Astronomia: Viagem à nebulosa de Órion
Imagens dos telescópios Hubble e Spitzer ajudam a criar viagem 3D pela nebulosa de Órion.
ARTE E CIÊNCIA
A nebulosa de Órion é uma das figurinhas mais fáceis do céu. A olho nu, ela parece apenas uma estrela, próxima às famosas Três Marias. Ao telescópio, é um espetáculo de cores — um berçário estelar de 2 milhões de anos, localizado a 1.350 anos-luz daqui. E agora astrônomos e artistas da Nasa se reuniram para nos propiciar uma visita a um dos lugares mais maravilhosos de nossa vizinhança cósmica.
HUBBLE E SPITZER
A renderização 3D da nebulosa é baseada em observações feitas pelos telescópios espaciais Hubble e Spitzer. O Hubble, com seus filtros em luz visível, revela a visão aproximada de nossos próprios olhos, caso estivessem lá.
INVISÍVEL
Já o Spitzer se concentra em colher luz que é invisível aos nossos olhos, infravermelha — a mesma que sai do controle da TV. Ela revela os segredos da nebulosa em meio a seu ambiente empoeirado, onde estrelas e sistemas planetários inteiros estão sendo gestados.
LONGA VIAGEM
Uma viagem até a nebulosa de Órion é improvável; tal jornada, mesmo próximo à velocidade da luz, levaria mais de mil anos. E, com tecnologias atuais, mude o número para milhões. Mas, graças ao olhar afiado dos telescópios espaciais e ao poder da computação gráfica, podemos visitá-la virtualmente.
ESTRELAS NASCENTES
Num espaço de apenas 24 anos-luz de diâmetro, mais de 700 estrelas individuais já foram identificadas, e outras ainda estão por nascer em meio ao gás. A forte emissão de luz ultravioleta das estrelas maiores escavou uma espécie de bacia na nebulosa. Ao redor dessas estrelas, o Hubble já conseguiu identificar vários discos protoplanetários — planetas como a Terra decerto estão nascendo lá agora.
MORTE E VIDA
E assim caminha o Universo, em seu ciclo contínuo de criação e destruição. Conforme as estrelas vão nascendo, interações gravitacionais ao longo de milhões de anos acabam as expulsando do aglomerado, até dissipá-lo. Esses astros então terão suas órbitas individuais na Via Láctea, longe de seu berço, da mesma forma que provavelmente ocorreu ao Sol e sua família de planetas, há bilhões de anos.
A coluna “Astronomia” é publicada às segundas-feiras, na Folha Ilustrada.
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Tenho uma dúvida totalmente fora do tópico.
Sei que quando viajamos próximos a velocidade da luz o tempo passa mais devagar, espero estar certo nisso…. então quando dizemos que um planeta esta longe da terra 4,25 anos luz (Proxima b por exemplo) é a 4,25 anos para os terrestres ?? ou para quem viaja a velocidade da luz ?
Tenho comigo que 4,25 anos luz seja para quem esta na terra. Qual seria o tempo para uma astronauta que viaja a velocidade da luz ?
Ano-luz é medida de distância, não de tempo. Equivale à distância que a luz percorre em um ano (contado da Terra). Equivale a 9,5 trilhões de km. Então falar em 4 anos-luz é abreviação de 38 trilhões de km.
A isso não se mistura o fato de que o tempo passa mais devagar para quem viaja mais depressa. Então, digamos, da Terra a Proxima b. Sabemos que a luz faz o percurso em 4,25 anos (contados na Terra). Uma nave viajando a 50% da velocidade da luz fará o mesmo percurso em 8,5 anos (contados na Terra). Mas quantos anos terão se passado a bordo da espaçonave? Aí é preciso lançar mão de uma equação da relatividade restrita: t’=t sqr(1 – V^2/c^2)
Vamos calcular. t’ é o que queremos saber, o tempo na espaçonave. t é o tempo na Terra, V2 é (0,5c)^2. t’=8,5 sqr (1-0,25c^2/c^2) = 8,5 sqr (0,75) = 8,5 x 0,86 = 7,31 anos.
Ou seja, na Terra se passaram 8,5 anos, mas o astronauta viajando a 50% da velocidade da luz, para quem o tempo passa mais devagar, experimentou apenas 7,31 anos de vida.
Espero ter respondido!
