Astrônomos encontram cometa interestelar

Salvador Nogueira

Em setembro último, um cometa passou raspando pelo Sol. Até aí nada de novo; esses astros fazem isso o tempo todo. Mas este foi especial, pois ele parece ter vindo de outro sistema solar — um viajante interestelar.

Se essa conclusão se confirmar, será a primeira vez que se detecta um cometa interestelar, ou seja, que viajou de um sistema planetário a outro, cruzando o imenso vazio entre as estrelas.

O astro foi descoberto na semana passada pelo projeto Pan-STARRS, um sistema de busca de bólidos celestes próximos à Terra apoiado pela Nasa, a agência espacial americana. De início, parecia só mais um cometa, como tantos outros, sem risco de colisão com nosso planeta.

No entanto, o acompanhamento do objeto indicou que ele estava numa rota hiperbólica, termo técnico para “não estava preso a uma órbita ao redor do Sol”. Mais que isso, sua velocidade de deslocamento era incomum. “Foi medida em 26 km/s, compatível com a de objetos situados no disco galáctico”, diz Cristóvão Jacques, astrônomo do SONEAR, observatório brasileiro de busca por asteroides próximos à Terra. “Por causa dessa velocidade, sabemos que ele não é do Sistema Solar, e sim de fora.”

Os astrônomos sabem que cometas são ejetados do Sistema Solar o tempo todo, então é de fato esperado que eles transitem por aí, entre as estrelas. Mas ninguém tinha visto até agora um exocometa cruzar o Sistema Solar, e esse em particular mostrou uma peculiaridade adicional. “O que é estranho e uma incrível coincidência é como um cometa de fora do Sistema Solar passa tão perto do Sol”, diz Jacques. “Foi quase um sungrazer“, referindo-se a cometas que mergulham tão próximos de nossa estrela que muitas vezes são completamente destruídos e nem saem do outro lado.

O cometa interestelar, C/2017 U1 (Pan-STARRS), segue sendo observado atentamente conforme se afasta depressa do nosso Sistema Solar, para nunca mais voltar. A esperança é que se possa confirmar sua órbita e sua natureza hiperbólica, que indicaria origem extra-solar.

Entre os que estão registrando sua fugidia presença por essas bandas é o astrônomo brasileiro Paulo Holvorcem, que, trabalhando em parceria com o americano Michael Schwartz, registrou o objeto no último dia 21. “Nelas, não se vê atividade cometária”, diz Holvorcem, num elemento que aumenta o mistério. Seria um núcleo de cometa esgotado? Ou sua passagem tão rápida pelo Sol limitou o nível de atividade?

Imagens em negativo do cometa interestelar, feitas do Observatório Tenagra, no Arizona (EUA). (Crédito: Paulo Holvorcem e Michael Schwartz)

Imagens colhidas e tratadas pela Mount Lemmon Survey de início pareceram detectar uma pequena coma (a atmosfera do cometa), compatível com a que se esperaria de um objeto desses, da ordem de meros 100-200 metros de diâmetro. Mas observações posteriores refutaram isso — se for um cometa, está inativo ou extinto.

E as investigações continuam. Na noite desta quarta-feira (25), Joe Masiero, astrônomo do JPL (Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa), usará o Observatório de Palomar para tentar capturar o espectro — a assinatura de luz — do objeto e assim dizer algo sobre sua composição.  (Ciência em tempo real é assim!)

E eis a maior de todas as perguntas: de onde ele teria vindo? Os astrônomos ainda não sabem com certeza, mas, com o que se pôde calcular até agora, ele deve ter vindo da direção da constelação Lira, muito perto de onde se localiza a estrela Vega, a 25 anos-luz daqui. Contudo, a trajetória até agora não bate exatamente lá. Talvez com a coleta de mais dados e a definição mais precisa da órbita, possamos determinar se esse ilustre visitante veio de lá ou de outro lugar.

Indicação da faixa de onde pode ter vindo o cometa. (Crédito: Daniel Bamberger)

O mais provável, contudo, é que sua origem permaneça para sempre desconhecida. Seria mais uma enorme coincidência (além da passagem próxima do Sol) que ele viesse diretamente de uma estrela próxima, em vez de ter vagado a esmo pela galáxia por bilhões de anos antes de cruzar o nosso caminho.

