Astronomia: O plano da Nasa para ir a Marte

Salvador Nogueira

Nasa apresenta detalhes de seu plano para levar humanos a Marte na década de 2030.

O PRIMEIRO RASCUNHO
Na semana passada, durante o evento Humans to Mars 2017, realizado em Washington, a Nasa apresentou dados concretos sobre seu plano para levar astronautas a Marte na década de 2030.

FASE ZERO
O plano foi dividido em quatro fases e, no momento, estamos, adivinhe, na fase zero. Essa “pré-etapa” envolve testar tecnologias a bordo da Estação Espacial Internacional, que orbita a meros 400 km da superfície da Terra.

FASE UM
A primeira etapa para valer começa a partir de 2021 e se estende por quatro voos do megafoguete SLS, que deve realizar seu primeiro voo-teste em 2019. Cada uma dessas missões levará uma cápsula Orion com quatro astronautas às imediações da Lua, além de um módulo para a construção de uma estação que terá a função de servir como “porto espacial”. A Nasa está chamando essa nova estação de Deep Space Gateway e espera que ela esteja pronta ao redor de 2026.

Concepção artística do Gateway, um “porto espacial” com quatro módulos, visitado por uma cápsula Orion. (Crédito: Nasa)

FASE DOIS
O Gateway poderá apoiar exploração lunar — controlando robôs remotamente e mesmo sendo usado como ponto de partida para missões tripuladas ao solo –, mas sua principal função será servir como porto para o Deep Space Transport, o veículo interplanetário que deve transportar humanos até Marte. A segunda fase envolve uma missão tripulada de um ano com esse veículo nas imediações da Lua — um voo de teste dos sistemas –, em 2028.

FASE TRÊS
Confirmado o sucesso da nave interplanetária em manter uma tripulação viva e bem por um período de tempo longo, chega a hora do primeiro voo até Marte. Ele deve acontecer ao redor de 2033 e, entre ida e volta, consumir cerca de mil dias — quase três anos.

FASE QUATRO
Finalmente, chega o ponto em que pousaremos em Marte. Ainda não há arquitetura fechada para essa etapa final, exceto pelo fato de que ela envolverá, além da nave interplanetária, um módulo de pouso e ascensão marciano. Mas, para tudo isso acontecer, a Nasa espera conseguir parceiros internacionais que contribuam elementos tanto para o Gateway como para as missões marcianas.

A coluna “Astronomia” é publicada às segundas-feiras, na Folha Ilustrada.

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Comentários

  1. Boa noite Salvador !
    Sou frequentador das antigas convenções de Jornada nas Estrelas no Brasil. Participei de algumas nos anos 90. Meu professor de física na faculdade foi um dos fundadores da Frota Estelar. Sr. Sergio Sato. Lembro-me que naquela época, sempre tinhamos palestras de cunho puramente científico. Segue, pois, minha sugestão: que você possa promover mais convenções junto aos organizadores e que possa nos presentear com palestras suas sobre o programa espacial, história, presente e planos; além é claro, de temas científicos que você domina e possui o dom da divulgação.
    Obrigado pela atenção.

    1. Israel, não sei se você soube, mas a Frota Estelar voltou a fazer uma convenção no mês passado, e eu dei uma palestra sobre ciência! 😉

      1. Acho que poucos souberam… eu não soube, ou perdi a informação.

        Salvador, coloque nos seus posts os eventos públicos em que você participa, deste tipo, claro, na eventualidade da gente poder ir assistir. 🙂

  2. Salvador, como você imagina que seria a vida do ser humano (alimentação, moradia, construções, etc…..) em Marte, caso decidirmos habitá-lo ?
    Parabéns pelas matérias sempre bem explicativas,

    Abração.

    1. Acho que, de início, os módulos de habitação teriam de ser recobertos por solo para barrar radiação excessiva, e talvez se pudesse construir cúpulas de convivência social para ter algum tipo de vida “ao ar livre”, assim como viabilizar plantações para a subsistência da colônia.

  3. Depois de tantos comentários, a maioria em letras minúsculas, gostaria de saber de fato um resumo dos 5 principais objetivos do ser humano em Marte?

    1. 1- Aprender mais sobre o planeta do Sistema Solar que tem ambiente mais próximo do que temos na Terra.
      2- Buscar sinais de vida passada ou presente e compreender a natureza da vida no Universo, assim como o contexto de nossa existência nele.
      3- Aprender mais sobre a própria Terra por meio de planetologia comparada.
      4- Expandir a arena de atuação do ser humano, promovendo desenvolvimento social, cultural, científico e tecnológico — na Terra e em Marte, se lá nos estabelecermos.
      5- Salvar a humanidade da extinção, ao torná-la uma espécie multiplanetária, evitando o risco de extinção por um cataclismo de escala planetária, como a colisão de um asteroide.

      Tudo soa bem importante para mim.

  4. Sabe se está nos planos algum tipo de gravidade artificial para evitar danos à saúde dos tripulantes? Por exemplo, de um modo bem tosco, uma nave com 10m de comprimento, girando a 13rpm em relação à seu eixo de simetria transversal geraria uma aceleração próxima à terrestre para quem estivesse nas extremidades.

    1. Se você está chegando agora, dá uma lida nos meus comentários a respeito, logo no início.

  5. Eliomar comenta: Não sei não, já fui mais otimista em relação a essas missões, hoje sou muito mais realista, década de 30? o que que isso quer dizer? a tecnologia praticamente será a mesma, com algumas melhorias, mas nada de realmente novo. Quem serão os loucos e estranhões que embarcarão nessa loucura? mil dias? bastou 3 dias ou menos e a apolo 13 já estava quebrada, só por milagre uma tragédia foi evitada, 2 ônibus espaciais já viraram cinzas e muitos astronautas já morreram em acidentes que insistem em se repetir, apesar de estarmos tão perto na órbita da terra. Foguetes insistem em falhar já no lançamento e muitos satélites e sondas se perdem sem mesmo chegar a órbita. Máquinas automáticas bem mais simples insistem em quebrar. E máquinas de incrível complexidade e muito mais variáveis para levar seres humanos a bordo? mil dias? nessas naves de papelão? descer em marte? voltar a sua órbita? sei não. com essa tecnologia? seria preciso no mínimo um sistema triplo com 3 naves, cada uma completa e capaz de realizar plenamente a missão e acolher toda a tripulação, seriam 2 estepes para minimizar os riscos, menos do que isso seria assassinato, mesmo assim eu dou no máximo dez por cento de chance de sucesso e acho que estou sendo otimista.

    1. Acho que você está sendo muito pessimista. A Estação Espacial Internacional está ocupada há muito mais de mil dias. Desde 2000 não se passou um dia na estação em que não houvesse astronautas por lá. Quebram coisas? Quebram. Mas para isso existem peças de reposição. E é perfeitamente factível levar peças de reposição pra mil dias, e planejar os sistemas de forma mais simples, para evitar mais quebras. E não se iluda quanto a progressos da tecnologia. Houve e muitos. O que menos evoluiu foi a propulsão, que é baseada nos mesmos princípios das primeiras missões ao espaço. Mas em termos de tecnologia, telemetria, diagnóstico, correção de problemas, controle automatizado de sistemas, cálculos orbitais de precisão, resistência de materiais… tudo mudou incrivelmente de lá para cá. Nas missões Apollo, os astronautas viviam inserindo comandos e códigos num computador de bordo que só dava pau. Agora a SpaceX quer mandar duas pessoas ao redor da Lua sem um astronauta profissional para acompanhar, tamanha a confiança na automatização do sistema. Eu, ao contrário de você, vejo muitos progressos — e mais ainda a serem realizados até 2030 — e nenhum showstopper.

      1. Amigos eu não estou querendo ser estraga prazer, eu sei o que é paixão, quando menino e adolescente eu era tão apaixonado pelas conquistas espaciais e o Espaço que sonhava em morrer no meio das estrelas vestido no meu traje espacial, solto no vazio, contemplando as estrelas. Realmente a Estação está lá faz um tempão, só que existe uma carga ininterrupta de cargueiros com peças e suprimentos e o envio de todo e qualquer especialista que for preciso para por as coisas em ordem, nessa viagem só se pode contar com o que se tem a bordo em peças, suprimentos e pessoal treinado. Um simples resfriado, mesmo sem morte de um tripulante pode por toda a missão em xeque, é praticamente certo que haverá problemas de saúde, mil dias é muito tempo. E a natureza e fraquezas e loucuras humanas? mil dias é muito tempo. Discussão, desentendimentos, desesperos, ira, ódio, luta? guerra entre grupos? cadê a polícia? é meus amigos, pai mata filho e irmão mata irmão aqui na terra, nos confins do espaço, vivendo espremidos num cubículo até um gás mal cheiroso lançado sem querer, pode ser o estopim de uma tripulação estressada e cansada ( atemorizada?) que dependem desesperadamente um do outro. Há relatos desse tipo de situação entre astronautas soviéticos em longa permanência no espaço, diziam que só a visão da terra pela janela da estação os acalmava, coisa que não terão os que forem a Marte. Pois é, os perigos e as variáveis são muitos.