Salvador, bom dia! Gostaria de fazer uma pergunta off-topic, uma dúvida que me ocorreu. Ouvimos bastante sobre projetos de colonização de Marte, com vistas a uma futura terraformação do planeta. Minha dúvida é a seguinte: existiria, mesmo que hipoteticamente, algum processo passível de ser controlado pelo ser humano, capaz de terraformar Vênus? Sei que Vênus é um inferno de efeito estufa, mas, exceptuando isso, é um planeta que tem características similares à Terra, como o tamanho e o fato de ser geologicamente ativo. Não haveria nenhum processo capaz de iniciar uma reação em cadeia que tornasse a atmosfera do planeta mais branda? Grato pela atenção, parabéns pelo blog!
Não que a gente conheça. Tem simplesmente atmosfera demais lá.
Marcianos diziam a mesma coisa da Terra e veja só, aqui estamos.
Olá, leitores do MS!
Veja o título da Matéria de Capa de hoje:
ESTARIAM OS CIENTISTAS EQUIVOCADOS EM RELAÇÃO À CHAMADA TEORIA DO BIG BANG, AQUELA QUE ATRIBUI A ORIGEM DO UNIVERSO QUE CONHECEMOS, INCLUINDO O SISTEMA SOLAR, A UMA GIGANTESCA EXPLOSÃO OCORRIDA HÁ BILHÕES DE ANOS? DE ACORDO COM ESSA TEORIA – QUE PROCURA DESCARTAR AS EXPLICAÇÕES DA RELIGIÃO – O MUNDO COMO O CONHECEMOS, TERIA COMEÇADO A SE FORMAR HÁ 13 BILHÕES E 700 MILHÕES DE ANOS. AGORA, A PARTIR DE UMA OBSERVAÇÃO FEITA POR ALBERT EINSTEIN HÁ MAIS DE UM SÉCULO, CONFIRMADA POR TRÊS CIENTISTAS QUE GANHARAM, POR ESSA DESCOBERTA, O PRÊMIO NOBEL DE FÍSICA, AS APOSTAS SOBRE A ORIGEM DO UNIVERSO PODEM MUDAR. VOCÊ VAI VER TAMBÉM NESTA EDIÇÃO DO MATÉRIA DE CAPA DEDICADA AO ESPAÇO: PESQUISADORES ACUSAM A NASA DE ESCONDER INFORMAÇÃO SOBRE ALIENÍGENAS. E MAIS: SE EXISTEM ETs A CHINA QUER DESCOBRIR PRIMEIRO. NOSSA VIAGEM ESTÁ SÓ COMEÇANDO.
O Salvador tem muito a dizer sobre o assunto, assistam!
Abs a todos!
Lembrando que, esta matéria é a reapresentação da edição de 02/12/2017.
Reveja a matéria novamente:
http://tvcultura.com.br/videos/63554_materia-de-capa-alem-do-universo.html
Salva,
Trabalhando ainda, vá dormir, eu estou tomando cerveja na praia!
🙂
Oiii Salvaaa! 🙂
Vc viu que cair ter Lua de sangue azul este mês?? Não perco por nadaa!
Faz um post em homenagem à astro-mae!
http://arquivosocultos.org/astronomia/pela-primeira-vez-apos-150-anos-veremos-novamente-uma-lua-de-sangue-azul/
Vi, mas o eclipse não será visível do Brasil.
Ele já escreveu sobre isso, troll:
http://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2018/01/05/e-a-lua-meu-amigo-minha-amiga-a-lua/
Tente ser mais criativo da próxima vez.
😉
Boa tarde Salvador. E sobre esse meteoro do Canadá? As notícias não dizem se ele caiu na Terra, que tamanho que era, etc. Sabe de algo?
Sei. Foi bem menor que o de Chelyabinsk. Acontecem umas 15 pancadas dessa por ano, mas raramente em regiões povoadas.
Salvador…tendo em vista a expansão do Universo, cuja taxa só aumenta ao longo do tempo, temos que, na verdade, o espaço é “criado” continuamente…devo entender que o (1)Universo contém o espaço, ou (2) o espaço contém o Universo ?
Acho que nenhuma das duas. O espaço e o Universo são equivalentes em sua vertente observável (ainda mais considerando que as medições sugerem energia total zero para ambos). Além do observável, só podemos especular. Mas acredito que o espaço e o Universo sejam a mesma coisa.
Se a nebulosa de Órion está a 1350 anos luz de nosso sistema solar, imaginem que o universo conhecido, em sua orla mais distante estaria à aproximadamente 3 bilhões de anos. Local primário da origem do big-bang. O que “vemos” das estrelas e galáxias e etc , através de telescópios são o passado. O que “vemos” de Órion hoje, é a imagem de 1300 anos atrás! Já está passando do momento em que o ser humano se conscientize de sua pequenez diante do universo e que nosso planeta é o ÚNICO, levando-se em consideração as distâncias astronómicas, habitável e lar do ser humano. Se o destruirmos, não teremos para onde ir. Morreremos aqui mesmo.
