Sistema Solar reside num pequeno oásis galáctico para a vida, diz estudo brasileiro

Salvador Nogueira

Talvez nossa existência neste planeta não seja mera coincidência. Segundo um estudo recém-publicado por um quarteto de astrônomos do Brasil, o Sistema Solar está localizado no lugar certo da Via Láctea para permitir a existência de vida — um “oásis” relativamente pequeno em meio a uma galáxia largamente inóspita.

O trabalho, aceito para publicação no periódico “Astrophysical Journal”, foi liderado por Jacques Lépine, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP, e envolveu a combinação entre dados precisos de posições de estrelas jovens e cálculos detalhados de suas órbitas ao redor do centro galáctico.

A Via Láctea é uma galáxia espiral de porte respeitável, com cerca de 100 mil anos-luz de diâmetro e pelo menos 100 bilhões de estrelas, das quais o Sol é apenas uma. Todas elas estão em órbitas ao redor do núcleo da galáxia, onde reside um enorme buraco negro. Mas nosso astro-rei está bem afastado do centro, localizado a 26 mil anos-luz de lá — mais ou menos a metade do caminho até a periferia galáctica.

Há algumas décadas, ao analisarem as diferenças circunstanciais entre as regiões mais centrais da galáxias (com alta densidade de estrelas) e as partes mais afastadas (em geral povoadas por estrelas com baixo conteúdo de elementos mais pesados, como carbono, oxigênio e ferro), os astrônomos começaram a trabalhar o conceito de “zona habitável galáctica” — uma faixa ao redor da Via Láctea onde a potencial presença de vida seria mais favorecida.

O raciocínio básico é que, nas regiões mais internas, devido à grande concentração de estrelas, não só os sistemas planetários estão mais sujeitos a desestabilização por encontrões entre estrelas vizinhas como também existe maior risco de esterilização por explosões de supernovas próximas.

Em compensação, nas regiões mais externas, o problema é a falta de elementos químicos pesados, que são essenciais à formação de planetas habitáveis e, em última análise, de seus potenciais habitantes.

Restaria portanto apenas um anel a uma distância média do centro galáctico que teria as condições certas para a vida. O Sol, naturalmente, estaria nessa faixa.

Até aí, nada de novo. Só que essa noção genérica tinha um certo problema, porque, como todas as estrelas estão girando ao redor do centro da galáxia, elas deveriam rotineiramente atravessar os braços de gás, poeira e estrelas que compõem a forma da Via Láctea. E essa travessia, ao menos em princípio, poderia ser bastante ameaçadora à vida na Terra, conforme o Sol cruzasse nuvens densas de gás e os objetos mais distantes do Sistema Solar possivelmente fossem perturbados, aumentando a taxa de impactos de cometas nos planetas internos.

Em tempos recentes, inclusive, houve pesquisadores defendendo a hipótese de que se podia estabelecer uma correlação entre as extinções em massa que aconteceram em nosso mundo com as potenciais travessias pelos braços galácticos, embora essa conexão nunca tenha sido estabelecida de forma clara. E agora sabemos o porquê.

O estudo dos pesquisadores da USP mostra que, na verdade, o Sol nunca cruza os braços espirais da Via Láctea. Nunca.

De acordo com os cálculos, nossa estrela está presa num padrão de ressonância que faz com que o período de sua órbita — cerca de 200 milhões de anos — seja o mesmo dos braços espirais. Ou seja, se o Sol avança em seu percurso galáctico no mesmo ritmo que o braço de Sagitário, que vem antes dele, e que o braço de Perseu, que vem depois, eles jamais se encontram.

Imagem destaca a posição do Sol, em azul, e de estrelas próximas, em vermelho, que estão presas à ressonância que as impede de cruzar os braços galácticos. (Crédito: Lépine et al.)

A descoberta também ajuda a explicar a existência de um braço anômalo na nossa região da Via Láctea, chamado de “Braço Local”, que consiste em essência numa estranha fileira de estrelas. Essas são justamente as estrelas que, a exemplo do Sol, ficaram presas nesse padrão de ressonância e também nunca têm um encontro potencialmente desagradável com os braços galácticos.

Se a travessia dos braços realmente oferece perigo para a vida — algo que não sabemos com certeza –, o trabalho deve levar a uma importante revisão do conceito de “zona habitável galáctica”, restringindo-a somente a essas áreas onde as estrelas são capturadas nesse padrão particular de ressonância. De acordo com os pesquisdores, existe um desses “oásis” entre cada um dos quatro braços espirais da Via Láctea — são quatro, portanto.

Confira a seguir uma pequena entrevista que o Mensageiro Sideral fez com Jacques Lépine, o autor principal do estudo.

Mensageiro Sideral – As estrelas vizinhas mais próximas, assim como o Sol, estão presas na mesma ressonância que as impede de cruzar os braços galácticos?

Jacques Lépine – Parte das estrelas vizinhas do Sol estão presas na ressonância, parte não. Tudo depende da velocidade espacial das estrelas. Aquelas que possuem velocidades altas com relação ao “padrão local de repouso”, ou seja, se deslocam com velocidades da ordem de 50 km por segundo, ou maior, com relação ao valor médio das estrelas vizinhas, escapam da ressonância.

Mensageiro Sideral – O trabalho parece ensejar uma redefinição maior do que se costuma falar sobre a zona habitável galáctica. Em vez de ser meramente um halo que descarta o bojo e as regiões periféricas da galáxia, ela parece também se limitar a áreas em que essa ressonância identificada por vocês impede a travessia dos braços. Não parece ser esse o caso?

Lépine – Parece ser esse o caso. Constatamos que vivemos num lugar muito particular da galáxia, pois o Sol nunca atravessa os braços espirais. É um lugar favorável à vida, pois se supõe que a travessia de um braço espiral possa ser algo perigoso, por exemplo atravessar nuvens densas de gás. No entanto, não podemos dizer com certeza que a travessia de braços espirais destrói a vida, ou todos os tipos de vida.

Mensageiro Sideral – Espera-se, a partir disso, que existam essas regiões de “aprisionamento por ressonância” entre todos os braços espirais, com a formação de braços de estrelas como o braço local?

Lépine – Sim, ao longo de um círculo com mesmo raio que a distância Sol-centro da galáxia, nosso modelo prevê quatro zonas privilegiadas (nosso braço local é uma delas). Para outras distâncias do centro, não há outras zonas de aprisionamento.

Mensageiro Sideral – Quais as implicações do trabalho para a pesquisa SETI? O sr. acha que esse achado pode ajudar a guiar e priorizar alvos para escuta futura, com base em suas circunstâncias orbitais?

Lépine – Em princípio a pesquisa SETI se concentra principalmente no estudo de estrelas próximas do Sistema Solar, digamos até algumas dezenas de anos-luz. Boa parte destas estrelas são aprisionadas, como o Sol. Eu excluiria da pesquisa as estrelas de alta velocidade, pelos motivos relacionados com a primeira pergunta. Mas isto só em tese, porque sabemos pouco sobre as condições que favorecem a vida.

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Comentários

  1. “Talvez nossa existência neste planeta não seja mera coincidência.”

    Por um momento tomei até um susto pois imaginei que o Salvador tinha deixado de ser agnóstico!

    1. Veja, não ser coincidência não quer dizer que a resposta seja Deus. As leis naturais explicam nossa existência e com isso eliminam a noção de coincidência sem jamais evocar um criador ou coisa que o valha.

  2. Infelizmente, Mestre Salvador, pelo que se evidencia o ambiente extra terrestre é extremamente hostil para qualquer tipo de vida. Temos muita sorte de termos encontrado nosso oásis. Espero que saibamos cuidar muito bem dele.

    1. Quando falamos de um “oásis”, estamos falando de uma área de 30 mil x 3 mil anos-luz. Não acho que estejamos à altura de cuidar de todo esse espaço. rs
      Abraço!

  3. Caro Salvador,

    No texto, você informa que alguns pesquisadores tentaram conectar eventos de extinção em massa com possíveis passagens do nosso Sistema Solar por esses braços de gás, o que aumenta a chance de extinção causada por Supernovas como você explicou.

    A Terra já passou por algum evento de extinção em massa causado por uma Supernova? Pelo que eu saiba, os eventos mais críticos de extinção foram causados ou por mudanças climáticas, ou por supererupções ou por quedas de grandes meteoros.

    Grande abraço.

    1. É muito difícil fazer essas ligações. Outro dia eu apresentei evidências de uma supernova que impactou a Terra há 2 milhões de anos: http://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2016/04/18/astronomia-a-supernova-que-atingiu-a-terra/
      Desde então, estudos mostraram que ela teve algum impacto negativo na vida, mas não chegou a causar extinção em massa. E para todas as grandes extinções em massa, salvo a do Cretáceo-Terciário (também conhecida como “bye, bye, dinos”), o smoking gun ainda não foi encontrado de forma conclusiva. Abraço!

  4. Nossa amostra de vida é tão pequena (apenas nosso planeta) que aparentemente qualquer estudo vai apresentar que do nosso jeito é o certo, e o resto é errado. Não que isso seja intencional, ou que seja errado, provavelmente é por isso que não cruzamos com alienígenas todos os dias. Mas se a história nos ensina algo, é que civilizações isoladas costumam se achar privilegiadas. Mas teses como essa, explicam pq apesar de termos um universo infinito, a vida não parece ser algo tão abundante assim.

    1. Concordo 100% com você. Tem um viés forte da nossa parte. Mas, de toda forma, é sempre curioso quando nos encontramos numa situação especial quando a priori considerávamos improvável que fosse verdade…

      1. Salvador, isso tem alguma relação com os pontos de Langrange? Ou existe alguma possibilidade abordada de uma versão galática desse fenômeno?

