incluído só cinco, mas como tinha vários no mesmo sistema, não haveria como excluir um e deixar os demais…)

      1. E dá pra tirar um selfie do esqueleto sem máquina de raios X! A fila do SUS lá deve ser bem menor. rs

    2. Cara, pensa bem, nesse planeta vc pode tirar selfies a todo minuto com o pôr do sol atrás… ou no sunrise…

  21. Salva. Boa tarde. Imagino a possibilidade de explorarmos um planeta deste. Se compatível com a vida como a conhecemos, como adequaríamos nosso calendário em um planeta que orbita sua estrela em apenas 11.2 dias. Seria muito estranho.

    1. Bem, eu comeria um bolo de aniversário a cada 11 dias tranquilamente. E você? rs

  22. Salva. Boa tarde. Imagino a possibilidade de explorarmos um planeta deste. Se compatível com a vida como a conhecemos, como adequaríamos nossas calendario em um planeta que orbita sua estreal em apenas 11.2 dias. Seria muito estranho.

    1. A estrelas se chama Proxima Centauri, ou, simplesmente, Proxima. (Tem outros nomes alternativos, como Alfa Centauri C, ou Gl 551, HIP 70890 etc.)
      Planetas são batizados pela ordem de descoberta com uma letra minúscula, a começar por “b” (presumindo que são o segundo objeto do sistema, uma vez que a estrela já era conhecida). Daí Proxima b.
      E Proxima Centauri é a estrela mais próxima do Sol, o que justifica o nome. Além de tudo, é um nome bonito: Proxima. Eu acho.

  23. Salvador, boa tarde! Como sabemos que Proxima Centauri forma um sistema com Alpha Centauri AB, se elas estão tão distantes entre si? Alpha A e B estão bem mais perto entre si, não? É possível notar o movimento entre elas? Qual o período deste movimento? Obrigado

    1. Fernando, é uma ótima pergunta. Os astrônomos, com instrumentos de alta precisão e vários anos de observação, podem medir o movimento das estrelas no céu, e tudo indica que Proxima está se deslocando junto com o par AB, provavelmente orbitando-o a uma boa distância. Ainda não é 100% certo — é possível ainda, embora não muito provável, que Proxima não esteja associada a Alfa Cen AB. Só as contínuas observações poderão confirmar isso de forma definitiva. Importante lembrar que faz apenas cem anos que conhecemos Proxima, e sua órbita em torno do par teria período de dezenas de milhares de anos…

  24. Só me responda uma coisa para que eu saiba se você merece alguma credibilidade.
    O Big Bang existiu?

    1. O que você define como Big Bang? Se define como um estágio anterior do Universo extremamente quente e denso que se expandiu e se esfriou dando origem ao cosmos como o conhecemos hoje, com certeza sim. Se você define Big Bang como um momento que marca o início absoluto de tudo que existe, e que nada havia antes dele, aí eu diria que há controvérsias. Faça sua escolha. Vamos ver se você também merece alguma credibilidade. 😛

  25. Não irão encontrar nada, o ser humano não entendeu que seu domínio é aqui, seu limite neste momento. Deus nos permitiu viver aqui e nos mostrou como fazer isso, precisamos crescer muito como seres humanos, tratar nossas misérias espirituais que são muitas. E quando Jesus voltar teremos oportunidade de avançarmos. Por enquanto o que basta é vivermos bem aqui e crescermos espiritualmente para termos uma chance. Boa sorte à todos nós.

    1. Não irão encontrar nada

      Falou o vidente. Juscelino da Luz perde!

      , o ser humano não entendeu que seu domínio é aqui,

      Aqui, na Lua e, brevemente, em Marte. Tudo isso pessoalmente – e até o momento. Mas com sondas e satélites, o espaço é o limite!

      seu limite neste momento.

      Vide acima.

      Deus nos permitiu viver aqui e nos mostrou como fazer isso, precisamos crescer muito como seres humanos, tratar nossas misérias espirituais que são muitas.

      Hum… não.

      E quando Jesus voltar teremos oportunidade de avançarmos.

      Rapaz, esse tá demorando! Deve ter se perdido em Albuquerque!

      Por enquanto o que basta é vivermos bem aqui e crescermos espiritualmente para termos uma chance.

      Prefiro estudar, traz mais retorno.