O local primário do Big Bang é em toda parte. Você está sentado nele.
Belíssimo vídeo, Salvador! E é incrível como a imagem da nebulosa se parece com um coração incrustado no céu!
Apesar da beleza da animação, Salvador, fica uma dúvida: Será que lá, na nebulosa, nós a veríamos como tal? Afinal, como bem escreveu J.P.Cuenca na Folha, em 10/07/2014: “A neblina é um pouco como a felicidade, só se vê de fora, nunca de dentro.”
A minha pergunta está bem respondida nos comentários anteriores… Valeu, de qualquer jeito 🙂
Tenha em mente que, na animação, nós tangenciamos a neblina, não mergulhamos para valer nela. Repare. Provavelmente, ao nos aproximarmos, ela ia se tornar cada vez menos relevante. Ainda assim, teríamos um céu muito rico em estrelas brilhantes.
Essa constelação é fantástica. Só órion já tem uma penca de coisa legal. Aliás, de Sirius ziguezagueando até andrômeda, pégasus (passando por gêmeos dando uma espiada em Júpiter, touro, plêiades) a coisa pega bonito no céu. Tem até rivais de mesmo naipe por outros lados do céu, tipo Escorpião, leão, o próprio cruzeiro, e mais meia dúzia de gatos pingados, porque se for falar de visibilidade principalmente à vista desarmada, muitas outras constelações fodásticas (tipo sagitário, aquário, virgem, câncer) você não vê fácil em dia mais ou menos, não que nem as desse pedaço, e mesmo nos dias bons elas não “vem na sequencia” ou seja não dá pra ver tudo na mesma hora que nem o pedaço de orion. Negócio é ir pra Atibaia, sorte de quem taí. Valeu pelo vídeo Salvador!
Como eles deduziram a posição tridimensional das estrelas e o formato da nuvem? O método do paralaxe funciona a 1000 anos-Luz?
Paralaxe até funciona a essa distância, mas com certa imprecisão. A modelagem da nebulosa é mais baseada no estudo de nebulosas diferentes e nos efeitos que estrelas produzem nelas. Sabemos pela teoria mais ou menos como funciona e aí reconstruímos a cena do crime, por assim dizer.
Salva,
Off-topic – Estou querendo colaborar com o projeto da “NOVAFROTA” mas não acho o caminho, deve ter um “bug” que impede o acesso.
A propósito, está ótimo o uniforme novo do Sr. Scotty! rss
Fala, Afrânio! Obrigado pelo interesse. Aqui a campanha: https://www.kickante.com.br/campanhas/vamos-trazer-atores-star-trek-ao-brasil
Salvador, aproveitando a deixa de Star Treck, gostaria que o assunto “viagens interestelares” fosse comentada por vc em sua coluna semanal na Folha. Imagine, por um momento, que o ser humano desenvolvesse viagem à velocidade da luz ou acima dela. Tanto faz se fosse WARP o FTL. Partindo dessa hipótese, vou exemplificar o seguinte: moro no interior do estado de São Paulo. O caminho mais fácil e rápido (se hoje pode-se dizer isso) para a cidade de São Paulo é a Rodovia dos Bandeirantes. A sua construção envolveu um esforço de engenharia significativa. Melhor traçado, cortes em montanhas e elevações, aterros, viadutos, pontes, tudo isso e muito mais com a finalidade de propiciar ao viajante (condutor do veículo) uma forma segura e livre de obstáculos perigosos ao longo desse percurso. Demoraram anos para a conclusão dessa obra, isso em virtude de estarmos no século XX e os equipamentos de engenharia serem avançados. Imagine isso no século XVIII ou XIX. Seria quase que impossível e demoraria o triplo de tempo. Da mesma forma, de nada adiantaria termos a tecnologia de viajar à velocidade da luz ou superior ou dobrarmos o espaço, se não conhecermos os obstáculos que teríamos que enfrentar pela frente. Sair da terra à velocidade da luz sem conhecermos o caminho para onde iríamos, acredito que não passaríamos do sistema solar sem antes nos espatifarmos em um asteroide, poeira cósmica ou mesmo um planeta. Precisaríamos, para nossa viagem ser segura, mapearmos tudo ao entorno de onde queremos chegar para traçarmos uma rota segura. Isso levaria milhares de anos. Estou correto ou não?
