Bilhões de planetas na zona habitável

Salvador Nogueira

Para cada estrela no Universo, deve haver entre um e três planetas em sua zona habitável — a região nem muito quente, nem muito fria, que permite a presença de água em estado líquido na superfície. É basicamente a condição essencial para a existência de vida. Apenas na Via Láctea, a nossa galáxia, são cerca de 200 bilhões de estrelas. Faça as contas e pare para pensar no que isso significa, só por um instante.

O sistema Kepler-62 é um dos casos conhecidos em que dois planetas ocupam a zona habitável. Combinação deve ser comum no Universo. (Crédito: Nasa)
O sistema Kepler-62 é um dos casos conhecidos em que dois planetas (um deles visto como um ponto brilhante ao fundo) ocupam a zona habitável em torno de uma estrela similar ao Sol. Caso deve ser comum no Universo. (Crédito: Nasa)

Pensou? Agora vamos em frente. A estimativa extraordinária acaba de ser apresentada por um trio de astrônomos na Austrália e na Dinamarca, aliando alta tecnologia do século 21 — dados do satélite Kepler — a ciência do século 18.

É isso mesmo que você leu. Ciência do século 18. Faz algum tempo que os astrônomos Charley Lineweaver e Timothy Bovaird, da Universidade Nacional Australiana, andam brincando com um conceito conhecido como a relação de Titius-Bode. Ela foi descoberta em 1766 por Johann Titius e popularizada por Johann Bode em 1772, numa época em que apenas um sistema planetário era conhecido: o nosso. A dupla notou que as órbitas dos planetas pareciam obedecer a uma regra matemática simples.

(Você se interessa pelo tema busca por vida extraterrestre e deseja se aprofundar no assunto? Dê uma olhadinha nisto aqui!)

Olhe para esta sequência de números:

0, 3, 6, 12, 24, 48, 96, 192, 384…

À exceção dos dois primeiros, todos os outros são o dobro do anterior. Baba. Agora, mais uma operação matemática simples. Some 4 a todos eles. Terminamos com:

4, 7, 10, 16, 28, 52, 100, 196, 388…

Agora divida tudo por dez. E eu juro que esta é a última conta que você vai precisar fazer aqui hoje. Pois agora, como num truque de mágica, você pode usar esta sequência para prever as distâncias médias que cada um dos planetas do nosso Sistema Solar guarda do Sol, em unidades astronômicas (UA). Uma unidade astronômica é, por definição, a distância média da Terra ao Sol, cerca de 150 milhões de km. Mas veja como (quase) tudo se encaixa.

Planeta Distância T-B (UA) Distância real (UA)
Mercúrio 0,4 0,39
Vênus 0,7 0,72
Terra 1,0 1,00
Marte 1,6 1,52
Ceres (cinturão de asteroides) 2,8 2,77
Júpiter 5,2 5,20
Saturno 10,0 9,54
Urano 19,6 19,20
Netuno 38,8 30,06

Note que, quando Titius e Bode primeiro revelaram essa estranha coincidência, a posição entre Marte e Júpiter estava vazia, e o último planeta conhecido era Saturno. Não só Urano, descoberto em 1781, seguia bem de perto a tal regra, como o astrônomo Giuseppe Piazzi encontraria, em 1801, o planeta anão Ceres (feito famoso recentemente pela espaçonave Dawn) bem onde a singela relação matemática sugeriria a possível presença de alguma coisa.

Acabou que eram algumas coisas — havia um cinturão de asteroides inteiro naquele espaço, o que roubou parte da magia da previsão. E Netuno, o oitavo planeta, descoberto em 1846, também não seguia de perto a regra, o que acabou levando os astrônomos a tratá-la como nada mais que uma grande, enorme, imensa coincidência.

SÓ QUE NÃO
Lineweaver e Bovaird parecem determinados a reabilitar a velha relação, usando para isso os planetas fora do Sistema Solar. Em 2013, o Mensageiro Sideral descreveu um trabalho da dupla que demonstrava que uma versão genérica da regra de Titius-Bode (em que os parâmetros iniciais e de multiplicação variam) parecia se encaixar incrivelmente às arquiteturas dos sistemas multiplanetários descobertos até então.

À moda dos astrônomos do século 18, os australianos então usaram os espaços “vazios” indicados pela regrinha para “prever” a existência de 141 exoplanetas ainda não descobertos em sistemas previamente estudados.

Em seguida, outros astrônomos foram procurá-los, fuçando nos dados públicos do satélite Kepler, o caçador de planetas da Nasa. De 97 planetas previstos pela dupla da Austrália, Chelsea Huang e Gáspár Bakos, da Universidade de Princeton, puderam encontrar apenas cinco. E um sexto que parecia estar ligeiramente no lugar errado, a julgar pela previsão. Na opinião deles, uma confirmação de só cinco planetas, em meio a 97, é muito pouco para redimir a relação de Titius-Bode. “A taxa de detecção está aquém do limite inferior do número esperado, o que indica que o poder de previsão da relação de Titius-Bode é questionável”, escreveram.

Ainda assim, o fato de que cinco planetas candidatos foram descobertos desse modo e estavam todos onde a regrinha sugeria que deveriam estar ainda deixa uma ponta de dúvida (sobretudo porque o sexto, que não obedeceu à relação, se mostrou bem esquisito). Por isso, Lineweaver e Bovaird voltaram à carga, aliados a Steffen Jacobsen, da Universidade de Copenhague.

VIÉS DE SELEÇÃO
O novo estudo leva em conta uma amostra ainda maior de sistemas multiplanetários descobertos, mas que parecem “incompletos”, a julgar pela relação de Titius-Bode. E analisa os achados de Huang e Bakos sob a perspectiva de qual deveria ser a taxa de sucesso esperada, chegando à conclusão de que era mais ou menos isso mesmo: 5% das previsões. Afinal, há várias limitações de tamanho dos planetas e de alinhamento dos sistemas que impedem a detecção da maior parte dos planetas “perdidos”.

“Eu considero a detecção de 5% uma evidência de apoio interessante para nossas previsões, porque é isso mesmo que se deveria esperar”, disse Lineweaver ao Mensageiro Sideral. “Também é importante considerar o fato de que todos os outros pesquisadores que estão analisando os sistemas multiplanetários do Kepler sem usar nossas previsões só conseguiram achar dois novos exoplanetas, e esses dois também são consistentes com nossas previsões.”

