Astronomia: Computação galáctica

Cientistas brasileiros ensinam computador a analisar galáxias tão bem quanto ser humano.

VASTIDÃO DO INFINITO
Caso você ainda não tenha notado, o Universo é realmente muito, muito vasto. Há mais estrelas e planetas no cosmos do que grãos de areia em todas as praias da Terra. Uma estimativa recente sugere que elas estão distribuídas em um total de aproximadamente 2 trilhões de galáxias — isso limitando-se somente às regiões do espaço que podemos observar, pois a luz que vem delas teve tempo suficiente de chegar a nós.

CONTA-GOTAS
Agora imagine um astrônomo tentando fazer um catálogo sistemático de todas elas, classificando-as de acordo com o tipo. Não, covardia, vou dar uma colher de chá. Imagine 100 mil astrônomos reunidos para fazer isso e presuma que as observações em si já foram feitas. Suponha que cada um possa analisar 100 galáxias por dia, agregando 10 milhões de análises diárias.

PROJETO DE VIDA
Nesse ritmo, seriam precisos 20 mil dias, sem descanso, trabalhando em alta velocidade, para concluir o catálogo — algo como 55 anos. É um projeto improvável, para dizer o mínimo. Mas os pesquisadores brasileiros Rafael de Souza e Maria Luiza Dantas, à frente de uma equipe internacional, encontraram um modo de viabilizar uma empreitada dessas, em tempo infinitamente menor. A chave atende pela famosa sigla IA: inteligência artificial.

SABICHÃO DE SILÍCIO
Em resumo, eles demonstraram que um computador pode aprender a analisar e classificar o espectro de galáxias tão bem quanto um astrônomo humano — e muito mais depressa. O método pode ser aplicado para estudar as galáxias fotografadas nos grandes projetos de varredura do céu, num ritmo que seria impossível se dependesse exclusivamente de humanos. E com isso aumenta a chance de encontrar objetos particularmente interessantes e raros.

VIROU LIVRO
Rafael de Souza estará apresentando esse trabalho específico com galáxias nesta semana, em uma conferência em Praga. O esforço faz parte de uma linha de pesquisa mais ampla, descrita em seu livro “Bayesian Models for Astrophysical Data”, publicado em abril.

A coluna “Astronomia” é publicada às segundas-feiras, na Folha Ilustrada.

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Comentários

  1. Veja bem a foto de um pedaço do universo,com teoria ou física os tais cientistas jamais podem esconder que outras criaturas não exista fora do planeta terra ou água….podemos já estar convivendo com eles mas autoridades escondem do povo por que dizem que haveria histeria,também depois de tantos filmes mostrando que nós seres humanos somos os bonzinhos e eles (extraterrestres) são os inimigos aqueles que veem com a intenção de nos escravizar e usar nos como cobaia para estudo,sendo que nós sim é que somos selvagens e destruidor que primeiro atiramos e depois perguntamos…sim existe gente boa mas sabemos que o povo terráqueo é violento…escondem da gente por causa disso!!

  2. O Brasil vai bem na área de computação em geral. Lembro-me que o interesse por computação, especificamente desenvolvimento de software, em detrimento de hardware, já era uma tendência a mais de 3 décadas atrás. As causas estão no baixo investimento inicial e no enorme potencial de mercado. O Brasil foi um dos primeiros países a digitalizar processos públicos, incluindo ai as eleições. Hoje é possível realizar uma infinidade de consultas e registros em órgãos públicos, diretamente na internet. Os bancos também trilharam uma grande evolução nesta área.

    O campo de análise de imagem também é bem desenvolvido, incluindo análise de processos produtivos. Tenho contato com um pesquisador que desenvolveu um programa que analisa grãos de café por imagem, sem a interferência humana. São analisados 22 defeitos nos grãos numa amostra de 300 gramas. Em função desta análise é estabelecido um grau de qualidade para a saca.

    Analisar e classificar as galáxias vai no mesmo sentido. Alias este campo, a análise de imagens, é um dos mais promissores na aplicação de IA, indo de reconhecimento facial ao modo de andar das pessoas. É também muito importante no desenvolvimento, por exemplo dos carros autônomos, que não podem depender exclusivamente de informações externas, como GPS, por questões de segurança.

  3. Salvador, off mais uma vez, preciso de opinião de alguém da ciência:

    É exagero dizer que fomos governados e ainda somos por quadrilhas e que estamos bem enrascados?

    1. Não é a ciência que vai te dizer isso, mas o bom senso. E não, não é exagero.

    2. O problema é que o povo espera coisas demais do governo e pensa que a classe política tem que ser uma coisa diferente do que o povo é. Na verdade, a Democracia só funciona se o povo, desconfiado, vigie e fiscalize os Poderes da República para que eles não saiam da linha e sirvam a interesses diversos dos interesses populares. Se ninguém vigia, acontece o que todos nós soubemos pelo noticiário nestes últimos anos, a elite econômica controla a política através de propinas e pede favores em troca para assegurar mais poder e influência, deixando o povo desamparado em suas verdadeiras demandas. Sintetizando: Se o povo não se interessa pela política, a política será usada para ferrar o povo. Desconfie, vigie e fiscalize, o voto é só um detalhe muito pequeno da Democracia.

    3. Aqui ninguém pode dizer nada(verdades) sobre ciências, quanto mais política.(modinha de pseudo-código de lero-lero etc..).complicado.

      1. Aqui ninguém pode dizer nada(verdades) sobre ciências, quanto mais política.(modinha de pseudo-código de lero-lero etc..).complicado.

        Verdade, pode. Só não pode falar merda, como você sempre faz. Parece que caiu num barril de LSD quando nasceu. Obelix das dorgas.

  4. Quanto mais complexo o acontecimento, menor a probabilidade de que tenha acontecido ao acaso. No caso concreto, o Universo o acontecimento mais complexo existente, excetuando o seu Criador, não existe nenhuma chance de ter acontecido ao acaso.

    1. De onde você tirou essa relação? Como definir um “acontecimento complexo”? Qualquer sequência suficientemente longa de eventos parecerá complexa, se comparado o ponto de partida ao ponto de chegada, mas cada um dos passos é zero complexo.

          1. Na verdade, estava referindo a esse acontecimento “zero complexo” no universo. Quais seriam esses passos “simples”.

            O surgimento da primeira partícula, das forças do universo não é algo simples. O mínimo do mínimo do universo não é algo simples.

            O que torna algo complexo é a nossa capacidade de compreender ou de reproduzir aquilo que compreendemos. Logo, todo o universo é complexo..do menor até o maior passo.