Não muito. O espaço é majoritariamente vazio. E se você viajar em dobra, está se deslocando devagar na verdade, de forma que todo objeto que entrar na sua “bolha” de deslocamento está a uma velocidade tolerável. O mais difícil mesmo é criar a dobra. Todo o resto é comparativamente brincadeira de criança.
Salvador, desculpe baixar o nivel, mas explica para os não iniciados o que vem a ser “viajar em dobra”.
Manipular a geometria do espaço-tempo para encurtar a distância entre dois pontos e atravessá-la numa velocidade aparente superior à da luz sem no entanto violar esse limite de velocidade localmente. Em vez de viajar mais rápido que a luz pelo espaço, você encurta o espaço à frente da nave, estica de volta atrás, e viaja numa velocidade aparente mais alta que a luz sem nunca realmente viajar mais depressa que a luz no espaço em si. A proposta ficou famosa por seu uso em Jornada nas Estrelas nos anos 1960 e depois foi demonstrada teoricamente possível por pesquisadores. Mas veja: embora seja teoricamente possível (ou seja, não proibido pelas leis da física), não sabemos como fazer e desconfiamos que a quantidade de energia necessária seria proibitiva.
Olha, me desculpem pelo comentário que vou fazer, mas ao ver um bando de marmanjos vestidos de capitão Kirk, Spock, etc… eu sou obrigado a achar que essas pessoas ou não tiveram infância, ou, se tiveram, foi tão boa que estão tentando perpetua-la…
Não tem nem do que pedir desculpas. Primeiro porque infância é uma coisa boa. Quisera eu a gente pudesse preservar a ingenuidade da infância por mais tempo. Segundo porque quem é incapaz de brincar se leva a sério demais, e com esses, que não sabem brincar, é que eu realmente fico preocupado. Terceiro porque parte da sua crítica é parte de uma visão meio antiquada dessa coisa toda do cosplay. Ninguém nunca falou isso das pessoas que se vestem de Pelé, ou de Raí, ou de Adhemir da Guia, ou de Zico, e vão para os estádios. E veja: é RIGOROSAMENTE a mesma coisa. O torcedor projeta, pelo uniforme, o que ele gostaria de ser — membro de sua equipe favorita — do mesmo jeito que um trekker usa o uniforme para manifestar seu desejo de fazer parte de algo como a Frota Estelar e defender seus valores. Se você parar para pensar, a seguir seu raciocínio à risca, teremos de considerar infantis ou sem-infância todos os que usam qualquer camiseta com temática de cultura popular, seja o logotipo de uma banda ou mesmo uma bandeira de seu país. Por que querer fazer parte de uma nação seria infantil, seja ela a nação são-paulina, a nação brasileira ou a nação trekker?
Um dos berços do Universo, e nosso, já que o Sol saiu de lá, mas como os antigos Egipcios e outros povos a homenageavam e cultuavam? seria uma memoria em nossos gens? ou apenas uma informação adquirida?
O Sol não saiu de lá.
Li não lembro onde que nebulosas difusas de poeira e gás podem ter densidade semelhante a de fumaça de cigarro, isso procede Salvador?
Nunca vi a comparação, mas não me parece absurda. Acho que nebulosas, contudo, são ainda menos densas que fumaça de cigarro.
Mas você quer dizer fumaça SEM as moléculas de ar (N2 e O2 na grande maioria) entre as moléculas da fumaça, não é? Quer dizer, a densidade que a fumaça teria no vácuo…
É, presumi isso, a densidade da fumaça no vácuo, se espalhando rapidamente pela falta de pressão…
Pelo que andei lendo a densidade de Nebulosas podem variar de 100 a 10.000 átomos por cm3. Para nós isso seria praticamente um vácuo e invisível aos nossos olhos.
A fumaça de um cigarro é mais densa que o ar (só sobe pq o é levada pelo ar quente da queima), e a densidade do ar é cerca de 10^19 particulas por cm3.
Comparada a uma Nebulosa a diferença de densidade é abismal.
Só conseguimos ver as Nebulosas pq são imensas e estamos muito distantes delas, alem de toda essa massa ser aquecida e irradiar.
Acredito que se a Nebulosa de Orion tivesse a densidade da fumaça de cigarro, nós a veríamos brilhante no céu como um bloco disforme, sólido e impenetrável.
não, depende muito da composição desta fumaça e do tamanho de suas partículas.
veja que mesmo o ar, com o absurdo de 10^19 átomos pod cm³, é completamente transparente mesmo a grandes distâncias
Oi David, eu acho q sim.
