Faça um tour pelas montanhas de Plutão!
Exatos dois anos atrás, em 14 de julho de 2015, chegávamos a Plutão. O sobrevoo da sonda New Horizons revolucionou nosso entendimento do planeta anão mais famoso do Sistema Solar e sua maior lua, Caronte. E, claro, a exploração científica dos dados colhida durante o frenético encontro está apenas começando.
Para comemorar a data, a Nasa divulgou mapas altimétricos de Plutão e Caronte — que indicam basicamente a altitude do terreno nas regiões dos dois corpos celestes que puderam ser registradas com qualidade suficiente durante o sobrevoo. E, para tornar tudo ainda mais interessante, criaram um “tour virtual” pelos dois astros.
Por um lado, os mapas destacam a qualidade das informações colhidas pela missão. Mas, por outro lado, também revelam o quanto da superfície de Plutão ainda ficou oculto. Da latitude de 30 graus Sul para baixo, por exemplo, não temos rigorosamente nada — nem imagens distantes, uma vez que o ângulo de rotação de Plutão manteve essa região permanentemente oculta das câmeras.
Situação similar se viu em Caronte, que mantém um alinhamento permanente com Plutão, com a mesma face sempre voltada para o mesmo lado do planeta anão (e vice-versa, a propósito).
Os mapas são interessantes, mas nada substitui o sobrevoo virtual por esses terrenos que foi possível recriar. Confira o vídeo que mostra como seria passear por sobre várias regiões de Plutão e Caronte — com um exagero de relevo de duas a três vezes o real, para permitir uma percepção visual mais detalhada dos acidentes do terreno.
O trabalho de visualização 3D foi feito pelos cientistas Paul Schenk e John Blackwell, do Instituto Lunar e Planetário, nos Estados Unidos. É imperdível.
Enquanto isso, a New Horizons continua sua odisseia espacial, com um encontro marcado com um pequeno objeto do cinturão de Kuiper em janeiro de 2019. A aventura continua.
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Grande Salvador.. belas imagens e excelente texto.
Mas me vieram duas perguntas. Com a tecnologia que temos hoje, caso seja decidido uma nova exploração de Plutão, quanto tempo levaria uma nave para chegar até lá e poder orbitá-lo? Com o lançamento do James Webb será possível obter imagens mais detalhadas de Plutão e outros objetos do cinturão do que as imagens enviadas pela NH??
Abs.
Sobre um retorno a Plutão, o tempo de viagem seria de PELO MENOS uma década, se quiséssemos fazer um sobrevoo apenas. Para orbitá-lo, teria de ser mais tempo — talvez quase o dobro disso, mas depende das especificações da nave e da quantidade de combustível disponível para a manobra de inserção orbital.
Sobre o James Webb, ele não poderá fazer imagens comparáveis à da New Horizons porque nenhum telescópio distante é capaz de substituir uma sonda. Além disso, o JWST está limitado a infravermelho.
Quem imaginaria este planeta anão, tão distante, ser lindo e nos surpreender desta maneira.
Somos privilegiados com estas imagens. Parabéns pelo Post.
Com Plutão geologicamente ativo, com possibilidades de que poderá haver água líquida abaixo do manto da superfície gélida, podemos concluir que a vida também pode estar presente por lá?
Há planos de uma nova sonda ser enviada para Plutão?
Mais complicado vida em Plutão, mas não se pode descartar.
e pensar que isto esta lá a bilhões de anos sem ninguém nunca ter visto, isto é o que me fascina
Off (de novo)
Construindo um Universo a partir de um único fóton.
Eu vivo no planeta MV e, depois de muito pensar e calcular, coloquei meu projeto em prática: Direcionei minha super lanterna, de fóton único, na direção do Buraco Negro BN e disparei. A trajetória foi calculada para que o fóton, atraído pela gravidade do BN, desse a volta nele e na seqüência ser catapultado de volta para o planeta MV.
Quando o fóton chegou aqui de volta eu já tinha um espelho preparado que o refletiu de volta ao BN na mesma trajetória do primeiro de modo que esse também voltou para mim.
Em mãos desse processo ininterrupto de energia, posicionei bilhões de espelhos que ao longo do tempo passaram a refletir fótons para todos os lados.
A partir de então se tornou extremamente fácil concluir meu projeto. Foi só direcionar os espelhos para que os fótons se encontrassem em um único lugar no espaço e esperar que a natureza fizesse o restante.