      Boa sorte à todos nós.

      Você precisa de sorte, eu preciso de conhecimento.

    2. Fabio, a sua opinião é uma boa desculpa para não estudar!!! Agarre-se na Biblia, viva a sua vida como você gosta e deixe os outros curtirem o Universo a vontade.

    3. Posso pensar que nem a alma, nem o espírito e nem Deus existem da mesma forma que vocês pensam que extraterrestres, outros planetas e outras luas existem?

    4. Quem cria um quebra cabeça, quer mais é ver os outros aprenderem a monta-lo. Então o Deus que criou o cosmos deve achar bem legal que nós aprendamos a decifra-lo. Quanto a Jesus, não espere ele voltar até nós, pois isso não vai acontecer. Agora é a nossa vez de ir até ele. Ao infinito e além. E lembre-se: não foi o homem quem criou a ciência, ele apenas a está decifrando, de acordo com suas limitações. Quem criou a ciência, foi Aquele que tudo criou. Ciência = conhecimento. Conhecimento bem aplicado = sabedoria.

  26. A matéria esta magnífica… cada vez que eu fazia uma pergunta ao longo da leitura a resposta surgia na sequência do texto…a referência final a Giordano Bruno foi essencial…sugiro que, daqui uns 6 ou 8 anos, com a evolução acelerada da tecnologia de detecção de planetas extrassolares, seja publicada uma edição atualizada do livro “Extraterrestes” contendo as descobertas fascinantes que virão…

    1. Eu já penso nessa matéria aí como um capítulo bônus do “Extraterrestres”. Tamanho de capítulo ela tem, e densidade de informações também. 🙂

      1. Mas sobre uma possível edição atualizada de “Extraterrestres” em 2022 ou 2024 com os dados do James Webb e outros telescópios e suas descobertas…nenhuma pista…

  27. Salvador, primeiro parabéns pela matéria. É realmente empolgante. Fiquei curioso porque, para o leigo, um componente importante deve ser a gravidade no mundo em questão. Sua rotação (11,2 dias) em órbita travada seria equivalente a um lançamento de martelo na olimpíada? Ou estou misturando gravidade com força centrífuga?

    1. Em termos de força centrífuga, seria menor que a da Terra, que faz um giro 11 vezes mais rápido.
      A gravidade, com 1,3 massa terrestre, também não deve ser lá grande diferença — vai depender do tamanho do planeta. Se tiver densidade similar à da Terra, fica na mesma em termos de gravidade.

  28. Salve, Salva!
    Como sempre, mais uma matéria sensacional!
    Destaque para a icônica frase “Determinar a idade de anãs vermelhas não é coisa mais simples do mundo, porque elas tendem a viver muito e escondem a idade melhor que a Marta Suplicy.”
    Pior ainda se elas escondessem a idade como a Glória Maria! hahaha

    1. Rapá, devia ter dito Glória Maria! Estava influenciado pelo debate da Band… rs

    1. Tamos aí, meu querido! Agora é ir atrás daquele seu catálogo na espectroscopia de Proxima b! 🙂

  29. Salve Salva….
    Que bela confirmação!!
    Tire uma dúvida minha. Dentro dos últimos trabalhos de viagem espacial, surgiu aquela teoria
    de nano-sondas serem impulsionadas por lazer alcançando assim cerca de 20% da velocidade da luz. Isso que dizer que essas sondas demorariam cerca de 20 anos para chegar lá e mais cerca de 5 anos para recebermos de volta fotografias, e outra medições, correto?
    A segunda pergunta. Já vi varias reportagens sobre essa teoria, inclusive aqui, mas em que pé está? Existe a possibilidade de termos essa tecnologia para ser lançada já nos próximos 5 anos?
    Abçs

    1. Isso, Oswaldo — uma vez lançadas, ainda teríamos de esperar 25 anos por uma resposta de lá — se elas chegassem lá inteiras. Né fácil, não.
      Em cinco anos? Não. Talvez se as agências espaciais largassem tudo pra fazer isso, mas com o atual nível de investimento, não teria como. Nem mesmo seria justificável, porque ainda podemos aprender muito telescopicamente. Eu só iniciaria um crash program disso se detectássemos atmosfera de oxigênio-nitrogênio lá, com traços de metano e dióxido de carbono. Aí teríamos bons motivos para dar esse salto. (Antes disso podemos trabalhar em telescópios capazes de fazer essas detecções e, quem sabe, mapear até continentes!)
      Abs!

