Astrônomos detectam atmosfera em exoplaneta de porte terrestre

Salvador Nogueira

Usando um telescópio de modestos 2,2 metros de abertura, um grupo de astrônomos acaba de reportar a detecção da assinatura de luz da atmosfera de um planeta ligeiramente maior que a Terra, a 39 anos-luz daqui, na constelação da Vela. Ao que tudo indica, ela pode ser rica em vapor d’água. O pequeno mundo é quente demais para abrigar vida, mas trata-se de um feito importante para finalmente começarmos abrir a “caixa-preta” dos exoplanetas.

O exoplaneta GJ 1132 b completa uma volta em torno de sua estrela, a pequena anã vermelha GJ 1132, a cada 1,6 dia. Com essa órbita tão curta, ele tem uma temperatura de equilíbrio de cerca de 350 graus Celsius, o que faz dele um péssimo candidato para abrigar formas de vida terráqueas — mas um ótimo candidato a ter sua atmosfera detectada. A proximidade entre o planeta e a estrela ajuda, assim como o fato de que ele realiza trânsitos periódicos à frente dela com relação a nós, aqui na Terra.

Usando o telescópio de La Silla, do ESO (Observatório Europeu do Sul), no Chile, o grupo de astrônomos liderado por John Southworth, da Universidade Keele, no Reino Unido, observou nove desses trânsitos, colhendo simultaneamente luz em diversas frequências do espectro eletromagnético, entre visível e infravermelho. A ideia era observar a redução do brilho da estrela conforme o planeta passava à frente dela, nos diferentes comprimentos de onda observados.

E o que eles notaram foi que em um dos comprimentos de onda, no infravermelho, o planeta parecia sensivelmente maior que nos demais. Essa diferença só poderia ser explicada por uma atmosfera que é “opaca” (ou seja, barra a luz estelar) nessa frequência, mas “transparente” (ou seja, deixa a luz passar) nas demais.

De acordo com as análises feitas pelos pesquisadores, publicadas no “Astrophysical Journal”, a detecção é bastante robusta e inequívoca — o efeito é real com mais de 99% de confiança. Trata-se do menor exoplaneta, portanto, a ter sua atmosfera detectada. Estima-se que ele tenha diâmetro 40% maior que o da Terra, e massa 60% maior. Para que se tenha uma ideia, o recordista anterior a ter sua atmosfera sondada, 55 Cancri e, tinha 700% mais massa que a Terra. (O Mensageiro Sideral falou dessa detecção aqui, no ano passado.)

E A COMPOSIÇÃO?

O principal ganho em observar uma atmosfera exoplanetária é poder dizer de que ela é feita. Com a detecção feita em La Silla, ainda não dá para cravar, mas os principais gases suspeitos de barrar a luz estelar na frequência medida são vapor d’água e/ou metano, em concentrações variadas. Os pesquisadores indicam inclusive que, com a câmera WFC3, do Telescópio Espacial Hubble, seria possível confirmar que se trata mesmo de água, se for o caso. (E aposto que eles já devem estar solicitando tempo de observação com o venerável satelite da Nasa para fazer essa checagem.)

Claro que a presença de vapor d’água, nesse caso, não seria um indicativo de habitabilidade; GJ 1132 b é um mundo escaldante, com temperaturas altíssimas, e viver nele seria mais difícil do que no interior de uma panela com água fervente.

Ainda assim, a potencial detecção de uma atmosfera relativamente espessa nesse planeta (com altitude estimada em 1.400 km, bem maior que a da Terra, que já não é muito apreciável além dos 100 km) é uma boa notícia para a busca por vida. Isso porque ele orbita uma estrela anã vermelha de meia-idade, com mais de 5 bilhões de anos.

Esses astros costumam ter uma infância muito turbulenta, de modo que alguns astrônomos consideravam bastante possível que planetas ao redor delas tivessem sua atmosfera completamente devastada logo nos primeiros milhões de anos do sistema. A detecção mostra que, pelo menos em alguns casos, isso não acontece, e exoplanetas de anãs vermelhas são capazes de reter respeitáveis invólucros de ar — pré-requisito para a presença de água líquida em sua superfície, que por sua vez é condição essencial para a vida tal qual a conhecemos.

Não custa lembrar que anãs vermelhas, menores que o nosso Sol, respondem por três quartos de todas as estrelas da galáxia, de modo que a perspectiva de que elas abriguem mundos habitáveis aumenta em muito a chance de encontrarmos um deles nos próximos anos.

Estamos só esquentando os motores. Daqui para frente, a pesquisa de exoplanetas será de arrepiar.

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Comentários

  1. Salvador, como se pode estimar a força de atração da gravidade na superfície de uma superterra, tipo LHS 1140b?

    1. Usando a fórmula clássica de Newton, M.G/d^2, em que M é a massa do planeta, G a constante gravitacional e d a distância até o centro, ou seja, o raio do planeta.

  2. OFF TOPIC mas não muito: a lua Europa tem esse nome em homenagem ao continente, ou vice-versa?

    1. A lua Europa é homenagem à personagem da mitologia greco-romana, de onde também saiu o nome do continente. Io, Europa, Ganimedes e Calisto foram todas amantes de Zeus/Júpiter em algum ponto da história. Os nomes foram sugeridos a Simon Marius — que as descobriu de forma independente de Galileu, no século 17 — por Johannes Kepler, e foram os que pegaram. (Galileu, que é o descobridor oficial, queria chamá-las de estrelas mediceanas, em homenagem a seus patronos, a família Médici, da Toscana. A nomenclatura de Marius sem dúvida era mais interessante.

      1. Obrigado!

        * Homenagear Médici seria interessante. Imagina trocar os nomes das luas por Médici, Geisel, Costa e Silva e Castelo Branco!

        1. Huahuahuaha, deixa o Bolsonaro descobrir quatro planetas pra você ver o que acontece! rs

          1. Imagina esses generais descobrindo que deram os nomes deles para simples luas, que orbitam um planeta, que orbitam uma estrela, que orbita o braço de uma galáxia…..

  3. Este tipo de descoberta parece a história do homem que encontrou uma mala cheia de dinheiro, contendo notas falsas.O planeta tem atmosfera, mas numa temperatura mortal. Levando em conta que a Terra tem 8,7 milhões de tipos de vida diferentes, com certeza um deles poderia se adaptar numa temperatura média de 370 graus Celsius. O problema é mais profundo que isso, pois mesmo no vizinho Marte que possuem áreas similares às da Terra, não se viu nada. Assim, cada dia que olhamos mais longe, parece que os atributos da vida, são exclusivos deste planeta, por mais que eu queira não acreditar nisto. Salvador, no seu post citado aqui de 22/02/2016 (Recomendo que deem uma lida) a atmosfera tem 2.000 graus Celsius. A temperatura média de Terra é de 14 graus. Assim, a esperança se vai. Mas cada dia fica mais estranho esta história de não encontrar nem um organismo unicelular num lugar destes. De qualquer forma, como comecei o post com a história da mala, vamos lembrar que há malas que vem pra bem.