A composição e densidade da fumaça seria a mesma do cigarro, em referência a pergunta do Antonio. E a fumaça de um cigarro, devido a sua composição cheia de compostos orgânicos e particulados, nos é visível mesmo a curta distância e em pouca quantidade.
Mas vamos eliminar a composição, ou fingir que a fumaça é tão transparente quanto o ar.
Ficamos então com a densidade do ar, como vc mesmo disse é de 10^19 átomos por cm3.
O ar é invisível para nós? Sim. A nossa experiência do dia-dia, diz q sim.
Agora vamos transformar nossa fumaça em Nebulosa.
Pegue uma quantidade imensurável de ar e encha um recipiente que tenha 24 anos luz de distância até chegar na mesma densidade de 10^19. Coloque centenas de estrelas gigantes azuis junto. Esse ar todo será aquecido e brilhará feito uma brasa!
Observe essa Nebulosa a mais de 1000 anos luz de distância, o que verá?
Pense, se a Nebulosa de Orion é praticamente um vácuo, uma densidade média de 600 átomos por cm3 (segundo a Wikipedia), é visível para nós e nem mesmo conseguimos ver através dela.
Aumente a densidade para 10^19!
Para piorar e deixar a coisa mais interessante, altere a composição da nossa Nebulosa e coloque os compostos da fumaça de cigarro.
O que veríamos? Um bloco brilhante no céu, aparentemente sólido e impenetrável!
Obs.: tudo começou com a simples comparação com a “fumaça de um cigarro” do dia-dia, que todo mundo sabe o que é.
Corrigindo: “recipiente que tenha 24 anos luz de distância” para “recipiente que tenha 24 anos luz de diâmetro”.
Salvador, como conseguiram estimar a profundidade de objetos tão “próximos” entre si, ao mesmo tempo que tão distantes de nós? Imagino que, nesta distância, não tenha sido por diferença de paralaxe, ou estou enganado? Existe alguma outra forma de estimar a profundidade de um objeto com esta precisão?
Imagino que seja modelando os efeitos do vento estelar e do ultravioleta sobre o gás e contrastando com as imagens.
Acho que deve ter algo a ver com o sensor de infravermelho. Nebulosas costumam ser bem opacas para estas frequências, então acho que deve ser possível estimar variações “pequenas” de alguns anos luz de profundidade comparando o quanto o infravermelho da estrela diminui em relação às outras frequências do espectro… 🙂
Somos fragmentos do universo, eternamente estamos em destruição e reconstrução. Cada um de nós, cada família segue as leis do universo… Somos todos os nossos antepassados e seremos todos os nossos descendentes. O fluxo contínuo de destruição e reconstrução faz parte da nossa existência e de todo o universo.
Ô Salvador, por que você não pega o Hubble e vai ver se eu tô na esquina.
No céu tem pão? E morreu!
Seria difícil, Didi. O Hubble não costuma ser apontado para a direção do centro de massa de nosso planeta… Tem coisas muito mais interessantes pra se ver na direção oposta.
Quero muito que os alienígenas apareçam logo, assim tenho certeza que que eles nós ensinará
a construir naves capaz de viajar a velocidade da luz para irmos até a constelação de Órion para conhecermos a nossa origem, porque segundo as literaturas foi de lá que viemos (Berço da Humanidade) e assim, me tornar imortal.
Os alienígenas estão na lua, melhor estavam lá até os soldados americanos jogarem uma bomba atômica e matar a maioria e o único sobrevivente é o que está escondido em São Paulo.
Que literaturas? O Sol se formou numa nebulosa, provavelmente com muitas outras estrelas, mas não na nebulosa de Órion.
Salvador boa tarde!
Sou leigo nesses assuntos astronômicos, mas um amante por conhecer mais deste universo.
Gostaria de lhe fazer 2 questões.
Porque os telescópios espaciais não conseguem imagens mais detalhadas (mais perto) da Lua já que os mesmos conseguem imagens de galaxias tão distantes???
E outra questão é se existem corpos celestes que ficam fora de galaxias?
Abraços.
As imagens que os telescópios fazem da Lua são muito mais detalhadas que a de galáxias distantes. Uma galáxia distante, ao telescópio, ainda é um algodãozinho. A Lua ao telescópio revela crateras pequenas.
Existem corpos celestes fora das galáxias, principalmente aqueles ejetados por elas.