  30. Descobertas incríveis da ciência moderna que não param de me fascinar!
    Minha única tristeza nisso tudo é não estar aqui no dia que o homem desbravar o universo.

    Que falta faz uma Enterprise nos dias atuais 🙂

    1. Estamos desbravando já! Veja o meu vídeo de comentário! Eu fiquei realmente emocionado com essa ideia. Nós somos a única geração que pôde vivenciar a angústia de não saber e a glória de saber! As próximas já nascerão sabendo. 😉

  31. Amigo, gosto muito dos seus textos. Sou um entusiasta com o tema “universo” e acredito fielmente na existência de coisas inimagináveis ai fora. Espero que até o dia da minha morte, daqui há alguns anos (espero), o ser humano seja capaz de desvendar mais mistérios sobre as galáxias vizinhas e, por que não, encontrar as tão desejadas vidas extraterrestres?

  32. Interessante o sistema de propulsão a laser. Pesquisadores na China ao cortar com laser uma espuma feita de óxido de grafeno notaram um movimento na espuma. Quando colocaram a espuma de grafeno em um tubo a vacuo e um laser na base do tubo a espuma começou a levitar sob a luz. Esse efeito é possível também com luz solar concentrada (vela solar).

  33. Excelente artigo. Profundo, didático e explicativo. Vou olhar de maneira diferente para aquela (s) estrela (s) logo abaixo do Cruzeiro do Sul.

    1. Eu sempre olhei pra elas interrogativamente… Eram as vizinhas. Eu QUERIA saber. E agora começamos a saber. Não é incrível? 🙂

  34. Dentre todas as dificuldades, que não são poucas, a que mais me estarrece é a de como mirar em algo tão pequeno a uma distância tão incompreensivelmente grande como essa.

        1. Falou o cara que usa um computador pra postar uma mensagem pra outro lugar do país estando sentado no sofá de casa.

          Fica sentado, Cláudia.

          1. Não Claudia, falou o cara que está sentado no sofá sim, de longe sim, com o computador sim. Mas estou sentado no sofá idealizado por um homem, vivendo em uma comunidade distante e interdependente desenvolvida pela homem, com o computador que um homem desenvolveu. Por ultimo, foi minha a decisao de mandar a mensagem que deflagrou o processo. Portanto, science has a part on everything, but definitely does not rule. Got it???

    1. Não seja tão pessimista. Estamos por aqui há 200 mil anos já e não destruímos nem o nosso. 😉

    2. Mas seria muita idiotice, acreditar que neste vasto universo, nós somos os únicos seres vivos a habitá-lo. Como não conhecemos nem uma pequenina parte dele, com certeza há várias tipos de formas vivas em outros lugares. Quando formos capazes de viajar pelo universo, ainda encontraremos nossa resposta.

  35. Os cientistas deveriam parar de talvez isso, talvez aquilo, quem sabe um dia, no futura , informações muito vago sem nenhuns embasamento só deduções, eles deferia dar qualquer informação quando certo do assunto. Descobre algo mais não tem certeza, que choto isso.

    1. Neto, é assim que a ciência funciona. Ela propõe hipóteses testáveis e aí testa. Sem um “acho que” antes, não há como pensar num experimento que diga se é ou não é.
      Essa é a diferença entre a ciência e as outras formas de conhecimento. A ciência passa pelo “acho que”, depois migra para o “parece que” e termina no “quase com certeza absoluta é”. Já as outras formas de conhecimento começam com “é isso e acabou” e não progridem além deste ponto. Se começam erradas, terminam erradas. O fato de se auto-corrigir é a grande maravilha da ciência e explica todo o seu sucesso — manifesto em todas as nossas traquitanas tecnológicas, para não ir mais longe do que o computador de onde você digitou esse comentário. 😉

      1. Excelente matéria, excelente conteúdo e ótima resposta.
        O que seria da ciência sem o ACHO QUE, é isso que fez o mundo evoluir ao que é hoje, testando teorias sem medo de errar e tentar de novo.
        Parabéns!