          2. Pela mecânica quântica, que é probabilística, uma partícula existir é tão simples quanto não existir. 😉

          3. Essas são perguntas humanas, que o Universo não tem a menor obrigação de responder, por mais que quiséssemos…

        1. Zero complexo é todo número complexo que atende ao quesito da somatória dos argumentos ser igual a zero. Genericamente podemos nota-lo como “z=x+yi” lembrando que o i é a unidade imaginária igual a raiz quadrada de menos um. Na referência do Salvador, ele denota o “z” como zero complexo.
          Sendo então “z” igual a zero, qualquer combinação do outro lado da definição que resultasse zero, seria o zero complexo. Devido a varias possíveis combinações, ele sabiamente denotou como zero complexo, pois não é tão simples assim. Pela própria definição fica claro que “i” elevado ao quadrado é igual a menos um.

          1. Foi uma expressão para simples. Não quis evocar o conjunto dos números complexos.

        1. Desculpe-me, não sabia que sua mente é ilimitada. Tudo que não conseguimos entender e vislumbrar de imediato é complexo, para uns mais. Como no caso do Universo, que ninguém entende nada de nada, ultrapassa as raias co complexismo.

          1. Está desculpado. Você não teria como imaginar, graças à limitação de sua mente.

            Oswaldo, deixa eu te fazer uma pergunta, você entende de música? Consegue ler uma partitura?

          2. Infelizmente a genitora não se preocupa com música sempre quer outra coisa, motivo de passarmos batido pelas partituras indco direto para a forquilha.

          3. Pois é, a única música que esse velho pederasta conhece é o som do próprio zurro. Vá chupar um canavial de rolas, vá.

          4. Eu dei risada, mas vamos pegar leve. A escalada da baixaria não vai ajudar. 😛

          5. “Infelizmente a genitora não se preocupa com música sempre quer outra coisa, motivo de passarmos batido pelas partituras indco direto para a forquilha.”

            Wadão em momento wadinho. Tsc, tsc…

    2. A estrutura de um floco de neve é incrivelmente complexa para uma ameba. Mas nem por isso precisamos considerar a existência de uma super-ameba onisciente, infinitamente mais inteligente que uma ameba comum, coordenando o crescimento ordenado destes cristais de gelo. Eles surgem espontaneamente, guiado pela geometria repetitiva de suas moléculas.

      1. Não, para mim pelo menos é uma estrutura bem simples e fácil de compreender, baseada em simetria hexagonal. Posso até reproduzi-la com mais ou menos detalhes, depende apenas da minha paciência para fazer isto…

    3. “Quanto mais complexo o acontecimento, menor a probabilidade de que tenha acontecido ao acaso”. É sem duvida uma linha de raciocínio e como muitas outras deve ser levada em consideração, para mim tem logica como a Causa e Efeito, o Efeito é o complexo Universo que observamos e analisamos e estudamos sua singularidade, porem chama a atenção sim para a complexidade da Causa ou para os bons entendedores o seu Causador!!!!!!! kkkkkkkkk

      Se o Universo é o efeito, logico que tão maior e imensurável e complexo é O seu Causador!!!!! Criador!!!!!
      Isto é pura ciência ou logica cientifica!!!!!!!! Um abraço aos negacionistas de plantão!!!!!
      Obs: Floco de neve e ameba forçou a amizade!!!!!

      1. O problema é que pensar em causas e efeitos é um artefato da consciência humana, naturalmente esperado de uma consciência que emergiu num mundo físico clássico, de objetos macroscópicos. A mecânica quântica, contudo, que rege a natureza fundamental do Universo, não obedece a essa lógica de causas e efeitos. É probabilística. Na base da física, faz tanto sentido falar em causa e efeito quanto falar que uma partícula não pode ser onda, e uma onda não pode ser partícula. Ela é tudo ao mesmo tempo, até que um experimento a force a adotar uma postura “clássica” e ser alguma das duas coisas. Um Universo que nasce quântico não precisa de causa e efeito, portanto. 😉

        1. O problema é a incerteza do uso da palavra probabilística, pois pega lacunas que não se tem explicações logicas e apenas adequa algo que provavelmente pode ser encaixado para dar uma justificativa ou um sentido melhor, porem é uma variável ou até relativo.
          É como a policia cientifica, olham para o acontecido e tentam adequar algo que mais provavelmente possa ter ocorrido. É meio subjetivo, pode ser que sim como pode ser que não.
          Por isto podiam pegar um pouco mais leve ao refutar as outras variáveis!!!! kkkkk
          Abraço!!!!!!!

          1. Não, na verdade a probabilidade só é necessária para explicar por que existe alguma coisa, em vez de nada. Todo o resto, do Big Bang em diante, é perfeitamente compreensível sem grandes saltos que vão além da ciência que já temos.

        2. …Na base da física, faz tanto sentido falar em causa e efeito quanto falar que uma partícula não pode ser onda, e uma onda não pode ser partícula. Ela é tudo ao mesmo tempo, até que um experimento a force a adotar uma postura “clássica” e ser alguma das duas coisas…
          Ok. Partindo desta constatação científica, somos forçados a imaginar que a observação – ou observador – ou o experimento – é quem tira o Universo de sua condição de onda para a condição de matéria (partículas).
          O que nos remete a causa e efeito. Só resta definir o seguinte: Quem veio primeiro, o Observador ou o Objeto observado?

          1. “Quem veio primeiro, o Observador ou o Objeto observado?” Boa pergunta!!!!!!
            Com certeza vão vir com a velha nova resposta, não precisa ter sentido, parece que tudo na quântica se resumi a isto não ter sentido faz ter todo o sentido!!!!!! O que demonstra como este tipo de estudo ainda está bem irregular: É mas não é, pode ser mas não temos certeza!!!!!!!!!
            Volto a dizer, que ao estudar um pouco sobre esta teoria me pareceu que tudo o que os cientistas não conseguiram explicar pela logica jogaram debaixo do tapete “não precisa ter sentido”. O fato de se não aplicar as leis da física clássica não significa que não tenha sentido, apenas que as regras são outras!!!!!
            Para mim o fato da partícula agir de diferentes formas ao ser observada ou não já se enquadrou numa logica, que deve ter uma estrutura bem maior só que ainda não foi descoberta ou decifrada pelos cientistas.
            -Entrelaçadas? Dupla fenda?
            -A partícula reage diante da observação humana, vontade própria ou apenas uma Lei ainda não descoberta?
            Os próprios estudiosos afirmam que mecânica quântica está incompleta!!!!

          2. Apenas parte deles diz que a mecânica quântica está incompleta. A maioria acha que ela é o que há, ou pelo menos o limite que se impõe ao nosso conhecimento.

        3. E quem, porventura, entende de mecânica quântica, até o presente momento. Não me venha com teorias.

          1. Muita gente entende de mecânica quântica. O que ninguém entende é o que ela diz sobre o mundo natural. E pode muito bem não estar dizendo nada oculto (conforme a interpretação de Copenhague). E mecânica quântica é uma teoria, OK?