Na nova lista, os astrônomos foram mais cautelosos, limitando-se a sistemas cuja inclinação favoreça mais a detecção dos planetas “previstos”. No total, eles apresentam 228 mundos “perdidos” em torno de 151 estrelas e fazem uma afirmação ousada, ao prever a taxa desses planetas que deve ser encontrada numa análise mais cuidadosa dos dados brutos do Kepler: 15%.

120 BILHÕES DE TERRAS?
O que nos leva de volta ao começo da história. Se Lineweaver e seus colegas estiverem certos, e a relação de Titius-Bode for mesmo uma boa pista de como se configuram as arquiteturas dos sistemas planetários, juntando as descobertas já confirmadas do Kepler às previsões, cada estrela deve ter em média entre um e três planetas na zona habitável de sua estrela. E logo saberemos se isso está mesmo certo, porque os astrônomos australianos já estão mais uma vez fuçando os dados do satélite em busca das confirmações — e elas devem ser representativas do estado geral dos planetas em toda parte.

“Nosso resultado de um a três planetas é baseado somente nos sistemas descobertos pelo Kepler. Contudo, baseando-nos nas formas mais plausíveis de corrigir os efeitos de seleção do satélite, a evidência favorece fortemente a ideia de que todas as estrelas têm sistemas planetários e que esses sistemas são provavelmente quase todos multiplanetários. Fingir que tudo que o Kepler é capaz de ver é tudo que existe é irrealista.”

O argumento de Lineweaver faz todo sentido. Para detectar planetas, o sistema precisa estar de tal modo alinhado que esses mundos passem periodicamente à frente de suas estrelas com relação ao satélite. Como esses alinhamentos se distribuem aleatoriamente, sabemos que o Kepler só é capaz de, na melhor das hipóteses, detectar 5% dos sistemas existentes numa dada região do céu, e mesmo assim só a poucos milhares de anos-luz de distância. Ou seja, tudo de fascinante que foi descoberto pelo satélite até agora representa 5% do que existe naquela pequena região do céu, e só nas vizinhanças mais próximas do Sistema Solar.

Importante ressaltar que a relação de Titius-Bode não diz nada sobre o tamanho dos objetos que ocupam as faixas indicadas. O que significa dizer que nem todos os planetas presentes na zona habitável de suas estrelas serão rochosos, como a Terra. Em seu novo artigo, publicado no periódico “Monthly Notices of the Royal Astronomical Society”, Lineweaver e seus colegas estimam que um terço desses mundos sejam de fato rochosos (com no máximo 1,5 diâmetro terrestre). Ainda assim, quando você multiplica 2 (média de planetas por sistema) por 0,3 (percentual de planetas rochosos) por 200 bilhões (estimativa do número de estrelas na Via Láctea), terminamos com nada menos que 120 bilhões de mundos similares em composição à Terra e posicionados numa região do sistema planetário compatível com a presença de água líquido — requisito essencial para a vida.

É um pensamento tão assustador quanto encantador. Como não perder algum tempo refletindo sobre esses números e imaginando a incrível variedade de sistemas existentes lá fora? A cada momento descobrimos algo incrível sobre os diversos mundos que orbitam o nosso Sol, aqui no quintal de casa. Imagine isso multiplicado por centenas de bilhões, só para a nossa Via Láctea. E então imagine centenas de bilhões de galáxias como a nossa. Este é o Universo em que vivemos. Não dá para não se apaixonar. E tenho certeza de que Titius e Bode teriam ficado encantados com tudo isso, estivessem aqui conosco.

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Comentários

  1. “Note que, quando Titius e Bode primeiro revelaram essa estranha coincidência, a posição entre Marte e Júpiter estava vazia”.

    Não estava vazia: segundo os Sumérios nessa posição havia Tiamat, o planeta que chocou-se com Nibiru, esfarelou-se em cinturão de asteróides (parte) e o que restou foi lançado para a atual órbita, sendo o planeta Terra onde residimos.

    Sitchin was right.

    1. E ainda digo mais: se tínhamos Tiamat e não tínhamos a Terra, os números de UA ficariam:

      4, 7, 16, 28, 52, 100, 196, 388

      Ou seja, Venus estria com o número 7, mais próximo de Mercúrio e mais distante de Marte. Porém ele só deve ter adquirido esse número 7 (UA 0,7) após ser empurrado pelo novo planeta que ali chegou, Terra, devido ao choque de Tiamat com Nibiru. Ou seja, é muito provável que Venus estivesse em 8 (0,8 UA), deixando então essa teoria numérica mais redondinha ainda:

      4, 8, 16, 28, 52, 100, 196, 388

      Ou seja, a interpretação de Sitchin estava certa e os Sumérios, em seu Enuma Elish, nos contam a verdadeira história sobre a formação do Sistema Solar que fazemos questão de ignorar…

        1. Esquece o fator, estou me atendo às UAs que são as atuais reais. Quanto ao texto do link refutando Nibiru, ele é péssimo e com argumentos ingênuos. E, mesmo se não existir Nibiru como Sitchin teoriza, isso não tira o fato de que não temos boa noção de como o Sistema Solar se concretizou mas que, por outro lado, os Sumérios há mais de 5 mil anos atrás já tinham suas próprias teorias. Algo sempre perturbou a Terra.

          Mas vamos ser científicos e sábios o suficientes para chamar o conhecimento sumério de “mitologia, crendice”…

          1. E ainda digo mais: segundo a ciência moderna e corretíssima Niburo é impossível de existir e se aproximar do Sistema Solar mas isto pode?

            http://astronomynow.com/2015/02/18/suns-close-encounter-with-scholzsstar/

            “Conception of Scholz’s Star and its brown dwarf companion (foreground) during its flyby of the Solar System 70,000 years ago.”

            Prefiro considerar o conhecimento antigo sumério (mesmo que tortuosamente interpretado por Sitchin) do que ficar amarrado 100% a uma ciência que engatinha sobre ovos.

          2. A relação de Titius-Bode funciona melhor com os planetas onde estão, não onde você gostaria que estivessem.
            E a mitologia suméria nada falava sobre planetas. Isso foi tudo piração do Sitchin. Onde você está vendo 12 planetas no Sistema Solar, by the way? rs

  2. Boa tarde Salvador,

    Como o nosso Universo é fascinante. Cada dia mais fico impressionado com o tamanho e a complexidade dele. Como somos todos insignificantes perante tudo isto.
    Já acreditei em muitas religiões, mas nenhuma delas me permitiu continuar apaixonado pelo Universo e ter fé em algo que se aproxima da complexidade astronômica.

    Obrigado por compartilhar os artigos científicos fresquinhos conosco. Estou sempre por aqui acompanhando, quase todos os dias a espera da próxima publicação.