    1. Acho que você não leu o que eu escrevi. Ninguém espera encontrar vida nesse planeta aí. E quando falo em 370 graus, é a temperatura de equilíbrio, não a temperatura real — temperatura de equilíbrio é uma estimativa básica que ignora as condições do planeta e leva em conta apenas a quantidade de radiação que chega da estrela, versus a quantidade que o planeta emite (daí a noção de “equilíbrio”). A temperatura de equilíbrio da Terra, por exemplo, é -18 graus Celsius. Quando levamos em conta os efeitos atmosféricos, a temperatura média real da Terra chega aos citados 14 (o número que tenho é 15) graus Celsius.

      A temperatura de equilíbrio de Vênus, por sinal, é de -13 graus Celsius — apenas um cadinho mais alta que a temperatura de equilíbrio da Terra. Mas, claro, quando você tem 90 atm de CO2 à superfície de um lado, e um albedo de 0,9 de outro, o resultado é uma temperatura superficial de 480 graus Celsius.

      Do mesmo modo, se você tiver no planeta GJ 1132 b uma atmosfera densa e rica em H2O e CO2, mesmo com a temperatura de equilíbrio de modestos 370 graus Celsius, ela pode ter uma temperatura real de 2.000 graus Celsius. (Aliás, menciono isso em algum comentário deste post — a temperatura real deve ser bem maior que essa de equilíbrio, ainda mais com a potencial confirmação de H2O na atmosfera.)

      Ninguém pode esperar vida sobrevivendo a 2.000 graus Celsius, nem mesmo o mais otimista. Isso praticamente viabilizaria vida em estrelas, e se houvesse vida em estrelas já teríamos detectado sinais dela, uma vez que espectros de emissão de estrelas são fáceis de estudar (e assim determinamos sua composição). A própria temperatura degringolaria qualquer molécula mais complexa. Estamos falando de temperaturas que levam gases a se ionizar e virar plasmas. Nada que conheçamos como vivo poderia, nem por hipótese, sobreviver a isso.

      Por isso, a expectativa de encontrarmos vida em GJ 1132 b é nula.

      Ademais, precisamos fazer uma distinção importante: uma coisa são as condições a que a vida pode resistir, por meio de adaptação darwiniana. Outra coisa são as condições em que a vida pode se originar. Não temos com clareza que a vida nasce em ambientes radicalmente inóspitos, embora saibamos que ela pode eventualmente ocupar esses nichos, por meio do processo evolutivo. É verdade que muitos extremófilos parecem estar entre as criaturas mais antigas da árvore da vida, o que sugere que, talvez, a vida nasça em condições que hoje tratamos como extremas e dali evolua para ocupar os nichos que hoje, por um viés de observação, percebemos como mais amigáveis. Mas não sabemos. Temos apenas uma noção vaga dos ingredientes necessários para o surgimento da vida (água líquida, moléculas orgânicas e um gradiente de energia), mas, como não conhecemos a receita exata, é difícil determinar exatamente em que condições ela pode aparecer ou não.

      Por isso justamente a busca por bioassinaturas em outros planetas é muito importante: ela nos ajudará a determinar se as condições que levaram à vida na Terra (sejam elas compostas por muitos condicionantes ou poucos) são comuns ou raras. E aí entra a importância específica da detecção da atmosfera em GJ 1132 b: ela mostra que a presença de atmosfera e de água em mundos em torno de anãs vermelhas pode ser mais comum do que se esperava, a julgar pelo alto nível de atividade estelar que essas estrelas costumam exibir em sua infância. O fato de que GJ 1132 b, numa órbita muito próxima, não perdeu completamente sua atmosfera para o vento e as explosões estelares em mais de 5 bilhões de anos nos deixa animados com a perspectiva de que planetas mais afastados, que estejam na zona habitável, também possam conservar sua água e sua atmosfera por longos períodos de tempo.

      Com efeito, detecções preliminares em Trappist-1 b e c, mostram que esses planetas ainda podem estar perdendo água atmosférica para o espaço, mesmo a estrela-mãe já sendo velha. (É um contraste com Vênus, por exemplo, que já perdeu praticamente toda a sua água, e a resposta para as diferenças provavelmente está na ausência de um campo magnético, no caso de Vênus. Talvez a presença de água na atmosfera desses planetas em torno de anãs vermelhas indique campos magnéticos fortes, capazes de protegê-las — o que não seria impensável, uma vez que esses sistemas mais compactos devem ter grande contribuição do efeito de maré entre os próprios planetas para manter seu interior ativo e capaz de gerar um dínamo.)

      Com os exoplanetas, estamos entrando em terrenos completamente inexplorados. Até hoje nunca estudamos planetas rochosos derivados de nuvens de formação estelar com composições diferentes da solar. Até hoje nunca estudamos planetas rochosos maiores que a Terra, o maior dos rochosos do Sistema Solar. Até hoje nunca estudamos os efeitos de maré sobre planetas rochosos em sistemas planetários compactos. Até hoje nunca estudamos atmosferas de planetas e sua evolução em torno de anãs vermelhas, as menores e mais abundantes estrelas do Universo. Há muito a aprender. Até agora, o que temos visto é a teoria oferecer muitos sinais para pessimismo, e as primeiras observações sugerindo um cauteloso otimismo — as coisas podem ser mais amigáveis do que pensávamos até então.

      Os próximos anos serão revolucionários. Aprenderemos muito sobre esses planetas. Trappist-1, em particular, poderá ser caracterizado em detalhes e vai nos oferecer sete mundos rochosos, de tamanhos entre maior e menor que a Terra, a diferentes distâncias de uma anã vermelha ultrafria. Só ali teremos uma enorme riqueza de informações e não considero impossível que um desses mundos seja tão amigável à vida quanto a Terra, pelo menos em termos das três condições elementares citadas acima.

      Eu, portanto, não concordo com quase nada do que você disse. Você fala:

      “O problema é mais profundo que isso, pois mesmo no vizinho Marte que possuem áreas similares às da Terra, não se viu nada.”

      Esse é um resumo muito grosseiro e impreciso da realidade. Em Marte nós já vimos pesquisadores que acreditam que os jipes robóticos da Nasa chegaram a fotografar formações que lembram fósseis terrestres (http://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2015/01/05/encontramos-fosseis-em-marte/), gente que insiste que meteoritos marcianos guardam sinais de vida antiga, uma emissão intermitente de metano na atmosfera que pode ter origem biológica, cientistas que acham que as sondas Viking detectaram vida presente em Marte, e por aí vai. O que você chama de “não se viu nada” se refere a “não se viu nada (que convencesse de forma conclusiva a comunidade científica da existência de vida passada ou presente em Marte)”. E isso justamente porque a ciência trabalha com o ceticismo: afirmações extraordinárias exigem evidências idem. Na prática, o resumo certo da situação da vida em Marte é “nem começamos direito a procurar”.