        1. Então, não é exatamente como os pontos de Lagrange, mas tem uma certa relação no sentido de que é uma região onde há um equilíbrio gravitacional específico.

    1. Interessante, mas parece carecer de energia para funcionar. Não sei se muitas pessoas iam querer viajar num avião que leva um reator nuclear a bordo. (Se bem que fazem isso em submarinos militares.)

      1. Submarino nuclear, no máximo, afunda. A chance de causar contaminação radiativa vai existir, mas não é grande, a não ser a longo prazo. Imagine um avião, ou nave, caindo por qualquer motivo… a chance, aí, de contaminação é gigantesca.

  5. A existência destes “oasis” na verdade aumentam as probabilidades de existirem muitos planetas habitados por diversas formas de vida, inclusive formas tecnológicas. O tal paradoxo de Fermi é só uma demonstração da nossa ignorância ao que acontece com as civilizações mais avançadas,
    que certamente chegam num estágio “pós material”, ou seja, não precisam mais de átomos e moléculas para existirem e , assim, se tornam imortais e podem evoluir indefinidamente, a despeito do próprio destino final do Universo.

  6. E Hercóbulus, está em qual região da Galáxia? Esses dias vi num site que Hercóbulus só chega depois do ano 11 mil, é verdade ou é invensão da NASA pra não cria pânico. Um outro site diz que é um planeta de uma estrela que vem muito rápido a estrela do Bernard.Que Deus tenha misericórida de nós.

    1. Marina, você tem lido as fontes erradas. A Estrela de Barnard está a cerca de 6 anos-luz, e está se aproximando do Sistema Solar. Fará a aproximação máxima por volta do ano 11800, mas nessa aproximação máxima nem chegará a ser a estrela mais próxima do Sol, perdendo ainda de Proxima Centauri. Risco zero. E, claro, isso não tem nada a ver com Hercólubus, que é só lenda urbana mesmo e não existe.

  7. De onde que foi batida a foto do alto da página? Meio estranho, hein… não tá longe demais não?? Daria tempo de ir, bater a foto e voltar? Ou mandaram a foto de lá mesmo?

    1. Não é uma foto. Não temos tecnologia para sair da Via Láctea. É uma ilustração.

      1. Salvador…….na minha quebrada tem uns caras que sentam na escadaria e fumam um negócio que tenho certeza que saem da via láctea…….Pelo menos uns 20 kpc por tragada.

        1. Aposto que esses caras estão sempre se encontrando em Nabirus, Hercólibus , Nemesis e outras “paradas”.

  8. Que interessante. Muito bacana o estudo dos astrônomos brasileiros. Pode contribuir para a caça de exoplanetas, como bem salientado ao final do texto.

    Penso eu que galáxias elípticas não têm esse problema. Logo, seriam os ambientes ideais para a formação de planetas habitáveis. Será?

  9. Deus não nos colocou aqui por acaso, como a própria ciência acaba de reconhecer…. É encorajador ver que a cada dia mais e mais a ciência reconhece a beleza da Obra divina.

    1. A ciência não está reconhecendo nada disso. Quem está reconhecendo isso é você, por sua conta e risco. 😉

      1. Acho maneira a lógica carola: tudo que a ciência descobre/explica, eles dizem que foi “Graças a deus”. Lindo isso, se não fosse tão deprimente.

        1. Não vi ninguém falando “graças a Deus” quando descobriram o vírus zika. 😛

          1. Graças a Deus descobriram o vírus! Assim podem estudá-lo e buscar tratamentos. Pior se não descobrissem!

          2. Mas Deus certamente não tem responsabilidade nenhuma na concepção do vírus, na sua opinião? rs

          1. Tá vendo? É esse tipo de atitude que me desagrada. “Não tente entender…” Quem é você para dizer aos outros o que eles devem ou não tentar entender? Que censura ao conhecimento é essa? Se você acha impróprio conhecer alguma coisa, permaneça ignorante. Ninguém vai ligar. Mas não tente dizer aos outros o que eles devem ou não conhecer. Segundo a sua religião, Deus deu a todos o livre arbítrio. Não é você que vai cassá-lo.

          2. Irmão Salvador, hoje é sexta-feira. Ironias deveriam estar liberadas. Abra uma cerveja e relaxe. Se eu morasse em SP eu mesmo lhe pagava uma. 🙂

          3. Nem sabia que chegou a existir uma Cheers. Tomo Itaipava mesmo. Quem sabe vem uma propina por engano na lata? rs

  10. muito legal e enriquecedor poder saber um pouco mais sobre nosso sistema solar que para mim é grande fonte de conhecimento e quanto mais aprendo sobre nossos planetas e estrelas eu quero aprender cada vez mais

    atenciosamente !

    iara teles.

  11. Salvador, achei impressionante toda essa enxurrada de informações, e não consegui deixar de notar uma frase que torna esse fenômeno ainda mais impressionante: Na última frase do Jacques na terceira pergunta, ele diz “Para outras distâncias do centro, não há outras zonas de aprisionamento.”
    Isso significa que além de estarmos numa distância teoricamente ideal em relação ao centro, também estamos numa galáxia de tamanho ideal para que essa ressonância entre os braços aconteça exclusivamente nessa distância??
    Se for, as condições de vida tornaram-se muito mais raras no universo… Medo!

    1. Não, não acho que possamos concluir que estamos numa galáxia de tamanho ideal. Podemos concluir que, numa galáxia do tamanho da Via Láctea, nós estamos numa das quatro faixas em que estrelas não cruzam os braços espirais. Mas em galáxias elípticas, por exemplo, isso nem seria um problema. E em espirais de outros tamanhos, não foi feito estudo, mas supõe-se que um fenômeno similar aconteça, mas em outras faixas de distância, compatíveis com o tamanho da galáxia. Por fim, também não está claro que seja importante mesmo não cruzar os braços espirais.

  12. Não faz sentido que estrelas ou grupos delas atravessem os braços galácticos; as diferentes velocidades das mesmas, somente permitiriam que elas se desloquem nesses braços, imaginando que eles fossem tubos galácticos em formato de espiral; as anomalias que se formaram ou ainda possam se formar (ou futuramente desaparecer) entre os braços galácticos são resultado de descolamentos de frações do braço anterior, a tendência é que migrem para o braço posterior.
    Quero dizer que jamais teremos uma órbita idêntica a outra, para uma mesma estrela, a cada 200 milhões de anos, serão elipses cada vez maiores para as periferias e menores para as próximas ao núcleo (buraco negro ?).
    Parece um paradoxo, mas os movimentos caóticos das estrelas somente podem ser aceitos próximos ao centro, onde as enormes gravitações das estrelas, são ainda menores que a atração do(s) buraco(s) no núcleo da galáxia.
    Se há quatro braços, há quatro buracos, que podem se fundir com o tempo.
    Seria a nossa galáxia caótica de mais se as estrelas atravessassem os braços, não há nenhuma lógica nisso, nada que leis naturais expliquem.

  13. Excelente insite cosmológico que parece ser confirmado cientificamente. A pergunta que faço, é. Teria a “zona habitável galáctica” acontecido por acaso? ou teria sido planejada e executada pelo Criador ? Para mim e muitos outros este trabalho indica haver um Arquiteto e Construtor Cósmico Inteligente e acima de tudo que nos ama, planeja o nosso bem e nos cuida.

    1. Certamente por acaso. Ela é ditada pela gravidade. Ninguém planejou isso.

      1. A gravidade não surgiu do nada, não se criou sozinha. Não há dúvidas que o Criador nos presenteou com um lugar especial no Cosmos.

        1. A gravidade é o produto da curvatura do espaço-tempo e é ditada pela distribuição de matéria e energia do Universo, que por sua vez foi determinada por flutuações quânticas, que por sua vez são probabilísticas, não exigem causação. Em nenhum momento precisamos de interferência divina. Mas se você quer acreditar que Deus fez o Universo ser probabilístico para não ter mais trabalho depois disso, que seja. É uma hipótese intestável, de modo que você pode acreditar nela, se quiser. Só não pode afirmar que com certeza é isso. Porque pode não ser.

    2. Ate´pode ser que planejou. Mas dada a semana que tivemos e tudo o que ocorre no mundo, vou ser obrigado a discordar da parte que planeja nosso bem e nos ama…..

      Uma criança sádica combinaria mais com isso. Ou um nerd solitário e entediado.

  14. Confesso meu preconceito! Quando li “estudo brasileiro” pensei “lá vem coisa chata” mas vou ter que pedir desculpas pois este é um dos mais interessantes artigos do ano! Parabéns ao Jacques Lépine pelo trabalho e ao Salvador por trazê-lo até nós! Em tempo: Teve post sobre este “sistema planetário super-veloz-extra-galáctico” que vc fala nos comentários? Achei devéras interessante!

      1. Obrigado pelo link, Salvador! Isto sim foi uma aventura intergalactica à qual poucos sobreviveram….

  15. Excelente matéria, e aproveito para tirar uma dúvida:
    Li recentemente em uma matéria que não se sabe exatamente quantos braços a Via Láctea tem (4, ou 5, ou 6), uma vez que somos observadores internos da mesma e ficaria difícil de precisar exatamente isso naquele momento (provavelmente por diversos fatores, como tempo de observação, p.e.). Nesse artigo parece não haver essa dúvida. Então pergunto se já há uma resposta para essa questão, de quantos braços possui a Via Láctea?