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Comentários

  1. Lendo essa matéria e chegando a conclusão de que sua origem é desconhecida, muito menos seu destino e que provavelmente sairá de nossos sistema solar, refleti que se juntássemos toda a classe política do Brasil numa capsula e se colocássemos no grudados no rabo desse cometa, muitos de nós ficaríamos felizes.

    1. Ainda não tem nome. Era C/2017 U1, depois virou A/2017 U1, por falta de atividade cometária. Mas não tem nome.

  2. Me chamou a atenção sobre a constelação Lira ser a possível origem dele, pois ao redor desta constelação se encontra a estrela KIC 8462852, conhecida pelo seu brilho excêntrico… Parabéns pelo seu trabalho, um abraço!

  3. Nessas horas, com notícia como essa, minha mente fica vagando como o C2017U1, ou seja, vim de algum lugar e ninguém sabe para onde irei…

  4. A velocidade do cometa realmente é alta. Por que ele não pega fogo ou se desintegra a esta velocidade? (Sem atrito?) por que nossas naves não chegam a está velocidade? Qual o principal fator de impulso destes cometas?

    1. Não tem ar no espaço. Que atrito ele pode sofrer?
      E nossas naves chegam a velocidades próximas a essa. A Voyager 1 está viajando a 17 km/s para fora do Sistema Solar.

  5. Tomara que seja um ET, pois o primeiro disco voador que passar, eu tô caindo fora daqui desse planetinha terra.

  6. Salvador,

    Você mesmo que responde todos os comentários?

    Se for , venho por meio desta mensagem, o congratular, e ainda, se você observar o cosmos com o mesmo afinco que responde as mensagens, com certeza , no mínimo a bicicleta do Eliott ( filme ET ) já foi vista por você!

    Poderia informar também sobre o famoso planeta Nibiru?

    Forte abraço!

  7. Seria possivel aproveitar cometas para a exploracao espacial, colocando equipamentos nele (sondas etc.)?

    1. Até seria, mas valeria a pena? Para levar algo a um cometa, teríamos de emparelhar nossa velocidade com a dele. E aí, por que não mandar a nave logo de uma vez, em vez de o cometa?

  8. Alguém pode me ajudar a resolver isto.existe uma possibilidade de que a terra aumente de tamanho ?ou o Sol diminua o seu devido a estes acontecimentos ??

  9. Galáticos, o destruidor de planetas nos fez uma visita, levando consigo o “surfista” .

  10. Salvador, conhecendo a velocidade dele e supondo que ela não tenha se alterado, dá para estabelecer um perímetro máximo de onde o cometa pode ter vindo?

    1. Não. Ele pode ter vindo virtualmente de qualquer lugar da Via Láctea, vagado por bilhões de anos antes de chegar aqui.

    2. Sim, vai cuidar do planeta terra ao invés de ficar enchendo o saco, seu planeta está sendo destruído e fica ai com essa de onde vem, vá cuidar de quem tem fome e do ambiente da terra, ou você acha que um dia vai a algum outro planeta?

      1. Mas ele teve bilhões de anos para viajar desimpedido, então pode ter vindo de qualquer lugar…

    3. meu jovem, o homem nao conhece nem o mar, quem dera o minimo acima da terra…vcs sonham demais..

    4. Isto demonstra o quanto as Ciências ainda vagam por aí procurando vaga para conhecimento do Setor Solar, que é apenas um dos setores de nossa Galáxia. Sabendo que existem milhões de galáxias no Universo, a conclusão de que Astrônomos conhecem muito pouco sobre tudo isto, sem condições algumas de emitirem opinião sobre a datação deste Universo e tantas outras questões. Está se divertindo? Ah, então tá…

        1. 1- Juro que não entendi a pergunta.
          2- Poderia. Mas só se buracos de minhoca existirem, e se ele tiver atravessado um deles. Nenhuma dessas hipóteses é necessária para explicar a presença do objeto aqui, então podemos dispensá-las.
          3- Idem.