    Mas confesso, Salvador, que estou angustiado com o brilho observado em Ceres!! Se for água congelada com certeza será uma das mais belas visões do nosso sistema solar. Algum palpite?

    Um abraço e, novamente, parabéns pelo seu trabalho e pelos textos muito bem escritos.

    Paulo

    1. Acho que vai ser gelo sim. No fim de abril teremos imagens (um pouco) melhores. Aguardemos. 😉

  3. Honorável Gurú Salvador,
    Respondei a minha humilde dúvida; significa dizer então que todas as estrelas observáveis possuem planetas em suas órbitas?

    1. Praticamente todas, segundo Lineweaver. O que de fato é bem provável. Por mais que aconteça uma bagunça-monstro no sistema, com ejeção de planetas grandes, ainda assim vão sobrar uns cacarecos do tipo Ceres em volta da estrela.

  4. Essa história de Big Bang não faz o menor sentido. Se a causa causal(Deus) é eterno e tem que ser para justificar essa realidade universal, o Universo também é eterno, ou seja, existe desde sempre. O que pode acontecer, são Big’s Bang’s explodindo à todo momento para criar novos sistemas planetários. Isso sim, é uma constância no Universo. A ciência jamais chegará a origem de tudo, muito menos, apostar que o acaso teria criado tudo. Essa perfeição universal tem uma inteligência suprema e não pode ter sido criada.

    1. Uma coisa que as pessoas precisam entender é que a ciência humana é cumulativa. Então baseado em uma observação comprovada, são feitas teses que passam por teorias até virarem lei. Destas teorias são baseadas outras teses que podem ou não ser observadas passando pelo crivo dos métodos científicos.

      Eu também acho que o Big Bang é furada. Existem muitos “gaps” teóricos. A começar do próprio principio do caos. Porém a questão vai muito além:

      Primeiro. Se cada um achar que uma teoria está errada e começar o estudo do zero, nunca teríamos tudo que a gente já entende do universo. E a humanidade descobriu muuuuito.

      Segundo que o meu e o seu “achometro” vai muito aquém para derrubar a teoria, por máximo que eu seja um mero engenheiro, isso não me dá aval nenhum de fazer qualquer refutação ao trabalho de astrônomos e físicos que acreditam que esta estoria se deu para valer. É a praia deles e eles respiram isso dia e noite.

      Por isso, o máximo que eu posso fazer é tentar convencer o Salvador a acreditar que o Big Bang é uma furada… heheh… Brincadeira. O máximo que eu posso fazer é fazer uma interação muito legal neste espaço com pessoas (Obrigado Salvador por isso) apresentar apenas um ponto de vista e que muitas vezes com erros primários.

    2. mas oque vc quis dizer com o comentario marcos vc se contradiz no mesmo comentario e oque criam sistemas solares são supernovas

  5. E nós neste planetinha, já bem antigo. Só brigando, irmãos contra irmãos. E se descobrirem outros planetas, onde o terrestre se possa habitar, vai ser à mesma coisa. Só os poderosos, terão vez, a pobreza, vai continuar do mesmo jeito. Não se esquecendo, dos inteligentes, terão talvez uma vida também melhor, mas, sempre sobre a batuta do poderoso. Pois pobre, só leva FERRO. Tanto faz aqui na terra como em qualquer outro planeta. Que está cheios de outros planetas, há isto não resta dúvidas. Tá sim. O que somos, nós os terrestres, perante, estes imensos planetas, que estão por ai. NADA. Se, der um vento maior, Adeus, planeta terra.

  6. Olá Salvador. É muito interessante essa matéria que vc. apresentou a respeito da previsão de planetas e a coincidencia no posicioinamento de suas orbitas nas estrelas. a minha dúvida é quanto a existencia também de aneis de asteroides como acontece com o nosso Sol. Será possivel que nos casos investigados onde se encontrem as falhas (ausencia) de planetas em suas respectivas orbitas seja pelo mesmo fenomeno, pois a matéria correspondente ao planeta que deveria lá estar, na verdade seriam milhões de pequenos corpos espalhados difíceis de serem detectados devido à distancia? E isso não seria um motivo (mais um) para validar equação apresentada ?
    Abraços

    1. Sim, eles consideram que parte dos planetas “previstos” podem ser cinturões de asteroides, e por isso não são detectados! 😉

    1. Ela não tem explicação. Mas se ela se sustenta em outros sistemas planetários como se sustenta aqui, é bom a gente começar a procurar uma. Esse é o desafio proposto por esses astrônomos. Eles acham que não deveríamos ter desprezado tão cedo a relação de Titius-Bode como uma coincidência…

  7. A relação Titus-Bode quando passou pelo Brasil deu VACA e por acaso hoje (des)governa o Brasil… kkkkk

  8. Salvador, antes de qualquer coisa, mais uma vez uma matéria fascinante do seu Blog, meus sinceros parabéns pela qualidade dos textos!

    Agora, uma pergunta, ainda estou esperando a continuação da visita a Ceres, afinal não seria essa semana que já estaríamos em orbita para descobrir o que era aquele ponto luminoso??

    Ainda tenho esperanças de ser uma base alienígena abandonada…rsrs…

    Mais uma vez, parabéns!

  9. Achei a matéria muito interessante, realmente nos dá uma dimensão de que a vida em outra parte do universo é altamente provável. Contudo a probabilidade de um contato com vida inteligente é absolutamente pequena. Devemos levar em consideração também o tempo. Nossa vida “consciente” na terra de é de 5000 anos e a idade da terra de 4,5 bilhões de anos. Encontrar outra forma de vida consciente simultaneamente no tempo e no espaço dadas as dimensões de tempo-espaço do universo é ridiculamente improvável. Mesmo assim não considero impossível.

  10. Achando vida, civilizações e impérios alienígenas não responde às diversas perguntas que temos sobre o mistério de nossa existência. Mas com certeza impressiona o fato de não sermos os únicos nessa angústia.

  11. Salvador,

    Já foi pensado que a relação Titus-Bode pode sofrer de um tipo de desvio, algum fator que altere a proporção em função do lugar ou a distância que se estejam procurando os planetas?

    Abração!!

    1. A melhor explicação é que o primeiro planeta a se formar sirva como um modulador dos demais. Mas ainda é tudo muito especulativo. Pode ser que no fim a relação de Titius-Bode ainda seja uma coincidência. É o que esse grupo quer testar. Abraço!

  12. Onde estava o ponto que deu origem ao Universo por meio do Big Bang? Ou seja, se tudo veio dessa expansão inicial, como pode ser chamado o local no qual estava inserido o ponto, já que não havia o tempo e o espaço?