      Você prossegue:

      “Assim, cada dia que olhamos mais longe, parece que os atributos da vida, são exclusivos deste planeta, por mais que eu queira não acreditar nisto.”

      E a mesma coisa se aplica. Até 1995, não conhecíamos um planeta sequer fora do Sistema Solar. Hoje, já fizemos avanços importantes: sabemos que todas as estrelas geram planetas, eles existem em condições que antes julgávamos inadequadas, como em sistemas binários, planetas rochosos são extremamente comuns e é bem comum encontrá-los na zona habitável. Com efeito, sabemos que 1 em cada 5 estrelas similares ao Sol (sem nem mesmo trazer as anãs vermelhas à baila) tem um planeta rochoso na zona habitável. Agora estamos fazendo uma transição entre descobrir planetas e efetivamente ESTUDAR planetas. Volto a repetir, portanto: mal começamos a de fato “olhar mais longe”. E, quanto mais olhamos, mais parece que não estamos em circunstâncias especiais.

      “Mas cada dia fica mais estranho esta história de não encontrar nem um organismo unicelular num lugar destes.”

      Quantos esforços até hoje foram feitos de realmente encontrar um organismo unicelular fora da Terra? Eu cito: exatamente um, com as missões Viking, em Marte. E o resultado foi… inconclusivo. Você fala como se fosse fácil encontrar organismos unicelulares. Os micróbios estiveram na Terra praticamente desde sempre, mas nós só fomos encontrá-los aqui, literalmente debaixo dos nossos narizes, há pouco mais de três séculos. Nossa tecnologia para viajar a outros planetas, e só com robôs, tem menos de 60 anos. E até agora apenas uma missão tentando uma detecção direta foi feita. Então, na verdade, não há nada de “estranho” em não termos achado nada ainda conclusivo. Mal começamos a procurar.

      Quando tivermos vasculhado Marte e não encontrado nada, e também as luas geladas com oceanos do Sistema Solar exterior, e não encontrado nada, e milhares de planetas potencialmente similares à Terra fora do Sistema Solar e não encontrado nada, aí poderemos concluir que as condições da Terra foram, de algum modo ainda não determinado, raras no Universo. No momento, simplesmente não sabemos. E as informações até agora de fato obtidas sugerem a direção contrária a essa.

      O mais empolgante da ciência é que ela não parte das respostas; ela parte das perguntas. Não sabemos se a vida é rara ou comum no Universo. E é com esse espírito que devemos encarar a questão, sem vieses ideológicos de lado a lado. Deixemos a natureza ser a árbitra das nossas dúvidas, e não nossas especulações ideológico-filosófico-religiosas. 😉

      1. Salvador, muito obrigado por este brilhantíssimo escrito que para mim foi um grande resumo de diferentes áreas do conhecimento deste tema fascinante que é o universo, colocado de maneira claríssima. Acompanho com interesse indescritível a procura por exoplanetas que em março de 2017 já eram 3600 dos quais 2700 com sistema e 603 com mais de um planeta. Ainda existem cerca de 5000 a serem confirmados. Espero com ansiedade o James Webb que deverá multiplicar este número e também dar acesso a planetas menores que hoje ainda é difícil. Seu post foi uma grande lição.
        Cordiais saudações

      2. Salvador, depois desse textão (para contexto: refiro-me à resposta que você deu ao Sr. Espertini) dentro do seu texto, fiquei curioso: com os conhecimentos de hoje – e é notável a velocidade com que as coisas têm mudado – você alteraria os dados que empregou na sua proposta de uso para a equação de Drake, no seu “Extraterrestres”? O quê e por quê? Um abraço.

        1. Edouard, não, não mudaria, porque fiz um cálculo que considero conservador, e ainda não temos subsídios para dizer que ele foi pessimista demais. Se as anãs vermelhas entrarem mesmo no jogo da habitabilidade de longo prazo, algo que saberemos nos próximos anos, aí sim haverá razão para revisão. Mas ainda é cedo para cravar.

          1. mas acho pertinente começarmos a considerar alguns ajustes na equação, pois, antes se acreditava que uma estrela anã vermelha facilmente varreria a atmosfera de um planeta, segundo muitos estudiosos. Mas já debatemos sobre isso e era de se imaginar que um campo magnético forte seguraria a atmosfera. Então, temos uma boa ferramenta que estava no campo da dúvida e que pode afetar os cálculos quando temos mundos com o tamanho da Terra ou um pouco maiores na zona habitável, e planetas um pouco menores também poderiam abrigar uma atmosfera respeitável, desde que seu núcleo fosse capaz de gerar um campo magnético forte.

            destarte, o campo magnético de um planeta é o primeiro passo para a habitabilidade de um mundo, depois vem os demais pontos como temperatura ambiente, compostos químicos presentes, pressão atmosférica e etc. E acredito que no momento de detecção de um mundo com a composição atmosférica igual a nossa a chance de haver vida é enorme.

            O inconveniente que vejo é no fato de o pessoal ver pessimismo em tudo, como se a pesquisa científica devesse atingir o alvo no exato primeiro tiro! A galera não faz ideia do quanto é demorado para se resolver simples equações de prova e mais ainda quando o esforço não é vigorosamente recompensado e se o fosse teríamos mais cientistas se dedicando, o que reduziria o tempo de busca pela resposta. As pessoas têm muita sorte porque já aconteceu de pesquisadores descobrirem soluções para enfermidades quando, na verdade, tentavam estudar outro assunto. É muito comum se dedicar para a solução de um problema grave e ninguém conseguir nada, vira tudo aspirina e acabou, não cura toda e qualquer enfermidade.

      3. Salvador, brilhante essa resposta, espetacular! Vou guardá-la como uma referência a respeito do assunto. Valeu!!!

          1. Não falei?? É muito puxassaquismo…. ou é amor platônico, ou ele está de olho na vaga de estafeta do Eutm.

  4. Salvador, estive vendo alguns vídeos da translação em espiral do sol pela Via Láctea, e cheguei a conclusão que o Sol tem apenas 20 anos galácticos. Um garotão. Escrevi bobagem?

    1. Não, não escreveu bobagem, não. Claro que o número de anos galácticos não denota idade. Se o Sol estivesse mais para dentro da galáxia, completaria muito mais “anos galácticos” com a mesma idade. 😉

  5. Isso porque ele orbita uma estrela anã vermelha de meia-idade, com mais de 5 bilhões de anos?

  6. Salvador, hoje os parabéns vão para todos os colegas comentaristas no melhor blog do mundo (parabenizar vc mais uma vez é covardia. Já me chamaram de puxa-saco recentemente). Com exceção é claro, daqueles que vêem perturbar com comentários sem sentido. Nesta postagem, destaco o comentário/questionamento de Saulo Vasconcelos. Mexeu muito no meu imaginário.