          2. “entender” mecânica quântica é fácil, em vários aspectos até mais simples que a mecânica clássica. o problema não é entender suas leis, e sim o que elas estão nos dizendo a respeito da realidade. o que vemos no mundo “macroscópico” não nos parece ser uma “soma” do que acontece no mundo subatômico.

    4. vamos falar de probabilidades então. digamos que existam inúmeros “universos”, cada qual com suas “leis físicas” próprias, e que a probabilidade de tais leis serem favoráveis ao surgimento de vida e, mais restrito ainda, vida inteligência, seja muito pequena. numa vastidão de “universos” dentro deste multiverso, a maioria se desenvolverá, por assim dizer, burra, sem a capacidade de desenvolver vida, muito menos vida inteligente. Digamos que (só um chute!) a probabilidade de surgir um universo capaz de suportar vida inteligente seja de 0,0000001%. Obviamente estaríamos num deles, pois caso contrário nem existiríamos para fazer estas perguntas. Agora, os outros universos são inalcançáveis! não temos como detectar suas existências! e assim não temos como perceber o quanto somos raros. Isto nos dá a ilusão de que somos únicos, de que só surgimos porque fomos “projetados” por uma super inteligência superior!

      Isto é simplista demais! O fato de não sermos capazes de observar os outros 99,999999% de universos incompatíveis com a vida não nos torna especiais, merecedores da atenção de um ente superior que nos “projetou”! No máximo, só nos faria sentirmos incrivelmente sortudo!

      Mas se a vida era inevitável nestes 0,0000001% de universos possiveis, que sorte é esta? Só uma consequência natural: aconteceu o que tinha que acontecer em uma pequena parte dos universos possíveis! 😀

  5. salvador, todas as possíveis galáxias do universo já foram formadas ou ainda existe formação galáctica em andamento em algum lugar do cosmos?

    1. É uma boa pergunta. Segundo nossa compreensão, já foram todas formadas. Mas sempre podemos estar errados. 😛

  6. Salvador, buenas.

    Proxima Centauri está afastando ou aproximando de nós? Hoje ela está cerca de 4,2 anos-luz do nosso Sol, certo?
    O que nos impediria de lançarmos uma sonda que fique (por exemplo) uns 10 anos ganhando velocidade gravitacional e enviarmos a Proxima? Não digo em termos teóricos, mas em termos técnicos, por exemplo:
    – Demandaria uma quantidade absurda de combustível?
    – Demoraria cerca de 100 mil anos para chegar lá?
    – Nos falta tecnologia para a aceleração necessária para que se torne factível?
    – Ou todas as anteriores? rs

    Obrigado.

    1. Proxima está se afastando, se não me engano, mas numa velocidade pouco relevante para nossos planos interestelares.
      Há planos de enviar uma sonda para Proxima com velas e um sistema de laser para impulsioná-la a 0,2 c.

  7. Salvador, offando mais uma vez:

    O Mensageiro Sideral curte filosofia e teologia? Se sim, quais principais referências indicaria pros leitores que aspiram um início?

    1. Gosto de filosofia, mas é apenas um apreço — não sou um estudioso ou leio muito a respeito. Teologia, meh. Como agnóstico, acho que teologia é tão “logia” quanto astrologia. 😛

      1. “Como agnóstico, acho que teologia é tão “logia” quanto astrologia. ”

        Vixe, quando o Apolinário ler isso, vai ter um treco…

      2. Pena. É a única reação que posso ter diante de tão infame declaração. A Teologia é a base de todo o pensamento político, social e científico que conhecemos, toda a noção de hierarquia social começou com a Teologia. Todo o estudo metafísico por ela criada, desencadeou o processo lógico de procurar explicar os fenômenos naturais de maneira racional. Em outras palavras, a Teologia foi o embrião da Ciência. Jamais esperaria ver uma frase tão obtusa em um blog de temática científica.

        1. A sua sorte é que vivemos numa era em que ninguém é levado à fogueira por discordar da autoridade estabelecida, que neste blog aqui calhou de ser eu. 😉

      3. Filosofia: procurar por um gato preto num galpão escuro.
        Método científico: procurar um gato preto num galpão escuro com uma pequena lanterna.
        Teologia: procurar por um gato preto num galpão escuro, não encontrar nada e gritar “ACHEI!”

        1. sua analogia está parcial. vamos lá:

          Filosofia: Este galpão escuro seria um local ideal pra um gato preto… será que tem algum? Pra ter gato preto, teria que ter comida, e é possível que tenha ratos… tem que ter algum canto pra se esconder… Deixa eu imaginar como viveria um gato preto aqui neste galpão.

          Método científico: Se eu quero saber se tem um gato preto aqui, tenho que procurar pegadas, pelos, excrementos.

          Teologia: Eu quero acreditar que tem um gato preto aqui. Isso vai me fazer mais feliz. Então em vez de usar a ciência vou usar a fé e ser feliz acreditando que ele está aqui, mesmo que talvez esteja e talvez não.

          1. … contribuindo, na Teologia não existe o talvez. Então a sentença ficaria melhor como Teologia: O gato preto existe. E foi ele quem criou o o galpão e a escuridão. Ou você acredita e é feliz ou vai arder no inferno. Mas ele te ama.

          2. Não confunda Teologia com religião. Aquela é o estudo sobre esta. Isso que você escreveu é o que diz a religião, não a teologia.

      4. Procure ler: “Porque os cientistas acreditam em Deus”. Sem dúvidas, vai destruir sua auto-suficiência, que realmente de ciência não tem nada, limitando-se, muito mais que religião, a suposições de teorias.

          1. Depende…. se a frase é dita em resposta a um pergunta do tipo “Por que a religião ainda existe?”, está correto assim, junto. Já se a frase é dita no sentido de “as razões pelas quais cientistas acreditam em Deus”, aí é separado.

          2. Bem, para mim bastou o título. “alguns cientistas”. Se são só alguns, é questão de opinião. Se fossem todos, aí seria um fato científico estabelecido. 😉

          3. Não tem nada de por que, muito menos de alguns cientistas, procure se atualizar.

          4. É “por que” sim. Até o artigo já foi levantado aí, claramente escrito “por que”. E o título também menciona “alguns” somente. 😉

          5. Quer saber? Vejo dois erros, concordam?:

            1 – Oswaldo puxar a sardinha pro lado do seu argumento, deixando de mencionar o “alguns”
            2 – Salvador desprezando a teologia

          6. Sobre 1, nem sei por que seria preciso apontar. O link está disponível, para quem quiser ler.
            Sobre 2, qual é o erro em desprezar a teologia. O que exatamente ela pode agregar? Vamos supor que você seja religioso, acredite em Deus, mas não estude teologia. O que você está perdendo?