    1. Você está no ponto inicial. E quem estiver do outro lado do Universo também. Foi o espaço que se expandiu. Todo o espaço em toda parte estava comprimido numa região muito pequena.

  13. Salvador,

    A relação de Titus-Bode não pode ser aplicada também aos sistemas lunares de Júpiter e Saturno? Alguma correlação?

    E, aproveitando… um gigante gasoso na zona habitável de uma estrela pode até não ser uma possibilidade para a vida por sí só, mas pode muito bem abrigar um sistema de luas rochosas ao seu redor…

    Quem viver, verá!

    ALEX BACK

  14. Não sou nenhum expert em Astronomia mas me interesso pelo assunto, mas por acaso esse “UA” que é utilizado para tal calculo leva em consideração o tamanho de cada estrela, pois sabemos que nossa estrela usada para chegar ao resultado desse “UA” possui o tamanho mediano e sabemos que existem diversas estrelas que fazem nosso Sol parecer poeira… Outra questão seria, realmente TODAS as estrelas possuem planetas orbitando a si? Tudo bem que graças à sua grande fora gravitacional pode fazer essa tese valer, mas seria possivel estrelas binarias possuirem planetas mantendo-se em órbita alternada entre duas gigantes forças gravitacionais.

    1. Cada estrela, com seu tamanho diferente, tem a zona habitável a uma distância diferente.

    2. A UA é uma distância fixa estabelecida por meios humanos apenas. É o equivalente à distância da Terra ao Sol, sempre, em qualquer lugar a que você vá.

  15. …a cada dia são “descobertos”novos planetas,”novos mundos”…mas que ñ influenciam porrra nenhuma em nossa vida…é td uma piada
    kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

      1. Esse a galáxia gira em torno dele, isso porque ele é humilde, senão seria o Universo..rsrs

    1. Um dos grandes enigmas do universo: por que é que pessoas que desprezam notícias sobre astronomia perdem tempo lendo uma matéria sobre…astronomia?

    2. Esse tipo de gente, deve ser ignorada, ele assim como o Apolinário e outros, se alimentam dos comentários sobre suas postagens, se forem ignorados simplesmente param de postar bobagens.
      Quando vejo que é um post do Apolinário, por exemplo simplesmente não leio. Muito menos comento. Assim como qualquer outro de cunho religioso.

  16. Salvador,
    A relação de Titius-Bode, que demonstrou relativa precisão como ferramenta rudimentar para localização de planetas sem um desenvolvimento tecnológico avançado, não faz pensar que vale a pena olhar o que as civilizações antigas (Astecas, Maias, Incas, Egípcias, entre outras) produziam com suas observações do céu? Sabe dizer se isso é seriamente considerado em algum estudo científico?

    1. Como arqueoastronomia, são coisas interessantes. Mas ainda assim eles sabiam bem menos que a gente.

    1. Quando eles se formam, se são suficientemente grandes, eles entram em equilíbrio hidrostático — uma forma pomposa de dizer que a gravidade vai achatando a superfície para que todos os seus pontos fiquem mais ou menos à mesma distância do centro, produzindo uma forma esférica. Esse processo depende da massa e da composição (que sugere quão fácil ou difícil é forçar o material a se conformar). Por isso temos luas feitas de bastante gelo, como Encélado, que são esféricas e têm 500 km de diâmetro, e asteroides como Vesta, com 525 km, que não são esféricos.

  17. Eu só imagino exatamente COMO será o contato de seres humanos com possíveis vidas inteligentes alienígenas. Ou será que nós é que seríamos alienígenas? Vida em tamanho microbiano deve existir não muito longe, ACHO!

  18. Prezado Salvador,

    Excelente reportagem !! Por favor, você poderia explicar por que a lei de Titius-Bode não considera o tamanho e/ou a massa dos planetas nas relações indicadas

    Obrigado e muito sucesso !!

    1. Ela é só uma relação matemática misteriosa. Ela nada diz sobre a massa dos planetas.

  19. Falar que de 1 a 3 planetas está em zona habitável seriá ótimo se esses tivessem água, estar em zona habitável não significa estar em condição de vida.

    1. Não, não significa. Mas você pode imaginar que, de 120 bilhões de planetas, pelo menos alguns bilhões terão de fato água. 😉

      1. Eu estava pensando isso. Se eles estivessem errados em uma margem tão grande quanto 50%, ainda assim seriam 60 bilhões de planetas. E a gente só conhece um…

  20. Caro, Salvador, mais uma vez parabéns pela matéria, gostaria que respondesse uma pergunta, a estrela proxima centauro porque o telescópio Kepler não é apontado para lá? Já que todas as estrelas tem sistemas planetários parecidos como o nosso, e salientando que essa estrela é a mais proximas de nós.

    1. O sistema de Proxima Centauri já foi observado (não pelo Kepler, mas por outros telescópios) e não há sinais de trânsitos planetários — ele está desalinhado para vermos os planetas passando à frente da estrela. E a estrela é muito ativa, o que atrapalha a detecção de planetas por outros métodos. Mas tem gente procurando. Cedo ou tarde ouviremos falar de lá. 😉

  21. A comprovação de vida simples fora da Terra é uma questão de tempo; a existência de uma civilização tecnológica no nosso raio de alcance (tempo e espaço), é uma questão de fé.
    Dito isto, acredito que nossa espécie será extinta sem que consigamos qualquer tipo de contato.
    As civilizações mais avançadas que existem no universo já chegaram à conclusão de que os terráqueos, se ainda existem, estão irremediavelmente fora de alcance e portanto são irrelevantes.
    Há até uma piada contada pelos Hienes, uma civilização de humoristas:
    – O que é um pontinho azul perdido no céu?
    – Quem se importa?

  22. Sem exageros, mas se eu fosse citar as 10 melhores coisas da Web brasileira com certeza o Mensageiro Sideral seria uma delas, conhecimento científico de primeira classe, acho até que deveria ir além, como um projeto para as salas de aulas, pra incutir o prazer pela descoberta na garotada cada dia mais alienada e expandir-lhes o horizonte de eventos e possibilidades. Parabéns Salvador, fico ansioso sempre esperando pela próxima publicação. Abraço.

    1. olha Antonio eu tbem qndo entro na net ja procuro alguma novidade sobre o espaços nas matéria do Salvador… Seria legal uma sala de aula especializada nesse assunto, mas pra isso acontecer a maioria dos religiosos teria que parar com o egoismo de achar que o universo foi feito só pra gente….

    2. Eu também posso dizer a mesma coisa.

      Salvador, você não só tem um conteúdo fenomenal como também tem leitores do mais algo padrão.