    1. É o maior patrimônio do blog, sem dúvida! Um oásis do ambiente em geral odiento da internet. 🙂

  7. Se eu bem entendi tudo até agora, nada impediria de existir um planeta bem parecido com a Terra, inclusive o clima, orbitando essas estrelas menores que podem durar muito mais que o Sol, desde que as outras variáveis se acertassem?

  8. Salvador, tudo bem?
    Primeiramente parabéns pelo Mensageiro Sideral, sou fã de carteirinha.
    Sou estudante de química e apaixonado por astronomia, você poderia me indicar algum link com um explicação de como é feita essa detecção de atmosfera de exoplanetas através do espectro?
    Obrigado, grande abraço!

    1. Olá, Mário! Sou seu xará e faço comentário aqui no blog do Salvador desde algum tempo atrás e normalmente não faço pergunta, e com isso o nosso nobre Salvador e demais leitores conseguem identificar o meu perfil. Quanto a sua pergunta, também gostaria de indicar um link abaixo caso vc não tenha domínio técnico suficiente para compreender o texto em inglês. Também se vc quiser abranger mais sobre esse assunto na forma didática, o João Steiner do IAG – USP está apresentando o Curso de Astronomia de segunda a sexta na UnivespTv às 20:00hs.

      http://oal.ul.pt/oobservatorio/vol8/n1/vol8n1_6.html

  9. Salvador, ótimo post, parabéns. Uma pergunta, o que o J. Webb vai ser capaz de fazer? Há outro meio de pegar a assinatura com cruzamento de informações entre os telescópio em terra, e entre eles e os espaciais? abraço

    1. Se você diz, por interferometria, não. Mas claro que se pode fazer observações em solo e no espaço para tentar complementar dados e confirmar hipóteses.

  10. Salvador:
    Daqui a bilhões de anos quando o nosso Sol for uma gigante vermelha e Jupter e suas luas estiverem na zona habitável e com o descongelamento dessas luas poderia ainda existir tempo útil para o desenvolvimento de uma nova geração de vida inteligente, antes de o Sol entrar em colapso.

  11. Levando em consideração que hum (01) ano-luz (a distância percorrida pela luz, no vácuo, em 01 ano) equivale aproximadamente a 9.461.000.000.000 (nove trilhões, quatrocentos e sessenta e hum bilhões) de quilômetros, a raça humana (a menos que desenvolva tecnologia para o tele-transporte), jamais ousará alçar voo que venha ultrapassar a casa de hum ano-luz. Não nos esqueçamos de que se nos dias de hoje descobríssemos um planeta alcançável e detentor das mesmas condições de habitabilidade da terra, o privilégio de habitá-lo seria reservado a poucos; quando esses poucos, na partida, contemplariam a terra com olhar de desprezo e por “cima do ombro”. Infames mortais, a arrogância não lhes permitirá ir muito adiante! Não subestimem!
    Em tempo: a raça humana possui, sim, inteligência para alcançar limites inimagináveis no universo, mas perecerá bem antes disso.

    1. Eu acho meio besta essa mania de que planetas só servem para habitar. Se isso fosse verdade, o Sistema Solar não viria cheio de planetas inabitáveis… rs

      1. também perco a paciência com essa turma que tenta achar uma “utilidade” para o universo

      2. Já eu, adoro essa idéia de que planetas servem para habitar. Planetas hoje inabitáveis não são obrigatoriamente planetas eternamente inabitáveis.

        Nossa missão é terraformar e colonizar a poha toda.

        1. Heheh, gosto de terraformar, mas gosto também de ambientes realmente alienígenas. Se todos os planetas fossem iguais à Terra, seria um Universo muito chato também. Sou a favor da diversidade, até quando se trata de planetas. rs

          1. Já estou imaginando a Folha no ano 2257 acusando o eneaneto do Bolsonaro de saturnofobia…

          2. Cara, deve ser duro para você “morar” no meu blog e odiar a Folha ao mesmo tempo… rs

          3. Eu não odeio um jornal apenas porque não concordo com a linha editorial dele. Apenas leio de forma crítica.

          4. A linha editorial da Folha é defender o pluralismo de ideias e a imparcialidade no relato dos fatos. O que exatamente você não concorda nisso aí?

          5. Não, a linha editorial da Folha é distorcer notícias e mesmo distorcer falas de pessoas públicas para promover a sua ideologia. De imparcialidade não tem nada.

            Lembro-lhe por ora apenas de uma manchete: “CAMINHÃO mata seis pessoas na Bélgica”, quando do atentado terrorista islâmico. Caminhão malvado, né?

          6. Isso é viés ideológico ou é retidão jornalística? Quando do fechamento do jornal já estava confirmado que se tratava de atentado? Islâmico ainda por cima? Talvez você tenha pouco conhecimento de como jornais operam num ritmo diário e muitas informações não estão disponíveis quando do fechamento da matéria.

          7. Você fantasia. A Folha não tem uma linha editorial que protege terroristas. Tanto que quem distorceu a informação foi você mesmo, ao dizer que o título só dizia “Caminhão”. Claramente o título especifica que foi um “Atentado com caminhão”, ou seja, um ato terrorista. Mas desafio você a propor um título mais informativo que coubesse no mesmo espaço. Você tem 62 caracteres, com espaços. Boa sorte.

            (Não vi o dito “sensacionalismo” na página que você reproduziu.)

          8. O sensacionalismo (comercial, no caso): Aproveitar a notícia de um atentado terrorista com mais de 80 mortos por um “caminhão” para botar um anúncio com um baita caminhão e a sugestiva frase “Se prepara Brasil”.

            Quanto à tentativa, não de ‘proteger terroristas’, mas de ocultar parcialmente a crueldade dos seus atos, da Folha, eu acredito que este país está perdendo muita energia ao forçar as pessoas a debaterem as obviedades.

            Um título mais informativo: “MAIS TERROR NA FRANÇA: 81 MORTOS. ATÉ QUANDO, HOLLANDE?”

          9. Huahauhaua. Cara, você não sabe como funciona isso. A redação não apita em anúncios. E o anunciante compra especificando o caderno, se é página colorida, etc. Não foi opção da redação colocar esse anúncio aí, muito menos compor o anúncio. É foda quem palpita de fora. Dou risada. Principalmente daqueles professores de escolas de comunicação que às vezes formulam as teorias mais malucas para explicar diagramação de jornal… muitas vezes não tem nada pensado para ter subtexto. E, como diria Silvio Luiz, eu conheço porque já estive lá… rs

            E o seu título sugestão não atende aos critérios de isenção e padrão jornalísticos da Folha.