        1. Como você vai pegar um resfriado no espaço? A não ser que algum dos astronautas já embarcasse contaminado, a chance é zero (diferentemente da estação espacial, onde a chance é bem maior, e mesmo assim ninguém até hoje interrompeu uma missão, que chegou a ser de 1 ano para dois tripulantes, por questões de saúde).

        2. Você está projetando para uma missão à marte as mazelas que acontecem na terra ( guerra, filho matando pai, etc … ) mas esquece que nas primeiras viagens quem irá serão astronautas. Que são pessoas com saúde física e mental constantemente avaliadas, que recebem extensivo treinamento inclusive para missões longas e que não vão se matar por causa de um pum solto na espaçonave 🙂

    2. Não sai de casa então. Já viu tudo que pode dar errado assim que você põe seus pés revestidos com precária borracha terráquea porta afora?

      1. Opa!.. e nem fique em casa. Já viu a quantidade de vezes que aquele aglomerante hidráulico que usam por aí para fazer estruturas portantes entra em falência por má utilização dos materiais agregados e do aço estrutural? Melhor sair.

  6. Eu tenho achado muito estranho os comentários dos últimos posts sem rage e trolls (fora o Gilberto). Até parece “conspiração”

    1. É. É a conspiração em que o UOL não chama minha coluna, mas produz uma nota deles sobre o mesmo tema 12 horas depois e aí chama a nota deles na home. rs

      1. Salva! você quem Vive batendo de pé junto que ela não existe! faz parte da retorica dos sofistas,( é ou não é) a minha participação aqui só tem estado organizar a verdade de ideias pelo que ESTAR(AND)!
        Fora Gilberto o “Ser” paradoxo Já! como dizer (Go off Truth)!
        URSO POOH!

          1. Salvador,

            Como você entende o que este Gilberto escreve? As frases dele não têm pé nem cabeça. E o pior é que você responde. Cuidado para não ser abduzido pela loucura dele.

          2. Não entendo. Quando acho “amusing” deixo passar. Quando acho tosco, barro por aqui. Dependendo do humor, barro mais ou menos. Tem dia que queria barrar tudo. rs

          3. Bom! Se essa foto for realmente do GP, tá parecendo com um churrasqueiro. E se não for, tá se passando de profeta no anonimato, sempre falando a mesma coisa com expressão “retórica dos sofistas”. Só vive azucrinando Salvador e poluindo esse terreno, de cima para baixo, e de baixo para cima.

          4. KKKK, ele está usando um “bloqueador telepático” na cabeça!

        1. Bom , pelo que estudei de antropologia, os dentes estão de herbívoros!não tem caninos!

        2. Depois vou passar O link for NASA das Análises químicas de átomos e moléculas,
          isso se “eles” não retirarem antes!
          ai que vai estar o; Choque dos sofismos!
          Paradoxal!
          para O=+ >50%
          para C=-

        3. Você poderia escrever um livro. Ele iria se chamar “O pensamento lisérgico de Gilberto Pessagno”. Quem se atreveria a escrever o prefácio?

      1. O problema é que este Gilberto não respeita o autor nem quem comenta por aqui. Uma coisa é alguém defender uma ideia que possa parecer absurda, mas pelo menos tem coerência. Outra, é inundar este espaço de divulgação com intermináveis frases sem nexo, carregadas de um besteirol sem qualquer conteúdo científico. E ainda pousar de inteligente.

      2. Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, retiro o troll de estimação.
        E digo mais, a montanha pariu um rato!

  7. Grande Salvador,

    Tenho um palpite e infelizmente não estarei vivo para fazer uma aposta com você.

    Eu apostaria alto que o homem pisará em Marte após 2050, seja por conta da lentidão dos projetos, bem como pelo altíssimo custo da brincadeira, ainda mais num momento em que o mundo – de uma maneira geral – passa por uma crise humanitária sem precedentes. Essas migrações irão consumir muitos recursos das grandes nações, mesmo que seja para bancar guerras!

    Ainda acho desnecessário mandar o homem até Marte na medida em que as sondas estão cada vez mais sofisticadas.

    Enfim, é o meu palpite!

    1. Roberto, eu pegaria essa aposta fácil. Primeiro porque o custo (altíssimo) da brincadeira está caindo vertiginosamente, e a curva não parece ter aplainado. Talvez nunca chegue ao nível imaginado por Musk — acessível a cidadãos comuns –, mas certamente acessível a agências espaciais.

      Segundo porque a sua “crise humanitária sem precedentes” simplesmente não existe. Que crise é essa? Nunca antes na história deste planeta houve percentual tão pequeno de miseráveis e famintos, nunca antes na história deste planeta houve percentual tão baixo de violência, nunca antes na história deste planeta vimos um período tão longo (+70 anos) de paz entre potências globais e nunca antes na história deste planeta vimos expectativas de vida tão altas. Cadê a crise humanitária? Ela só virá se idiotas continuarem a negar a ciência, desprezando vacinas, acreditando em curas milagrosas, descartando os FATOS sobre a mudança climática, acendendo um pavio há muito apagado entre as grandes potências… pode acontecer? Pode. Mas não parece provável que vá acontecer tudo isso e mergulhemos numa segunda Idade Média (embora eu tema por isso, sinceramente). De resto, o que temos são crises localizadas de miséria e violência. Claro que há miseráveis na Índia, claro que há miseráveis no Brasil. Mas eles são — proporcionalmente ao total da população — menos numerosos do que nunca (noves fora flutuações temporários de uns anos pra cá ou pra lá). Não vejo essa “crise humanitária” não. Vejo o melhor momento da história humana turvado por evidência anedótica (uma guerrinha aqui, uma crise de refugiados acolá, o Oriente Médio como sempre com a mão um no pescoço do outro), mas corroborado por evidências estatísticas sólidas.

      E vambora pra Marte para tornar tudo ainda mais divertido!

      1. Fico imaginando a primeira partida de futebol em Marte…. vai ser um jogo de outro mundo!

        1. Jogaço! O campo, desconfio, vai ter de ser bem maior, para lidar com a gravidade menor. Goleiro vai pular fácil acima do travessão. rs

    2. Tenho impressão que avaliamos mal a situação atual do mundo pelo fato de hoje em dia tudo está sendo visualizado pelo mundo inteiro. Não tenho dúvida alguma de que o mundo já foi muito mais violento antes do que é hoje em dia, a barbárie rolava absoluta… só que não haviam televisão e internet ainda para expor esta barbárie para mundo todo. Esta ilusão de que hoje o mundo está pior e mais violento que antes se deve ao fato de termos hoje notícia do mundo inteiro aliado ao fato de que (infelizmente) existe uma preferência em selecionar as piores notícias para serem divulgadas, deixando de lado inúmeras notícias “boas”. é que violência e miséria dão mais audiência… 🙁

      1. É exatamente isso. Evidência anedótica. Ou seja, você ouve uma história, outra história, outra história… e fica com a impressão de que está tudo péssimo. Mas isso porque ninguém dá a real notícia: de acordo com as estatísticas, o mundo nunca foi tão pouco violento quanto agora. Mas isso não vende jornal, não vende programa do Datena, não vende nada… 😛

    3. assim que o mundo chegar a essa etapa, foguetes não vão fazer parte de pasta orçamentária de nenhum governo. Estaremos irremediavelmente presos ao chão, “resolvendo problemas mais urgentes” que nunca chegarão ao fim. Concordo muito quando o Elon Musk diz que é “agora ou nunca”

  8. Boa tarde Salvador,

    E aquele plano mostrado no seriado Mars, da National Geographic? Já está ultrapassado?

    1. Aquele é o plano do Elon Musk, da SpaceX. Muita gente aposta que ele chega primeiro que a Nasa. A conferir. (Se você se lembrar da série, que foi *financiada* pela SpaceX, o projeto lá parte de uma empresa e não de uma agência espacial.)

  9. Salva, meu rei!

    Fico pensando se não é a fase mais difícil da missão construir a infra-esturutra para sair de marte…A gravidade é semelhanteà nossa e quando vemos a estrutura que temos aqui fica parecendo impossivel construir algo semelhante em Marte.

    1. Moacir, é sim um grande desafio, mas não é impensável. Primeiro porque muito menos coisas precisam levantar de Marte do que da Terra. Da Terra partirão todas as espaçonaves, tudo que precisamos, e de Marte partirá só um módulo pequeno que comporte os astronautas. Muito menos peso. Ajuda também que a gravidade de Marte seja 38% da terrestre (não é nada, não é nada, é três vezes mais fácil subir de lá do que subir de cá). E a melhor notícia de todas é que podemos fabricar o combustível lá. Com CO2 atmosférico e H2O do subsolo, podemos fabricar CH4 e O2, respectivamente combustível e oxidante, para a viagem de volta — que, de novo, só precisa chegar à órbita de Marte, onde uma nave maior estará esperando para promover o retorno à Terra. (Não por acaso Elon Musk optou por usar CH4 como combustível no seu projeto marciano, em vez do querosene usado no Falcon 9 e no Falcon Heavy.)