  16. Salve, Salva! Deixa ver se entendi: Os 4 braços da via láctea, na verdade, contêm, cada um, apenas um número fixo de estrelas. Há uma população de estrelas que transitam regularmente entre esses braços. Ou seja, o formato com os quatro braços galácticos é apenas momentâneo. Na verdade, posso depreender que, se fosse possível observar em tempo real a nossa galáxia inteira, possivelmente haveriam mais braços, já que há muitas estrelas que, como não estão em ressonância com o braço local, podem, formar um ou mais braços intermediários entre aqueles que são “fixos”. É isso?

    1. Não, Francisco, acho que não. Ela tem quatro braços espirais e pronto. Esses braços têm mais gás e, por isso, são regiões onde há mais formação de estrelas. Por isso a densidade de estrelas neles é maior, assim como o número de supernovas (geradas apenas pela explosão de estrelas jovens). Todas as estrelas, inclusive as que nascem nos braços, têm órbitas individuais em torno do centro da galáxia, o que faz com que elas cruzem os braços (que também giram, mas não na mesma velocidade). O que foi descoberto agora é que algumas estrelas numa faixa estreita entre os braços são capturadas numa ressonância que faz com que elas girem no mesmo ritmo dos braços, portanto nunca chegando a adentrá-los. É o caso do Sol. Espero que tenha esclarecido sua dúvida.

  17. Sempre trazendo uma matéria melhor que a outra. Parabéns pelo ótimo trabalho Mensageiro Sideral!

    1. Se uma matéria é melhor que a outra, então a outra é pior???

      Qual a matéria do Salvador é pior??

      Vai aceitar um xingamento desses no teu próprio blog, Salva? Ah, eu não deixava….

      1. Belo apaziguador, você. Uma ser melhor que a outra, além de ser apenas uma expressão, não indica que a outra seja ruim. Apenas uma é melhor que a outra. Eu serei o primeiro a admitir que já escrevi textos que são melhores que outros textos que escrevi. Não me senti ofendido, portanto. 😛

        1. Bah, não se ofendeu!!! Deixou o outro no vácuo agora!! O cara vem até aqui, lê a matéria, elogia, e ouve de volta um soberbo “não me ofendeu! não me ofendeu!”.

          Que coisa mais infantil essa, hein Salva!!! Eu não deixava….

          mas é melhor vocês pararem com essa discussão inútil, vamos discutir astronomia que é melhor….

          1. Buoh, agora falou que o cara tá discutindo, nunca tinha visto isso, se fosse comigo eu não deixava….

  18. Beleza..
    E considerando só a região na qual estamos inseridos, estamos falando de quantas estrelas, em qual raio (em anos-luz)?

    1. Não saberia dizer. Mas dá para estimar, só de bater o olho no gráfico, que os “oásis” são regiões relativamente vastas, com uns 25 mil anos-luz de comprimento por 3 mil anos-luz de largura. São quatro desses na galáxia. E cabe um bocado de estrelas nesse espaço. Mas aí, lembre-se, nem todas as estrelas nesse espaço estão seguras, só aquelas cuja velocidade relativa é baixa e as mantém presas a essa ressonância.

  19. Salvador, não é interessante que em Star Trek o tempo todo ouvimos a tripulação falando de “quadrantes” ( alfa, beta, gama, delta ) da nossa galáxia onde há “planetas classe M” ( habitáveis ) ? Será que o Gene Roddenberry atirou no que viu e acertou no que não viu ? kkkk

    1. Henrique, é uma ideia curiosa, mas a definição dos quadrantes em Star Trek considera que o eixo de recorte é a linha que liga a Terra ao centro da galáxia, de forma que teríamos um pé no quadrante alfa e um no beta (por convenção, a Terra é tratada lá como quadrante alfa), então os quadrantes não corresponderiam a esses “oásis”. (E perdoem-me por demonstrar toda a minha nerdice trekker neste comentário. rs) Abs!

      1. kkk voce tem razão! grande Salvador além de ciência entende tudo de “trekkerices”! parabens

  20. Obrigado pela matéria, Salvador.

    Não sabia que acontecem essas travessias dos braços, e vejo que não entendi o porquê. Pensei que, a uma mesma distância
    do núcleo galático, os objetos orbitariam a galáxia sempre à mesma velocidade, independente de ser uma estrela ou uma porção de gás.

    1. Não é assim que acontece, e desconfio que porque a massa presente nos braços é tal que sua interação gravitacional conjunta não pode ser desprezada, enquanto a massa de uma única estrela orbitando ao redor do centro da galáxia não tem massa considerável.

    1. Sou agnóstico. Não saberia dizer se existe ou não. Então, se a pergunta é “você acredito em Deus”, minha resposta teria de ser “acredito na possibilidade de algo como Deus existir”. Mas certamente não acredito nessa versão claramente humana de Deus que está contida nas mitologias que vemos por aí, aquele papo todo de “joelhos dobrarão”, apocalipse, juízo final, terrorismo religioso etc.

      1. Salvador,

        Ser agnóstico é uma maneira de não causar polêmica, já que seu blog é muito visitado por religiosos, ou uma forma politicamente correta de tratar um assunto que não pode ser testado cientificamente? Qual a dúvida que te leva a ser agnóstico e não ateu?

        1. Como a hipótese de Deus é intestável, ser ateu, para mim, é ser tão dogmático quanto ser religioso. Os ateus acreditam que Deus não existe mesmo sem qualquer possibilidade de testar essa premissa. Filosoficamente, não acho que é uma postura aceitável ou coerente. Se vamos nos despir dos dogmas, o ateísmo não pode ser caminho.

          1. Ai, ai…tem uns 30 anos que eu “jurei por deus” que não ia mais discutir religião, mas o dedo coça…

            Ok. Vou concordar temporariamente que ser ateu é ser dogmático. Também temporariamente, vou acreditar que existem sereias. Sou então Sereísta. Criei um dogma. E a menos que alguém fotografe cada metro cúbico de todos os oceanos do planeta, ninguém poderá ser Asereísta: estará no limbo do dogmatismo.
            Assim fica difícil. Considero que negar um dogma não me transforme automaticamente num dogmático. Senão daqui a pouco vou ter que ser agnóstico para papainoelistas, sereistas, fadadosdentistas, e qualquer maluquice que venha a ser inventada.
            Não gosto do termo “agnóstico”. Falta veemência ao termo. Se for prá “fugir do pau”, prefiro “adogmático”. E repito, ser contra dogmas, qualquer dogma, ou contra um determinado dogma, não faz de mim um dogmático. Então sim: sou ateu. Não fui eu quem inventou essa maluquice de que existe um deus. Os teístas que se virem para provar seu dogma. Eu não tenho nada com isso…
            Um grande abraço

          2. Interessante sua posição. E concordo essencialmente com ela, mas seu exemplo exagerado cria um paralelo que na verdade não existe. A questão é que “sereias” não é uma possível resposta a uma pergunta metafísica que a ciência não pode responder. Aliás, é possível testar a existência de sereias e a essa altura considero conclusiva a evidência contra sua existência, seja pelo fato de que já esquadrinhamos os oceanos, seja pelo fato de que uma criatura dessas não se encaixa à teoria que explica a diversidade biológica da Terra, a consagrada e a essa altura incontestável teoria da evolução darwiniana. Ou seja, temos muito boas razões para confiar que compreendemos o “lance” da vida na Terra, e nesse lance “sereias” nem se encaixa, nem oferece uma resposta a uma questão metafísica maior.

            Já o conceito de Deus, goste-se ou não dele, responde a uma pergunta metafísica fundamental: não a do princípio do Universo ou da vida, como disse há pouco, mas da própria possibilidade da existência de qualquer coisa — minha, sua e do Universo. Veja que isso nada tem a ver com a noção em geral barata e demasiado humana de Deus que as religiões judaico-cristãs apregoam. A existência de um Deus como o descrito pela Bíblia, concordo com você, carece tanto de evidências quanto sereias e, por isso, poderia ser descartada como uma fantasia com extrema facilidade. Mas alguma noção etérea de Deus que dê algum sentido à existência não se presta a esse mesmo tratamento e merece ao menos o benefício da dúvida. Qualquer atitude contrária a isso — ou seja, a declaração sistemática de que COM CERTEZA a existência não tem nenhum sentido ulterior — é tão dogmática quanto qualquer religião.

            Abraço!

          3. Imagino que a essas horas você está finalizando seu post que é publicado na Folha todas as segundas-feiras às 2 da manhã. E também sei que teísmo, ateísmo e agnosticismo não são temas deste post. Então não vou ficar esticando,
            embora o dedo vá continuar coçando.

            Concordo com você que afirmar categoricamente que “a existência não tem nenhum sentido ulterior” está errado. Não posso afirmar isso. Mas penso que se houver um sentido ulterior, ele não terá nada de divino. Será mais um conhecimento proporcionado pela ciência, e por ela percebido, estudado e compreendido…Isto também vale para a pergunta metafísica “da própria possibilidade da existência de qualquer coisa — minha, sua e do Universo”. Ou seja, prescindo da figura de um deus para essas questões. Então continuo ateu, e penso que minha posição não tem nada de dogmática.

            Aproveito para elogiar de forma rasgada seu post dentro do post sobre Matéria e Vida. Vai sintetizar assim na pqp. Poucas vezes li algo tão denso. Eu recortei num bloco de notas e deixei num atalho na minha área de trabalho, para futuras e repetidas leituras.

            Um grande abraço

          4. Sei que estou num post “atrasado”. No momento, seu último post é sobre a sonda que será lançada em direção ao Sol.

            Mas quero te propor um olhar sobre a evolução da espécie humana e a Ciência. Sim, sou “darwinista”. E ateu, rs.