    2. Que falta de capacidade de imaginação… se a Humanidade toda fosse assim como você, ainda estariamos nas cavernas…

    3. Bom mesmo são as certezas prontas e acabadas do seu senso comum. Elas não tem dúvida de nada, não tem hipóteses, não tem do que duvidar e, também, não tem o que superar. Você deveria dispensar o uso de todas as conquistas científicas, pois, em regra, elas são produtos da superação ou aperfeiçoamento daquilo que foi compreendido anteriormente. A primeira coisa é dispensar os anestésicos, acho que te faria bem!

    4. Fazer um esforço para fazer novas descobertas é chato? E ter a certeza de tudo sem fazer esforço algum não seria muito mais chato?

    5. Parece que vc não entende muito bem como funciona o método científico apesar de se aproveitar bem dos seus benefícios. “… informações muito vago sem nenhuns embasamento…”. Amigo, embasamento é o que mais tem nas teorias científicas. Embasamentos são evidências. Mas evidências não são certezas. Porém, se vc fica desconfortável com as incertezas da vida, agarre-se a alguma religião. 99% das pessoas do planeta fazem isso. Aí vc vai ter certeza de tudo sem ter prova de nada. Mas se isso te deixa mais confortável, vá em frente.

    1. Eu recontei e acho que está certo. Note o “%” que implica comer dois zeros. 😉

      1. Ah, então está certo. Eu tinha entendido que a chance de haver erro era de 7 x 10^-8 %. Um abraço.

        1. Olhaí, pessoal da Fuvest, dá pra fazer uma questão com pegadinha com essa história aí! 🙂

          1. Não dá ideia, por favor! Minha filha vai prestar jornalismo e ela não se dá muito bem com as exatas…rsrsrs

  36. Salvador, duas perguntas para você e para os amigos leitores:

    1. Usando apenas estatísticas e probabilidades, você acha que existe vida (inteligente ou não) extraterrestre?

    2. Usando apenas seu feeling, você acha que existe?

    abraços.

    1. Com o que temos no momento, dezenas de milhares de anos.
      Mas há ideias para fazer o percurso em 20. E como o astrônomo Roberto Costa, da USP, gosta de lembrar, 150 anos atrás a velocidade máxima atingida por um veículo era uma locomotiva na descida, nem bem 150 km/h. Hoje tranquilamente conseguimos imprimir 70 mil km/h a uma sonda. O que faremos em mais 150 anos? 🙂

      1. Salvador, já q falou-se em velocidade das maquinas humanas. Que tal uma matéria sobre as teorias de viagem no espaço via dobras do espaço-tempo, etc… Aproveitando que Star War e Star Trek estão para lançar novos filmes.

  37. Essa é uma descoberta fascinante.

    Aposto que não sou apenas eu que já imagina como seria viver em Proxima b.

    1. Eu fiquei imaginando que prazer seria ter nascido em Proxima b e ter duas estrelas vizinhas pertinho para visitar. Se você pensar, eles lá ficariam mais empolgados em descobrir planetas em torno de Alfa Centauri A e B do que em torno do nosso Sol! E cá estamos nós! 🙂

  38. Se precisarem de cobaias tem um monte de políticos corruptos no Brasil, caso não couber, mande-os para o planeta Mercurio para tomar um bronzeado

  39. Esse é um dos poucos sites de língua portuguesa com conteúdo de qualidade, sem sensacionalismos, técnico, divertido e que não trata os leitores como idiotas.

    Certamente top 5 em qualidade de conteúdo. Parabéns e continue com as incríveis postagens que expandem nossos horizontes e nossas mentes.

  40. Toda vez que abro “No Man’s Sky” eu lembro do seu blog e das suas postagem. O Universo é maravilhoso e você nos aproxima das estrelas todos os dias. Parabéns!

  41. Descobrimos Pandora!! Bora preparar as naves pra minerar Unobtanium e dominar a população Na’vi!

    Hahaha Brincadeiras a parte, uma descoberta simplesmente incrível, que abre as portas pra exploração interestelar ainda neste século!! Talvez ainda não tripulada, mas uma sonda investigativa acelerada por laser a velocidades relativísticas já me parece bem viável de conseguiremos mandar ao sistema Centauri ainda neste século!

    1. Pandora, se não me engano, é uma lua que orbita um planeta gigante gasoso em Alfa Centauri A.
      E esse aí, além de estar um cadinho mais perto, em Proxima, tem a vantagem de ser real. 😛

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