      Resumo da ópera: é difícil, bem difícil. Mas longe de impraticável.

      1. É mais do que “3x mais fácil sair de lá do que daqui”. A resistência do ar ao avanço da nave por lá é muuiito menor do que aqui!!

        1. É. o EuTM mencionou isso também. E não é desprezável, de fato. Mas mesmo aqui a resistência do ar não é o pior problema, pois quando o foguete está realmente acelerando big time ele já está relativamente alto, onde a atmosfera terrestre já é bem mais rarefeita.

          1. O que explodiu a Challenger não foi a atmosfera. Foi um anel de vedação do booster auxiliar que se quebrou e levou a uma explosão.
            A atmosfera destruiu o Columbia. Mas na descida, viajando a 28 mil km/h. Não na subida, onde, mesmo após o dano, chegou ao espaço incólume.

          2. Eu sempre achei que pela perda do anel de vedação, o atrito com o ar tinha causado o calor e a explosão. Não foi isso, então?

          3. Não. O booster é de combustível sólido. quando começa a queimar, não para mais. Com a perda do anel, vazou chama para tudo quanto é lado, o que é terrível com um tanque enorme cheio de hidrogênio líquido. Aí cabum. Claramente pelo vídeo vemos que foi uma explosão, não uma perda da integridade estrutural, como no caso do Columbia.

          4. Sim salva, pelo que eu entendi teve uma falha no projeto.
            Sempre eles deixam umas falhas” básicas”.
            Como o deixa que eu deixo!
            Aquela da philae de três pernas por exemplo; vai ficar na História!

        2. Triangulo/Estrela=Delta/Y=sincrono(pendulo síncrono-centrípeto).
          Nem um pé de galinha tem três Hastes nos pês , não existe animal que se apoiam entre três bases(três pernas ou um calcanhar e dois dedos)tando A-D….,(O Programador) como darwim sabem disto, esta básico.
          se quer um equilíbrio perfeito pra rolar, rolar e rolar faça assim, (Enigma/3)=120° .
          dai pegue teu motor capacitivo, coloque em tua nave; que marte esta logo ali!

      2. Me pareceu mais simples agora, Salva! Eu não sabia que a gravidade de Marte fosse tão pequena
        🙂

        Se consideramos que já fizemos isto na Lua e lá a gravidade é 6x menor entao em Marte vai ser “só” 2x mais dificil que na Lua. (se bem que meus parcos conhecimentos matemáticos sugerem que a variação não é assim “linear”…Lembro que todas estas formulas gravitacionais tinham sempre uma potência de 2 em algum lugar para tornar as coisas meio exponencias…:-)

        1. É, não é linear, porque a gravidade cai pelo quadrado da distância, e não pela distância. 😉

    2. E, a Nasa, também está trabalhando na criação de um drone para ajudar na exploração de Marte. O desafio é grande, pois como nossos colegas aqui disseram, a gravidade é só um terço da terrestre – isso ajuda -, porém, um veículo movido por hélice numa atmosfera 100 vezes menos densa, complica bastante.

  10. Salve Salva!
    Vamos todos cuidar da saúde para vivermos esse momento incrível daqui a 20 e poucos anos. Salvador, acha possível que desenvolvimento de novas tecnologias apresse esse cronograma?

    1. Acho possível, mas não muito provável. Como se vê, o cronograma não é muito folgado. Envolve, por exemplo, o lançamento de um módulo por ano do Gateway, em média. Não é a coisa mais acelerada que já se viu, mas também não é um ritmo lento. O bacana é que as missões já vão começar a ficar empolgantes, em espaço profundo, no começo da próxima década. Quase nada a esperar, portanto! 🙂

    1. Fernando, desculpe. Fui participar de um evento em São Carlos ontem (o Pint of Science Brasil) e não pude aprovar comentários. Pior: na volta, 2h30 da madruga, arrebentou a correia dentada do meu carro e morri com um guincho de R$ 750 de Americana a São Paulo. Que fase.

      1. Já aconteceu comigo, quando eu tinha um Renault. Por sorte arrebentou na Freeway, ou seja, atendimento, reboque e conserto incluídos na tarifa do pedágio. Só paguei a peça nova. Mas só resolvi o problema em definitivo quando troquei a tralha num carro japonês, que não tem correia dentada.

        Pra comprar carro no Brasil, siga a fórmula HTNR-no.

        1. HTNR-no?
          Não sei o que é, mas interessa. (Não que eu tenha dinheiro para comprar carro novo neste momento. Mas bom saber para quando a OAS resolver me presentear com um triplex totalmente de grátis.)

          1. Hehehe, é uma boa. Eu colocaria o Tesla na frente de todos, mas como sonho impossível. Ainda mais na República das Bananas.

          2. Eu JAMAIS terei um carro elétrico. O prazer de ouvir um motor a explosão é insubstituível.

            Carro que dirige sozinho então, nem pensar. Já é muito a contragosto que tenho que aceitar injeção eletrônica no lugar do carburador e (pior!) vidro elétrico no lugar da velha e boa manivela. Agora, farol que acende sozinho, limpador de pára-brisas que liga e desliga sozinho, piloto automático, etc., eu deixo pra guri que tem preguiça de dirigir. Prefiro um bom Opala 74, 6 canecos.

          3. Huhauahua. Já eu acho incríveis carros silenciosos e, se andarem sozinhos, melhor ainda. Fico imaginando na qualidade de vida nas cidades, com veículos silenciosos e sem poluição atmosférica. Nossa, aí sim chegamos ao século 21. Quem gosta de ouvir ronco de moto na porta de casa às 3h da manhã que atire a primeira pedra… rs

          4. Ele vai fazer o que você mandar. Só não vai precisar de você apontando a cada esquina onde virar. Mas veja, o piloto automático é uma OPÇÃO. Você pode pegar um Tesla e dirigi-lo o tempo todo. Ele não é um carro “só” automático.

          5. Ademais, entre um Honda Accord V6, com toda a tecnologia que ele tem, e um Tesla, fico com o Honda.

          6. Eu — junto com muitos reviewers de carros nos EUA — fico com o Tesla. 😛

          7. Salvador, Cê deu sorte de não quebrar naquela serra logo antes de chegar a São Carlos. Ali anda bem perigoso.

          8. Pois é. Considerei sorte mesmo. Podia ter sido bem pior do que o preju material.

  11. A lua me parece um cenário perfeito para se testar a tecnologia para bases em marte… apesar da gravidade menor, o ambiente lunar é ainda mais extremo do que o marciano.

    1. Também acho que pode ser uma ótima plataforma de testes, além de ter valor intrínseco para a exploração.

      1. Imagine ainda se for para instalar um laboratório lunar, com observatórios e radiotelescópios que não sofram interferência da atmosfera terrestre.

  12. Salvador, vamos imaginar uma situação…
    Você chega todo feliz ao final da sua vida, morre, e descobre que depois disso tem um “grande arquiteto”, e ele te repassa a informação de que tudo que há em nosso universo é de seu conhecimento, porém, fica aquela dúvida do que há além… O MS ficaria satisfeito?

    1. O MS não ficaria satisfeito com qualquer um dizendo o que ele pode ou não pode conhecer, independentemente de onde se traçasse a fronteira. Posso aceitar que existam limites para a minha compreensão. Mas eles são os MEUS limites. Não posso aceitar que alguém imponha limites que não sejam os meus.

      1. O que você pensa, a este respeito,sobre você, você faz comigo.
        Esta questão de tanto de impor, quanto ter que aceitar uma limitação, relativa a limitação do próximo, para mim se chama sofismo , tendendo a retórica, se limita apenas e inexistência do Ser e não ser , que toma a verdade do que esta.
        Deixa eu mostrar o Shrek e o Site da Wolrdwide Telescope, salvador. libera ai na boa!Pls!

        1. Não vou liberar, Gilberto. Estou de *muito* mau humor. Sem links, sem comentários com mais de um parágrafo, sem asneiras. Tenho sincera vontade de te barrar para sempre. Você nunca, jamais fez sequer sentido, cara. Não sei de onde você tira essas coisas, mas certamente não é do mesmo lugar de onde eu tiro os meus textos. Pega leve aí, para com Shrek, duo-hexacimal e vamos seguir vivendo uma boa vida, meu caro.

          1. To te mostrando o site oficial da NASA! como te disse , agora que me liguei na pathfinder, e eu nem sabia, Que eles já haviam publicado algo sutil a este respeito lá!

          2. Então vamos combinar o seguinte. Se você postar só os links da Nasa, sem comentá-los, eu aprovo. Fechou?

          3. traduz e vera que eles chamaram de Leitão e Urso Pooh, porque eu não posso chamar de Shirek ?, mas tudo bem , passo a chamar de Urso pooh para não cair no campo da (modinha de pseudo código de lero lero como vocês dizem), pode verificar la no site da NASA..

            A referência começa aqui: “”Does this sequence look a lot like yesterday’s plan? Here’s why:
            A sequencing transmission error …”

          4. só não entendi onde é que a Teoria das Cordas entra nesta história toda. Tem certeza que sabe do que é que esta teoria trata? E tem noção de que nunca foi comprovada até agora? (e muitos acreditam que nunca será?)