            Seu post dentro do post sobre Matéria e Vida me obrigou a procurar pelo Efeito Casimir na internet (achei um artigo legal em https://arsphysica.wordpress.com/2010/03/02/a-forca-do-vacuo/ ), para melhor superar minha eterna propensão em pensar em termos de causa-efeito e entender o conceito de probabilidade da Mecânica Quântica.

            Sim, o Efeito Casimir prova que podem surgir partículas no vácuo. E isto rompe com a necessidade da “causação”. Mas o que me leva a comentar é uma questão anterior.

            Da mesma forma que não podemos dizer que “houve História, mas já não há mais História”, também não podemos dizer que “já houve Evolução, mas já não há mais Evolução”. E o que tem o cu a ver com as calças?

            Eu não conseguiria ensinar a um chimpanzé a resolução de uma equação do segundo grau. Eu sequer conseguiria propor a ele uma equação.

            Então vejamos: o gênero Homo vem evoluindo há bem mais de 1 milhão de anos. O Homo sapiens tem apenas 200.000 anos. Somos uma espécie novíssima, qualquer que seja o parâmetro utilizado (exceto o bíblico, rs).

            Portanto, me incomoda a propensão que temos (ou que leio em ensaios sobre a Epistemologia) de que o Conhecimento é observar, propor, testar…como se já tivéssemos atingido o ápice evolutivo. Dito de outra forma: Já teríamos o instrumental (nosso famoso “telencéfalo altamente desenvolvido”) para alcançar qualquer conhecimento, bastando apenas o Tempo, para que alcancemos o Conhecimento Final (ou quase isso)?

            Não teríamos que supor que nos faltam passos evolutivos para continuar a epopeia pela busca do Conhecimento? Não seríamos agora, em termos de idade do Universo, chimpanzés intelectuais, evolutivamente incapazes de sequer abordar algumas questões, quanto mais explicá-las? Não nos faltariam mais algumas centenas de milhares de anos e uns “dois ou três” passos evolutivos para compreender o Universo?

            Não, não estou sofismando. Apenas igualo, do meu exclusivo ponto de vista, que entender que partículas e anti-partículas possam surgir no vácuo, e PROVAR isso através do estudo do Efeito Casimir, é um desafio muito maior que propor que “dois ou três” saltos evolutivos provavelmente nos daria instrumental muito mais acurado para entender o Universo. Mais que isso: dois ou três saltos evolutivos seriam IMPRESCINDÍVEIS” para nossa compreensão do Universo.

            Não estaríamos, nós, chimpanzés do Universo, do ponto de vista evolutivo, sendo pretensiosos demais? Não estaríamos tentando, nós, chimpanzés intelectuais, resolver equações do segundo grau? Não deveríamos, com a mesma audácia que propomos que partículas podem surgir no vácuo, sugerir que ainda NÃO ESTAMOS EVOLUTIVAMENTE APTOS a compreender o Universo?

            Mais Darwin, e menos presunção, não nos faria bem? Ao elaborar uma fórmula, não deveríamos “encaixar” uma constante K, chamada “evolução do cérebro” para exprimir sua limitação (da fórmula)?

            PS: Comentar num post antigo é proposital. Ficou muito longo, e não achei que seria adequado nos seus posts mais atuais.

            Um grande abraço

          5. Eduardo, interessantes colocações. E sim, é bem possível que alguns conhecimentos estejam acima da nossa capacidade de compreender. Ninguém está dizendo o contrário. E quem disse que não vamos atingir essa inteligência superior via tecnologia? Hoje a evolução por seleção natural pouco opera nos seres humanos, mas a engenharia genética está só engatinhando, assim como a inteligência artificial. Parece que estamos numa curva exponencial de aprendizado, e não vejo sinais de que esteja para terminar.

            De toda forma, acredito que nunca chegaremos ao fim do conhecimento. Sempre haverá algo novo a aprender. O charme da coisa toda é a jornada, não o destino. 😉

            Abraço!

  21. Que vida alienígena? Continua surtando e seguindo o surto dos cabeções. Nós somos únicos e isso fica cada dia mais explicado, colocando-nos realmente no único oásis concebido pelo Criador. O resto é pura vaidade humana, elucidada conforme os desígnios, a conta-gotas, a nós pobres criaturas.

    1. Não sei se você reparou, mas são quatro regiões iguais, só na Via Láctea. Se tem uma coisa que não somos é “únicos”. Não somos “únicos” como Sistema Solar, não como planeta, não como região galáctica, não como galáxia, mas ainda não sabemos se somos ou não únicos com relação à existência de reações químicas altamente complexas (ou seja, vida). Mas eu apostaria, dado o sucesso do princípio copernicano em todas as outras premissas, que também não somos “únicos” nesse quesito final. Mas logo saberemos, não se preocupe. Ninguém vai desistir de buscar as respostas só porque você tem medinho de ver suas crenças pessoais abaladas. 😉

  22. Este tipo de trabalho é importante para ajustes em nossa expectativa sobre a existência de vida extraterrestre inteligente. Eu somaria a este estudo uma real possibilidade do Universo mais jovem ser também mais inóspito, pela presença de maior turbulência na formação das galáxias ou maior presença de supernovas, por exemplo. Então, pode ser que, digamos, a primeira metade da existência do Universo não tenha sido favorável ao surgimento de civilizações avançadas. Assim, podemos mesmo fazer parte do grupo pioneiro de civilizações tecnológicas. OK, uma flutuação neste processo nos diz que civilizações 1 milhão de anos mais avançada que nós são perfeitamente possíveis, e mesmo assim nós não as detectamos ou não fomos visitados. O enigma continua mas acho mesmo que aponta para uma possibilidade mais humilde para os parâmetros da Equação de Drake.

    1. Não fomos visitados? Você é do tipo que só vai acreditar quando um ET for pessoalmente na sua casa, tomar chá com a sua família e te convidar para passear na nave?

      1. Não. Ele é do tipo que só vai acreditar quando alguém — qualquer um — que encontrar um ET tenha provas materiais objetivas, submetidas ao escrutínio público, de que tal encontro tenha ocorrido. Só isso. Não é pedir demais. Basta ver como funciona a Lava Jato, tão em voga. Não basta delatar — é preciso apresentar documentos corroborando a delação. Vale para petralhas, vale para coxinhas e vale para intervenções alienígenas. 😛

      2. André, como bem disse o Salvador, não existe uma única prova conclusiva, aceita por não ufólogos radicais, que prove que tenhamos sido visitados. Existe sim muita lenda e muita teoria da conspiração. Minha opinião é que se fosse tão fácil nos detectar e nos visitar, o ET já teria aparecido e o chá já teria acontecido. Acho também que com a nova geração de instrumentos, a ser utilizada nos próximos anos, temos chance de finalmente encontrar os primeiros sinais. Este estudo apresentado pelo Salvador aqui, joga de certa forma, um balde de água fria, pois, se neste oásis galático só estivermos nós, o próximo bolsão pode estar longe demais.

        Agora, sem dúvida, estamos avançando de forma consistente na busca da vida extraterrestre. Novos estudos afastam a busca apaixonada e começamos a delinear uma realidade mais razoável sobre este assunto.

  23. Bom dia Salvador, muito interessante o estudo.
    Gostaria entender melhor o que são os braços de gás e porque eles vêm a ser uma ameaça. Em minha ignorância no assunto não consegui identificar o potencial destrutivo que massas de gás poderiam representar. Seria talvez uma alteração na composição da atmosfera e a mudança de suas propriedades? Algo além disso?

    1. Não, o principal risco é que os braços espirais têm densidade de estrelas muito maior, assim como estrelas mais jovens e maiores, que explodem como supernovas. Então a travessia dos braços leva a um risco maior de esterilização por supernova e, sobretudo, a passagens próximas de estrelas que possam atirar objetos menores, como cometas, na direção de planetas com vida.

      Mas, como enfatiza o próprio Lépine, não há grande convicção de que a travessia dos braços seja mesmo um impeditivo à vida.

      1. E veja como os conceitos mudam. Não faz muito tempo saiu uma explicação para a não extinção da vida na Terra justamente por estarmos numa região pouco densa do braço galático. Mas neste estudo havia a previsão de que entraríamos numa região turbulenta em alguns milhares de ano.

  24. Intrigante mesmo é saber que a tal zona confortável de vida trata-se de um verdadeiro milagre aos nossos olhos…

    1. Não é um milagre. Toda galáxia espiral deve ter regiões assim, suas propriedades são explicáveis pela ciência, e só na nossa Via Láctea são quatro. Milagre, por definição, é algo sem explicação natural. Esse fenômeno de ressonância é muito bem explicado por leis naturais.

      1. Exato. Entra aí o princípio antrópico. Se não existissem esses oásis cósmicos, simplesmente esse universo não seria observado.

      2. Salvador, pq existe a matéria? pq existe a vida? como que na terra passamos do “não vida” para “com vida”?? A ciência tem explicação?? Por favor me explica pq me pergunto isso todos os dias. Valeu!

        1. Olha, isso merecia um livro, né? Mas vou tentar dar respostas que talvez pelo menos orientem as discussões.

          “Por que existe a matéria?”