Basicamente, resolução angular. É só uma questão de escala.
Galáxias, mesmo as mais distantes, são IMENSAS. A Lua, apesar de próxima, é pequena. Para fins de comparação, seria você querer enxergar o cocô de uma formiga na raiz de uma árvore especifica no meio de uma floresta como a Amazônica a 300 km de altitude. A galáxia é a floresta, o cocô da formiga é a Lua.
(exemplo exagerado, as escalas e distâncias não são exatamente estas, porém servem para fins comparativos).
Fiz algumas contas… uma cratera de 1Km de diâmetro na Lua aparece com meio segundo de diâmetro aparente daqui da Terra (um centésimo do diâmetro aparente de Júpiter).
Nem vou colocar Andrômeda na conta, mas uma galáxia modesta, como a Sombrero (M104) tem quase 5 vezes o diâmetro aparente de Júpiter, na parte mais estreita!
A largura da M104 pareceria então, aproximadamente, 500 vezes maior que o diâmetro de uma “craterinha” de 1 Km. (Imagina o que é tentar ver um estágio de descida da Apollo)
Rodrigo, quanto ao Hubble, leia o seguinte:
https://universoracionalista.org/por-que-o-hubble-captura-vistas-detalhadas-de-galaxias-distantes-mas-nao-de-plutao/
Sensacional o vídeo! Grato por compartilhar conosco!
A propósito, existe algum vídeo semelhante feito pela Nasa específico para a Eta Carinae, mergulhando na nuvem de gás até chegar nas estrelas que formam o sistema binário?
Não de que eu tenha conhecimento. Já vi vídeos de zoom em Eta Carinae, mas nada modelado de forma sofisticada em 3D como este.
Sorte que no Brasil ainda há pessoas que divulgam assuntos como ciências e arte. Sorte que nem tudo (mas quase tudo) aí é funk, futebol, novela, reality show com idiotices ou mesmo notícia ruim.
Este colunista traz cultura e entretenimento de bom nível. Parabéns pelas matérias, sempre curiosas, agradáveis e informativas.
Salvador é um salvador. Tomara que ele não se canse do país e vá embora como eu …. Admiro sua força de vontade! Vc tem muitos leitores buddy, continue ! Rs
Valeu!
Ótimo como a tecnologia conecta as pessoas a mundos distantes!
E isso porque a Nebulosa de Órion está nas “vizinhanças” do nosso sistema solar. Não conseguimos nem sequer imaginar a grandiosidade do Universo. É por isso que para mim é impossível não haver vida em outros lugares dele. Mas também parece impossível essas supostas civilizações interagirem, em razão do tempo de sua existência e distância entre elas.
Me pergunto, como um telescopio, por mais potente que seja, consegue captar imagens assim tao belas e nitidas? ou aquela primeira imagem que mostra a visão do Huble é “montada”?
Não entendo o que você quer dizer com “montada”. A imagem é feita várias vezes, em filtros de luz diferentes, e depois composta em cores. Se com isso você quer dizer “montada”, é isso. Mas pense um pouquinho: estamos falando de um objeto que tem 24 anos-luz DE DIÂMETRO. É um troço grande pra caramba, com centenas, quiçá milhares, de estrelas juntas. É tão fácil de ver que se vê a olho nu, sem telescópio.
Montada, seria isso mesmo, conforme a sua definição…valeu pela explicação!!
Salvador, se ele tem “só” 24 anos-luz de diâmetro, essas quiça milhares de estrelas juntas não estão muito apinhadas não? E, sendo o caso, elas devem interferir DEMAIS umas nas vidas das outras… ou estou viajando demais?!
Um abraço!
Se você pensar em termos de volume (um cubo de 24 por 24 por 24), são 13.824 anos-luz cúbicos. Dá perfeitamente para acomodar muitas estrelas nesse volume, com cada uma tendo confortavelmente mais de 1 ano-luz cúbico de volume para ocupar. Agora, claro, a natureza não é igualitária assim. Certamente algumas estrelas nascem mais próximas, viram sistemas binários, trinários etc., algumas têm passagens de raspão que zoam seu sistema planetário nascente, isso sem falar naqueles que já são zoados por formação, com migração dos Hot Jupiters pra dentro. Enfim, tem de tudo. Mas certamente há espaço para muitas estrelas terem sistemas planetários honestos e limpinhos. rs
Se o sol estivesse nesse lugar, jamais saberíamos o que é a escuridão. Um pequeno espaço com mil estrelas brilhando, se não fosse tão quente, é prá lá que o sol deveria ir.