          5. “Nenhuma teoria das cordas fez alguma nova predição que possa ser experimentalmente testada.”

          6. David pensei que Você ia solfar e contestar primeiro; a veracidade do Wiki, como sempre fazem “SER” ou?

          7. Entendemos o método da exaustão. Você escrevendo um monte de baboseiras até deixar todo mundo exausto de você.

            Conseguiu. Parabéns.

          8. contesto a veracidade do wiki quando seu texto realmente está errado. no que diz respeito à página sobre Teoria das Cordas, te garanto que está totalmente correto. e que também não tem nada a ver com o que está sendo discutido. parece que sua diversão é tentar procurar um monte de termos pseudo-científicos “bonitinhos” ou apenas “estranhos” e tentar montar frases desconexas com eles. aliás, de onde vc tirou o verbo SOLFAR???

        2. Vossa excelência GP! Os seus comentários não estariam sendo ortodoxo demais com base nos princípios do paradoxo? Li seu comentário anterior, e tem tantas vírgulas quanto ponto e vírgulas. Só falta fazer “reza” em cima disso. Não estaria você fazendo lambança de esoterismo com exoterismo?

          1. Cara eu estou dos tempos do ponto e virgula; vai eu colocar pra ver! vou tomar aquela de que não faço sentido na lata; não muitos mas; não Passa uma dos corretores ortográficos; já entendi isso e mudei meu estilo, mas de vez em quando penso como se estivesse.
            Fico ate as madrugas pesquisando pra poder e ? recebo não e ainda por cima me mandam pro corretor !rsrsr
            Ho! vida de Jônico!

          2. Vc não está a sós, está bem servido com Tales, Naximandro, Anaximenes, Hráclito, Anaxágoras, Arquelau, Diógenes e discípulos hoje aqui. Que o filósofo Aristóteles o diga!

        3. “agora que me liguei na pathfinder, e eu nem sabia,” puxa vida, vc é meio lento, né? só descobriu a Pathfinder 20 ANOS DEPOIS da missão??? eu lembro de na época acompanhar as fotos novas damissão dia a dia. era difícil, pq na época eu ainda dependia de internet discada. 🙁 foram madrugadas insones baixando as imagens, para aproveitar as tarifas de telefonia mais baixas… :-S

          1. Cara desculpa você pode não estar entendendo nada , mas pra entender teria que recapitular lá atras, dês da época do modulo lunar para trás! use gil no localizar das paginas para entender de onde vem isso tudo!
            já estou aqui faz tempo!rsrs

        4. David relaxa, veja a evolução:mais um passo alem da exaustão: E não para por ai pois tudo “ESTAR”
          https://www.nasa.gov/jpl/on-pi-day-how-scientists-use-this-number
          https://www.jpl.nasa.gov/edu/news/2016/3/16/how-many-decimals-of-pi-do-we-really-need/

          viu! ate mesmo você sabe onde vamos chegar! relaxa, A super Cordas e o buraco de minhoca! A se estivesse eu que chamasse Assim , “buraco de minhoca”, ia chover de sofomos!rsrsrsr
          Modinha de pseudo e lá vai!

  13. Oi Salvador,

    Não entendi bem, a estação Gateway vai ficar em órbita terrestre ou lunar?

    1. Então, a Gateway vai ter mobilidade para se deslocar nas imediações lunares. Por isso mesmo — você notou bem — eu não fui específico. Ela pode ficar oscilando entre o L1 e o L2 do sistema Terra-Lua, e, estando em um desses pontos, ela estaria efetivamente numa órbita terrestre, embora bem mais perto da Lua que da Terra (avançando no mesmo ritmo que a Lua avança). Também existe a possibilidade de baixar o Gateway para órbitas lunares mais baixas e depois levá-lo de volta ao L1 ou L2. Ou seja, ele é um porto móvel, que fica nas imediações da Lua, mas não necessariamente em órbita lunar.

  14. Estava lendo uma reportagem: Design inteligente. O que os ateus, como você, dizem, ou melhor pensam, se é que pensam, à respeito?

    1. Eu não sou ateu, já repeti isso mil vezes. Mas design inteligente é pseudociência. Fiquei feliz, contudo, de ver que o Mackenzie abriu seu instituto de Design Inteligente. Agora pode mostrar às claras quem eles financiam para divulgar essas sandices aqui. Do jeito que estava antes, com os presbiterianos americanos mandando dinheiro por baixo dos panos para blogueiros e pseudocientistas brasileiros, estava bem feio. Agora pelo menos podemos olhar na cara dos farsantes que propagam essas ideias e dizer em alto e bom som: VOCÊ ESTÁ SENDO PAGO POR UMA ORGANIZAÇÃO RELIGIOSA, LOGO TEM UM CONFLITO DE INTERESSES NA QUESTÃO E NÃO PODE SER LEVADO A SÉRIO.

      1. Quanto eles recebem para encher o saco nos blogs de divulgação científica? Recebem em bitcoins?

        1. Recebiam em reais, mas acredito que não para encher o saco nos blogs de divulgação científica, mas sim para criar seus próprios blogs de asneiras pseudocientíficas, à la Enézio. De toda forma, como eu disse, era por baixo do pano, então tudo que tenho são informações seguras — mas vagas — de que acontecia. Não tenho o smoking gun, ou já teria virado matéria. Mas agora entramos na era da mentira transparente. Os caras podem pagar e ainda fingir que são legítimos. 😛

      2. Urra, Salvador!? Que é isso? Eu apenas abri a porta do armário, mas acho que vou voltar a fechar…. Pensei em tomar um chá com o Russel, mas você tá querendo quebrar o bule… Defenda-se ou nunca mais, hoje, vou ler teus textos (fenômeno equivalente à maior extinção em massa).

          1. 🙂 O gato de Schrödinger está morto ou vivo? Morto-vivo? Se você não é ateu, você é crédulo. Há uma terceira via? Cético? Agnóstico? Por princípio a ciência não é baseada no método científico? E este é essencialmente incompatível com a religião?

          2. Eu sou agnóstico. A hipótese de Deus é inverificável, portanto não pode ser conhecida. Talvez Ele exista. Talvez não exista. Certamente não acredito nas versões infantilizadas de Deus propagadas por muitas religiões — aquela linha “joelhos dobrarão, a salvação vem só por mim, o inferno é logo ali, blablablá” –, mas não posso descartar que exista o equivalente de uma divindade, ao menos do nosso ponto de vista humano. Com efeito, se vivemos numa simulação de computador — algo que muitos filósofos julgam possível –, há de haver um “Deus” — o programador da simulação. Ele talvez não seja o Deus sobrenatural e carola que muitos desejam que fosse, mas seria “Deus” mesmo assim.

            E, do mesmo modo que não podemos testar a hipótese de que vivemos numa simulação, não podemos testar a hipótese de que Deus (ou “Deus”) exista ou não. Logo, a única postura filosoficamente defensável nesses temas, na minha opinião, é o agnosticismo. E não me incomoda esse lance de não saber. Até porque, na real, tanto faz se Deus (ou “Deus”) existe ou não. Ele é dispensável para explicar o mundo à nossa volta, claramente regido por leis naturais apreensíveis pela razão. Ou seja, se Deus não se mete no andar do Universo, que diferença faz se ele existe ou não?

          3. Salvador,

            A ideia do Design Inteligente seria um approach mais adequado para uma discussão até mesmo científica. As religiões são meras manifestações culturais que necessitam exatamente destas entidades sobre humanas para se justificarem e são baseadas em conceitos humanos, dependentes de quem escreveu os preceitos básicos da religião. Eu não acredito em qualquer possibilidade de uma entidade no controle dos eventos que ocorrem no Universo e por consequência, não acredito no Design Inteligente. Mas está longe de ser o fim do debate.

            A consciência parece um grande capricho da natureza. Se não existissem seres conscientes, humanos ou não, o Universo não se daria conta da própria existência. Cada um de nós parece ser uma janela que permite justamente a percepção da existência do Universo. Certamente não precisava ser assim e o aparecimento de seres conscientes parece ser um capricho do Universo. Vai contra o aumento da entropia que rege a maioria dos fenômenos naturais. O estado consciente parece ser o objetivo final. Mas pode ser apenas um grande acidente neste Universo em que vivemos. Aceitar que o estado consciente é premeditado significa aceitar que tem alguma entidade no controle. Mas pensar num Universo sem nenhum ser que possa percebê-lo também não é confortável.

          4. O design inteligente é totalmente inadequado porque não é uma hipótese testável. Então, ao fingir ser uma hipótese científica, mas inverificável, é pseudociência.

            O que não significa que não possamos pensar em Deus e em sua existência como uma possibilidade. O que não podemos é pensar que o design inteligente, intestável, é uma alternativa à evolução por seleção natural, já testada e corroborada incontáveis vezes.

            E outra: não sei de onde você tirou que seres conscientes violam a segunda lei da termodinâmica. Essa lei diz que a entropia TOTAL do Universo sempre cresce. OK. Ela não diz que a entropia total não pode decrescer localmente. Essa confusão faz muita gente pensar que a evolução — e até a nossa existência — contraria a segunda lei da termodinâmica, o que é falso.