      1. Salvador é campeão de paciência em responder a comentários simplórios (como os meus, que não entendo nada de astronomia) hehe

  11. Acho que nao vou conseguir dormir, por causa desta noticia interessante.
    Vou armar o meu telescopio no quintal e comecar a pesquisar sobre ele, alguem sabe me dizer se ele foi na direcao da casa de seu jose ou e dona maria? asism ficaria mais facil localiza-lo daqui dos Estados Unidos.
    Obrigado.

    1. A essa altura, sem um telescópio profissional, você não vai conseguir vê-lo. Está se afastando rapidamente. Já cruzou a órbita de Marte.

      1. Salvador, o cidadão acima usou de maliciosa ironia para desqualificar essa notícia. Ele só se esqueceu de que as informações deste blog estão dentro de um contexto apropriado, afinal são matérias de astronomia contempladas pelo sugestivo portal “espaço sideral”.
        Se ele acha tão banal a notícia, não deveria ter acessado um fórum tão específico como esse.
        Talvez num blog de variedades ele ache algo “interessante” na sua avaliação; ou quem sabe na casa de seu josé ou de dona maria ele encontre o que procura.
        Um abraço

    2. Acho que nao vou conseguir dormir, por causa desta noticia interessante.

      E, ainda assim, não só clicou na matéria, leu, e ainda se deu ao trabalho de comentar. Realmente deve ter achado bem interessante, mesmo!

    3. Você deve estar acostumado com notícias de outros astros, os artistas queridinhos da globo ou de Hollywood, entrou na coluna errada.

    4. Você não precisa ler essa notícia. Você pode abrir outras notícias que julgar mais interessante, sabia?

  12. Muito interessante isso tudo. Minha imaginação fértil se coloca a refletir sobre tantas possibilidades…

    1. Feliz comentário, além de ser um dos poucos que se aproveita aqui. Infelizmente, a ignorância anda tomando conta de muita coisa. Pessoal começa a ler qualquer matéria munido de diversos pré-julgamentos. Continue sempre pensando assim, com a mente aberta e curiosa. E parabéns a todos os outros que conseguem enxergar beleza nas coisas, sejam nas das mais mais simples até as mais complexas da vida.

  13. Salvador,
    Os varios cometas que são destruidos sem completar a volta no Sol, poderiam alguns deles serem interestelares mas a orbita nao foi calculada por eles terem sido destruidos? Se não me engano muitos só são descobertos quando estão proximos ao Sol…

    1. Boa pergunta. Mas acho que mesmo os que são descobertos próximos e não sobrevivem ao encontro com o Sol podem ter sua trajetória relativamente bem definida pela flotilha de satélites que monitoram a atividade solar, e sua origem em geral pode ser determinada. Este é o primeiro que tem trajetória de interestelar mesmo.

  14. Tudo não passa de ilusoria FICÇÃO CIENTÍFICA .O que se sabe mesmo ,e, que o universo compõe-se de incontaveis galaxas e de milhoes de cometas pelos quais ainda não temos a menor capacidade de conhece-los

      1. Parabéns Paulo, pela sua resposta a este comentário, realmente quem não tem conhecimento sobre determinados assuntos melhor ficar calado.

    1. Nelson está certo – e não sou leigo ou pseudo cientista. Ninguém sabe os limites do universo e, as tecnologias que temos, apenas demonstram nossa incapacidade de conhecê-los. Não acreditar em quem não acredita que os americanos não foram à lua é desrespeito à opinião diversa. Aconteceu o mesmo na idade média (inquisição) onde a realidade criada não podia ser contestada. Ninguém duvida que os americanos e os soviéticos colocaram muitos dispositivos na lua, em marte, etc. – e não apenas eles. Mas no passado não tínhamos tecnologia para proteção da radiação (e foi apenas por isso que os soviéticos não foram os primeiros a colocar homens na lua). Quem sabe os chineses agora tenham desenvolvido uma tecnologia que possibilite colocar um “homem” por lá (e não apenas filmes em preto e branco quando já existiam – e estavam a bordo – cameras coloridas). O promeiro passo para ser respeitado é respeitar, saber ouvir o diferente, mesmo que nossa opinião seja diferente. Ou alguém acredita que apenas um homem matou Kennedy? Nas armas de destruição em massa de Sadam? Nos campos de “extermínio” da WWII? O filme Atomic Blonde (2017) traz dois motes interessantes: “é um prazer duplo enganar o enganador” e “o mundo é governado por segredos”… Relaxem, nem tudo o que acreditamos ser verdade é verdade, seja de nosso mundinho ou mesmo do universo…