          7. Precisamos discutir com profundidade o argumento da questão. Acho que é “porquê”….

          8. Vai por mim. É “por que”. A oração não explica o porquê, apenas apresenta a questão: “por que alguns cientistas acreditam”. Substituindo para o inglês, seria why (por que) e não because (porque). E não é porquê porque não é um substantivo (o porquê).

          9. Onde você leu isso de “Por que alguns cientistas acreditam em Deus”, quero ler, quanto Língua Portuguesa, você e o Eu TM (marca registrada em inglês) são um zero a esquerda.

          10. Prestenção, meu filho. Um cara me recomendou este texto, que tem este título. O Eu achou o link e postou. É isso. Nunca se discutiu tanto por um título de texto, hein? 😛

          11. Um cara não, foi o próprio pombo cagão do Oswaldo cabeça de merda, Salva. Ele nem sabe do que está falando.

    2. Aproveito esse comentário para dizer que gosto muito de filosofia. E falando um pouco isso, uma boa filosofia de vida faz bem a alma das pessoas. Baseado nos princípios filosóficos de vida, nós podemos edificar como ser humano, lapidando sempre o modo de pensar, e elevando o espírito de acreditar em algo melhor, e buscando elevar o estado de vida. O ideal do ser humana deveria ser a plena felicidade, no entanto a maioria das pessoas tomam direções opostas a isso, e por consequência, caem no sofrimento e desgraça. Segundo Sidartha Gautama, que expôs os 84 mil ensinos de Mahayana, e compilado muito tempo depois pelo seu discípulo Sharihotsu, a vida tem três mil tipos de mundos ou fenômenos comportamentais, que podem ser manifestadas em um único intante momentâneo da vida. Tanto as alegrias como as tristezas, fazem parte dessa entidade. O objetivo fundamental é a transformação dos sofrimentos, que segundo ele, tanto o inferno como o céu residem na mente das pessoas. Portanto a suprema filosofia de vida permite buscar felicidade plena para alcançar a iluminação. Esse é o propósito de um sábio indiano. E, pasmem!

  8. O nosso paradoxo em relação ao tempo é porque ele é experimentado pelos humanos de duas formas diferentes: o tempo da física, um tempo que se confunde com o movimento, tempo da natureza, tempo cíclico, tempo suplalunar, tempo que quase não provoca a alteração no ser; o tempo da filosofia, o tempo como consciência, tempo humano, linear, sublunar, tempo que altera o ser. Não dá para ficar apenas com Newton, Einstein, etc; é preciso considerar a tradição filosófica de Agostinho, Heidegger, etc, uma vez que o tempo da consciência está viajando no tempo do cosmos. Assim, o tempo da física permite “viajar no tempo”, mas o tempo da consciência não permite isso. O complicado, portanto, é conciliar essas duas perspectivas temporais.

  9. Salva, mais uma vez, parabéns. .. e que tal além do conexão com entrevistas pelo YouTube, fazer um lives numa mesa de buteco? Seria legal, junta quem quer realmente conversar sobre tudo, e entre umas e outras, tirar dúvidas, bater papo e talz..

    1. Eu acho legal, tava tentando armar alguma coisa parecida com isso. Mas a verdade é que estão faltando horas no meu dia para qualquer outra coisa.

      1. Buteco Sideral… Só o Eu q vai ter que usar uma mascara para que sua identidade secreta nao seja revelada.. rs..

      2. Opa, tô dentro.

        Vou mandar no pvt minha conta pra depositar a grana pra passagem e hospedagem (o goró eu mesmo pago).

  10. Eu já mencionei algumas vezes que os comentários daqui geralmente são muito interessantes. Mas os desse post especificamente estão de parabéns. Tive diversas aulas aqui hoje com perguntas e respostas incríveis. Acredito que hoje o Salvador deve ter dado uma censurada naqueles comentários descabidos…hehe

    1. Não, o que houve é que não tivemos comentários descabidos, uma vez que o UOL não me honrou com uma chamada em sua homepage. 😛

  11. Olá Salvador e demais seguidores do Blog. Saudações.
    Lendo, aqui, sobre o interesse crescente das pessoas sobre o tempo e suas evoluções, vão aqui algumas considerações interessantes:
    Tempo e Espaço são duas entidades que não se separam. Um só existe em função do outro.
    Se fosse possível separa-los, ao retirar o espaço nada sobraria, pois estrelas, planetas, galáxias, buracos negros somente existem por causa dele – o espaço – e consequentemente, o tempo – se pudesse se manter separado – o que seria? Que sentido haveria em existir o tempo em um ”não lugar” onde nada existe?
    Por outro lado, se retirarmos o tempo e deixarmos apenas o espaço, o que teríamos? Podemos imaginar matéria se desenvolvendo em tal lugar hipotético? Não! Pois os átomos e elétrons – apenas para simplificar – necessitam, como tudo no Universo, de movimento, e movimento não pode existir sem a seta do tempo a lhes guiar. Então não teríamos nada, ou melhor, nessa configuração teríamos o espaço completamente vazio.
    Assim provado: Que Tempo e Espaço é uma única entidade. Vamos ao que interessa.
    Podemos concluir que existe uma entropia “espaço temporal“ em curso no Universo. Ou seja: Dentro do nosso Universo Bolha, nas imediações onde Flutuam corpos com massa, o nível de desajustes tendem a aumentar ou diminuir de acordo com as distorções gravitacionais ali encontradas. Havendo essa entropia “espaço temporal“, somos obrigados a concluir que em algum lugar do futuro haverá o equilíbrio dessa energia – espaçotempo – tendendo a zero. Como isso se daria?
    Bem. Temos o tempo que já foi decorrido até o momento desde o início. Esse tempo não pode ser desconsiderado, pois ele já evoluiu – juntamente com seu irmão siamês, o espaço – dentro da Bolha. Então como fazer para que tudo se torne zero novamente? Não podemos simplesmente balançar nossa varinha de condão e faze-lo desaparecer. Precisamos de um tempo negativo para se contrapor a ele. Sabemos que a seta desse tempo negativo terá que estar apontanda na direção oposta à do nosso tempo convencional, ou seja: ela deverá estar apontada para o passado. O tempo negativo deve estar indo em direção ao passado para, em algum ponto, haver o equilíbrio. Então, onde encontrar esse tempo negativo que equilibrará tudo novamente? A resposta é: Dentro dos Buracos Negros. O tempo dentro dos BNs teria que estar indo no sentido oposto ao tempo aqui do lado de fora. Isso resolveria o problema da entropia “espaço temporal“. Mas temos alguma evidência de que isso pode ser verdade? Vejamos.
    Sabemos que o tempo na borda de um BN tende a parar. Ou seja: quanto mais nos aproximamos do seu horizonte de eventos mais lento se torna nosso relógio individual. Sabemos que o espaço segue o tempo em todas as suas evoluções, assim sendo o espaço próximo ao BN também tende a zero. Sabemos ainda que BNs giram à velocidades próximas a da luz. Assim sendo, se nos aproximamos de um BN que gira no sentido horário – por exemplo – ao atravessarmos seu horizonte de eventos e adentrarmos a ele, veremos que seu sentido de rotação passou a ser anti-horário. Como se você olhasse um relógio por traz. Neste contexto o tempo estaria indo em um sentido fora do BN e em outro sentido dentro do BN. Equilibrando assim, em algum lugar do nosso futuro, as energias. Zerando a entropia.
    É claro que nesse processo o equilíbrio entrópico seria apenas momentâneo, pois dentro dos BNs – que devido às distorções gravitacionais terminariam se unindo em apenas um imenso BN – a entropia tenderia, depois de se tornar zero, a se desequilibrar novamente dando assim continuidade ao constante giro da Roda Universal.
    Temos aí uma maneira de viajar ao passado. Basta você entrar em um BN e retornar com vida dele.