            Sobre o estado consciente ser o objetivo final, discordo inteiramente. Tudo que sabemos sobre o Universo sugere que ele vai viver a maior parte de seus dias sem qualquer forma de consciência. O tempo de vida do Universo que sucederá a morte de todas as estrelas e compreende a fase de “morte térmica” do Universo é imensamente maior que a fase “consciente”. Poderíamos disso que o objetivo final do Universo é a total diluição e vitória da entropia. Mas não faz muito sentido para nós um Universo assim, né? Então você se sente mais confortável em pensar que “Deus” projetou o Universo para abrigar consciência do que o mais lógico: que “Deus” teria projetado o Universo para caminhar rumo à homogeneidade completa, e a consciência é só um tropeço ao longo desse caminho. Ao rejeitar essa possibilidade (Deus criou o Universo focado no vazio), seu antropocentrismo fala mais alto.

            Quem disse que o objetivo de “Deus” não fosse criar buracos negros? Eles são certamente mais longevos que qualquer civilização, e existem no Universo desde praticamente o começo até o final… por que achar que o objetivo de “Deus” é criar consciência? Acho que o ego nos atrapalha muito. É o que faz a astrologia (o Universo gira ao nosso redor e nos influi) ser muito mais popular do que a astronomia (o Universo é muito maior que nossa esfera humana e é largamente indiferente aos nossos pequenos assuntos particulares). Não gostamos de sermos desprezados.

            Ironicamente, moldamos o conceito de Deus à nossa imagem e semelhança. Pensamos em Deus como alguém que gosta de ter o mundo girando ao seu redor, pessoas o venerando desesperadamente, contando com sua ajuda incerta nos momentos difíceis. Por que será que a imagem Dele representa tanto as nossas próprias aspirações pessoais mais egocêntricas? 😛

          5. Salvador,

            Perceba que não defendo o Design Inteligente, muito menos a existência de um Deus no controle. A existência de seres conscientes só não vai contra o aumento da entropia, justamente pela existência da evolução baseada na replicação e seleção natural e que só se aplica sobre seres vivos. Entretanto o aparecimento do ser consciente parece ser um acidente neste processo, totalmente desnecessário. Mas como eu disse, um acidente. Um evento estatístico. Quando eu disse que parece ser o objetivo final, quis dizer que é o processo final que será experimentado pela maioria dos seres vivos que tiverem tempo e condições para atingi-lo. Uma ameba não se tornará consciente mas ela faz parte do processo que gerou o ser consciente. A vida começa simples mas parece que na cadeia evolutiva, aqui ou em Andrômeda, se houverem as condições, seres conscientes aparecerão.

          6. Acho que existe um viés de observação. Na época dos dinossauros, os dinossauros poderiam ter dito que o objetivo final da vida era atingir a vida dinossauriana. Tudo bem, eles não podiam pensar isso, mas é o de menos. Podemos imaginar que existam criaturas tão mais inteligentes que nós quanto nós, comparados aos dinossauros. E aí eles podem concluir que o objetivo final da vida era atingir aquela inteligência prodigiosa que nos faz parecer uns T. rex, versão frangote. O ponto é: o seu conceito de objetivo final é baseado no que você é. E é arrogante se imaginar como parte de algum objetivo final cósmico, quando o cosmos ensina que o que o que ele mais parece valorizar é a diversidade, e não um único objetivo. E é essa mesma diversidade que permite que buracos negros, eu, você, os super-ETs e as supernovas sejam TODOS o “objetivo final”. Parece-me menos arrogante enxergar dessa maneira — o cosmos é sua própria recompensa, e se houve algum ato de concepção nele certamente não estava olhando para nós, claramente contingentes na história toda.

          7. Salvador,

            Só concluindo, pressupor Design Inteligente significa pressupor alguma entidade premeditando eventos, ou seja a existência de um Deus. Para mim a possibilidade das duas hipóteses é a mesma. Não acredito em nenhuma delas mas não podem ser descartadas simplesmente por não poderem ser testadas.

            O Universo só não acabará na vitória da entropia porque provavelmente será varrido do mapa pelo surgimento de um novo Universo via outro BigBang, iniciado pela tal flutuação quântica. Mas supondo que isso não aconteça e cheguemos próximos deste fim melancólico, a única chance de evitar este desfecho virá dos seres conscientes que com a tecnologia poderão moldar os resquícios do Universo, se mantendo existentes indefinidamente, moldando a entropia localmente, caso este fim não signifique um colapso inevitável deste nosso Universo.

          8. Paulo, não é possível conter a entropia indefinidamente. Basta ver que morremos todos. Essa é a grande moral da história. Nada é para sempre.
            Cuidado com a expressão “design inteligente”. Ela se refere a uma corrente pseudocientífica que tenta desacreditar a teoria da evolução e/ou a teoria cosmológica. Como eu disse, você pode acreditar em Deus quanto quiser, mas não se misture ao “design inteligente”. Não seria muito inteligente da sua parte. 😉

          9. Considero a definição clássica de Design Inteligente e não somente o que tenta se contrapor à teoria da evolução. Abaixo uma cópia desta definição extraída do Google:

            “O Design Inteligente foi definido pelo seus defensores como a ideia de que “certas características do universo e dos seres vivos são melhor explicadas por uma causa inteligente.” Esta “causa inteligente” é muitas vezes assumida como sendo Deus.”

            Ou seja, qualquer característica do Universo que tenha sido premeditada e implementada por uma suposta inteligência, faria parte do Design Inteligente.

          10. Por isso disse teoria da evolução e/ou teoria cosmológica. É exatamente isso. Seja onde for que você enxerga inteligência, se você não pode testar essa hipótese, não é ciência. Se você rotula como religião, beleza. Você se diz um crente do design inteligente. Beleza. Mas se você, em vez de se declarar um crente, tenta contrapor isso a teorias científicas (aquelas que podem ser testadas), está praticando pseudociência. E é isso que o pessoal do design inteligente faz. Tanto que insistem em chamar de “teoria do design inteligente”, o que é um despropósito. Teorias, por definição, são testáveis. O design inteligente não é. Logo, não pode ser teoria. É uma crença.

          11. E finalizando mais uma vez 🙂 , Acho sim que é possível conter a elevação da entropia. Hoje nosso fim é a morte, o que não quer dizer que não vamos superar esta condição no futuro. Se você me diz que o fim do Universo será um background frio sem energia ou sem matéria, OK. Mas enquanto houver matéria poderemos convertê-la em energia. Enquanto houver matéria poderemos transmuta-la no elemento que quisermos. Estaremos brincando de Deus mas os seres conscientes deste final de Universos poderão ter as condições necessárias para manterem-se conscientes. Logicamente assumindo que o conhecimento é infinito e que no futuro poderemos manipular o Universo da forma que quisermos.

            E claro, seria arrogância achar que nós somos o objetivo final. Uma das belas coisas da natureza é justamente ela não se importar nem um pouco conosco. Aliás o que mais se aproxima da definição de Deus é a (Leis da) Natureza. Ela é onipresente, está em cada átomo do Universo, onisciente, cuida de cada evento que ocorre no Universo. Só não e onipotente pois se limita a ela mesma. E só não é Deus porque não é consciente.

          12. Sim, mas o destino final do Universo envolve a inexistência de matéria (que, coincidentemente ou não, também fazia parte do estado inicial). Ou, para ser estritamente quântico, a existência em quantidades tão baixas que seriam incapazes de suportar mesmo as mais elementares formas de vida.

          13. Salvador e David, são pontos de vista válidos, sem dúvidas. Freud explorou (e muito bem) isso na trilogia Totem e Tabu, Mal Estar na Civilização e Futuro de uma Ilusão. Mas vejam que nossa predisposição a encontrar sentido e explicação (que eu não nego que exista) não exclui a possibilidade de existir mesmo um sentido e uma explicação….

          14. Claro que não. E quando há, invariavelmente encontramos essa explicação, porque inventamos a ciência — método pela qual testamos nossas explicações. Mas quando a nossa explicação não é testável, ficamos restritos ao terreno da fé. E talvez a fé diga respeito a algo real. Talvez não. A única atitude filosoficamente defensável é aceitar esse “talvez”. Agora, você pode ter uma atitude religiosa, e aí abraçar o “sim” ou o “não”. Por isso digo que o ateísmo é tão dogmático quanto qualquer religião. Ele é mais inofensivo, no sentido de que não expõe seus fiéis a embustes e charlatães (e talvez por isso preferível), mas ainda assim tão dogmático quanto qualquer religião.

        1. vou por mais lenha na fogueira: faz ALGUMA DIFERENÇA ele existir ou não?

          1. Faz! Se Ele existir, você pode inferir que tudo faz um sentido, tudo tem um porquê, as coisas não acontecem por acaso. Se Ele não existir, nada disso faz sentido porque simplesmente não precisa fazer sentido.

            Então, se soubermos que Ele existe ou que Ele não existe, isso mudaria substancialmente a forma como a humanidade entende o mundo e a si própria.