          Essa é uma ótima pergunta, e durante a maior parte da história do pensamento humano ela parecia evocar algo como um “motor primeiro”, como dizia Aristóteles, uma força que tenha criado tudo. Muita gente gosta de chamar essa força de Deus. E faz todo sentido evocá-la se você trata o mundo como uma sequência de relações causais. Ou seja, para todo efeito há uma causa. A ciência foi calcada nessa mentalidade, e faz todo sentido pensarmos assim, porque essa é a porta de entrada para a compreensão do mundo. Não é difícil imaginar os primitivos na caverna olhando para relâmpagos na tempestade lá fora e se perguntando, “por que isso acontece?”, ou tentando entender por que, ao baterem com uma clava num animal, ele morre. Nossa intuição é baseada em relações causais, a ponto de, quando não sabemos a resposta, nós simplesmente inventarmos uma. Então era fácil para os homens primitivos interpretarem uma tempestade como um acesso de fúria de uma entidade divina qualquer. Com o tempo, criamos uma convenção de buscar essas respostas só na natureza, e é a isso que chamamos de ciência: a capacidade de produzir explicações baseadas em leis naturais. Ou seja, divindade já não vale mais como explicação. Mas isso, claro, ainda deixa a incômoda pergunta: de onde tudo começou? Qual foi a causa primeira? Para muitos, isso ainda é uma questão em aberto, que suscita, talvez, a velha estratégia de inventar uma explicação, na falta de outra: “foi Deus”. Funcionava para os homens das cavernas, funciona para muitos de nós ainda hoje — somos todos humanos, com a mesma capacidade intelectual, a despeito do abismo de tempo que nos separa de nossos ancestrais caçadores-coletores. A mente atual, em seu estado puro, está tão satisfeita com essa resposta quanto a mente dos homens primitivos.

          Só que a ciência também nos ofereceu uma pista de que, em seu estado mais elementar, a natureza simplesmente não obedece a essa nossa lógica de causas e efeitos. A grande revolução da mecânica quântica — que tanto para seus descobridores como para muita gente, ainda hoje, é difícil de engolir — foi revelar que a natureza mais elementar do cosmos, aquela que dita as regras das partículas fundamentais de que somos feitos todos, não é de causação, mas de probabilidade. É isso mesmo. O que a mecânica quântica diz é que você não pode determinar todas as propriedades de um sistema quântico, sempre haverá uma incerteza envolvida, e essa incerteza não é um problema da sua medição: é o fato de que a própria natureza não se decidiu com relação a aqueles parâmetros. Então, digamos, se você mede um fóton, uma partícula de luz, você pode até determinar a posição exata em que ele bateu no seu detector. Mas aí você fica impedido de saber seu momento (que é o produto da massa pela velocidade). E não é que o fóton tenha um momento preciso, e o único problema foi que você não o mediu. O que a mecânica quântica diz é que, por ter medido exatamente a posição do fóton, você obrigou a natureza a manter seu momento indefinido!

          Não bastasse isso, a mecânica quântica revelou algo ainda mais chocante, que diz respeito ao estado das partículas ANTES que você faça qualquer medição. Então imagine aquele nosso fóton, só que agora não vamos medi-lo para determinar sua posição. Como você não está obrigando a natureza a definir nada, o que ela faz é manter todas as propriedades do fóton (sua posição e seu momento, digamos) INDEFINIDAS! Ou seja, o fóton, antes de ser medido, está, ao mesmo tempo, em todos os lugares em que ele pode estar e com todos os momentos que pode ter. E quem dita onde ele pode estar e que momentos ele pode ter? Uma função de onda. E essa função de onda nada mais é que uma representação matemática da probabilidade de o fóton ter determinadas propriedades. Quando fazemos uma medição qualquer sobre ele, há o colapso da função de onda. Ou seja, forçamos a natureza a se definir. E aí ela deixa de ser probabilística para ser causal — o que explica o fato de observarmos um mundo largamente causal e termos estruturado toda a nossa forma de pensar em torno desse conceito de causação.

          Então vejamos: contrariando o nosso senso comum, a natureza, em sua escala fundamental, é probabilística. Ela não pode te responder “por que existe a matéria?”. Ela só pode te dizer “existe uma probabilidade não nula de existir a matéria”. Pela mecânica quântica, o vácuo — que entendemos como, em tese, o vazio absoluto — tem uma probabilidade não zero de não ser vácuo e, em vez disso, ser alguma coisa. E sabemos que isso é verdade, porque podemos testar experimentalmente essa situação, que se manifesta com partículas de matéria e energia nascendo e morrendo no próprio vácuo em minúsculas frações de segundo. Essas partículas, chamadas de partículas virtuais (porque aparecem e desaparecem tão depressa que podemos, para quase todos os efeitos, tratá-las como se não existissem), por vezes podem influenciar sistemas físicos e revelar sua fugidia existência. É o caso de um fenômeno conhecido como efeito Casimir, em que duas placas metálicas paralelas são colocadas no vácuo a uma pequena distância uma da outra, e é gerada uma força, a partir do próprio vácuo, que empurra as placas. A matemática nos mostra que isso é resultado de interação com o mar de partículas virtuais do vácuo, que nada mais é que o fato de que o vácuo tem uma probabilidade não zero de não ser vácuo e ser alguma coisa em vez disso.

          Certo, entendemos então que o Universo, em seu estado mais fundamental, dispensa os “porquês”, ele trabalha com probabilidade. Então, a resposta mais elementar que podemos dar à pergunta “por que existe a matéria?” é “A matéria existe porque ela tinha uma probabilidade, por menor que fosse, de existir.”

          Agora, veja uma coisa ainda mais louca. Lembremos o lance das partículas virtuais: elas nascem e morrem numa fração de segundo, de forma que podemos tratar a energia total do processo como zero. Ou seja, a energia que as partículas virtuais roubam do vácuo para aparecer, elas devolvem ao desaparecer. A soma é zero. A natureza te diz que você pode fazer um empréstimo de quanto você quiser da energia do vácuo, contanto que você pague depois.

          Aí, com a cosmologia, os cientistas tentam contabilizar a quantidade total de energia que tem no Universo. Sabemos que matéria e energia são essencialmente a mesma coisa (é o que permite a criação de matéria), e sabemos a essa altura que os três componentes do nosso orçamento são a matéria comum, a matéria escura e a energia escura. Tudo isso conta como o que emprestamos do Universo. Só que tem um detalhe, o Universo quer que a gente pague de volta esse empréstimo. E a manifestação desse pagamento é a energia potencial gravitacional. A gravidade está fazendo um esforço danado para juntar tudo que foi espalhado no Universo pelo Big Bang de volta no lugar de onde saiu, certo? Gravidade atrai matéria. E essa energia — que na prática é energia não realizada, porque ela é POTENCIAL, ela quer juntar as coisas, mas ela ainda não juntou — conta como negativa, no balanço final do Universo.

          Então temos energia positiva — o nosso empréstimo na forma de matéria comum, matéria escura e energia escura — e temos energia negativa — os cobradores do Universo, na forma da energia potencial gravitacional que tenta conter a expansão cósmica. Para sabermos o total de energia no Universo, basta somarmos esses dois valores. E aí vem o choque: todas as nossas medições da distribuição da matéria e da energia no Universo, feitas sobretudo com o estudo da radiação cósmica de fundo, sugerem que a densidade de matéria e energia está muito próximo, até onde podemos precisar, de um valor crítico, omega = 1. E isso é surpreendente e maravilhoso, sabe por quê? Porque esse é o valor exato, sem tirar nem por, para que a soma da energia positiva com a energia negativa dê precisamente ZERO. Ou seja, tudo que nós vemos ao nosso redor custou exatamente a mesma quantidade de energia que está contida no vácuo e que produz as partículas virtuais. Se nosso cálculo da densidade de matéria/energia do Universo estiver certo, acabamos de descobrir o ALMOÇO GRÁTIS DEFINITIVO. Um Universo inteiro feito com energia zero.

          Então veja: a matéria existe porque tem uma probabilidade de existir, e a manifestação dessa probabilidade nem exige energia extra. Você pode ter um Universo inteiro começando do nada. Não sei você, mas eu acho isso incrível.

          Para alguns, isso pode soar como a morte de Deus. Eu não iria tão longe. Você sempre pode jogar Deus para responder àquela pergunta: mas por que então a natureza fundamental do Universo é probabilística, e não causal? Para quem não acredita em Deus, basta dizer que o fato de ser probabilístico descarta qualquer arbitrariedade divina, o que torna a existência de Deus supérflua. Para quem acredita em Deus, basta dizer que Deus quis produzir o mundo assim, probabilístico, talvez por que essa seja a forma mais bonita de Universo — uma em que tudo que pode acontecer, tudo que tem a mínima chance de acontecer, vai acontecer. Aí entramos na metafísica e deixo essas reflexões como um exercício pessoal para quem quiser fazê-las. Vamos agora à próxima pergunta.

          “Por que existe a vida?”

          Bem, a vida existe por uma razão física muito simples. Embora o Universo esteja caminhando inexoravelmente para um caminho de desorganização e homogeneização cada vez maior (cujo destino final parece ser um espaço-tempo desprovido de matéria para moldá-lo e em expansão acelerada, não muito diferente, por sinal, da configuração do espaço-tempo exigida para o surgimento de um Universo inteiro a partir de uma flutuação quântica, no modelo “almoço grátis” que descrevi há pouco), não há restrição para que, momentaneamente, tenhamos processos que levem localmente à organização. À quantidade de desorganização no Universo os físicos dão o nome de entropia. E é um fato observado que a entropia total do Universo está sempre aumentando. Mas isso não quer dizer que você não possa, localmente, contrariar isso e reduzir a entropia. A única exigência para que isso aconteça é que você invista energia num processo que seja anti-entrópico. E como, no Universo, toda a energia que você gasta, você tem que devolver, eventualmente esse processo antientrópico cessará.

          É isso que permite, por exemplo, que a gravidade possa reunir nuvens de gás e poeira e concentrá-las para formar estrelas e planetas. O processo faz com que a estrela acenda e emita luz. Essa luz é basicamente o pagamento da energia emprestada para o processo antientrópico. A energia que estava nos átomos está sendo emitida na forma de radiação, que é bem homogênea.