Salvador, vou te colocar numa sinuca de bico: se o sistema solar ficasse dentro de uma nebulosa como a de Órion, nossa visão da galáxia seria prejudicada? Veríamos apenas um clarão colorido e difuso como os faróis vindos em nossa direção numa estrada com nevoeiro (cerração), ou praticamente nem notaríamos?
Certamente o céu seria muito mais iluminado. Mas tenha em mente que essa nebulosa tem 2 milhões de anos. Mesmo que o Sol já estivesse formado, o ambiente no sistema planetário nascente seria absolutamente inóspito. Ninguém estaria lá para ver, a não ser que estivesse de visita.
Porque inóspito? Temperatura e pressão elevadas? Gases tóxicos? Precipitações de amônia e enxofre? Explosões (flares)? Não entendi, um planeta como a Terra com uma atmosfera protetora, não poderia existir numa boa dentro duma nebulosa difusa de emissão?
Imagine que essa nebulosa tem 2 milhões de anos. Quando tiver mais algumas dezenas de milhões, vão pipocar várias supernovas. O ambiente interestelar também é bem compacto, o que faz com que estrelas possam desestabilizar as nuvens de Oort das vizinhas, mandando muitos pedregulhos assassinos para dentro. Não por acaso, vemos evidências de impactos frequentes nos planetas internos do Sistema Solar em seus primórdios.
Opa, deixa eu complementar a resposta (E me corrija se estiver errado).
Impactos esses que podem ter invertido o sentido de rotação de Vênus, gerado nossa Lua, “feito” nosso núcleo ferroso e até trazido a água para nosso planeta.
Acho que o melhor exemplo é o da Lua. Os demais parecem ter outras explicações ligadas à formação dos planetas ou da dinâmica planetária. (Vênus efeito de maré do Sol + superrotação da atmosfera; o núcleo ferroso da Terra é resultado da diferenciação dos materiais quando a massa de planetesimais formou o planeta, e não algo que veio depois, na base da pancada; e a água do nosso planeta, segundo as evidências mais recentes e contrariando os modelos de formação estelar, parece já ter nascido com a Terra também, e não trazida depois por impactos, embora isso ainda esteja em discussão.)
Talvez fosse interessante explicar que o que parece nuvem visto desta distancia na verdade – ao se chegar perto – é apenas vácuo. Por mais materia que exista visto desta distancia, se fossemos até lá veríamos… praticamente nada.
o problema é que 24 anos luz é MUITO mas MUITO espaço…
http://blogs.discovermagazine.com/badastronomy/2008/04/26/what-does-a-nebula-look-like-up-close/
Vácuo é um exagero. Mas, claro, de perto, o tênue gás seria menos espesso que nossa atmosfera, que é transparente. Mas, ainda assim, teríamos grande concentração de estrelas próximas, o que propiciaria grande espetáculo celeste.
Salvador, posso estar errado, sou leigo, mas o melhor vacuo atingido pelo homem tem mais ou menos 24 mil moleculas por cm3. As nebulosas mais densas tem uma densidade de 10 mil moleculas por cm3…
Fontes: https://physics.stackexchange.com/questions/52220/have-we-managed-to-make-a-perfect-vacuum
http://www.astronomy.ohio-state.edu/~ryden/ast162_3/notes11.html
Grande abraço!
Parecem números consistentes. Nenhum dos dois, tecnicamente, é um vácuo perfeito. Se não me engano, o vácuo interestelar típico tem 1 próton por cm3.
Pra mim 24.000 moléculas por cm³ parece uma aproximação bem aceitável de vácuo, já que normalmente temos na atmosfera, ao nível do mar, cerca de 25.000.000.000.000.000.000 moléculas por cm³ 😀
Esses gases primordiais, se fosse possível “navegar” na nebulosa teriam que densidade? Seriam como uma atmosfera? ou, estaria tão rarefeito que seria um vácuo absoluto?
Menos que uma atmosfera — mais como uma exosfera, extremamente rarefeita. Não um vácuo absoluto, mas um quase vácuo.
Eu adoro o documentário do Hubble no Netflix…em HD e com uma viagem virtual pelas redondezas de tirar o folego!!!
Salvador, as últimas descobertas sugerem que os astronautas que viagem a Marte vão ser submetidos a uma dose de radiação bem acima do que se imaginava por conta dos raios cósmicos. Nossa tecnologia atual oferece proteção a esse perigo durante a viagem de ida e volta, ou a exposição dos astronautas à radiação cósmica seria inevitável?