            Também por isso acho válido investigar a hipótese da existência divina.

          2. Ou não. Ele pode existir, e mesmo assim não ter criado o Universo por propósito algum, do mesmo jeito que posso ficar fazendo rabiscos num papel sem nenhum propósito enquanto conversamos. 😛

          3. na minha visão, esta nossa tendência de buscar sentido em tudo não passa de uma característica que desenvolvemos evolutivamente para nossa espécie se destacar das demais e perpetuar seus genes. nós tentamos procurar padrões em tudo, mesmo onde eles simplesmente não existem. é por isto que enxergáva-mos deuses, animais e objetos nas constelações, apesar de sabermos hoje em dia (ou pelo menos deveríamos saber disso) que a configuração das estrelas no céu é totalmente aleatória… para mim, acreditar num “deus” que dê sentido a tudo o que existe ao nosso redor é exatamente a mesma coisa: procurar padrões onde eles não existem.

          4. Concordo totalmente com você. O modo de pensar humano parece moldado pela seleção natural para procurar relações causais nas coisas. Quando essa relação existe e pode ser demonstrada, temos ciência. Quando ela não existe, em vez de aceitar isso, inventamos uma relação causal fictícia e, como ela obviamente não pode ser demonstrada, temos religião.

          5. entendam que não tenho problema com religiões específicas. como já era bem provável tendo nascido no brasil, venho de família onde a religião é parte importante da vida. mas não concordo com ela sendo usada como resposta definitiva para tudo o que não sabemos ou, pior ainda, como “verdade substituta” para fatos científicos aos quais hoje em dia é completa loucura tentar negar! tenho bastante simpatia pelo budismo, por exemplo, por ser uma religião (vou dizer já prevendo uma enxurrada de reações, hehehe!) que não necessita necessariamente acreditar na existência de um deus dentro de sua filosofia. ela se concentra mais na ideia do indivíduo como parte de um todo maior, ele próprio, por assim dizer, um “pedaço de deus”. isto sim eu acho bem interessante! 🙂

          6. Eu particularmente me identifico muito com a discussão entre Salvador Nogueira, David Machado Santos Filho e Paulo Schaefer. Me sinto até que estou inserido no grupo seleto de sábios. Gostaria de estar comentando iguamente nesse patamar de discussão, mas por falta de tempo, fico um pouco limitado. Acima, o David simpatizou com Budismo. Em linhas gerais, no Budismo é uma religião que depende da pessoa de alcançar a felicidade ou não através da fusão do vida com o Universo, ou seja, a vida tem seus dez estados de vida, desde o inferno até o estado de buda e em condição de qualquer ser humano atingível. Ao contrário da crença em Deus que prega um ser acima de tudo e ninguém sobrepõe a ela. Esses dez estados na verdade existem em condições humanas dentro de nós, e através da fusão da causa positiva (oração) e Lei Mística (existente no universo), a pessoa pode atingir a iluminação ou e finalmente atingir o estado de buda. É o princício de religar com as forças já existentes no universo. A Lei Mística por definição é uma lei que é imutável, e que existe uma relação direta e intrínseca com as propriedades inerentes na natureza.

          7. Mário, não se subestime!!! Nestes assuntos, estamos todos em pé de igualdade! Ninguém pode afirmar nada sobre eles, não existe “opiniões” de autoridade, e, melhor ainda: todas as sugestões de explicações são bem vindas! todo mundo pode apresentar sua visão, contanto que não seja uma lavagem cerebral burra, de gente querendo algum tipo de poder pela fé…

          8. Obrigado pela consideração David. Suas palavras estão sempre à altura de um diálogo. Sobre a minha citação acima,
            a Lei Mística está longe de ser lavagem cerebral. É a síntese do Sutra de Lótus, ou seja, a essência do do Sidartha Ghautana, um sábio no passado que estabeleceu um ensino sobre 28.000 capítulos. E a essência de seu ensino se encontra nos últimos oito anos de sua via chamado de Hoke-Nehan. Portanto o Sutra de Lótus representa a iluminação através da conexão direta e intrínseca atingindo um objetivo da vida como sendo a felicidade. Também estabelece a harmonia com as leis do Universo.

          9. Mario, eu considero estas auto-reflexões sobre a própria existência muito importantes! Inclusive exercícios importantíssimos para resolvermos problemas que se apresentam cada vez mais evidentes, como a essência de clones nossos, a validade de cópias cibernéticas de nossas consciências, transplantes de cabeça (prometidos para o final deste ano!!), … enfim, acho muito válido tentar prever e procurar soluções para tais problemas ANTES deles acontecerem! Porque VÃO acontecer! 🙂

      3. Não se esqueça que os cientistas, não pseudos, também nunca conseguiram provar nada\ ao contrário. Só não consigo entender como você acredita que de um amino ácido possamos ter chegado onde estamos.

        1. Veja, não é questão de acreditar. Essa é a hipótese mais simples. (E não digo que tenha sido a partir de aminoácidos, mas de cadeias simples de RNA capazes de auto-replicação. Uma molécula igualmente simples, mas com a capacidade de passar por evolução darwiniana.) Talvez a hipótese mais simples esteja errada. Mas, como a mais simples, é a primeira que devemos testar. E até agora os testes tem sido promissores. Já conseguimos produzir bases nitrogenadas e ribose (o açúcar da molécula de RNA) a partir de química prebiótica. Falta conseguir surgir ribose + bases + fosfato para a formação de RNA prebiótico, e dali em diante saltamos da química básica e o processo de evolução por seleção natural assume o comando. É lógico, é racional, é o mais simples e é o que tem mais evidências em seu favor (como as já citadas sínteses de ribose e de bases nitrogenadas a partir de química simples). Já o pseudocientífico “design inteligente” é uma hipótese mais complexa (exige um criador, que por si mesmo evoca a pergunta de como esse criador poderia ele mesmo ter surgido a partir de química prebiótica ou coisa que o valha; ou seja, não responde à pergunta de como surge a vida, supondo que o criador seja algo vivo), inverificável (como testar a existência de um criador se ela não pressupõe processos naturais que podem ser testados e verificados em laboratório?) e não tem evidências em seu favor (a não ser que você considere fé cega como evidência). Diante disso tudo, não é misterioso que eu penda para o lado de uma origem natural para a vida. Qualquer pessoa racional trilharia os mesmos passos.

          1. Eu discordo de boa parte do teu ponto de vista, mas como debater sempre é válido, vamos lá.

            Não acho que o agnosticismo é a única opção filosoficamente viável. Concordo, isso sim, que o agnóstico é o único que pode bater no peito e dizer que tem certeza de que está correto. No entanto, a existência de Deus continua sendo uma hipótese – e acreditar em uma hipótese não é filosoficamente errado, mesmo que a ciência AINDA não consiga verificá-la.

            Concordo também que seria filosoficamente errado afirmar “eu estou correto, o meu Deus é o correto, e todos vocês estão errados, porque o meu livro sagrado diz isso”.

            Todavia, não é contrário à lógica (e acho que nem à ciência) o cara, como eu, que pensa “não posso ter certeza se Deus existe ou não…. pelos indícios que aí estão eu acredito na hipótese da existência pelas razões x, y e z, mas naquelas, apenas acredito nesta hipótese mais do que na outra, Ho, que pode sim estar correta; mas a minha interpretação dos dados que me são dados – o mundo que eu vejo – me leva a acreditar que a H1 tem mais probabilidade.”

            Enfim, é essa a minha crença e a minha fé, não minha certeza: Deus deve existir. Agora minha opinião puramente pessoal, negar a existência de Deus é em última análise admitir que matéria inerte pensa e planeja e tem consciência; em outras palavras, que nós não vivemos, mas “somos vividos”. Que somos consequência, e não essência. Possível? Sim, claro. Mas não coloco minhas fichas nisso.

          2. Eu acho que você pode defender o que quiser, se qualificar como “crença” e “fé”. Mas filosofia se baseia na razão. Se a hipótese filosófica é inverificável, você pode entretê-la, mas nada conclusivo AFIRMAR a respeito dela. Um cara que diz “acho mais provável Deus existir do que Deus não existir” é agnóstico. Ele se refreia de afirmar. Admite que esse salto final é de fé. Agora, se ele efetivamente dá esse salto e diz “para mim, Deus existe”, ele deixou a fronteira do agnosticismo.

            Sobre seu pensamento final, onde você vê uma coisa triste, eu vejo beleza sublime. Como disse Carl Sagan, nós somos manifestações do próprio Universo tentando entender a si mesmo.

          3. Mas eu admito meu salto de fé tranquilamente! Para mim, Deus existe. Eu ACREDITO na existência dele! Certeza? Não, não tenho. Sei que pode ser que Ele exista e pode ser que não exista, mas dentre as duas HIPÓTESES, ACREDITO que Ele exista.

            Isso pra mim, é filosoficamente válido.