      De vez em quando vem um Somewhere e um Apolinário para estragar, mas você leva sempre de muito bom humor.

      Parabéns!

      1. Rapaz, se você olhar o nível dos comentários nos últimos dois posts, é de impressionar. Coisa top mesmo. Estou muito feliz de vermos todos nos encontrando aqui. Enquanto vemos outros “vizinhos de blog” tendo de fechar os comentários, aqui, sem nenhum tipo de censura — e com direito a chamada no UOL hoje –, estamos no mais alto nível. Sensacional. Parabéns a todos vocês, isso sim!

  23. Salvador,
    Novamente deixei minha imaginação me levar após ler sua matéria e me pergunto, levando em consideração esses números, é fácil de acreditar que é bem provável a existência de pelo menos um mundo habitado aqui na periferia da Via Láctea. Se isso for fato, levando em consideração os avanços nas observações e na tecnologia, também podemos crer que ele seja descoberto ainda nesse século. Então supondo que isso ocorra, levando em consideração os avanços tecnológicos esperados para as próximas décadas, qual seria a nossa reação? Tentaríamos entrar em contato? se Sim, como? E se a vida la não fosse inteligente (o que já é pedir demais) então, qual seriam as expectativas?

    1. Para essa pergunta. Com cem por cento de certeza nem o mais inteligente dos cientistas tem condições de responder.

    2. Não temos uma resposta exata, nem mesmo se sua duvida fosse bastante específica e não tão abrangente!
      Do ponto de vista “espaço”, ele é ”LIMITADO” , porem se expande ininterruptamente numa velocidade monstruosa desde a explosão do BIG BANG (onde tudo que existia, que existe e que existirá estava num mesmo ÍNFIMO ponto).
      Resumindo SIM, mas nunca parou de aumentar!
      (Existem varias teorias sobre este assunto, esta é a ideia mais aceita).

    3. Não. ninguém pode responder essa pergunta. Hoje, de acordo com Stephen Hawking, acredita-se que tem fim.

    4. Primeiro, depende do que deve ser considerado “o fim”. Segundo, existem teorias diferentes sobre como as coisas vão se desenrolar daqui a muitos bilhões de anos com relação a esse fim. Uma combinação das duas observações implica, por exemplo, que pode não haver fim: tudo o que existe acabará concentrado de volta em um único ponto (o Big Crunch) e depois sempre haverá novo Big Bang, e isso já viria acontecendo por toda a eternidade. Nós seríamos só o pessoal que está aqui agora. Outros falam do “congelamento” de todos os movimentos do universo depois de certo ponto (e não haveria Big Crunch). E por aí vai.

    5. Depende!

      Para isso, você precisa especificar melhor o que é “FIM” e o que é “Universo”

      Agora, físicos brilhantes vieram com uma ideia que o vácuo pre-Big Bang não era vácuo. E, sendo assim, o Universo existiu desde sempre. Dizem que haviam como pequenas variações quânticas de energias que, ao se colidirem, formaram as primeiras partículas elementares de matéria.

      Dizem que o Tempo-Espaço é uma trama que está se expandindo: Pera ai? O Espaço está se expandindo no Espaço? Então o que é um Espaço? Seria um Eter? Um fluido energético? Uma bolha? Não sabemos. Pelo menos eu não sei. Mal e mal se sabe quantas dimensões tem o Espaço. Uns dizem 3 mais 1 dimensão temporal, outros dizem que são 11.

      Se você considerar que o Universo é este espaço em expansão ai você pode dizer que sim: O universo tem fim. O diâmetro desta bolha é de aproximadamente 14 bilhões de anos-luz. Agora se você considerar que o Espaço que está o Espaço é o Universo então: Não: o Universo não tem fim. Pelo menos não há como observar uma vez que a luz do proveniente do Big bang é a mais distante observada.

      Ou até a novas descobertas aparecerem.

    1. Pode ser que ele seja apenas uma espécie de sistema nervoso envolto por uma massa gelatinosa cheia de tentáculos. Se tiver “olhos”, ele poderá ver, mas não conseguirá retribuir 🙁

    2. Se for uma nave Klingon então é melhor sair correndo… Senão eles vão fazer um churrasquinho de ser humano.

  24. Olhe para esta sequência: 2;4;8;16. Some 2 a todas elas, ficando: 4,6,10,18. Agora multiplique por 100 e temos 400;600;1000. 1800. Assim teremos em milhares de km, as órbitas das luas de Galileu de Júpiter descobertos em 1610.
    Io= 421,7;Europa = 671,0;Ganímedes=1070,4;Calisto=1882,7. E , assim, temos a regra de Diógenes Tupiniquim para satélites de planetas classe Júpiter. Quem fez isto tudo, gostava muito de matemática!!!!

  25. Mas, como diria Enrico Fermi, “onde estão os outros”?

    Com tantos mundos disponíveis, por que ainda não encontramos indícios de outras civilizações?

    Cada vez mais acredito na hipótese do “Grande Filtro”, ou seja, em qualquer mundo em que ocorrer vida, em algum momento esta passará por algum evento cataclísmico que vai impedir o surgimento de uma civilização alienígena.

    Só precisamos torcer que já tenhamos passado pelo “Grande Filtro”. Senão, estamos ferrados.

  26. uma duvida me intriga a alguns anos, o ser humano alega ter ido “a lua”, porem faz muitos anos, quando a tecnologia nem era tão avançada, hoje com uma tecnologia melhor por que não ir a lua outra vez e filmar onde foram os pousos anteriores e a bandeira que lá foi colocada para provar que isto realmente aconteceu?
    ou melhor ainda ja que temos o famoso Telescópio espacial Hubble que consegue alcançar galaxias tão distantes porque não aponta-lo para a lua que esta tão proxima de nos e nos mostram a bandeira fincada no chão lunar?

    1. Não há a menor dúvida de que o homem foi à Lua. Não teria sentido gastar tanto dinheiro só para desbancar uma teoria conspiratória.

      Além disso, já existem os espelhos que foram deixados no solo lunar pelas missões tripuladas justamente para serem usados para medição de distância entre Terra e Lua através de raios laser.

      Outras missões à Lua podem surgir no futuro, se o custo/benefício se justificar.

    2. Rafael. Parece simples dizer que o Hubble focado na Lua consegue ver a Bandeira americana ali hasteada”. Porem não é bem assim. Embora perto, não teriam pixels suficiente pra compor a imagem de um objeto, ao contrario de objetos muito brilhante em maior distancia. Naves contornando Marte fotografou restos e rastos do jipe lunar. Quanto a ir novamente à Lua, seria muito mais barato e simples com a tecnologia atual. Mas desnecessária se nada diferente tem a ser analisado.