            Título no jornal tem de ter verbo. Se não tem verbo, nada aconteceu, e se nada aconteceu, não tem notícia. Alguém precisa ter feito alguma coisa. Repare. Na Folha todo título de reportagem (não se aplica a colunas, blogs e editoriais) tem verbo. O Estadão é mais flexível quanto a isso.

            Mas claro que esse não é o pior do seu título sugestão. O pior é o tom panfletário. Você quer que a Folha cobre ações de um presidente de outro país, no título de uma reportagem. Hahahaha. E você jura que acha o seu mais imparcial que o da Folha? rs

          10. Só por curiosidade: eu deveria saber quem é esse cara? Ou você só pescou um cara aleatoriamente que falou mal da Folha?

          11. É, tens razão. Vamos de novo:

            “Terrorismo mata 81 na França. Caminhão foi utilizado na ação”.

          12. Quase lá! Já melhorou bem. Para chegar ao padrão Folha, falta tirar esse ponto final do meio do título. A solução barata seria trocar por ponto e vírgula. Mas a Folha prima pela concisão e o discurso direto é sempre mais adequado. Note que “foi utilizado” é voz passiva. Em geral recomenda-se evitar a voz passiva em títulos. “Alguém faz alguma coisa” é sempre melhor do que “Alguma coisa foi feita por alguém”. Então, vamos trabalhar o seu título levando tudo isso em conta:

            “Terrorismo usa caminhão e mata 81 na França”. Opa, estamos quase lá. Mas tem um detalhe: não sabiam ainda que eram 81 mortos. Havia uma informação de “pelo menos”, mas o número total ainda não estava determinado. O título correria o risco de errar se cravasse um número. Então, vamos reformular mais uma vez:

            “Terrorismo usa caminhão e mata dezenas na França”.

            Opa, quase lá. Mas “dezenas” é maior que “81”, e aí estourou o tamanho! Precisamos dar uma cortadinha…

            Terrorismo
            Atentado

            Opa, “atentado” é aproximadamente sinônimo, é mais preciso (“terrorismo” sugere que a intenção do ataque era aterrorizar, o que ainda não estava claro; podia ser um maluco querendo matar pessoas só, sem a intenção de assustar, como aqueles que entram metralhando num cinema), e, a melhor das qualidades, é MAIS CURTO. Como já dizem desde sempre nas redações: “Título bom é aquele que cabe”.

            E aí terminamos com:

            “Atentado usa caminhão e mata dezenas na França”.

            Não ficamos muito longe, eu e você, do que a Folha usou. 😉

          13. “Só por curiosidade: eu deveria saber quem é esse cara? Ou você só pescou um cara aleatoriamente que falou mal da Folha?”

            Olha, se você ‘deveria’ conhecer, eu não sei. Eu conheço, mas de fato ele não é muito conhecido. Postei porque concordo com o que ele disse (ou no caso ele concorda com o que eu digo), não por ele ser famoso ou algo do gênero. Estou discutindo a idéia, não as pessoas.

          14. Eu sei. Mas é que, para ser um cara com quem eu devesse me preocupar numa crítica jornalística, pressupõe-se que ele entenda algo de jornalismo. Não precisa ser alguém. Mas precisa saber algumas coisas. 😛

          15. A manchete ficou boa, de fato. Eu não sou jornalista, participo do ‘processo’ apenas como leitor (e como comentador, he he he).

            Mas na minha opinião de leitor, essa versão final ficou sim muito longe da versão que saiu na Folha.

            Pode ter sido só uma pisada na bola de quem escreveu (ainda hoje eu li na mesma Folha uma colunista que falava sobre suicídio usar “áurea” no lugar de “aura” e confundir totalmente os conceitos de depressão aguda e crônica).

            Mas tratando-se de manchete de grande destaque, creio que um ‘erro’ não passaria despercebido.

            Note que ao omitir o termo ”atentado”, distorce-se (ou nega-se ao leitor) parte da mensagem.

          16. Na edição impressa, tinha. Na edição online foi apenas “Caminhão mata”….

            Vou localizar o link da notícia e posto aqui amanhã.

          17. Provavelmente é porque o espaço de uma linha no online era ainda menor. Cara, é sempre o espaço. Believe me. rs

        2. Além disso, para bom entendedor meia palavra basta. Por razões de espaço, “Caminhão” na mensagem significa “Motorista joga veículo grande sobre pedestres”. Quem faz a leitura ideologicamente distorcida é você, Perna.

          1. Impressionante como esse Radoico entra em todos os posts pra puxar o saco do Salvador. Desde aquele post do frango atravessando a estrada comecei a reparar e é fato.

            Esquece cara, o Salvador é heterossexual, casado e já tem uma penca de filhos. 😛

          2. Na boa, mas acho muito babaca você ficar agredindo os outros assim, gratuitamente.

          3. Eu acho muito babaca alguém chamar o outro de babaca sem ter entendido o comentário, que não teve ofensa nenhuma. 😛

  12. Fico imaginando a comoção que causaria a descoberta de um planeta com atmosfera e condições parecidas com as da Terra. Todos os projetos de busca por vida extraterrestre iriam voltar suas atenções para ele. Já acharam algum planeta assim e ainda não divulgaram, Salvador?

    1. Já podemos ter achado um planeta assim, mas ainda não sabemos que é assim por falta de informações adicionais sobre ele. 😉

      1. A ansiedade devido a entrada em operação do telescópio James Webb deve estar grande.

  13. Genial, Salvador! Realmente, a cada ano aparecem novidades na busca de informações sobre exoplanetas, fazendo com que a sua estimativa de 20 anos para se descobrir vida em alguns deles seja mais factível.

  14. Salvador, tudo bem? Achei ótima sua postagem! Uma dúvida: os pesquisadores se restringem a procurar por vida em outros planetas com base com critérios que suportem a única referência que temos atualmente de forma de vida, estruturada em carbono (e suas combinações com H, N, O, P e S). Tudo bem que se começarmos a falar em estruturas de silício ou metálicas é um passo curto para se perder na ficção científica, mas será que essas restrições a procurar exoplanetas “carbono-friendly” não limitam muito o encontro de formas de vidas de maneira mais ampla no universo?

    1. Vida como a conhecemos é um ótimo ponto de partida, porque é o único que compreendemos minimamente bem. Juntando isso com o fato de que o carbono é o mais abundante dos elementos de sua família, e, disparado, o mais versátil de toda a tabela periódica, assim como a água um composto pelo primeiro e terceiro elementos mais abundantes do Universo, faz sentido iniciar a busca com esse paradigma.