    2. Milhões (ou bilhões) de cometas tem o Sistema Solar. O Universo deve ter milhões de milhões de cometas.

    3. Pior do que isso. Sabemos que o Universo, um dia foi constituído de bilhões de galáxias. Se hoje ainda o é, ou mesmo se as galáxias que observamos ainda estão lá, isso ninguém é capaz de afirmar. Rsrsrs

      1. Não é bem verdade isso, a não ser que você também concorde que não é verdade dizer que uma maçã caiu se você a viu se desprender da macieira, mas não chegou a vê-la descer ao chão.

  15. Se ele fosse grande com trajetória direta para a Terra, vindo de fora do nosso sistema solar, não daria tempo pra gente fazer nada, pois nesse caso a gente só percebe o bicho quando ele está muito perto ….. apenas rezar para quem tem fé.

    1. E se desse tempo para a gente fazer alguma coisa, o que é que a gente faria? Rezar, também…

  16. Legal, sabendo que TODOS sabem em que Galáxia vivemos e qual é o nosso SETOR desta Galáxia, não é mesmo? Então diga lá, quantos setores possui nossa Galáxia e qual o nosso setor, do planeta Terra? Ah, sei, não se tocaram ou pensam que não sabem!? TODOS sabem, mas nem todos deixam a preguiça do pensar e responder, assim, todos conhecem o SETOR SOLAR… Tudo pode ser muito simples assim e diferente do que muitos Cientistas fazem para que ninguém chegue perto da realidade, até eles, chutadores que vivem do que pagam para continuarem estas melecas todas. Ah, vivemos no Setor SOLAR, não é mesmo? Ufa, destruíram tudo por aqui no que chamaram de Big Bang no Universo!… Tenho que rir, pois se nada existia, nada poderia explodir e nem mesmo se propagar no vácuo? Hum, a civilização antiga se foi e aqui estamos nós, Nova Civilização. Como se deu isto? Ora,está na memória de cada um, procure e achareis. Ufa, fiquei maravilhado!

      1. kkkk… Boa!! Eu não teria tanta paciência para pensar numa resposta dessas.

        Não sei por que essas pessoas dos tempos das cavernas ainda insistem em ler artigos como esse.

    1. KKKKK Está muito exigente. O mapeamento está evoluindo. Não sabemos de nada, mas existem pessoas e dispositivos trabalhando para isso. O processo é longo. Em menos de 100 anos de aviação, conseguimos chegar à nossa lua, por exemplo. Não desamine!

    2. Desculpe, mas sua explicação, não explicou nada e interessante sua dedução sobre o BIG BANG, você poderia ter acrescentado também quantos big bang houveram e quantos universos foram gerados, não é mesmo? Quem sabe você chegaria a alguma conclusão logica, não é mesmo?

    3. Celito. Já ouviu falar de fótons virtuais no Campo Quântico?
      É a teoria de que “coisas podem surgir do nada, desde que esse nada seja compreendido como um campo, mar, que sugere infinitas possibilidades.

  17. Ontem tive um sonho e várias vozes conversaram comigo. Elas disseram que este cometa exaurido é o sinal de que a vida na Terra está corrompida e precisa ser substituída. Preparem-se.

      1. 1 + 1 = 2 (Nunca um mais um é igual a dois, representa-se assim para pessoas comuns possam usar essa equação, para pelos menos conseguir sobreviver e achar que esta correta as suas contas). Preste atenção!!!

      2. Sem conhecimento algum de astronomia, entretanto, curiosa sobre o assunto, divirto-me mto ao ler “noticias” e comentarios referentes. – Abraços e agradecimentos à Salvador Nogueira e demais participantes.-

      3. Muito engraçado, os caras querem comentar e discutir sobre o sistema solar e não sabe o nome da rua que fica atrás da propria casa,

    1. O seu sonho não diz que tipo de vida deveria ser substituída. Ou voltaríamos nos tempos de dinossauros, com uma uma ordem de vida mais pura, ou trocaríamos todos os políticos corruptos da nação. Se pensarmos nisso, é mais fácil estabelecer uma nova era da revolução humana, onde estabeleceríamos os conceitos de valores humanos sem causa negativa, e através das transformações da sociedade baseado no princípio moral da “Paz Mundial”, alicerçada no mais alto nível de consciência humana. Para mim, esse seria o desenvolvimento da tese, a partir do que se propõe “Terra corrompida”.