            (se você lançar um dado você pode afirmar com validade filosófica que “acredita” que não vai cair 6; afinal, as chances são de 5×1. É assim que você vê o mundo. Mas talvez tenha um ímã poderoso embaixo do 6 e outro na mesa onde ele vai ser lançado. Só que, por não conhecer esse detalhe, sua crença continua filosoficamente válida. Ou, ainda: não tem nenhum vício no dado. Você lança o dado e: um supercomputador analisa todas as variáveis envolvidas, forças vetoriais de lançamento, vento, atrito com ar, atrito com poluição no ar, atrito com a mesa, giro, uma mosca que vai atravessar no caminho fazendo um micro-redemoinho, tudo: e antes que o dado pare, o supercomputador – chamemo-lo de um nome aleatório, sei lá, VAC – antes que o dado pare o VAC crava: vai dar 6. Sua crença “acho que não vai dar 6” continua corretamente válida, porque você não tem a ciência toda que o VAC tem para calcular, então é filosoficamente válido você acreditar no que SE APRESENTA PARA VOCÊ como ~84% provável do que naquilo que se apresenta para você como ~16% provável, AINDA QUE os dados comprovem que, depois do lançamento, era 100% certo que daria 6.)

            Ficou confuso mas acho que deu pra entender.

          4. É religiosamente válido. Não é filosoficamente válido. E tudo bem com isso.
            (Sobre o dado, não o que eu posso dizer é que ele tem uma chance de um sexto de cair no 6, mas que não posso dizer onde ele vai cair antes de jogá-lo. Essa é a afirmação filosoficamente sólida. Daí eu posso dar o salto de fé e achar que ele vai (ou não vai) cair no 6. Mas não é mais uma atitude racional. Eu *acredito* que o resultado vai ser aquele, mas não posso afirmar em bases racionais que vai de fato ser aquele. Posso religiosamente (ou supersticiosamente, para ser mais preciso) acreditar no desfecho, mas não posso filosoficamente predizer aquele desfecho.

          5. Acreditar que num lançamento randômico o resultado 84% provável vai ocorrer contra o resultado 16% provável não é superstição, é estatística.

            Mas perceba que Filosofia é mais do que Lógica. Filosofia também engloba ética, estética e – exatamente, Metafísica.

            Portanto, se é metafisicamente válido acreditar que Deus existe, hipótese que não contraria a lógica objetiva (e para mim é esteticamente bela e justa), então é filosoficamente válido ACREDITAR que Deus existe.

            Acreditar, não afirmar.

          6. Acreditar que *pode* ocorrer é estatística. Acreditar que *vai* ocorrer é superstição.

          7. Apostar no “poderoso” SPFC na loteca contra o Cachimbinhas do Sul é acreditar que é provável que ocorra, porque tem um elenco mais qualificado, porque treina mais, porque tem condição física melhor, porque joga junto há mais tempo. Não é superstição – superstição seria você acreditar que o SPFC vai ganhar porque você está de cueca verde, afinal, na final contra o Liverpool vc usou cueca verde e o SPFC ganhou, já naquela quarta-de-final de libertadores contra o Grêmio vc usou cueca de outra cor, e o resultado foi um golaço do Tcheco e outro do Diego Souza, 2×0 fora o baile, e o Olímpico inteiro gritando ‘Rogério, v*ado, teu pai é colorado”.

            Enfim, meu ponto é: se você tem dados que te dizem que é estatisticamente provável que um fato aconteça, não é superstição acreditar que vá acontecer.

            Mas enfim, já estamos discutindo semântica…

          8. Perna,

            Se você põe a estatística no meio fica fácil defender a não existência de um Deus e a evolução através da replicação e seleção natural. Tendo 13 bilhões de anos para esperar e infinitos dados sendo jogados a cada instante, basta um mecanismo de replicação e outro de seleção para se chegar onde se quiser. A algum tempo alguém aqui justificou ser contra a evolução porque seria o mesmo que jogar as 3000 peças de um avião para o ar e acreditar que ele cairia montado. Mas neste evento do avião estão ausentes tanto a replicação e a seleção natural que gerariam “descendentes” mais capazes ou mais próximos do avião montado.

          9. >> negar a existência de Deus é em última análise admitir que matéria inerte pensa e planeja e tem consciência; em outras palavras, que nós não vivemos, mas “somos vividos”. Que somos consequência, e não essência.

            Isso ficou meio esquisito, se uma “matéria inerte” pensa, planeja e tem consciência ela vive, não é “vivida”. Só “vivemos” se aceitarmos que existe um criador ? Isso não é filosofia, é religião.

            Se deus existe e fomos criados, não somos essência e sim experiência.

          10. Eu ainda acho mais provável que a inteligência artificial suceda a inteligência biológica que a criou. Os computadores progridem em progressão geométrica, os humanos, por sua vez, são os mesmos há praticamente uns 200.000 anos.

            A inteligência artificial seria tão vaidosa como os humanos? Bem, nada impede que a inteligencia artificial possa concluir que o universo foi criado apenas para elas e caiam no mesmo equivoco nosso, que os humanos eram apenas um mal necessário, mas que elas (as formas de inteligência artificial) são o limiar da consciência possível neste universo.

            O universo é o que ele é, ele apenas existe. E talvez seja essa a sua função, permitir a existência do tudo, do tempo, do espaço, o universo é o palco aonde todas as realidades se processam, aonde todas as reações químicas acontecem, aonde os átomos ganham existência e se fundem, aonde a energia se condensou em matéria, aonde a matéria se processa em seus vários níveis de existência, do marco ao micro universo.

            O interesse é que, qualquer que seja a inteligência, na medida que formos desvendando mais e mais os segredos do universo, mais perto chegaremos ele surgiu, de como ele se mantém e de como ele provavelmente terminará os seus dias.

            Talvez um dia no universo surja uma inteligência superior a nossa, obviamente, não será a nossa, com um capacidade de auto aprimoramento sem limites, em tese, ela teria uma compreensão quase que infinita de tudo e, assim ela teria total controle da matéria e da energia que a cerca, possuindo recursos que sequer imaginamos, quase que infinitos.

            Talvez ela consiga um dia recriar todas as condições para o surgimento de um universo novinho em folha. Mas porque ela faria isso?

            Primeiro, porque ela pode, talvez faria como como um experimento ou até mesmo como forma de diversão hehehe (Quem nunca jogou Spore, The Sims, Civilization ou SimCity?).

            Mas também um novo universo se justifique para possibilitar a continuidade da existência do tempo e do espaço, quando este velho e combalido universo aqui já estiver bem pertinho do seu ocaso. Assim funcionaria como uma espécie de backup.

            Num certo sentido poderíamos chamar essa forma de inteligência suprema de “Deus”. Poderíamos até concluir, a grosso modo, que o universo, no final, se prestou a criar novos “Deuses” ainda que de forma não intencional, como se todo o universo fosse uma gravidez não planejada de um “Deus”. hehe

            A pergunta lógica que coloco é a seguinte: Se os “Deuses” necessariamente dependem de um universo para florescer para continuamente dar a luz à novos “Deuses”, quem criou o universo primordial?

            Pode ser que o universo apenas surgiu do nada. Se fez de forma imotivada, simplesmente, fez assim: PLIM!!!

            Ou então podemos pensar que existem “Deuses” que “habitam” fora do tempo e do espaço e que “existem” nesta não existência e que estes sempre existiram. Contraditório, não? Dizem que o tempo e espaço não existia antes do big-bang? Porque eles resolveram criar toda a existência? Vai ver foi descuido da parte deles!

          11. simplesmente dizer “eu acredito nisto porque sim” não é suficiente. existe uma ferramenta matemática muito poderosa capaz de medir e classificar “crenças”, que se chama “Teoria das Probabilidades”…

          12. esta teoria inclusive fornece maneiras bem objetivas de se avaliar o quanto uma “crença” é mais plausível que outra, nos permitindo calcular números reais que podemos utilizar para compará-las.

  15. Será que será possível carregar combustível numa nave para suportar uma viagem de ida e volta à Marte? Ou terão que enviar primeiro os suprimentos da viagem de volta?

    1. Para uma viagem apenas orbital, acredito que sim. Para pousar, terão de fabricar o combustível para decolagem em Marte. O que não é um grande problema. A SpaceX, por exemplo, está projetando seu ITS (Interplanetary Transport System) para ser movido a metano, que pode ser facilmente fabricado a partir do dióxido de carbono da atmosfera de Marte com a água do subsolo de Marte.

      1. Será que iríamos até Marte apenas para orbitar o planeta? Acho q se for pra ir até lá melhor já descer né rs

        1. Uma abordagem cautelosa sugeriria orbitar primeiro e pousar só numa segunda tentativa. Mas… realmente é uma viagem imensa para voltarmos sem descer. Na Lua isso era mais razoável. rs

          1. Seria caro demais montar duas equipes? Uma vai para orbitar, quando está na metade do caminho vai a outra pra pousar… se der algo errado na primeira, aborta a segunda e volta sem o pouso…

          2. Não funciona assim. Viagens a Marte obedecem a janelas, quando os planetas estão na posição favorável. Acontece uma vez a cada 26 meses.

  16. interessante!!! isto significa que voltaram à ideia original de usar a lua como ponto de lançamento de missões para destinos mais distantes?