      Tendo dito isso, os cientistas não estão obcecados com isso. Se eles encontrarem outros padrões de desequilíbrio químico na atmosfera que sejam diferentes dos que associamos à vida na Terra, mas não sejam explicáveis por fenômenos geofísicos, há grande chance de que se atribua a eles uma assinatura de “vida como não a conhecemos”. 😉

  15. Salvador, em relação a observação deste planeta que está a 39 anos luz daqui, isto quer dizer que o que estamos observando hj, Abril de 2017, é a imagem que foi gerada há 39 anos atrás, ou seja de Abril de 1978?
    Isto meio que choca a realidade pois o agora nosso observável coloca ao mesmo tempo o presente e o passado na mesma realidade!!!! Muito louco isto!!!

    1. Isso aí. Quando você olha para um céu estrela, está vendo luz de diferentes idades compondo a sua imagem celeste! 🙂

  16. Mestre Salvador li que havia uma nova tecnologia de propulsão a laser que seria revolucionária nas viagens espaciais. A informação procede? Quando teremos uma real mudança tecnológica para essas viagens? Grato

    1. Fiz algumas matérias sobre propulsão a laser. Pode ser a saída para as primeiras sondas interestelares, mas nada que nos permita sair por aí e chegar em outros sistemas planetários em semanas, como vemos na ficção.

  17. Esse planeta ai esta mais para um super Venus entao, certo? Temperatura e pressao tipo Venus?
    Outra coisa, o que impediria que exista algum tipo de vida primitiva tanto em venus quanto nesse planeta? Nao existem uns “bichos” bem resistentes aqui na Terra, que moram nos lugares mais inospitos possiveis?
    Abs

    1. Difícil estimar temperatura real (aposto que deve ser bem maior que a de Vênus, se tiver mesmo grande quantidade de vapor d’água na atmosfera). Sabemos a chamada “temperatura de equilíbrio”, que é um cálculo baseado apenas no nível de radiação que chega da estrela (e não reflete a temperatura real; a temperatura de equilíbrio da Terra é abaixo de zero, se não me engano).

  18. Imagino que estejam fazendo estudos semelhantes com os planetas de trappist nesse momento, nao?
    A distancia eh praticamente a mesma, 39 anos-luz e 40 anos-luz.
    Meu chute cientifico eh que ja vao achar atmosfera em algum deles na zona habitavel… O que acha?
    Tudo que vem sendo descoberto recentemente so esta aumentando a probabilidade de encontrar mundos habitaveis da forma que conhecemos…

    1. Certamente devem estar tentando. Reportei inclusive tentativas com os dois planetas mais internos de Trappist-1, recentemente. 😉

  19. Salvador, a nossa estrela, o Sol, é um astro de meia idade e nós temos vida inteligente aqui a apenas alguns milhares de anos. Esses exoplanetas que orbitam essas estrelas anãs e que possuem condições de abrigar vida inteligente como a nossa, podem, em teoria ter vida inteligente com milhões de anos a nossa frente, se concluirmos que a idade desses exoplanetas é muito maior que a da Terra, partindo do princípio de que a estrela que eles orbitam já está em fase final de combustível…faz sentido?

    1. Faz sentido. Apenas lembrando que, apesar de essa estrela ser mais velha que o Sol, o combustível dela vai durar bem mais que a do Sol, porque ela é menor.

  20. será que já fizeram uma estimativa da intensidade de campo magnético desse planeta pra ter conseguido preservar a atmosfera?

    1. Difícil fazer essa conta, sem mais detalhes da estrutura interna. Por enquanto o que se sabe de massa e volume é compatível com várias composições internas.

  21. por que não pode haver vidas??? oras, não podemos parametar condições de vidas terráqueas com outros exoplanetas. Vidas podem existirindependentemente de propriedades fundamentais terráqueas que propicia a vida que conhecemos. (POSSIBILIDADE, HIPÓTESE)

    1. Não sabemos em que condições pode ou não pode haver vida. Mas sabemos pelo Sistema Solar que ao menos vida abundante como na Terra exige condições ambientais bem específicas.

    2. Você precisa colocar um filtro mental quando lê afirmações como “planeta tal não tem condições de abrigar vida”. Está nas entrelinhas que estão se referindo à formas de vida complexas como as que existem na Terra, pelo simples fato de ser o único tipo de vida que sabemos que funciona.

  22. Pra um futuro longínquo podemos pensar em “ver” de fato esses exoplanetas? Uma vez que, pelo que entendi, o James Web ainda não será capaz disso.

    1. O James Webb não poderá, mas outros projetos futuros poderão. Um passo de cada vez.

  23. Acho muito presunçoso do ser humano estabelecer que a única forma de vida possível no universo é a vida como conhecemos. A maior parte do universo o ser humano sequer tem noção da extensão, até porque nem equipamentos para enxergar além do universo observável. Acho presunção pelo fato de acharem que apenas o oxigênio e outros gases terráqueos serem os únicos que poderiam abrir margem para existência de vida. E a vida de elementos que sequer conhecemos? E em temperaturas surpreendentes? Algo que tenho dificuldade de aceitar é a de que a vida só é possível nessa temperatura que vivemos, a vida se adapta, sempre se adaptou. Se o planeta tem o mínimo para ser habitável, creio que por maiores que sejam as demais dificuldades, a vida encontra o seu caminho. Poderia dizer que seria possível vida num lugar sem água e sem oxigênio e com temperatura bem mais baixa que as detectadas na Terra e bem mais alta que as que conhecemos no nosso planeta.

    1. Então, por favor, nos esclareça o que raios devemos identificar em estudos como esses para cravar que “determinado exoplaneta tem condições de abrigar vida, mas não como a que conhecemos”???

      Onde você vê presunção há, na verdade, ciência, e não especulação sem fundamentos.

      1. Em algum momento eu disse que sou especialista em algo? As pessoas têm direito de criticar e sentir dúvidas. Se não sabe, os que aceitam tudo que lhes é empurrado goela abaixo são os que mais me deixam triste. Esses não tem sequer a capacidade de questionar algo, o que é dito está dito para eles e ponto final. O fato de eu duvidar de algo me obriga a ter conhecimento sobre algo? A minha dúvida não é nenhuma teoria conspiracionista. Eu só questiono por que gostaria de saber, uma pena que você parece não ter interesse em questionar, aceita absolutamente tudo que lhe é imposto, uma pena, o mundo é mais interessante com pessoas que conseguem indagar algo, que têm capacidade de refletir. Óbvio que eu não tenho fundamentos, EU SOU LEIGO, assim como você provavelmente deve ser. Se não fosse leigo você me daria argumentos fortes para a minha pergunta, que nem direcionada a você ela foi. Como quer que eu esclareça algo, se o que estou fazendo aqui é apenas uma pergunta, e gente que mostra desinteresse em dialogar de forma civilizada eu dispenso. Eu odeio sarcasmo, você tenta se fazer de sabichão, mas o que faz é apenas mostrar intolerância, eu imagino então que você deve estar numa estação espacial ou é pelo menos um astrônomo, né? Porque para você, o que é dito pelos que aqui comentam não passa de bobagem para uma pessoa que imagino ter enorme conhecimento sobre tudo que é relacionado à astronomia. Se for para não me ajudar, se o seu objetivo era falar algo que de nada me serve, conseguiu, e por isso o parabenizo.