A colisão, ininterrupta, de bilhões de fótons fez surgir sempre mais e mais matéria, e a gravidade terminou o trabalho.
Tudo a partir de um único fóton.
( Nossas leis de física são estranhas, tudo que existe no Universo pode ter vindo de uma única partícula sem massa )
Maravilha Marcos,
Ótimo tema para um conto de ficção científica!
kkkkk. Vlw Afrânio.
Off:
Salvador, você não acha que a imprensa em geral ajuda a piorar a mídia a respeito do aquecimento global? A respeito do iceberg que se descolou recentemente…
Li num lead G1 (não é muito diferente do que a gente lê nos outros veículos) :
“O iceberg, que provavelmente será chamado de A-68, ficará à deriva no oceano, colocando os navios que passam por ali em perigo? Ou derreterá e aumentará o nível do mar? “
Bom, pelo que sei das aulas básicas na escolinha, gelo que já está na água não aumenta o nível…
Então, é claro que o gelo que preocupa mais é aquele que está em solo. Daí a preocupação maior com a perda de gelo antártico ou da Groenlândia do que no Ártico. Ainda assim, um iceberg derretendo pode elevar um cadinho o nível do mar, porque ele é feito de água doce, e o oceano é de água salgada.
https://www.newscientist.com/article/dn18841-melting-icebergs-boost-sea-level-rise/
Incomoda a escandalização de icebergs, porque o problema é o PROCESSO… a perda constante de icebergs e de GELO CONTINENTAL por conta da mudança climática. Mas sabe como é imprensa, né? Ela gosta de fazer splash com fatos novos, e, convenhamos, um iceberg desse tamanho impressiona. 😛
Ainda tem o outro lado, o da vida: um iceberg desses, derretendo aos poucos, altera a temperatura do mar e a salinidade da água, podendo afetar milhares de espécies marinhas por onde ele passar.
Espetacular esse episódio de “Plutão visto de cima”! Estou muito feliz por ter vivido o suficiente para ver imagens tão espetaculares obtidas a partir de dados de um lugar tão distante.
Vivemos uma época maravilhosa, de realizações inimagináveis! Tomara que a humanidade amadureça e sobreviva para atingir locais ainda muito mais distantes.
Olá, Salvador.
O início da sua nota me fez lembrar 14 de julho de 1965, o dia em que a Mariner IV sobrevoou Marte iniciando uma era de explorações cósmicas acompanhadas de imagens (aquelas, no caso, em código binário). Só por poder acompanhar os últimos 50 anos de exploração planetária e ver tantas imagens dos planetas, luas e asteroides do sistema valeu viver neste tempo e neste espaço do qual compartilhamos.
Bem, mais um off.
Salvador, pela sua bagagem a gente fica pensando: por que ainda insiste em continuar no Brasil, amor à pátria mesmo? Alguém com seu currículo se daria muito bem no exterior, creio…
Olha, até uns três anos para cá, jamais cogitei ir para fora. Nos últimos três anos, de vez em quando me vem a ideia. Mas, no momento, na balança, ainda pesa o fato de que eu me sinto mais necessário aqui. De resto, gosto muito do Brasil, a despeito dos problemas todos.
Na década de 1980 eu pensei em emigrar para o Canadá, com a família. Acabamos não indo, mas eu me arrependo…. Meu cunhado foi em 2001, comeu o pão que o diabo amassou, mas, hoje, ele e a esposa são canadenses, bem integrados ao país e com excelente padrão de vida de classe média alta.
(Ele trabalhou até como gari, limpando o estádio de beisebol de Toronto após os jogos, e tinha nível superior. Estudou muito para revalidar seu diploma e agora é um profissional bem sucedido lá.)
Não é fácil emigrar… Como escreveu o Antonio Prata em sua coluna na Folha: vivemos aqui, temos que arrumar a casa, reinventar o Brasil.
Gratidão por compartilhar. Imagens Unicas e Belas.
Salvador,
Imagens espetaculares e instigantes! Caronte é muito semelhante a nossa Lua.
O Mensageiro Sideral está, anos-luz, a frente de outros sites de Astronomia. Fazendo divulgação, exponencial, de questões pertinentes e relevantes ao nosso tempo.
Valeu!
Bom dia, grande Salvador. Que fenômeno geológico poderia causar essas enormes cadeias de montanhas, uma vez que, deduz-se que o interior de Plutão tenha calor suficiente para gerar alterações na superfície ??? Forte abraço !!!