  27. Cara, é o que sempre penso… Na boa, devem existir no mínimo milhões de formas de vida mais inteligentes que a nossa (fora as que já se extinguiram por conta de explosões de seus respectivos “sóis”, guerras interplanetárias, etc.).
    Digo isso de verdade sem pensar em um único instante em ficção científica, mas usando apenas o bom senso e a matemática, afinal como já disseram os números não mentem!

    1. Pense no Golfinho por exemplo: Ele é uma forma de vida inteligente. Oras?

      O que é vida inteligente para você?

  28. Salvador, com esses novos dados e informações sobre a relação de Titius-Bode, não seria possível atualizar a equação de Drake e recalcular a estimativa do número de civilizações ativas inteligentes na Via Láctea?

    1. Angelo, acho que minha brincadeira com a equação de Drake do ano passado continua atual, porque preferi fechar em estrelas similares ao Sol e a dados menos especulativos. 😉

  29. É muita pretensão nossa que só esta Terrinha seja habitada num Universo que ainda é incompreensível. Vamos chamar o Galileu para contestar os céticos que só sabem usar a palavra “evidência” para acreditar em alguma coisa.

  30. Mais uma duvida Salvador.
    Que tipo de telescopio posso comprar para poder observar os planetas? Existe algum que possa me proporcionar este prazer astronomico sem valores astronomicos?
    Obrigado e abraco

  31. Salvador, existe alguma chance de um objeto de um tamanho considerável no nosso sistema solar ainda ser descoberto? Já li muito sobre as contas não baterem na distribuição dos nossos planetas vizinhos. Se houver alguma chance, algum palpite de onde ele esteja? PS: Não sou Nibiruta, só fiquei curioso com esse espaço “vazio” entre Urano e Netuno

    1. Existe essa possibilidade, mas se houver alguma coisa estará bem além de Netuno. E, se houver, vai quebrar as pernas de nossos modelos de formação do Sistema Solar. A conferir.

  32. Bom dia Salvador! Obrigado pelas suas materias e vai aqui uma duvida. Todas as estrelas observaveis a olho nu estao e sao apenas as da nossa via lactea correto? Sendo assim, a mais distante estrela, se pudessemos observa-la estaria no maximo a 100mil anos luz de distancia (considerando o tamanho da nossa via lactea). E correto este pensamento. Ja com telescopios conseguimos observar outras galaxias, tal qual Andromeda?
    Obrigado e abraco

    1. Sim, todas as visíveis a olho nu estão na Via Láctea, e com telescópios potentes conseguimos ver estrelas individuais em Andrômeda. Abraço!

      1. Sabe Salvador, eu sou um apaixonado pelo assunto e acredito fielmente que ainda encontraremos vida (microbiana) ainda em nosso sistema solar. Em luas como Europa.
        Espero apenas estar vivo para poder ver isso e pelas minhas contas devo ter mais uns 45/50 anos.

      2. Meu amigo Salvador.
        Será que poderá me explicar o fenômeno que está acontecendo comigo o qual posso provar por evidências empíricas, ou seja, quem está comigo também o observa. Quando olho para o céu à noite, quando não há nuvens, é claro, estrelas começam a brilhar.Estava viajando num ônibus à noite e quando olhava para a entrada de ar no teto do mesmo eu via várias estrelas aparecendo, quando desviava o olhar elas sumiam. Tinha uma pessoa sentada ao meu lado que presenciou o fato que ocorreu várias vezes. Tem uma explicação para isto?

        1. Não se esqueça que entre você e a estrela existe uma atmosfera, em movimento, que pode estar embaçada ou não.

        2. No céu noturno, sem sempre a gente consegue enxergar todas as nuvens. Muitas vezes, há nuvens tênues muito altas que podem facilmente tapar um ponto brilhante de uma estrela. Não posso afirmar que é isso, mas isso com certeza acontece. De dia, é mais fácil saber se há alguma nuvem no céu, mesmo que muito ralinha.

  33. Fora os satélites de planetas como júpiter e saturno. Aí acresentamos mais alguns bilhões.

  34. Caro Salvador,
    Em resposta a um leitor, dissestes que o Universo poderia ser curvo, abstendo-se assim da resposta do que viria depois dos seus limites. Mesmo que o universo fosse curvo e voltassemos ao mesmo ponto apos uma longa viagem em linha reta, nao responde o que encontrariamos se escapassemos pela tangente. Mais simples: Que meio existia antes do Bigbang? Neste caso a teoria inflacionaria do genial fisico russo Andrei Linde (Isto E 21/6/95) sobre universos-bolha seria bem mais factivel sobre os limites do Universo na minha singela opniao.

    1. Andre, o ponto é que qualquer hipótese de multiverso desafia qualquer teste observacional. E sem teste, não é ciência. É, na melhor das hipóteses, metafísica. Acho interessante a ideia de multiverso. Mas inverificável.

      1. o detalhe é que o multiverso não é e não significa que temos, como nos quadrinhos, planetas em outras dimensões. Na verdade o que a teoria aponta é haver mais partículas fazendo parte da composição do todo (do universo) do que podemos detectar.

        por exemplo, a matéria escura aponta haver partículas que são capazes de atravessar toda a matéria comum, essa que constitui nossos planetas, luas e nossos corpos, sem que aja uma interação além da força gravitacional. A matéria escura atravessa o Sol, a Terra, nossos corpos e no máximo interage gravitacionalmente, são trilhões e trilhões de partículas, um verdadeiro mar invisível que não nos sufoca por falta de interação. Se você cai na água de uma piscina, num lago ou no oceano da Terra, vai sentir a água reagindo em você, mas o “mar de partículas” invisível e intangível nos atravessa como se fôssemos fantasmas.

        o fato de existir uma matéria escura fantasma não quer dizer que esse tipo de substância é capaz de criar mundos fantasmas, apenas que elas estão lá e nosso universo, assim como nossa existência, precisa delas. Temos dificuldade de estudar tais elementos pelo fato simples dessa capacidade que possuem em atravessar TUDO sem interagir. De certa forma, nossos experimentos medem forças que podem estar sendo contrabalanceadas pela matéria escura, mas não sabemos quanto isso é verdade por não ter como isolar a matéria escura e dizer “50% dessa força gravitacional medida é de matéria comum e 50% por influência da matéria escura” para corpos em terra.