      1. Todos os humanos quando nascem, têm duas opções de caminho a seguir: o caminho do bem e o caminho do mal.
        Tem um ditado e até filme que diz “Só os fortes prevaleceram”: mas neste caso da humanidade “Fortes são aqueles que resistem às tentações para seguirem o caminho do mal” e, portanto, para criar “Uma ordem de vida mais pura” (como foi mencionado) seria necessário separar o que é aproveitável ou os que ainda pode ser salvo e exterminar o que nunca vai aceitar que estava no caminho errado, pois, estes só servem para prejudicar o objetivo final que é “A PAZ E A ORDEM NO UNIVERSO”.

    2. Calma, calma. Vamos recorrer ao STF. Com os vários pedidos de vista dos ministros, ainda teremos alguns milhares de anos pela frente.

  18. Salvador,
    O impacto do bólido que acabou com os dinossauros poderia ser de um corpo menor só que com mais energia do tipo deste cometa?

    1. O corpo que acabou com os dinossauros era bem maior que este (cerca de 15 km de diâmetro, contra 100-400 metros).

      1. O que há de estranho? É verdade que tecnicamente aves são dinossauros, mas a gente costuma separar os dois grupos, porque um está extinto e o outro ainda existe. Mas, na prática, o que o asteroide fez foi matar todas as criaturas de grande porte. Na ocasião, o nicho era ocupado pelos dinossauros. Seu sumiço repentino permitiu que, com a recuperação da biosfera, os mamíferos — até então todos pequenos — evoluíssem para se tornar criaturas maiores. Nós viemos nessa leva.

        1. Salvador, o que não entendo nisso é que existiam muitos dinossauros de pequeno porte também não é? Porque eles foram extintos também enquanto outros animais do mesmo tamanho ou até maiores não foram.

          Foram esses que evoluiram para as aves?

          1. Os dinossauros de pequeno porte NÃO foram extintos. Procure uma ave aí. Qualquer ave. Você está vendo um descendente direto dos dinossauros.

        2. Salvador, admiro teu jornalismo de qualidade, herdeiro digno do Mourão na divulgação científica. E também tua paciência em responder de forma técnica tantas demonstrações de ignorância – reflexo de um país onde bola vale mais que livro.

          1. Legal você mencionar o Mourão. Acabo de dedicar meu novo livro a ele, lamentavelmente de forma póstuma.

      2. Não, tem razão, realmente os dinossauros não foram extintos. Encontramos vários por aí. Alguns disfarçados com carcaça de humano, mas com a mesma evolução cerebral.
        No mais, os fosseis das antigas carcaças de dinossauros são fruto de algum desocupado ancestral, que resolveu fazer umas “esculturas” de esqueletos esquisitos e enterrar, pois assim sua obra ficaria preservada para a posteridade!

    2. Não foi um corpo, um meteoro que disseminou os dinos, para dar espaço aos mamíferos menos.

      Foram bombas atômicas.

    3. que negocio e este de acabar com os dinossauros??? vcs sao loucos mesmo…olhem a biblia, fou um diluvio que acabou com a vida na terra, nao um propenso asteroide, mesmo porque existe um domo em torno da terra e nao ha como passar por ele.

  19. So nao digam que os Jonicos nao tentaram ajuda-los a entender o que” ESTAVA A ERAS E O QUE AINDA HA DE ESTAR POR VIR A E-STAR”.

  20. Acredito que seja a primeira vez observamos um objeto de fora do sistema solar vir aqui nos visitar. Pena que não ficou para o cafezinho!

    1. Já foi provado que caem diariamente na terra cerca de 10/14 ton de poeira estelar, que inclui tanto poeira do sistema solar quanto de outros sistemas estelares.