  24. Salvador, eu sempre fui um fascinado por astronomia, e não perco uma matéria sua
    porque também, vc utiliza uma linguagem que facilita para um leigo entender. Ollhan
    do para cima, e também para os lados, vemos galáxias, estrelas, planetas e que são
    imagens do passado certo? imaginando uma linha reta de onde estamos, e olhando
    para o alto, o que existe acima destas estrelas, planetas, matérias escuras? Preciso
    saber se há resposta para esta pergunta.

    1. Só existem estrelas, planetas, galáxias até onde podemos enxergar. E o limite que podemos enxergar é o tempo que a luz teve para viajar até nós, desde o nascimento do Universo, há 13,8 bilhões de anos. Então é impossível dizer o que há além dessa fronteira, embora a teoria sugira que são mais estrelas, planetas e galáxias. Agora, o que posso te dizer é que, com a expansão do Universo, apesar de enxergarmos a cada dia mais longe, a cada dia vemos menos dele, porque a matéria está se espalhando mais rápido do que o nosso horizonte de observação cresce. Então, seja lá o que for que existe além do Universo observável, está se tornando cada vez mais afastado e mais inobservável… rs

  25. Já fiz alguns comentários a respeito de Trappist-1 System no outro post quanto as características de uma estrela parecida com essa, a anã vermelha GJ 1132. Desnecessário dizer que se trata de uma estrela com idade de 8 a 9bi de acordo com a classificação espectrográfica na faixa H, e de acordo com diagrama HR, que é o pilar da astrofísica na evolução principal das estrelas.
    Hoje vou passar um trecho do comentário de Mitchio Kaku, reconhecido internacionalmente em física-teórica.

    “A pergunta não é mais uma questão de especulação inútil. Em breve a humanidade irá encarar um choque existencial quando a atual lista de uma dezena de planetas extrassolares do tamanho de Júpiter se elevar para centenas de planetas do tamanho da Terra, quase irmãos gêmeos de nossa terra natal celeste. Isto pode anunciar uma nova era em nosso relacionamento com o Universo. Nós nunca mais iremos ver o céu noturno da mesma forma novamente, nos dando conta de que os cientistas podem eventualmente compilar uma enciclopédia identificando as precisas coordenadas de talvez centenas de planetas como a Terra.”.

    “Mas o melhor ainda está por vir. Logo no início da próxima década, cientistas lançarão um novo tipo de telescópio, o telescópio espacial de interferometria, que usa a interferência dos feixes de luz para ampliar o poder de resolução dos telescópios.”.

    “Por exemplo, a Space Interferometry Mission – SIM (Missão de Interferometria Espacial), a ser lançada no final desta década, consiste em múltiplos telescópios posicionados ao longo de uma estrutura de 30 pés (quase 10 m). Com uma resolução sem precedentes que se aproxima dos limites da óptica, a SIM é tão sensível que ela quase desafia nossa crença, já que pode detectar o movimento de uma lanterna sendo agitada por um astronauta em Marte!”.

    1. Uma correção acima onde está escrito “faixa H” , lê-se “faixa M”. E para os leigos entenderem, essa faixa tem um lembrete fácil nas iniciais da fixa que vai de branco-azulado a vermelho: “Oh, Be A Fine Girl, Kiss Me *”.

  26. Assim e aos poucos o homem vai descobrindo e conhecendo a grandeza do nosso verdadeiro DEUS.

    Muito bom

    1. Pelo que podemos ver até agora, no dia da criação Ele devia estar com TPM.

  27. Se uma estrela anã vermelha tem o tempo de existência muito maior que o sol. Como 5 bilhões representa meia idade?

    1. Meia idade no sentido de que não é jovem, mas também não é velha. Anãs vermelhas têm uma faixa de “meia idade” bem longa. Em resumo: se você está achando ruins as novas regras da Previdência para a aposentadoria, imagine quanto uma anã vermelha precisa esperar para ter seu merecido descanso… rs

  28. Ola Salvador,

    Obrigado por mais esta interessante notícia. Achei especialmente curiosa a velocidade deste planeta para completar sua órbita em tão pouco tempo. Apesar dele estar praticamente 100 vezes mais próximo da sua estrela que a Terra está do Sol sua velocidade é algo em torno de 4 vezes maior que a velocidade da Terra. Para nós seria como se nosso ano durasse uns 3 meses. Será que isto afetaria nossa vida? com relação à temperatura, me veio à lembrança das bactérias que vivem nas bordas de vulcões e de águas termais. Li por ai que a atmosfera tem algo em torno de 1400Km assim a pressão na superfície deve ser algo muito pior que deve ser até pior do que a temperatura em si.

    1. Não entendi de onde você tirou esse negócio de um ano lá durar três meses aqui, se é que você disse isso mesmo…

  29. Oi, Salvador:
    É chato ser cético mas, em certa medida, somos necessários. Por exemplo: Se V. pegar uma colher de chá de qualquer parte do solo da Terra, e examinar esse solo com microscópio, certamente será encontrado algum tipo de prova de vida: seja bactéria, fungo, vírus… Por quê, até hoje, em nenhum pedaço das toneladas de meteoritos que chegam à Terra, nunca foi encontrado nenhum vestígio de vida? Será que estamos procurando nos lugares certos? Não acredito que, nesse Universo tão imenso, somente a Terra tenha sido ‘honrada’ pela Mãe Natura com a semente da vida… Que tal procurarmos pistas em meteoritos?

    1. Já procuramos. E deu um forrobodó com uns meteoritos de Marte. Não lembra? 😛
      Em geral, os meteoritos vêm do cinturão de asteroides, onde não esperamos encontrar nada vivo — e de fato não encontramos, apesar de haver asteroides com rica química orgânica.
      Quando trupicamos num meteorito de Marte, procuramos. Mas sabemos que o hoje o planeta, se ainda tiver vida, a esconde bem escondida no subsolo. Apesar disso, há pelo menos dois meteoritos marcianos com traços que alguns cientistas — mas não a maioria deles — interpretam como sinais de vida fóssil. Difícil de confirmar contudo.
      E precisamos lembrar que as melhores rochas para preservar fósseis não são exatamente as melhores rochas para resistir à entrada atmosférica e chegar ao chão. Por fim, há o problema de contaminação biológica posterior na Terra. Muitos meteoritos levam milhares, senão milhões de anos, para serem identificados e estudados…

  30. Uma dúvida: Se um observador, de outro ponto da galáxia encontrar o nosso sistema solar com as mesmas ferramentas que os estudiosos daqui como ele faria uma hipótese sobre a terra? Assim como encontramos Trappist 1 e ficamos discutindo se os planetas são habitáveis e possuem vida.