        1. Taí uma pergunta provocativa: será que é possível essa matéria escura se aglomerar de tal modo que forme um corpo, como uma estrela ou um planeta? As propriedades (teóricas) dela permitiriam isso?

          1. Ela pode se aglomerar, em princípio, mas não formar astros como esses, pois todas as suas propriedades não-gravitacionais são definidas pela matéria comum, dita bariônica.

          2. Essa é uma dúvida que tinha e iria perguntar assim que surgisse uma postagem do Salvador, sobre o assunto.
            Se existiria mundos, estrelas, galáxias,etc. invisíveis ,formados por matéria escura.

      2. Sustento ainda minha concepcao tao ignorante, de que o espaco (vacuo), tempo e ausencia de luz como unicos elementos que prescindem de um Deus para existir, alem de que “nada” no Universo pode ser mais antigos que estes. Mesmo assim, Einstein ao dizer que “O mais incompreensivel acerca do Universo, e que ele e compreensivel” nos deixam em angustia pela resposta. Nao acredito, caro Salvador, em que haja uma resposta aa esse tema, contradizendo Einstein. O fato e que tentarmos explicar como o universo apareceu (antes do Big Bang) e partirmos de uma data de inicio incorre no erro. O Universo nao tem inicio. Nao tem Fim. Nao tem idade. 14 bilhoes de anos tem o Bigbang, nao o Universo. Achar ou localizar datas ou inicio sempre ocorrerao em questionar no que os antecederam. O Universo e justamente o que antecedeu aa este. Quando Einstein disse “O Universo e finito, mas ilimitado”, deixara infindado a busca pela equacao geral do Universo. Um dia descobrirao que mesmo com a descoberta desta, o caminho da resposta final sera tao longa quanto antes da existencia da ciencia.

  35. Trilhões de planetas tipo Terra, mas fiquem tranquilos – vocês todos são únicos, e é isso que importa.

    1. antes ninguém acreditava que se encontraria um planeta sequer além das nossas fronteiras.

      agora temos uma estimativa de bilhões e as simulações mostram que pode-se ter com segurança três super-Terras orbitando a zona habitável. E ainda existem múltiplas combinações dentro dessa faixa.

      a fato do ET não ligar para sua casa significa apenas que não se importam conosco como alguns imaginam. O contato civilizado não é prioridade deles (esqueça um aperto de mão ou uma saudação vulcana).

  36. Com certeza há vida! e vida inteligente!
    Tenho uma pergunta, qual a finalidade de se descobrir planetas habitáveis?

      1. além do desenvolvimento de tecnologias que impactem positivamente em nossas vidas.

        muito do que se desenvolve pode nos ajudar a desvendar nossos problemas. O quanto o efeito estufa é perigoso ainda gera dúvidas nos meios arrogantes que só pensam no lucro fácil, estudar planetas como a Terra que tenham esse efeito mais avançado pode nos mostrar um cenário real do quão nocivo à vida é a manutenção desses processos devastadores da natureza.

        e há uma série de outras vantagens.

  37. Devido a essas distâncias assombrosas, mesmo que a raça humana consiga atingir um nível máximo de evolução tecnológica antes da sua extinção, ou que alguma suposta civilização inteligente mais próxima da gente consiga o mesmo, e praticamente impossível fisicamente fazermos contato , apesar de imaginarmos o quanto interessante seria, acho que estamos sozinhos e isolados fisicamente de qualquer outra civilização e eles da gente.

    1. não é impossível visitar outros mundos, é tecnologicamente difícil para nós.

      não temos ainda: inteligência artificial; naves interplanetárias como em Star Trek (onde tudo é fácil); uma fonte de energia perpétua e por aí vai.

      o salto tecnológico necessário é tão grande que seria o mesmo que pegar um smartphone atual dos mais top de linha e passar toda essa tecnologia ao homem das cavernas para que ao invés de apenas esse australopiteco ser capaz de fazer uma simples fogueira, já pudesse compreender a tecnologia do smartphone e fosse capaz de reproduzi-la. Partindo dessa diferença e traçando o paralelo entre o australopiteco que apenas faz fogo e é nosso ancestral e aquele com a tecnologia de ponta nas mãos e é o alienígena, como seria a civilização nessa última abordagem nos dias atuais?

  38. Venus esta também esta na area habitavel, e olha no que deu, assim como marte, se um planeta por sistema vingar nessa area habitavel ja é uma benção. Na verdade se e 1/4 das estrelas vingar vida na zona habitavel mais complexa, nao somente bacterias que se alimentam de elementos de atividade vulcanica, ja esta de bom tamanho.

    1. Vênus e Marte são menores que a Terra, o que permitiria a existência de vida nesses planetas já foi debatido várias vezes aqui, basta rever.

    2. Eu não duvido que houve vida em Vênus e em Marte.

      Não me assombraria se tiver ainda vida. O primeiro vida microbiana nas nuvens e o segundo no substrato.

      1. É, eu também. Acho um absurdo não darem uma passada em Vênus para colher amostra atmosférica… rs

        1. Se a atmosfera é 100 vezes mais densa que a nossa, porque seria difícil de imaginar bactérias flutuando nas nuvens de sulfato mais exteriores? Eu li algo a respeito recentemente.

          1. Sim, o David Grinspoon defende isso aí. Acho que, sendo o nosso vizinho mais próximo, alguém tinha que ir lá se dar ao trabalho de olhar. rs

          2. complicado, também achava Vênus promissor, mas quando vi que lá o calor derrete metal e depois que ele vem perdendo atmosfera sem parar, como se fosse um cometa, complicou.

            já mandaram sondas mas é tão complicado quanto estudar Júpiter, exceto pela menor distância. Mais interessante é tentar desvendar o motivo concreto de Vênus não ter dado certo até mesmo para saber se ele está fora da zona habitável:

            http://pt.wikipedia.org/wiki/Zona_habit%C3%A1vel

            até agora, parece que está fora. Sem um campo magnético protetor de vento solar é mais complicado ainda. Praticamente a vida lá teria de se desenvolver no ar, o que é muito difícil de acontecer sem um meio líquido.

            talvez Júpiter tenha bactérias na atmosfera e até Saturno, sendo otimista Urano e Netuno podem ter alguma coisa se houver calor suficiente em algum lugar propício. Mas é puro chute.

  39. Prezado Salvador,
    Pergunta de um leigo:
    Em toda explosão a tendencia é de que os detritos se afastem do centro dela, em todas as direções, deixando um vazio no meio. Se houve realmente um “Big Bang” no inicio da formação do universo, onde está esse vazio?