  12. OFF TOPICando de novo:

    Ontem estreei meu telescópio. Modesto, um Celestron de 60mm. Consegui ver Júpiter e 3 luas (talvez quatro, não sei se identifiquei direito). Embora pequeno, dá pra notar o achatamento do planeta.

    Quero ver se espio Saturno esta semana, se o tempo ajudar.

    1. Olá Perna,
      Você consegue ver duas tarjas escuras nos trópicos de Júpiter com seu 60mm? As quatro luas jovianas são bem brilhantes, pode ser que a quarta estivesse eclipsada por Júpiter no momento da sua observação, confira o horário com algum mapa, p.ex. sky&telescope, procure no google “jupiter moons now”.
      Saturno está em Sagitário, imprima uma carta da constelação, fica fácil destacá-lo entre as estrelas fixas, outra dica, como ele passou um pouquinho da oposição, ele estará a pino por volta de 23:30h. Com sorte você encontra Titã!!!
      Céus claros para você!
      S.A.

    1. Só loucura de internet, como sempre.
      A Nasa não investe em pesquisa SETI; então, se ela for anunciar descoberta de vida inteligente, só poderia acontecer ou por encontrar acidentalmente algum artefato alienígena no Sistema Solar ou caso um disco voador pouse no QG da Nasa. Com as missões em andamento, a primeira hipótese é bem improvável; a segunda, é risível.

      1. Bom, eles disseram que a NASA vai anunciar vida – não vida inteligente.

        Sobre o contralink do EU… quem ‘desmente’ é o cara que o Anonymous diz que está preparando a divulgação…. ou seja, a negativa dele é tão crível quanto a do presidente do clube que diz que “o atleta tal não vai ser vendido”.

        1. Mais ou menos. Em circunstâncias similares, a Nasa já disse que não podia confirmar ou negar, em vez de negar peremptoriamente. Diferentemente de presidentes de clube, cientistas têm uma reputação a zelar.
          Ademais, o link que me passaram fala de vida inteligente. Se for só vida, até o fim do ano, a ESA tem mais chance que a Nasa, com o ExoMars… rs

          1. Exato. Não acho que a NASA seja uma agência conspiratória que faz fakes e manipula opiniões públicas.

            Mas acho que uma agência séria pode sim eventualmente segurar uma notícia bombástica por um tempo…. seja para aguardar um momento propício, ou mesmo simplesmente pra re-re-re-re-assegurar a veracidade da informação – e enquanto a agência faz seus re-testes alguém pode vazar a informação.

    2. E já não é a primeira vez. Manipular a opinião pública através de mensagens ambíguas tem sido um expediente comum da agência espacial americana. Fico triste em ver a que ponto chegou a degradação da NASA, outrora um orgulho da Ciência mundial.

  13. Já que o assunto é a imensidão do Universo e a quantidade enorme de estrelas, esta não é OFF TOPIC:

    Estava imaginando o seguinte: nós estimamos que exista um prazo para uma civilização inteligente surgir, e um prazo relativamente curto durante o qual ela exista antes de se extinguir. Ok.

    Mas poderíamos eventualmente topar com a Inteligência Artificial deixada por uma civilização que já se extinguiu há muito….

    1. Sim, o Paul Davies sugere que a chance é muito grande de, se encontrarmos inteligência extraterrestre, ela ser artificial.

  14. Salvador, como eu adoro um OFF TOPIC, lá vai. Uma questão que não fica muito clara pra mim sobre a Relatividade.

    Digamos que uma nave sai da Terra a 99% da velocidade da luz, vai até Proxima Centauri e volta, com um cara dentro. Ter-se-ão passado 8 anos para nós, mas para o cara que está dentro da nave o tempo terá passado mais devagar (digamos, a título de exemplo, um ano). Então quando ele volta o irmão gêmeo do astronauta que ficou na Terra está 7 anos mais velho que ele. Até aqui, ok.

    Mas de acordo com a Relatividade, tudo depende do observador. Do ponto de vista do astronauta, foi a Terra (com o irmão dentro), o sistema solar e Proxima que viajaram a 0,99c enquanto ele estava parado dentro da nave. Por que o OUTRO é que está mais velho e não ele???

    1. Você acaba de descrever o verdadeiro paradoxo no “paradoxo dos gêmeos”. O paradoxo é: afinal, se todos os pontos de vista são igualmente válidos para referenciais inerciais, quem teria envelhecido mais que quem, afinal?
      Tem dois aspectos que solucionam essa questão. O primeiro a resolve no contexto da própria relatividade especial, que é onde você formulou o problema. Se você usar o trabalho de Minkowski e descrever o espaço-tempo como uma única entidade quadridimensional, verá que as linhas que descrevem a posição dos dois são diferentes. Colocando espaço em um eixo e tempo em outro eixo do gráfico, a linha que descreve o movimento de quem ficou na Terra é uma linha reta horizontal, com deslocamento só pela dimensão tempo, mas não pela dimensão espaço. Já a linha de quem foi a Proxima Centauri e voltou, teremos duas retas diagonais, uma do caminho de ida e outra do caminho de volta. O caminho desse cara, pelo espaço-tempo, é portanto maior que o de quem ficou na Terra, e isso mostra definitivamente que foi ele quem envelheceu menos.
      Agora, o segundo aspecto — mais profundo — que elimina completamente o paradoxo pede a relatividade geral. Isso porque a relatividade especial, ou restrita, limita-se a referenciais inerciais. Só que não há meio conhecido de ir instantaneamente da velocidade zero a 0,99 c. Você vai precisar de aceleração. Ao acelerar, você passa a ser um referencial não inercial, e sua condição já não pode ser mais comparada a quem ficou na Terra. Quando aceleramos, percebemos a aceleração, e aí já não é mais indistinguível a situação de quem ficou com quem foi. Enquanto quem ficou nada sentiu, quem foi se sentiu pressionado contra seu assento por conta da aceleração e SABIA que quem estava acelerando era ele, e não quem ficou. Aí o paradoxo desaparece. Claramente quem foi a Proxima Centauri não pode alegar que foi a Terra que acelerou para longe dele e depois retornou.