    1. Considerando que o Sol é uma estrela maior, e as órbitas dos nossos planetas são maiores, os astrônomos ETs iam ter de monitorar nosso sistema por pelo menos uns 7 anos para identificar os quatro mundos mais internos. Desses, eles poderiam constatar que dois estão na zona habitável — Terra e Marte. Ao tentarem observar nossas atmosferas com um telescópio mais poderoso que o futuro James Webb, poderiam detectar vapor d’água, oxigênio, ozônio é metano em nossa atmosfera, confirmando que somos um planeta com vida. Marte concluiriam que é um deserto, mas não teriam muito mais informação sobre ele, pelo tamanho diminuto.

      1. Essa combinação vapor+ O2 + O3 + metano não pode surgir espontaneamente? Ou seja, uma vez encontrada, “eles” poderiam afirmar com razoável certeza que há ou houve vida por aqui?

        1. Não, não há mecanismo conhecido capaz de produzir O2 na Terra, nas quantidades observáveis, sem a vida. Em anãs vermelhas, a questão é mais capciosa, porque a quebra de moléculas de água por UV pode levar à presença de grandes quantidades de O2 na atmosfera (com o H se perdendo no espaço). Mas na Terra atual não haveria outra explicação possível.

          1. Entendo. Mas aí os ETs poderiam cair naquela: “não encontramos ainda outra explicação possível. Mas pode ser algum fenômeno que ainda não conhecemos. Como não podemos testar….”

            Algo como nossa descoberta da Federação Intergaláctica!

          2. Sim, mas veja (e desculpe se estou falando besteira, não estou enxergando o contexto da conversa), depois de “não encontramos ainda outra explicação possível” vem a pergunta “como podemos fazer outro experimento que, se for a explicação que estamos imaginando, o resultdo deve corroborar essa hipótese?” Você sempre pode dar um passo a mais para tentar corroborar ou refutar uma explicação científica, mesmo que você não conheça uma alternativa. Conhecendo uma hipótese possível, você já pode interrogar inteligentemente a natureza a respeito dela. E, se a natureza refutar nossa única explicação conhecida, admitiremos “não encontramos uma explicação possível para o fenômeno”, e isso levará outros cientistas a pensarem em alternativas. E assim progride a ciência! 🙂

          3. Exato. Meu ponto é: os ETs podem descobrir que num planetinha azul lá longe tem toda essa combinação de fatores. Eles não têm outra explicação para isso, a não ser que o planetinha azul tenha vida biológica. Mas descobertas extraordinárias exigem provas extraordinárias, eles não podem concluir que estamos aqui apenas por exclusão. Logo, nada de vida na Terra por enquanto, eles continuam sozinhos no universo até prova em contrário.

            Isso não é uma crítica ao método científico, apenas uma constatação de que os sinais que evidenciam que estamos aqui podem ser captados e não compreendidos, ou compreendidos e não conclusivos.

          4. Ah, mas aí os ETs vão ficar megacuriosos. Vão fazer telescópios ainda maiores para testar sua hipótese. Vão sair do espectro de transmissão e passar ao espectro de emissão, mais sutil de detectar. E aí vão encontrar abundantes sinais de uma molécula chamada clorofila. E aí, meu amigo, end game. 😛

      2. Certo entendi.
        Mas no caso seriam suposições, não saberiam que tipo de vida existiria certo?

        1. Saberiam que é vida capaz de fotossíntese. Fora isso, só com estudos mais aprofundados. Se eles monitorassem a gente constantemente com bons radiotelescópios, com sorte detectariam algum pulso de rádio emitido por nós e saberiam da civilização também.

  31. Muito obrigado Salvador, não entendi uma coisa, se esse planeta é muito quente e fica muito próximo de sua estrela porque os cientistas estão eufóricos sobre a possibilidade de vida?

    1. Não nele. Ninguém espera vida nele. Mas saber que planetas em anãs vermelhas retêm atmosferas por bilhões de anos aumentam muito a chance de acharmos vida em outros.

    2. Porque se planetas como esse podem ter uma atmosfera espessa, então outros planetas na zona habitável de uma anã vermelha como o famoso Proxima Centauri B, bem perto da Terra, também podem . Isso aumenta exponencialmente a chance de vida em planetas dessa classe.

    3. Olá amigos. Quem conhece um pouco das informações enviadas pelos Espíritos de Luz, através das comunicações mediúnicas, sabe que todos os planetas são habitados. Se existem tantos planetas diferentes entre si, com um pouquinho de raciocínio podemos concluir que existem também diferentes formas de vidas. Pena que a maioria dos terráqueos imaginam que somente existe forma de vida igual a nossa da terra. É preciso entender que existem diferentes formas de vida para os diferentes graus de evolução dos seres criados por Deus. É o princípio da evolução que os próprios astrônomos encontraram em relação à formação dos astros do universo.

  32. Salvador, suas exposições são intrigantes; pena eu não estar aqui para ver o desfecho dessas perspectivas, mas talvez, como “estrelinha”, eu veja esses astros mais de perto, quem sabe…. Gratissimo pelas aulas!

  33. Vamos descobrir novas Terras, mas não teremos como chegar nelas.
    Só observar, é muito pouco para o ser humano. Temos de viajar até estes mundos.
    Acredito que com o descobrimento de um mundo parecido com o nosso, acelere o início de uma nova era, com investimentos pesados em novas tecnologias de motores.para propulsão e viagens espaciais.

    1. Viajar para estes mundos significará o desenvolvimento de tecnologia totalmente diferente da atual. A única forma de realizar este feito é alterar o espaço-tempo ou pegar um atalho fora do tecido espaço-tempo.

    2. Uns anos atrás a NASA disse que viagens interestelares só serão possíveis daqui a no mínimo 200 anos. Dói saber que não estaremos lá para ver algo tão incrível.

      1. Acho que a Nasa não sabe se e quando viagens interestelares serão possíveis. Depende de um avanço revolucionário, e se avanços revolucionários fossem previsíveis, não seriam revolucionários. 😛

      2. Não se dê por vencido. Saiba que um dos irmão Wright proferiu a famosa frase “ninguém irá voar pelos próximos mil anos”, mas alguns anos depois ele mesmo estava construindo aviões.

        Nunca duvide que amanhã possa aparecer um japonês ou indiano iluminado com a solução para esse problema!

    3. quem sabe assim eles coloquem esse super motores econômicos nos carros. não não, eles vão continuar comendo nosso dinheiro através da gasolina. salve-se quem puder.

    4. Não sei não… Foi pouco mais de 20 anos entre o lançamento do primeiro míssil balístico – alemão – à chegada do homem na Lua.
      Creio que estamos preces a desenvolver uma nova tecnologia de transporte Espacial. Aí então…

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