          Da mesma maneira, organismos vivos são arranjos químicos altamente complexos que obtêm energia a partir de algumas moléculas e com isso conseguem se manter estáveis, contornando a trajetória entrópica. Você se alimenta, respira e extrai energia dessas moléculas, para manter seu corpo saudável. E o sistema tem um ótimo jeito de se livrar da entropia que inevitavelmente se acumula dentro de você — no banheiro, chamamos popularmente de número 1 e número 2. Aquilo ali é você despejando toda a sua entropia de maneira concentrada, para que seu corpo continue antientrópico, organizadinho. Seu pagamento ao Universo é menos glamuroso que o das estrelas, convenhamos. E quando, por alguma falha do sistema, você para de obter energia do ambiente — para de respirar e extrair energia –, aí que a entropia domina o sistema de uma vez. Você se decompõe e morre, e seus restos vão servir de alimento para outras formas de vida combaterem sua própria tendência ao aumento da entropia.

          Então, a vida só existe porque o Universo é generoso em sua contabilidade. Embora ele exija que a entropia total sempre aumenta, ele permite que você tome emprestado alguma energia dele para se manter antientrópico por algum tempo. Não podemos prever por quanto tempo um sistema pode ser mantido nesse estado, mas sabemos que não é para sempre. Uma hora a entropia total do Universo estará tão grande que ele não terá mais como te emprestar energia para que você combata localmente a entropia. O destino final da vida, do Universo e de tudo mais é ser eventualmente varrida pela inexorável homogeneização cósmica.

          “Como na Terra passamos do ‘não vida’ para ‘com vida’?”

          Esta é uma pergunta que ainda intriga os cientistas, porque muito embora eles tenham evidências claras de que esse processo tinha tudo para acontecer, eles não sabem dizer exatamente como ele aconteceu. Tudo que sabemos é que, como já dito antes, é perfeitamente possível e compatível com as leis da natureza que você salte de sistemas químicos mais simples para sistemas químicos mais complexos. Desde a década de 1950, sabemos que é absolutamente trivial para a natureza — dada uma fonte de energia, que pode ser radiação ultravioleta solar, por exemplo — compostos muito simples, como metano, amônia e água se recombinam para formar moléculas complexas essenciais à vida como a conhecemos, como aminoácidos e bases nitrogenadas. Os aminoácidos são os tijolinhos químicos de que são feitas as proteínas, e as proteínas são as grandes moléculas responsáveis pela estrutura e pelo metabolismo dos seres vivos — dos mais simples, unicelulares, até nós, com nossos trilhões de células. Já as bases nitrogenadas compõem o código genético, que basicamente contém instruções para a fabricação de proteínas. Essas bases são alinhadas numa fita molecular que é composta também por um açúcar e um fosfato, e a sequência de bases indica a sequência de aminoácidos necessários para a construção de uma proteína. Há duas versões dessa fita, uma dupla e mais estável, conhecida como DNA (ácido desoxirribonucleico), e outra mais simples e instável, conhecida como RNA (ácido ribonucleico).

          Pareceria, a partir disso, que o problema da origem da vida tem solução fácil, não? Afinal, a Terra primitiva tinha metano, amônia e água, e o Sol fornecia um bocado de ultravioleta, o que naturalmente levaria à formação de aminoácidos e de bases nitrogenadas, e pronto: “IT’S ALIIIIIVEEEE!” Não, não tão depressa. Primeiro porque há uma enorme distância entre aminoácidos soltos e uma proteína que realmente faça alguma coisa, composta por milhares de aminoácidos montados na sequência correta. Isso parece exigir que, antes das proteínas, tenham surgido os ácidos nucleicos (RNA e DNA), capazes de armazenar as receitas das proteínas. Por isso, a maioria dos cientistas hoje considera provável que a vida tenha surgido baseada somente em RNA. Por que RNA? Porque ele é uma molécula que é capaz tanto de produzir algum metabolismo e auto-replicação (essenciais para a vida) como guardar sua informação genética e passar por mutações e — essencial — evolução darwiniana.

          Parece uma ótima explicação. Tanto que já demonstraram em laboratório que RNA com apenas umas cem bases nitrogenadas pode já passar por evolução e ir adquirindo formas mais complexas. A ideia é que, com o aumento de complexidade, ao longo de milhões de anos, o RNA tenha conseguido incorporar à vida primitiva o DNA — que é mais estável e, portanto, mais útil para preservar informação genética, embora não seja capaz de fazer metabolismo — e tenha conseguido desenvolver um arsenal cada vez maior de proteínas, que o teriam deixado apenas com a função de “intermediário” que ele exerce hoje. Nas suas células, o DNA guarda a informação genética no núcleo, uma organela celular chamada ribossomo é responsável por fabricar as proteínas, e o RNA age como a molécula que copia a informação do DNA no núcleo e leva até o ribossomo para que ela seja “lida” e uma proteína seja fabricada. (Também é interessante notar que quem dá uma boa pista de que vida só com RNA é possível são os vírus; há muitos vírus têm só RNA, e não DNA.)

          O que falta para declararmos o problema resolvido? Em essência, o maior entrave agora é demonstrar como seria possível, a partir de química simples, o surgimento espontâneo de uma molécula completa de RNA. Há experimentos que mostraram a formação de ribose, o açúcar do RNA, e há experimentos que produzem as bases nitrogenadas. Mas ninguém ainda encontrou um arranjo que permitisse formação de ribose + grupo fosfato + bases para formar um RNA completinho, pronto para brincar de evolução. Então, esse passo crucial ainda está por ser dado. Mas espero ter mostrado com toda essa história que já avançamos muito na compreensão de como química mais simples dá origem a química mais complexa, capaz de auto-replicação (ou seja, vida) e que há boas razões para crer que, mais dia menos dia, encontraremos as últimas peças do quebra-cabeça.

          E ainda bem que ainda faltam peças ao quebra-cabeça! Por que o mais divertido e incrível disso tudo é poder procurar as respostas! É sair da caverna e não aceitar a versão de que a tempestade é resultado de uma divindade furiosa. É querer descobrir o que move o mundo e se encantar com o fato de que podemos compreender isso tudo, ainda que as respostas não preencha nossas expectativas e intuições acerca de causalidade e complexidade. Na minha opinião, a jornada de descoberta do ser humano pelo Universo é mais bonita do que quaisquer ilusões que a ignorância pudesse alimentar em nós.

          É isso. Ufa. Saiu quase um livro no final. rs

          1. Salvador, este texto é parte de algum livro seu? Se não for, coloque no proximo!

          2. Não é. Mas toco em parte dessas coisas (principalmente a parte cosmológica) no meu livro sobre Einstein, que vai sair em breve. 😉

          3. Salvador, vc poderia explanar um pouco mais sobre o arranjo que falta para se permitir a formação do RNA completo? Imaginar sobre o processo da vida é o que eu acho de mais interessante…

          4. O cara que conseguiu sintetizar a ribose, a parte mais essencial da bagaça, foi o Steve Benner. Contei a história dele aqui: http://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2013/08/29/somos-todos-filhos-de-marte/

            O drama é que, para fazer ribose, ele precisou de um equivalente de ambiente desértico, porque a água estraga tudo. Então, embora seja o mais perto que chegamos, talvez exista uma outra rota, porque as evidências fósseis sugerem que a vida na Terra nasceu no mar.

            Já as bases nitrogenadas são bem fáceis de produzir. Experimentos do tipo Urey-Miller já geraram todas as bases do RNA e do DNA.

            Falta portanto o grupo fosfato e um mecanismo que junte tudo numa molécula de RNA. E aí produzi-las às pencas, até tropeçar numa que tenha capacidade de auto-replicação. Aí é fim de jogo. Ela está destinada a evoluir.

          5. Hehehe, fica falando isso, aí os invejosos vêm dizer que é puxa-saquismo. Mas agradeço pelo elogio. 😉

          6. Muito bom, Salvador! O colapso da função de onda sempre foi minha ideia preferida, embora algumas vezes tenha balançado pela explicação dos muitos mundos. De qualquer sorte, nunca vi explicação melhor para a tese da escola de Copenhague quando você didatizou o exemplo do foton, essa história da entropia também ficou bala! Valeu!

          7. Considere se um pastor guru agnóstico! Bricadeiras a parte, há algum tempo tenho curiosidade sobre qual é a parada da física quântica fiquei muito satisfeito com sua explanação! Simplesmente fantástico!

          8. Meeeeeu! Você não é desse planeta!
            Deve ser o melhor comment já publicado dentro de post desde as primeiras sintetizações de ribose!
            Salva Show!

          9. Hehehe. Esse foi realmente legal. Com alguns ajustes, vou reciclá-lo como uma postagem de verdade qualquer hora, em benefício daqueles que não se aventuram pelos comentários. 😉

  25. Salvador,

    A galáxia está em um plano ou é 3D? É mais parecida com uma elipse ou uma esfera?
    Por que os planetas do sistema solar ficam no mesmo plano?

    Grato,

    1. A galáxia se assemelha a um disco, com espessura bem inferior ao diâmetro.
      E os planetas orbitam todos no mesmo plano porque foram formados a partir de um disco giratório de gás e poeira em torno do Sol, que se forma naturalmente com o colapso de uma nuvem de gás pela gravidade.

  26. Fantástica descoberta. Ótima Matéria, uma das melhores deste ano, sem dúvida. Parabéns Salvador, e parabéns ao Jacques Lépine e sua equipe. Com certeza isso aí vai dar o que falar.