      1. Excelente resposta, obrigado.

        No caso da primeira resposta (a do gráfico), ela ainda poderia ser questionada, não? Quem diz que quem ficou ‘parado’ no espaço foi a Terra e não a nave?

        No caso da segunda, de fato o paradoxo some. Muito bom mesmo, valeu!

        1. Sim, o gráfico ajuda a entender, mas ainda dá margem a questionamentos, pois ainda falta a peça que define o espaço-tempo, que é a distribuição de matéria e energia — algo que também só viria com a relatividade geral. Não por acaso Einstein agonizou por uma década até conseguir resolver a teoria em sua forma generalizada. 😉

      2. Depois você diz que o que falo não tem sentido, tem natureza empírica, pseudo código etc…
        ta igual a lua que tem “rotação”, como um cavalo do carossel.
        Vão ter que se modificar os conceitos da física elementar para justificar o sofismo de limitações?
        Em nome da “E-Ser”(Or) relatividade geral?
        Esta parecendo aquele filme “De volta para o futuro”.
        Só não da para discernir que esta Marty McFly (Michael J. Fox) e quem esta o Emmett Lathrop “Doc” Brown,(Christopher Lloyd).
        Porque tu salva! parece estar adorando embarcar nesta viagem no túnel do tempo.
        Agora te pergunto Salva, isto que esta a tal evolução newtoniana da relatividade que os “Sábios” cientistas tanto reverenciam?

        1. É. É. Satisfeito? É sim. Essa é a tal evolução newtoniana da relatividade que os “sábios” cientistas tanto reverenciam. Você entendeu. Parabéns. Podemos não falar mais disso agora?

        2. ta igual a lua que tem “rotação”, como um cavalo do carossel.

          E tem. Não fez a maquete ainda? Tsc, tsc. É um tolo.

    2. o observador de dentro da nave precisou acelerar e desacelerar para fazer esta viagem de ida e volta. o que ficou na terra. não… veja então que os referenciais não são idênticos… se ambos se afastassem à mesma aceleração, e depois se aproximassem com esta mesma aceleração, se encontrarias com a mesma idade.

  15. pra mim é uma grande surpresa esta notícia!
    é que eu achava que já era feito assim faz tempo… não imaginava astrônomos hoje em dia classificando e analisando espectro das galáxias uma por uma…

    1. Não é tão simples assim. Veja o projeto Galaxy Zoo, por exemplo, que usa cientistas-cidadãos para classificar galáxias com base na morfologia.

      1. sim, eu lembro deste projeto! mas achava que pelo menos a classificação básica (formato, cor, luminosidade…) já era automatizada…

  16. Essa coloração diferenciada dos objetos tão distantes como galáxias e quasares, seria o ‘redshift’ da constante de Hubble?

    1. A partir do espectro, determinariam se são galáxias com alta formação de estrelas, se têm núcleo galáctico ativo e assim por diante — a análise inclusive revela distinções entre dois tipos de galáxias com alta taxa de formação de estrelas que não têm ainda classificação diferenciada.

  17. Caro Salvador (da pátria dos ignorantes em astronomia): ok, os cientistas acharam, com o Hubble, uma galáxia que surgiu apenas 380 milhões de anos após o Big-bang. Agora vamos de James Webb. O que veremos depois? A era pré-ionização? Bom, mesmo que não possamos vê-la, ela está lá. Assim como a tal galáxia, estará lá concreta e fisicamente, como diria o Miguel Elias Lulia? Isso, para qualquer direção do céu para onde apontarmos, certo? Estamos no “centro” de uma bolha pré-ionizada. Um ser para-humano que tem endereço na dita cuja galáxia, nos verá da mesma forma: no limite do visível, e a 13,5 bilhões de anos no passado. A pergunta: qualquer para-humano, em qualquer lugar do Universo terá a mesma perspectiva?

    1. O James Webb chegará à fronteira das primeiras galáxias. O Hubble claramente ainda não chegou, como a quebra sucessiva de recordes mostra. E o limite é o das primeiras estrelas, quando começa a chamada reionização. Você tem a primeira ionização que é no Big Bang. Aí o esfriamento leva o Universo a um estado neutro e boring. Aí as nuvens começam a formar estrelas, e esse processo leva a uma reionização, que dura aí umas centenas de milhões de anos. Essa é a fase que queremos ver com o JWST. Antes dela, não há o que ver.

      Sobre a perspectiva do Universo, de acordo com nossos modelos mais aceitos, sim, a perspectiva cósmica não muda onde quer que você esteja.

  18. Salvador, olhando esses números, chego a conclusão que se estivermos sozinhos mesmo, o que parece MUITO improvável, realmente é mais assustador do que se não estivermos.

    Nesse momento me vêm a pergunta, Salvador, para você, comparando (sei que é difícil, mas pelo exercício) todas as possíveis suspeitas que temos com relação a vida extra terrestre, desde o sinal WOW até aquela sua matéria do final do ano passado, da confederação galáctica. Afinal, para você Salvador, qual é entre esses “sinais” a que você acredita que mais tem chance em se confirmar em vida Extra-terrestre inteligente?! E se possível, coloca ai um percentual de chance que você acredita que isso possa se confirmar, do tipo: WOW 10% de chance, confederação galática 20% de chance…rsrs…

    Sempre quis saber sua opinião sobre todas essas descobertas…

    Mais uma vez, parabéns pelo trabalho!

    Um abraço!

    1. Luiz, acho altamente improvável que tenhamos sucesso com a SETI, em qualquer forma. Colocaria qualquer um desses eventos abaixo de 0,1% de chance de ser realmente vida inteligente.
      Note que o número de galáxias reforça a ideia de que possa haver vida inteligente no Universo além da Terra, mas não reforça significativamente a chance de a encontrarmos. Se vida inteligente surge, digamos, 1 vez em cada 10 galáxias, o Universo está cheio dela, mas todas estarão distantes demais para que jamais as encontremos.

      1. Fora que a vida inteligente surge em diferentes épocas, podendo até surgir diversas vezes num mesmo planeta: aparece, reina por alguns séculos e se extingue, com outra forma de vida surgindo alguns poucos milhões de anos depois…

        Estou com o Salvador: otimista quanto à probabilidade de haver vida inteligente extraterrestre nesses trilhões de galáxias e pessimista quanto à possibilidade de um dia encontrarmos alguma.

        1. Exercício mental: descobrimos num futuro próximo que vida é regra no universo, que vida complexa é absolutamente comum, e vida inteligente é consequência natural se o planeta tiver tempo suficiente para isso (sei lá, 1 bilhão de anos sem eventos cósmicos esterilizantes de vida complexa).