As medidas — feitas pelo jipe Curiosity, então não são estimativas, mas observações factuais — sugerem que a exposição de um astronauta numa viagem de ida e volta é mais ou menos o limite que a ESA determina para seus astronautas para a vida toda, e um pouco mais do que a Nasa permite. Esses limites, por sua vez, são bem radicais. Humanos provavelmente sobreviveriam com facilidade a uma viagem de ida e volta à Marte, salvo se forem expostos a uma explosão solar violenta ou algo do tipo.
Vixe, “provavelmente sobreviveriam” não é muito animador!
É tão complicado assim uma roupa, espaçonave ou habitat que proteja adequadamente da radiação?
Provavelmente porque sempre há margem para o desconhecido. Mas, por tudo que sabemos, e pelo que nossas sondas já enfrentaram, é 100% de certeza que sobreviveriam.
Guardadas as devidas proporções, aquilo lá não seria um “inferno”? Monte-se um ponto de observação no seu centro de massa e teremos um pequeno Dante visualizado? Ou a diluição de luzes nos espaços internos não traria efeitos assim propostos?
Nunca fui ao inferno para saber a que você se refere… rs
Puta resposta…
Ubaldo, seguindo a lógica de que você não deve sentar muito perto do palco porque “estraga” o espetáculo para você, eu diria que lá dentro provavelmente não teria muita graça.
Ver a Via Láctea de fora deve ser uma visão indescritível… Para quem está de fora.. Assim, acredito que o melhor lugar para visualizá-la seja de longe (Um milhão de km? Um bilhão? Trilhão?).
Nosso sistema solar, com os espetaculares Vênus, Júpiter, Saturno, Netuno e porque não Terra, deve ser um porre para quem quer vê-lo inteiro (Aliás, nesse caso não acredito que exista uma vista que contemple o sistema em todo seu esplendor. Aliás, nem em sistemas mais compactos como Trappist acredito que se tenha uma vista legal).
De qualquer forma, acredito que a radiação aí seria letal. E imagine a temperatura que ficaria sua nave, se isso gera estrelas (Se bem que o que gera calor é a fusão).
Uma analogia que faço é Foz do Iguaçu. Tem o lado brasileiro e o lado argentino das quedas. O melhor lugar para ver as quedas é do lado brasileiro, porque lá você enxerga o lado argentino, que é mais bonito.
Alessandro, obrigado. A seu modo respondeu-me com boa vontade. Como está inserido na coluna sua manifestação, considerarei como válida ao meu questionamento inicial.
Bem, um inferno só de Dante não seria… estaria mais para uma mistura de Dante e Niflheim.
A Nebulosa de Orion tem uma densidade de aproximadamente 600 átomos por cm3, e isto é praticante um vácuo. Para comparação, a atmosfera da Terra ao nível do mar tem 10^19 moléculas por cm3 (é um número imenso), onde a estação espacial orbita tem algo como 10^6 moléculas por cm3, e todos já consideram q a estação espacial esta num vácuo.
Portanto a Nebulosa, quando dentro dela, é um grande vazio.
Assim sendo, a transmissão de calor é feita basicamente por irradiação e não por convecção.
Em outras palavras, se estiver longe de uma estrela vc irá congelar como em Niflheim, mas se estiver pertinho de uma das grandes estrelas azuis da nuvem irá torrar, como em Dante.
A nebulosa de Órion é o que sobrou da explosão de uma supernova?
Não, a nebulosa de Orion é gás primordial — enriquecido pela detonação de supernovas antigas — fabricando novas estrelas.
Nossa Salvador tenho uma dúvida esse gás primordial que forma as neblosas ainda é o do Big Bang?
Tem tempo já né, então vai chegar um momento que não vai haver mais gás e consequentemente formação de estrelas, é o fim?
Grato e desculpe a ignorância.
A maior parte dele — hidrogênio — é, porque só o Big Bang fez hidrogênio. Mas o gás já foi enriquecido com explosões de outras estrelas, de forma que não é só hidrogênio e hélio.
De perto,deve ser uma visão maravilhosa(vou contar um segredo:quando estou muito cansado,fecho os olhos e imagino-me a voar pela imensidão do Universo e,como base para os “sonhos”,lembro-me das imagens que assisto nos vídeos do “Mensageiro Sideral”).
Eu adoro a astronomia!
Abraços para você,Salvador!
Muito legal esse exercício! Abraço!
só tome cuidado com os buracos-negros!!
Ouvi dizer que quem cai neles nos sonhos não acordam mais! 😀