  27. É uma teoria muito interessante, mas considera que existe apenas um tipo de vida, o nosso. Poderiam existir outros tipos de vida, sob temperaturas corporais maiores ou menores que a nossa, que fossem anaeróbicas ou que respirassem outros tipos de gases, enfim que fossem adaptadas a outros ambientes. Se definirmos a vida como qualquer entidade que seja quimicamente sustentável através da interação com o ambiente e que possa se reproduzir, então abre-se a possibilidade que outros tipos de vida possam existir em muitos locais da Via Láctea. Abraços.

    1. Mais ou menos. O que se discute é a estabilidade ambiental para a vida. Tanto faz o tipo de vida. Mas vida de qualquer tipo, adaptada a um ambiente, provavelmente não sobrevive a uma mudança radical e rapida de seu ambiente. Esse é o potencial problema de cruzar os braços galácticos.

    2. A possibilidade de existirem formas de vida diferentes da nossa (baseadas no silício, por exemplo) é tida como real. Porém, nessa nossa Terra, que é um verdadeiro paraíso para a vida, apenas esta baseada em hidrocarbonetos, floresceu. O Universo é relativamente estável e repetitivo em seus eventos. Então, acho que um percentual muito grande da vida extraterrestre é semelhante à nossa, também baseada em hidrocarbonetos. Um ecossistema rico em oxigênio ou em metano, ou em outra substância, vai moldar o formato final a que se chega, mas acredito que em essência, o resultado deve ser próximo. Hidrogênio, carbono, fósforo e oxigênio, bases da vida como conhecemos, estão no início da tabela periódica, e tendo número atômico menor, devem ter se formado mais cedo e devem também apresentar uma abundância maior.

  28. Ola Salvador,
    Mais uma possível peça no quebra-cabeça da vida extraterrestre.
    Se puder, gostaria que me tirasse uma dúvida:
    TODAS as estrelas e seus eventuais sistemas planetários carecem de elementos pesados nas regiões externas da galaxia ou existem bolsões com estrelas parecidas com a composição química do sol?
    Grande abraço.

  29. O que não entendo, é que se a galáxia é aspiral. O que se precisa ver é se seu movimento é cuneiforme. Se for aspiral cuneiforme, e no centro tem um buraco negro, então este buraco negro está atraindo tudo para si. Uma hora tudo terá um fim, mesmo que o sol esteja no momento em uma zona confortável.
    Sem levar consideração o efeito da expansão, que também uma hora irá interferir no conforto zona habitável.
    O que se deve levar em conta é que as medidas em anos luz, pressupõe que a vida humana até lá tenha sido extinta. Então o fim galáxia não seria presenciado por humanos.

    1. mas acho que entendi. ele está perguntando se, como existe um buraco negro no centro da galáxia, em algum momento a galáxia toda vai ser sugada para dentro dele. bom, acho que é isso…

      1. Não, não vai. Pelo menos não num tempo razoável. Talvez com zilhões de anos no futuro, cada cadáver estelar ou buraco negro menor que possa cair nele acabe caindo. Mas isso demoraria uma quantidade monstruosamente grande de tempo.

        1. resumindo: a probabilidade da entropia ser revertida espontaneamente é muito maior que a do universo todo ser engolido pelos buracos-negros dos centros galáticos! 😀

          1. Não entendi muito bem o que você quis dizer. A entropia total do Universo sempre cresce. Não há como deter esse processo. Só se pode deter a entropia localmente.

          2. fui irônico, mas esqueci de ser claro quanto a isto… 🙂

            a probabilidade da entropia ser revertida espontaneamente, probabilisticamente, certamente é incomparavelmente inferior à impossibilidade do universo todo ser engolido por buracos negros dos centros galácticos!inclusive a lei mais questionável da física atual, que provavelmente não é uma lei, mas que deve ser considerada uma lei pela probabilidade inquestionável dela ser verdadeira… algo que devemos acreditar não pelas evidências, mas pelas probabilidades… :-S

          3. enfim, quem disse que cientistas são pessoas desprovidas de fé? eles acreditam sim em certas coisas a priori, contanto que sejam comprovadas experimentalmente e cujas explicações razoáveis escapem às suas imaginações… 😀

      2. sim, trilhões de anos. um tempo inimaginável! certamente muito antes disso a entropia acaba sendo revertida aleatoriamente, e nosso universo (ou algum com dimensões em comum com o nosso) começe a colapsar irreversivelmente para um novo big bang! 😀

  30. Salvador, se o Sol estivesse dentro de uma nebulosa densa como a “cabeça de cavalo” a visão da Via Láctea seria prejudicada? Nosso céu seria permanentemente ‘nublado’, sem o brilho das estrelas? Sempre tenho essa curiosidade quando vejo as belíssimas nuvens cósmicas.

    1. Antonio, sinceramente não sei. Acho bem possível que, de dentro, o gás seja tão difuso que faça pouca diferença.

      1. Boa Tarde

        Salvador

        As Nuvens de gás escuras como as nebulosa da cabeça do cavalo,impedem que a luz de outras estrelas a atravessem no espectro visível,acho que se nosso sistema solar estivesse situado em uma dessas nuvens,provavelmente não veríamos as milhares de estrelas e galaxias que vemos.Abrçs.

        1. Victor, é fato que elas têm o potencial para atrapalhar a visibilidade. Mas note que, do nosso ponto de vista, toda a nuvem de gás está concentrada e bloqueando uma pequena região do céu. Mas, do lado de dentro, o que você teria é um tantinho de gás para cada lado, tentando bloquear o céu inteiro. Isso certamente reduziria em muito a capacidade de bloquear a luz que vem de fora. Mas, claro, potencialmente algum efeito de redução de luminosidade teria (sem falar que ia dar uma bela zoada nos espectros, suponho).

          1. Pensando desta forma 🙂 ,você tem razão.Fico imaginando mesmo, como seria estar dentro de uma nebulosa de emissão,tipo Orion ou Lagoa….Com luz a intensa das estrelas gigantes recém formadas brilhando por todos os lados 😀 ,apesar que pelo nível de radiação presente ali,provavelmente não teríamos muito tempo para apreciar nada 🙁 .
            Salvador quando sai a entrevista com Bial?Estou ansioso para assistir em 😀 .E quando sai uma Live do Astronomia ao vivo,Space today e Mensageiro todos juntos?Seria um sonho nerd rsrsrs..Um grande abraço e parabéns pelo artigos,com toda certeza,você é uma das grandes referencia na divulgação cientifica no nosso pais.

          2. Valeu, Victor! O Bial, ouço dizer, fim de junho. E a live conjunta está em gestação. Vai ser legal. 😉
            Abraço!

  31. Salvador, a estrela mais próxima de nós está pouco mais de 4 anos luz, se hipoteticamente estivéssemos bem próximos ao denso centro galáctico, essa distância poderia ser menor do que até a nuvem de Oort por exemplo?

    1. Sim. Inclusive, a estrela mais próxima de nós está a 4 anos-luz HOJE. Mas isso historicamente varia bastante, porque cada estrela está numa órbita diferente. Já houve estrelas bem mais próximas do Sol no passado. E no bojo galáctico isso deve ser ainda mais frequente.

  32. ” Na casa de meu pai tem muitas moradas” É improvável que estamos sós no universo ou mesmo nessa galaxia! A vida não é um mero acaso, é muito bem calculada em todos os sentidos!

    1. O improvável mesmo é que essa frase bíblica tenha alguma coisa a ver com vida alienígena.

      1. Eu acho que foi o INRI Cristo disse essa frase!

        Esses lunáticos e seus textos bíblicos!!! kkkk

        1. Acreditar ou não acreditar na Bíblia é direito de cada um. Acreditar que as palavras do Cristo tem a ver ou não têm a ver com aliens, é a interpretação que cada um faz das palavras de seu Criador.

          Mas tripudiar de um livro com mais de 2000 anos de história é apenas burrice.

          1. Ah é? Então agora qualidade se mede por idade. Então eu diria para você que as religiões pagãs politeístas são melhores que a judaico-cristã, porque são mais velhas. Há livros inteiros escritos em papiros sobre o deus Rá lá no Egito. Certamente você há de respeitar a idade mais avançada e mudará suas crenças para adorar o deus-sol egípcio. 😛

  33. Salvador, uma dúvida que nunca ficou esclarecida pra mim: Os braços de poeira também giram em torno do Centro da Via Lactea? Se sim, a velocidade das estrelas são maiores, por isso ocorre a “travessia” de um braço pro outro?

  34. Ou seja, do padrão social brasileiro podemos nos considerar um sistema estelar/planetário classe média? Não estamos na área nobre mas também não vivemos na periferia da galáxia, certo?

    1. Nós estamos a uma distância média, mas eu não nos qualificaria como “classe média”. Estamos nos Jardins da Via Láctea, para citar o bairro classe A paulistano. 😉

  35. Chego a conclusão que não é por acaso, um ser criador pensou nisso. Não é possível que tenha sido isso entre outras milhares de “coincidências” obra do acaso probatório.
    Professor David Block, astrônomo na Universidade de Johanesburgo, de Witwatersrand disse certa vez: “As descobertas cientificas confirmam quanto o Universo é “primorosamente harmônico e equilibrado”.Para Block e muitos outros cientistas, isso indica claramente um projeto intencional, o que por sua vez sugere fortemente a existência de um Projetista. Segundo o jornal The Star, Block conclui que existem evidências tão impressionantes da existência de Deus “que o homem que não crê num Criador teria de ter mais fé do que aquele que [crê num Criador]”.

    1. Certamente um criador não tem nada a ver com isso. Veja: em qualquer galáxia, algumas estrelas obrigatoriamente se localizam nessas regiões privilegiadas. E o Sol não é um beneficiário exclusivo. Então, não há nada arbitrário nisso que exija alguma influência consciente.