    1. Não foi uma explosão propriamente dita, foi uma expansão do espaço. É como fazer pintinhas numa bexiga e inflá-la. As pintinhas vão se afastar todas umas das outras, mas não haverá um grande vazio. É o que observamos no Universo em expansão.

  40. Amigo. Você disse que os sistemas planetários se formam em discos. Tire a curiosidade de um leigo. Esses sistemas podem existir em outra posições, como por exemplo a rotação de Urano que parece girar sobre uma linha. Os planetas de um sistema assim poderiam girar a nosso ver como se subissem e descessem sobre a sua estrela? obrigado

  41. Bom dia Salvador, no calculo de planetas dentro da área habitável deveriamos considerar, basicamente, aquelas estrelas com massa comparável a do Sol, ou menor (anãs laranjas e vermelhas), segundo a Sequência Principal (S-P). De modo que haja tempo para a formação da crosta e oceanos na superfície de planetas potencialmente habitáveis. Estrelas gigantes e super-gigantes, creio, que poderiam ser descartadas de ante-mão. E são muitas.
    Qual é a estimativa de estrelas que podem permanecer um longo tempo (digamos, acima de 3 Gy) na S-P na Via-Láctea?
    Outra: Você se lembra daquela equação apresentada no livro de Carl Sagan (Cosmos) do número de planetas que poderiam ser habitados no Universo? Bem que você poderia (desafio!) fazer um teste daquela equação. (Caso não lembre, uma eq. com o produto de vários fatores para estimativa do tal número). Abs

  42. Prezado Salvador, é sempre um prazer ler seus fascinantes artigos. Bom, após esse texto, mais o outro no qual você cita a descoberta de oceanos de água liquida no sistema solar, além do lançamento do telescópio James Webb em 2018 e por fim essa matéria http://gizmodo.uol.com.br/paradoxo-fermi/ (Leia por favor é deveras interessante), fica quase impossível acreditar que somente exista vida em nosso planeta. Ao meu ver, as evidências apontam que o processo químico que leva ao surgimento da vida é algo comum e abundante no universo. Na sua opinião, qual seria uma previsão razoável até que nós (humanos) consigamos comprovar a exista de vida fora do nosso “mundinho”?!
    Um grande abraço, e parabéns pelo magnífico trabalho.

  43. Quando você diz que a água é essencial para a vida, não seria para a vida como conhecemos? Será que não existe a possibilidade de vida em lugares totalmente inóspitos para nós? Ou vida sem necessidade de água? Seria possível reconhecermos organismos dessa
    espécie como vida?

    1. Li em algum lugar que a água do organismo pode ser substituída por H2S, desde que esse esteja em condições de ter isso no organismo sem ser dissolvido, e também os compostos com base em carbono serem substituídos por silício, pois esse pode fazer tantas ligações e formar tantos tipos de moléculas quanto o carbono. Já está sendo estudado, procura um pouco mais a fundo que você acha 😀

    2. O Salvador tem um post explicando exatamente sobre sua dúvida. Ficou muito claro para mim.

      Primeiro porque água é um elemento mais simples de se formar ou é mais abundante. Segundo porque os elementos químicos que formam cadeia de moléculas são o Carbono e o Silicio. Logo, compostos orgânicos devem ser baseado apenas nestes dois elementos.

      O primeiro, Carbono interage muito bem com água como solvente. O segundo precisaria de um solvente com elementos mais pesados. Não me recordo qual H2S acho.

      Se a probabilidade do elemento Carbono e o solvente água ser muito mais abundante, logo analogamente, a vida no universo deve ser muito mais abundante nestas condições, logo “da maneira como conhecemos”

      Eu fiquei satisfeito com esta explicação. Se o Salvador puder indicar qual post ele fala a respeito, talvez seja melhor para vc entender.

      Abraços

  44. Salvador tenho curiosidade sobre qual critério é usado para as representações gráficas do sistema solar e até mesmo das galáxias. Elas são apresentadas num plano com os planetas em órbita alinhados num eixo horizontal em torno do Sol. Esse alinhamento é real ou apenas uma simplificação visual? Se é real por que os planetas se concentram apenas num eixo e não em vários (verticais, diagonais)?
    As galáxias também são apresentadas de forma semelhante embora com maior dispersão em relação ao seu centro só que algumas em planos inclinados em relação umas às outras.
    E por fim como se determinam as posições no espaço?

    1. O alinhamento é real e tem a ver com o fato de que sistemas planetários se formam em discos. Sobre a posição, não entendi a pergunta…

    2. não existe uma regra que fixe e obrigue um alinhamento, temos interação de forças e uma que mais afeta a disposição de galáxias a planetas é a gravidade.

      a gravidade é uma força fraca que se reduz ao quadrado da distância, então, o Sol afeta mais Vênus gravitacionalmente do que a Terra.

      ao longo dos milhões e até bilhões de anos essas interações de gravidade vão arrumando uma forma aparentemente padrão, mas não é apenas isso que temos, há o fato do total caos na formação de planetas e os mesmos brigam entre si enquanto orbitam uma estrela até o ponto onde eles ficam em equilíbrio, mesmo que isso signifique que algum possa ser lançado na direção do sol ou para longe do sistema.

      o mesmo se aplica na interação entre galáxias, uma galáxia em espiral é na verdade um grupo de galáxias menores que já estão há bilhões de anos sem sofrer tantas colisões e a poeira abaixou. Quando andrômeda colidir com nossa galáxia ambas irão se desmanchar e somente depois de bilhões de anos estarão em equilíbrio como se fosse apenas uma galáxia em espiral.

    3. …meu amigo viva no sitio ,e havia um mato a beira da estrada que dava acesso a casa,por onde tinha que passar todos os dias,com medo…acreditava que havia uma assombração naquele lugar….até que um dia teve q passar a noite sem tem outra escolha…e quando estava atravessando o mato , ouviu um rosnar ,como se fosse um lobo…apresou o passo,mas o barulho aumentou,então começou a correr,,,e correr mais,,,até conseguir chegar em casa e trancar a porta,quando respirou fundo descobriu que era um tatú ,ou seja, o seu próprio nariz que estava sujo …

    4. Marcos, a resposta para praticamente tudo isso está na gravidade. Pense em gravidade e você estará no mínimo bem perto de entender melhor a questão. Por exemplo, os sistemas planetários podem começar com qualquer formato, só uma bolona-estrela no meio com coisas quaisquer orbitando em volta em qualquer eixo (por causa da gravidade da bolona). Com o tempo, a gravidade dessas coisas menores vai “freando” os movimentos erráticos umas das outras até elas se estabilizarem em algo que tende a um mesmo plano — um disco. Idealmente, é o que acontece.

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