O fato de que Plutão é geologicamente ativo impressionou os cientistas! Sugere que há calor suficiente lá embaixo para, talvez, haver um oceano de água sob a crosta de gelo.
Como toda renderização da NASA, escala vertical decuplicada… parece o planeta do Pequeno Príncipe. Não precisa insultar a esse ponto a inteligência de quem assiste. Essas coisas só são vistas por quem se interessa.
Não decuplicada. Duas a três vezes apenas. Se assim não o fosse, não perceberíamos o relevo. E, quando estamos falando de renderização de dados altimétricos, a ideia é PERCEBER o relevo. Não seja tão careta. Exploração espacial não é só ciência; é arte também. É realçar a capacidade de percepção humana além dos limites do espectro visível, do espaço e do tempo. 😉
Fantásticas as imagens, a música e este blog. Assino a Folha há décadas, mas o teu blog é o único que leio.
Pelo que me sinto muito honrado! Valeu!
Olá, Salvador,fantástico o sobrevôo!
Existe alguma imagem do Sol visto de Plutão?
Não vi nenhuma…
Mas será que o Sol está tão longe assim que não dá nem pra ver?
Como assim, nem dá pra ver?
De Plutão dá para ver o Sol como a mais brilhante estrela do céu, com certeza. Nas fotos, já é mais difícil, pois depende da posição do planeta, da sonda e do próprio Sol, além do tempo de exposição de cada fotograma.
Apesar de ser uma visão artística, se aproxima bastante da visão do Sol a partir de cada planeta. As de Saturno e a de Plutão são deslumbrantes!
http://www.galeriadometeorito.com/2016/07/como-seria-ver-o-sol-de-outros-planetas.html
Astronomia é admirável e extraordinária. Muito antes dos primeiros foguetes já tínhamos um turbilhão de informações obtidas única e exclusivamente da interpretação da luz (que continua assim para qualquer coisa fora do Sistema Solar). E foi bom não ter visto Plutão por inteiro, motivo para enviar uma outra nave.
O universo se expande continuamente, isso não poderia acontecer sem que houvessem preestabelecidas leis do desenvolvimento da Criação. Alheio a tudo isso está o ser humano que se agrilhou a pequena Terra.
Não vejo como uma coisa leva a outra, mas…
Minha nossa, quanta ignorância!
Até o século XX não tínhamos uma narrativa vinda da ciência sobre as nossas origens estelares! A teoria da relatividade geral de Einstein ( 1916) é a base de nossos modelos cosmológicos atuais! O universo se expande, as galáxias se afastam uma das outras com velocidades cada vez maiores!
E isso acontece pelo enorme punho gravitacional da “matéria escura” . Não é mais necessário recorrermos a nenhum deus, à nenhuma lei “preestabelecida”! A idade média ficou para trás.
O telescópio Hubble abriu fronteiras jamais imaginadas pela mente humana!
O mundo do séc. XXI não é, definitivamente, aquele dos relatos bíblicos! Que falta fazem as escolas de qualidade! nossa única chance de salvação!
Mas ainda existem dúvidas sobre a matéria escura (na verdade deveria ser “oculta”) a serem eliminadas. Bem como em relação à expansão do Universo. Estamos no meio do caminho. Sempre no meio do caminho, creio.
Princípio antropico? O universo só nos parece perfeito porque é o único em que poderíamos existir, observar, raciocinar sobre eles, e concluir que possui as condições ideais para que pudéssemos nos desenvolver nele? Isto não é meio que se surpreender com a constatação óbvia de que 2+2=4?
“isso não poderia acontecer sem que houvessem preestabelecidas leis do desenvolvimento da Criação”
hmmmm, não!! acho que vc está invertendo as coisas! o correto é que “se não houvessem sido estabelecidas leis do desenvolvimento da ‘Criação’, isto não teria acontecido”. ou seja, certamente aconteceram coisas diferentes, nas quais não foram “estabelecidas leis do desenvolvimento da ‘Criação’ “, e por este exato motivo não existe nenhum ser inteligente nestas variações tentando explicar por que eles “não existem” em tais universos… 😉
O universo não foi creado ( assim mesmo, com “e” ) para o ser humano existir, e sim o ser humano é que se desenvolveu dentro das condições que ele ( o Universo ) possibilita.
São novos horizontes de fato, quem diria o anão Plutão ter uma superfície de relevos tão variados, semelhantes aos da nossa Terra.