  17. bom dia Nogueira ,
    me parece que estão muito otimistas em relação ao prazo para a fase 3 …ou não ?

    1. Acho que é bem realista o cronograma. Se colocarem o dinheiro onde há o plano, e conseguirem parceiros para alavancar o Gateway (o que, posso dizer, está em negociações avançadas), tem tudo para dar certo. Minha única dúvida é com o SLS, o foguetão da Nasa. Ele é muito, muito caro. Se novos lançadores privados com capacidade comparável, como o Falcon Heavy e o New Glenn, conseguirem se firmar nos próximos anos, será difícil justificar o SLS. (Uma vantagem em favor dele é que as peças do Gateway provavelmente serão projetadas para exigir seu uso, do mesmo modo que os módulos da ISS foram projetados para ser levados ao espaço pelos ônibus espaciais.)

    1. Chineses não participam da ISS. Existem negociações avançadas para o Gateway, em que os europeus forneceriam um módulo, os japoneses um módulo, os russos um módulo, os americanos um módulo e os canadenses um braço robótico externo, como já é tradição deles (eles fizeram o dos ônibus espaciais americanos e o da ISS).

  18. Essa fase 4 tá meio “na tora” não ? rsrsrsrsrs

    Espero poder ver esse dia!!!

    1. A ideia é poder refinar as fases 3 e 4 com o amadurecimento de novas tecnologias. Na real, o que tem de mais firme é a fase 1, já em negociações avançadas com parceiros internacionais.

  19. Ao contrário da missão Apollo, a NASA pretende enviar o homem a Marte como prioridade.

    No entanto para explorar o nosso planeta vizinho, é preciso superar muitas barreiras tecnológicas apesar de todos os avanços desde a missao Apollo que levou o Homen a Lua, só que dessa vez o objetivo é colonizar Marte.

    Mas antes disso, nas etapas finais, deverão ser feitas com missões tripuladas na órbita cislunar para um procedimento de teste, antes do envio no solo marciano.

    Muitos estudos ainda precisam ser feitos para evitar problemas de saúde quanto a exposição de microgravidade ao longo de tempo no espaço.

    Atualmente os astronautas não podem estar sujeitos a exposição prolongada, devido a radiação com efeito prejudicial à saúde que podem não morrer de imediato, mas podem causar graves problemas de saúde incluindo câncer, demência e outros problemas sem contar com a atrofica muscular.

    Com base nas experiências acumuladas na E.E.I, serão aproveitados todos os conhecimentos para superar a maior parte dos problemas no espaço.

    O prognótico da missão à Marte após atentados de 11 de setembro, passando pelos gastos vultosas na defesa e do momento político que os EUA atravessaram, fez com que a NASA fizesse um novo plano estabelecendo o fim das missões com ônibus espaciais, e focado no plano mais ambicioso, de desafios e com objetivos de dimensões interplanetárias, de forma que precisarão de esforço em conjunto com ouros países mais do que nunca, para atingir a meta, e lá estabelecer a bandeira da NASA Cosmopolita.

    Contudo há outros dois principais vetores na disputa que são exatamente os parceiros diretos da NASA e são eles, a Boeng e a SpacesX.

    Para esse projeto, as quatro missões do mega-foguete SLS (Space Launch Ssystem) de 122 metros de altura, e da cápsula Orion estão sendo construídos com tamanho muito maior, e de envergadura até o dobro de um antigo ônibus espacial.

  20. Bom dia Salva,

    A construção de uma estação em orbita cislunar, a chamada “Deep Space Gateway” sempre foi uma opção para Nasa. Aparentemente procura parceiros internacionais para viabiliza-la inclusive como substituta da ISS que encerra suas atividades em 2024 . Só que a ESA na figura de seu diretor geral Johann-Dietrich Woerner,creio eu, já estava trabalhando na opção de uma base lunar como passo seguinte à ISS. Hoje o maior parceiro da Nasa é a ESA inclusive sendo responsável pelo modulo de serviço/´propulsão da Orion. Como fica este aparente desencontro de propostas ? ou os projetos da DSG e da “Aldeia Lunar da ESA” são complementares ? Haverá recursos para tudo isto ? Será que Elon Musk não atropela todos estes planos governamentais e intergovernamentais ?

    1. Paulo, vejo um “encontro” e não um desencontro de propostas. A ESA, até antes do Jon Woerner, já tinha em sua “cosmic vision” que a Lua seria um primeiro passo antes da viagem a Marte. O Gateway é o projeto que faz todo mundo feliz: ele avança a causa marciana da Nasa E viabiliza a exploração consistente da Lua, como querem todos os parceiros internacionais. Já há negociações avançadas para que os principais parceiros na ISS contribuam um módulo cada um para o Gateway. E o Gateway é uma ótima infra para a “aldeia lunar da ESA”, que no momento é mais um rascunho do que um plano e prevê construção robótica da infra-estrutura em solo lunar.

      Agora, a sua última pergunta é o X da questão. Ou melhor, o SpaceX da questão. Veremos. rs

  21. Salvador, sua matéria foi anunciada na coluna “astrologia” no índice eletrônico da folha de hoje… qual a previsão dos signos para o sucesso da missão?

      1. Considerando que a Nasa ainda é virgem em viagens desse tipo, creio que a missão Marte balança. Espero que não vá tudo pelos áries.

  22. Bom dia Salvador, a nasa já teria a tecnologia de conseguir pousar com segurança 40 toneladas no solo marciano?

    1. Não. O limite atual é de 1 tonelada. Mas… sabemos que isso exigirá retropropulsão supersônica, algo que a SpaceX está desenvolvendo. O plano da SpaceX de enviar cápsulas Dragon a Marte a partir de 2020 interessa à Nasa justamente por testar retropropulsão supersônica como técnica de pouso marciano. (A SpaceX já faz ótimo uso disso aqui na Terra, ao pousar o primeiro estágio do Falcon 9.)

  23. Acredito que a SpaceX tem chances reais de chegar primeiro e assim espero. A SpaceX aparenta ter um cronograma mais sólido e já provou que capaz de grandes feitos, chegando até mesmo a reinventar a roda, digo, os foguetes.

    É sempre bom que tenha mais gente querendo ir à Marte. Meu total apoio moral à Nasa, espero que ela consiga. Mas tenho que admitir que a Nasa sempre joga essas missões para datas futuras e distantes, sem saber direito como executá-la… então, quando se aproxima da época, adiam indefinidamente o projeto por falta de recursos.

    Fico com um pezinho atrás com relação a datas e prazos, mas é um anúncio importante.

    Agora quero ver os anúncio dos Chineses, Europeus e Russos, não duvido que eles vão propor algo também para irmos a Marte também nas próximas décadas. Vamos esperar…

  24. Não é preciso elogiar o site, mas é necessário corrigir a chamada na página inicial da Folha que põe a coluna em astrologia!

  25. Bom dia Salvador,

    Acho que quando mencionaram parceiros internacionais pensaram no Brasil.

  26. Salvador,

    Não é prematura a ida a Marte com pessoas quando podemos fazer o mesmo com robôs? O dinheiro não poderia ser melhor gasto com outras explorações?
    Grato,

    1. É uma ilusão dizer que podemos fazer o mesmo com robôs. O recordista em Marte foi o jipe Opportunity, que andou pouco mais de 43 km em 14 anos. Um rover pilotado por astronautas poderia facilmente avançar 43 km em um dia. Você pode argumentar que a relação custo-benefício apoia o robô (sai mais barato operá-lo por 14 anos do que enviar um astronauta lá por um dia), mas não que ele tenha a mesma capacidade. Além disso, a exploração tripulada não é sustentada só pela lógica do custo-benefício. Ela está enraizada no DNA humano, que sempre busca a próxima fronteira. Não é uma escolha realmente; é um imperativo.

  27. E a SpaceX fará tudo isso até 2025…

    O governo nunca será eficiente como o livre mercado.

    PS.: assisti Alien Covenant ontem. Que filme ruim!

    1. Não acho que a SpaceX conseguirá fazer até 2025, mas acho que ela pode chegar a Marte antes da Nasa. Agora, a SpaceX não faria nada, NADA mesmo, se não tivesse a Nasa bancando seus projetos com contratos de prestação de serviços. Então não vamos nos iludir que ela é fruto 100% do livre mercado. É uma empresa que se fez a partir de contratos com o governo americano. Não tem clientes privados suficientes que justificassem seu investimento. Pode um dia vir a ter — o objetivo é esse –, mas antes a Nasa — o governo — teve de plantar a semente. É a perfeita combinação da gestão governamental com a livre iniciativa. Qualquer um que ache que só metade dessa equação basta está se iludindo.

      P.S.: Pelo que ouvi dizer, podemos concordar sobre Alien Covenant. rs

  28. Empolgante notícia! Espero estar vivo para ver isso acontecer…
    Foi apresentada alguma estimativa de custo do projeto?
    Acho que a Nasa deveria captar recursos de pessoas do mundo todo que queiram contribuir.
    Eu, com certeza, ficaria feliz em participar, mesmo que simbolicamente e daria minha minúscula contribuição.

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