          Aí, encontramos vida inteligente aqui do lado, naquele planeta ao redor de Próxima Centauri, já com as nossas naves que demorariam 90 anos para chegar lá (não precisamos nem apostar na propulsão Alcubierre). E descobrimos que eles estão num nível tecnológico medieval. Faremos contato? Deveríamos fazer contato (correndo o risco de contaminar o ambiente deles)? Ficaríamos observando com nossos satélites e estações em órbita? Quando possível impediríamos catástrofes que ameaçariam a civilização deles?

          Agora inverta a situação. Considere que alguém lá fora nos encontre. O que eles fariam?

          É difícil cravar o que aconteceria. Isso envolve tantas variáveis, não só científicas, mas políticas, diplomáticas, sociológicas, biológicas, índole (pacíficos x agressivos). Em sendo vida inteligente algo real, isso tudo considerado seria uma explicação para o paradoxo de Fermy.

          1. Acho que nós não faríamos contato com uma civilização medieval, por questões éticas. Mas nada nos impediria de estudá-los da órbita, por exemplo.

      2. Certamente em meio a trilhões de galáxias existentes no Universo, a afirmação dada pelo Salvador é plausível. A distância é uma questão dramática na física, mas não impossível, porque na ciência nunca se pode afirmar isso. A detecção de vida inteligente no Universo implausível.

        No entanto, a maior expectativa no momento, é encontrar algum tipo de vida mesmo que seja microbiana fora da Terra, para resolvermos algumas quetões mais importantes. Se não sabemos sequer onde e como a vida surgiu aqui na terra, é mais difícil verificar como esse processo acontece ao processo ao longo do tempo. O primeiro passo no campo observacional, é a detecção de oxigênio livre, não porque ele seja um elemento importante, pois a vida pode prosperar sem ele, mas com a fotossíntese, a vida precisa ter continuidade, senão ela acaba por aí.

  19. Salvador, essa quantidade de galáxias daria, numa média, cerca de 4E+23 estrelas (quatrocentos sextilhões). Se considerarmos haver apenas uma “Terra” a cada um bilhão de estrelas (puro e mínimo chute sideral), sobrariam ainda cerca de 400 trilhões de Terras. Há ainda uma boa possibilidade de ainda ter ou de ter havido vida por aí, não?

    1. Sim. Mas com o Universo inteiro para procurar, se a taxa for essa, não será nada fácil encontrar outra… 😉

      1. Pensemos ainda estatiscamente. Um Terra a cada bilhão de estrelas, espalhadas randomicamente pelo Universo.

        Qual a chance de que em algum lugar duas Terras tenham surgido próximas? Alta. 🙂 🙂 🙂

        Qual a chance de que uma dessas duas seja a nossa? Baixíssima. 🙁 🙁 🙁

  20. Ah, qualé, Salvador?! Como não deu tempo chegar aqui? Parou para tomar um cafezinho? Tem que ter algum furo nisso aí… Se o foton tem 3 anos de vida, no referencial dele, e uns 10^18 anos, no nosso, ele só não chegou aqui se a dilatação do espaço nos confins do universo, em relação a nós for maior que a velocidade luz, certo? E se o universo se expande à taxa de 2,1km/s, por megaparsecs, então, lá nas bordas do universo visível, a dilatação é de cerca de 29.618km/s (uns 10% da velocidade da luz)… Então, cadê o resto das galáxias? Quero ter opção para me mudar em breve. Não gostei das cores dessas estrelas que vemos daqui.

    1. Só podemos enxergar objetos cuja luz teve tempo de viajar até nós desde o Big Bang. Mas há muitos outros objetos que presumivelmente estão fora do horizonte observável. Pior: o horizonte observável se afasta de nós mais depressa que a luz, o que significa que, no futuro, veremos ainda menos objetos do que atualmente, e não mais.

      1. hhehehe eu errei e você tem razão… A taxa de expansão (constante de Hubble) é de 73,2km/s, por megaparsec, e não 2.1 (não sei de onde tirei isso!). Assim, a expansão na borda do universo observável (raio de 46 bilhões de anos-luz) é de 1.032.388,234 km/s, que é bem maior que a velocidade da luz… Então, não é que a luz não teve tempo de chegar, mas, sim, que ela não chegará jamais, pois a distância que nos separa dela só aumenta com o tempo.

  21. Bom dia Salvador, minha questão não tem a ver com o topico presente, mas vamos lá.
    O que é a teoria sobre o tempo, de que ele foi criado junto com o big bang e ele se expande junto com o universo, imaginando-o como uma onda e na qual estamos sempre na crista dessa onda, assim podemos “visitar” o passado, mas nunca o futuro, pois ele ainda não existe?

    1. Na real, não sabemos o que é o tempo. Podemos descrevê-lo como uma quarta dimensão, sem distinção das três espaciais, e esta é a melhor descrição que temos dele no momento, mas não sabemos nem porque o experimentamos de maneira diferente das três dimensões espaciais e porque viajamos inercialmente numa única direção. Mas a chave me parece esta: pensando no tempo como outra dimensão, estamos indo sempre na direção do futuro porque estamos viajando por inércia nessa direção, até o Big Bang. Podemos frear ou acelerar nessa dimensão — freamos quando viajamos depressa e aceleramos quando nos afastamos de campos gravitacionais –, mas não podemos parar ou voltar atrás, porque isso exigiria romper a velocidade da luz (e a causalidade no Universo). Por quê? Vai saber.

      Também é importante notar que só podemos definir tempo quando há eventos com um antes e um depois. Imagine um Universo completamente vazio, em que nada acontece. Nesse Universo, o antes e o depois são indistinguíveis, logo, não há tempo — pelo menos não tempo que possa ser percebido.

      O que é o tempo talvez seja a questão mais complicada já colocada diante de nós.

      1. Talvez o tempo não seja uma dimensão, mas tão-somente uma referência. O que entendemos por ‘tempo’ seria apenas a consequência do encadeamento de fatos.

      2. Tenho um palpite bem pessoal sobre o tempo e causalidade, mas vou jogar aqui.

        Tempo e causalidade não se relacionam.

        Tempo de fato é a quarta dimensão da topografia do espaço-tempo bem abarcada pela relatividade e realmente acelera em baixas velocidades, freia em altas velocidades, e “pára” na velocidade da luz. Dilata-se e comprime-se conforme a aceleração e interação gravitacional.

        Não tem nada a ver com “causalidade”, embora tenhamos os conceitos como sinônimos, e as vezes por isso interpretamos errado as consequências das viagens na velocidade da luz.

        Por exemplo, ao acompanhar um cronometro em uma caminhada a 7km/h durante uma hora,, temos a sensação que os segundos e minutos “demoram” mais para mudarem, em relação a os de uma hora tradicional de nosso dia, embora ainda sejam “os mesmos segundos e minutos” para quaisquer referenciais conscientes (outras pessoas na Terra).