      1. Vou falar uma coisa que está entalada já faz um tempo sobre o blog: o comentarista não pode provar que o universo seja consequência de um projetista todo poderoso, mas também não vi você apresentar quaisquer provas ou evidências científicas provando não haver interferência de um criador, portanto sua opinião é tão embasada quanto a do autor do comentário. Talvez essas áreas justamente sejam tão comuns porque alguém quis que assim fossem as leis da física que geram esse efeito? Não que eu acredite nisso de design inteligente a nível galáctico, eu realmente não acredito e tampouco sou religioso, mas você faz um super trabalho no seu artigo e depois nos comentários vem fazer pouco caso e cobrar provas de quem acredita em x religião, mas faz as mesmas acusações vazias que eles. Quando o assunto é deus ou um criador qualquer, ninguém pode afirmar e provar que ele existe, mas ninguém pode fazer também o contrário, então por favor, pare de ficar apontando o dedo como se soubesse a verdade absoluta sobre o tema ou como se a ciência provasse o seu ponto, porque ela não prova. Ela só explica como as coisas acontecem, mas jamais vai poder provar que esse comportamento é ou não originário de um criador. Nesse assunto, o que todos temos e somos limitados a ter são opiniões, e a sua não é melhor do que a de ninguém.

        1. Caio, o fato de que podemos explicar as coisas sem um criador sugere que não há interferência dele, correto? Se tudo que eu preciso para explicar os oásis galácticos é a teoria da gravidade e cálculos de mecânica celeste, a hipótese de interferência de um criador nesse caso se torna supérflua. Para tornar ainda mais claro o raciocínio, substitua a palavra “criador” por “gnomo”. Quando vemos uma maçã cair ao chão, podemos, como Newton, deduzir a lei da gravidade para explicar. Não precisamos evocar um gnomo imaginário que faz todos os objetos caírem, sempre obedecendo a uma fórmula matemática precisa. O gnomo é uma hipótese supérflua. Ele é dispensável para a explicação. Só acreditaria nele (por essa razão) quem quisesse acreditar, mas isso não teria relação nenhuma com a realidade.

          1. ” o fato de que podemos explicar as coisas sem um criador sugere que não há interferência dele, correto?”

            Errado. Sugere que com a ciencia somos capazes de entender, aos poucos, algumas das leis que Ele criou.

          2. Mas como sabemos que Ele criou? De onde você tirou essa informação, senão da sua fé? Se você propuser um experimento capaz de demonstrar que foi Ele que criou, aí podemos voltar a conversar. Como isso é impossível — não há experimento possível para testar a existência de Deus –, nem precisa voltar…

          3. Não sabemos. Uns acham que sim, outros acham que não. Mas não podemos afirmar que Ele não interfere apenas tomando por base o fato de que podemos explicar muitos dos fenomenos…

          4. Se podemos explicar, e a explicação não O inclui, é que Ele não interfere, né, professor? 😛

    2. Por que não seria acaso? Qual evidência temos de que essa “perfeição” só poderia acontecer por uma decisão de alguém, como Deus? Gosto muito do ponto de vista de Marcelo Gleiser em seu livro Criação Imperfeita, tudo pode ser resultado de um lance de dados. E não, não foi Deus que jogou os dados, trata-se de uma metáfora.

    3. você está confundindo causas com efeitos. estas regiões especiais não foram “especialmente projetadas” para que pudéssemos existir dentro delas. nós é que só pudemos existir porque estas regiões especiais apareceram por acaso…

  36. Uaw que demais Salvador! Muito obrigado! Viciado cada dia mais no seu trabalho! Parabéns!

  37. Isso é Deus operando. Ciência é uma criação do Satã para manipulação da massa. Acordem!

    1. Então pare de usar computador — produto da ciência, logo de Satã, segundo você — e não encha o nosso saco!

    2. se toda esta baboseira de vida eterna tem fundamento, tomara que assim como “na casa do senhor” também existam muitas moradas lá no inferno, pois é lá que eu preferiria passar o resto da minha eternidade… 😀

      1. Bem, deve ter wi-fi, banda larga, e ar-condicionado. Assim como serviço de delivery.

        Afinal tudo isso só é possivel graças a ciência.
        kkkk

        1. hehehe, se satã está competindo com deus, certamente ele vai querer tornar seu reino agradável e atraente às almas novas, e não um mundo de castigos e tormentos eternos! 🙂 se ele quer atrair almas para si, precisa tornar seus domínios atraentes para se querer viver eternamente nele!

  38. Salvador bem Interessante. 3 perguntas vieram à cabeça

    a) quantas estrelas ainda estariam nestas zonas habitáveis. Entendo que isso restringe a busca a alguns milhares de estrelas. Ou ainda seriam milhões. ?

    b) as outras zonas é impossivel a vida ( pelos fatores citados) ou apenas mais díficil ? No caso dos centro galático, entendo que seria possivel, mas esta vida estaria mais sujeita a cataclismas . Na periferia, seria a questão da quantidade de atomos mais pesados. Mas ainda sim possivel ?

    c) Quais os possiveis efeitos que atravessar o braço galático teria ? Poeria inonizada, raias de radiação, efeito magnético no nosso sol ou a poeira tem também matéria escura de maiores dimensões.

    1. a) Certamente muitos milhões. No gráfico dá para ver a área dos “oásis”. É bem grande.
      b) Não é impossível. É, em princípio, mais difícil. E mesmo isso é incerto. Minha sensação pessoal é de que esses riscos são superestimados e não existe de fato uma zona habitável galáctica.
      c) Acredito que o principal risco ao cruzar os braços é a maior densidade estelar e de gás, que aumentaria a frequência de impactos nos planetas. Mas nenhum efeito apreciável no próprio Sol ou algo de natureza magnética.

      1. 2. Talvez a maior ‘atividade’ dessas regiões possa tornar mais provável ou surgimento da vida?

        3. ao atravessar uma zona com gás, seria possível que os planetas atraíssem parte desses gases para suas atmosferas? Ou a Estrela pegaria tudo só pra ela? Ou nem uma coisa nem outra?

        4. o gás poderia eventualmente “frear” as órbitas de alguns planetas, alterando-as?

        1. Eu acho que o gás é tênue demais para fazer grandes efeitos. E, francamente, com o que sabemos, não dá para dizer o que faz mais ou menos provável o surgimento da vida.

  39. Salvador,

    Esse estudo abrange apenas as galáxias espirais? Por que essa questão de “passar pelos braços galácticos”, imagino, não ocorre em outros tipos de galáxias. Outra dúvida: já existe algum trabalho, buscando alguma associação desse estudo, com as descobertas de planetas como o Proxima b?

    Parabéns pela coluna!

    Abraço,

    1. O estudo é baseado na Via Láctea, mas deve se aplicar a outras galáxias espirais. Quanto a galáxias elípticas, estima-se que elas sejam ainda melhores para a vida do que as espirais como a Via Láctea, pois são galáxias com número muito maior de estrelas e são “envelhecidas”, com pouco gás e poucos astros jovens (logo, poucas supernovas).

  40. Prezado Salvador,

    Se existem quatro “oásis” para o surgimento da vida como a conhecemos em nossa galáxia, é correto imaginar, que o mesmo possa haver em outras galáxias?

    Abraços!

  41. Salvador, a tecnologia atual já permite estudar ou detectar estrelas, planetas e outros corpos celestes em outras galáxias além da Via Lactea? Se sim em quais já foram detectadas?

    1. Estrelas sim. Planetas não. Contudo, já foi descoberto na Via Láctea um sistema planetário que, pela velocidade, claramente veio de fora da Via Láctea, tendo sido ejetado de outra galáxia. Ou seja, embora não possamos estudar planetas extragalácticos, sabemos que eles se formam por lá exatamente como cá.

    2. não dá para afirmar com 100% de certeza, mas existe evidência sim de um planeta detectado na galáxia de andrômeda (M31) se aproveitando de ampliação da luz por lentes gravitacionais.

      http://eternosaprendizes.com/2009/06/11/encontraram-o-primeiro-planeta-extragalactico-em-andromeda/

      só que esta detecção é muitíssimo mais complicada, e mesmo este caso ainda não foi confirmado 100%. além disso, a M31 é vizinha à nossa galáxia. acho que para galaxias mais distantes ainda a dificuldade de detecção aumenta muito mais.

      1. Tá na situação de candidato, e dela não deve sair, porque eventos de microlentes não se repetem…

        1. sim, carece do elemento mais importante dos experimentos científicos: poder ser repetido! 🙁

  42. Excelente matéria Salvador.

    Trata-se de uma descoberta grandiosa. Belo trabalho de nossos cientistas Brasileiros!
    Que orgulho!

    Muito obrigado por compartilhar!.

    [ ]´s

  43. Posso garantir que não estamos sozinhos nem no “ao redor”.
    E não digo isso por fé ou palpite, mas por conhecimento de causa.

    1. Conhecimento é algo objetivo. Só conhece quem é capaz de provar. Apresente uma prova objetiva, que pode ser verificada por outras pessoas, e aí podemos debater a questão. Se falta a prova, você não conhece; meramente acredita.

    2. sr. Leroy , disserte um pouco mais sobre seu comentário ……..não coloque suposições se realmente tem algo concreto a dizer .
      grato

  44. Lembrei da grande ressalva existente na equação de Drake: ela se baseia nos nossos conhecimentos atuais sobre o que possibilita o desenvolvimento de uma civilização tecnológica.

    Como os resultados tradicionais da equação não batem com as observações, a equação real estaria sobre influência de questões desconhecidas que implicam na diminuição das probabilidades. Esse trabalho dos cientistas brasileiros dão uma mostra disso.

    O que no fundo, é uma pena!

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