        Você olha para o relógio e fala “ainda”? Se você andar nesse ritmo por uma hora, sentirá que perdeu muito tempo, mais do que uma hora.

        Uma explicação para isso seria que seu pensamento ainda continuou operando próximo da velocidade da luz, velocidade que ele também realiza nas outras horas normais.

        Uma explicação alternativa: você ficou cansado e queria que “acabasse logo.”

        Mas há indícios que reforçam a primeira alternativa. Ao conversar com alguém que ficou estático enquanto você caminhou a pessoa perguntará, quanto tempo você andou e você dirá “uma hora” e é bem provável que a pessoa responda “já”?

        A sensação de passagem de tempo para ela foi “mais rápida” do que para você, pois você “freiou a dimensão “tempo” ao deslocar-se em maior velocidade, e não os segundos do seu relógio em relação ao do seu referencial estático.

        Já a Causalidade, são outros 500.

        Vai saber não tem nada a ver com o tempo, assim como tempo não tem nada a ver com as demais dimensões do espaço-tempo.

        A causalidade é por natureza uma sequência de eventos que leva a uma consequência irrefutável.

        Tendemos a relacioná-la com o tempo pois sempre que algo é realizado em nosso mundo não pode ser revogado absolutamente, ou seja há ideia de que o que foi passou e assim falamos, há dois dias, há uns minutos, fiz essa escolha, olha o no que deu… Nosso senso comum a relaciona com o tempo, sempre.

        Um efeito da teoria da relatividade foi a “ideia” da preservação da causalidade com o limite da velocidade da luz, ou melhor dizendo, nenhum questionamento adiante de “c” há , se a causalidade segue ou não a linha sequencial progressiva, ou pode haver uma regressiva, pois o limite é uma parada de tempo para a relatividade. Mas embora a relatividade tenha deixado a coisa no vácuo, estariam mesmo tais conceitos inter-relacionados: “tempo” e “causalidade”?

        Colocado assim a questão, quando na velocidade da luz, preserva-se o estado da matéria sem (grosseiramente) qualquer oscilação atômica (uma célula por exemplo fica congelada, porém não morre por não metabolizar se nessa velocidade, vai voltando a sua atividade metabólica ao desacelerar, por exemplo).

        Se pudessemos ir além de c, será o que aconteceria com a dimensão tempo? Pensemos em termo de causalidade: de fato os segundos iriam para trás em um cronômetro as pessoas também começariam a “andar para trás”, os pássaraos a voarem de ré, como um filme a ser rebobinado?

        E o tempo? Desinflaria que nem um balão de festa?

        Inegável que a relatividade não respondeu a essa questão, porém a construção da relatividade foi para o cenário macro e elegantemente preservou o entendimento da dinâmica da movimentação no Universo até esse limite “c”. Assim tendemos ainda a relacionar causalidade com tempo, mas como o fato é que não sabemos o que é o tempo, e ele pode não ter a ver necessariamente nada com a causalidade.

        E se nada acontecesse em termos de causalidade além de “c”, digo e se no macro, inobstante o tempo fosse negativo ordens de eventos continuassem a ocorrer de forma progressiva desvinculando a causalidade do tempo? Por exemplo?

        óbvio que não admito velocidade maior que “c” é só uma indagação instigante. Quero dizer com ela que a limitação da causalidade pela relatividade foi apenas um infeliz e involuntário “cala boca” na resposta sobre desvinculação da causalidade da sua relação com o tempo.

        Entretanto, a explicação da causalidade, poderá encontrar respostas na física quântica que poderão a desvincular do tempo.

        Se Everett estiver certo, é possível que a causalidade não seja uma linha irrefutável com vetor sempre progressivo.

        Um mosaico de universos seria gerado a cada “split”, ou seja nosso passado estaria bem sobreposto ao nosso presente. Na ficção o livro “operação cavalo de tróia” dá uma ideia de como seria uma viagem para o passado nessa situação, embora não se relacione com a explicação dos muitos mundos, nem assuma-se isso, por lá. (falamos viagem no tempo pois na cultura humana a causalidade está umbilicalmente ligada ao conceito de tempo).

        A interpretação clássica da física quântica no entanto, descarta a ideia de inexistência de quebra da causalidade já que se admite o colapso irrefutável da função de onda (o que tá feito tá feito).

        Tudo isso é só viagem, mas acho que a física em largas escalas não vai dar conta de explicar os limites de manobra da causalidade, mas mergulhando nos meandros da física quântica, um dia talvez compreenderemos, e quem sabe teremos um dia a possibilidade de voltar no “tempo” e poder desfazer as cagadas… Seria massa! *

        * A interpretação dos muitos mundos não permite passagem para outros universos até onde teorizada.

        1. “Uma explicação para isso seria que seu pensamento ainda continuou operando próximo da velocidade da luz, velocidade que ele também realiza nas outras horas normais.”

          Pensamento na velocidade da luz? Não procede…

          Se é que existe uma medida objetiva para a tal “velocidade do pensamento” seria a velocidade de despolarização das membranas envolvendo nossos axônios, e ela está muito abaixo da velocidade da luz! De 1 a 10 m/s nas membranas envolvendo o corpo dos neurônios (interior do cérebro) e 200 m/s nas fibras nervosas mielinizadas (nervos). isto está muito abaixo de 300000000 m/s, não acha??

        2. ops, pequena correção: nas membranas dos neurônios, esta velocidade vai só de 10 CM/s até 1 m/s

          1. BOM, deu pra entender a historinha, né? a pernada arrumou mais tempo pra cabeça… moral da história : quer produzir mentalmente mais em menos tempo? aumente sua velocidade e keep thinking!

        3. Você deve estar confundindo paralelismo de processamento com velocidade de processamento serial. Seria o mesmo que dizer que, se 1 mol de alguma substância se move a 1 m/s, podemos somar a velocidade de cada uma de suas moléculas e concluir que a partícula inteira se move a 6×10^23 m/s, o que ultrapassaria e MUITO a velocidade da luz. Integrar a velocidade das partes para estimas uma “velocidade total” do conjunto não faz nenhum sentido fisicamente…

          1. Não tô confundindo nada. Usei apenas como força de expressão a velocidade da Luz quanto ao pensamento, que vero, é beem rápido. Você, entretanto, levou muito ao pé da letra essa força de expressão sei lá por que…

          2. bom, se vc pretende usar relativisticamente a “velocidade do pensamento” para deformar de forma apreciável a métrica do tempo, então precisa sim estar na “velocidade da luz” ao pé da letra. se a velocidade do pensamento for de, digamos, 1/3 da velocidade da luz (o que já é uma velocidade apreciável!) a deformação do tempo ainda seria muito pouco perceptível em escala humana…

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