  21. Só um pensamento me passou pela cabeça: se esse tipo de evento é tão raro assim, isso torna menos improvável que ele não tenho sido um mero resultado do acaso e sim um feito proposital. A ausência de evidências de que seja mesmo um cometa deixa também um leque de possibilidades de que realmente não seja um objeto de origem natural e sim artificial. Ou seja, podemos ter tirado as primeiras fotografias de uma nave interestelar passando nas redondezas. E 200 metros me parece um tamanho apreciável para uma nave dessas e nada absurdo de ser construído em órbita, tendo em vista o tamanho da nossa ISS.

    Claro. Menos improvável sendo usado como um efemismo para “não impossível”. Só me assusta pensar que “alguém” mirou aqui nas redondezas.

    1. Só um pensamento me passou pela cabeça: se esse tipo de evento é tão raro assim, isso torna menos improvável que ele não tenho sido um mero resultado do acaso e sim um feito proposital.

      Por quê? Como o conceito de raridade está relacionado ao de intenção?

      1. Vamos tentar dar um exemplo. Você pega um baralho e encontra todas as cartas perfeitamente ordenadas. Você imaginaria que alguém embaralhou o baralho de forma aleatória e, por acaso, elas ficaram no final exatamente na ordem correta, ou você imaginaria que alguém ao invés de embaralhar esse mesmo baralho foi lá e simplesmente ordenou, de forma intencional, as cartas? Fez sentido agora?

        1. Faz. Mas e se eu te disser que há 100 mil baralhos na sala e o único que você pode ver é o que está ordenado? É mais ou menos o caso aí.

          1. E porque não ser exatamente o inverso, existem 100 mil seres conscientes capazes de organizar esse baralho dentro dessa mesma sala e você também não pode vê-los.

          2. Porque não é esse o caso. Temos muitos cometas em trajetórias variadas, e só os que chegam perto do Sol nós podemos ver. É isso.

          3. Se eu jogar um dado a bola estará com o acaso para me dar um número. O acaso nao joga dado nenhum, o acaso eh consequencia da jogada do dado, nao causa. Ou seja, o acaso nao seria o Deus, o acaso eh consequencia de algo…

        2. Todas as possibilidades de ordem (desordem) dos baralhos estão esparramados sobre a mesa. Porque escolhemos a ordem certa é ainda uma questão que ninguém sabe explicar.
          Talvez o campo quântico possua todas as respostas, mas de qualquer maneira precisamos olhar para a resposta certa. Do contrário, as dúvidas se cristalizarão até o fim.

    2. Podemos concluir que qualquer evento raro é possivelmente intencional? Tipo o meteoro que matou os dinossauros 65 milhões de anos atrás! Você acredita então que, pela raridade do evento, esse meteoro possa ter sido jogado aqui intencionalmente?

      1. Na verdade, qualquer evento é “possivelmente” intencional. Porque possivelmente também pode ser algo de uma chance ínfima. Mas, quanto mais improvável esse evento acontecer de forma natural, mais você poderia imputar a ele uma origem “artificial”. É basicamente nisso que se baseiam todas as formas de procura de vida fora da terra. Agora no caso do seu exemplo… não acho tão raro assim um meteoro de dentro do sistema solar se chocar contra a terra, esse tipo de coisa acontece o tempo todo, claro, não dessa magnutide. Mas mesmo assim, os estatísticos determinaram a periodicidade de tais eventos dessa magnitude.

        1. Luis Visentim, quer dizer que a criação do universo é ato intencional de um criador? Considerando a unicidade deste evento, que sugere uma intencionalidade única e considerando que para haver “intencionalidade”, pressupõe-se pelo menos um ser munido de inteligência e capacidade para execução de tal evento? Pela sua lógica, não poderia existir nenhum evento mais raro que este e, portanto, mais intencional. Mas como ficaria o paradoxo de existir um ser antes da criação do universo?

          1. Ora, o mesmo paradoxo que fica quando se pensa na teoria do Big Bang. De onde surgiu o primeiro átomo que, depois, explodiria? Pode-se não acreditar em Deus como as religiões pregam por aí, mas, para mim, não há como existir a criação do Universo e a tamanha perfeição da natureza sem a mão de um criador dotado de inteligência. Não faz sentido.

          2. Olá Thomas.
            Adicionando tempero a essa discussão eu pergunto: O que veio primeiro, a intenção ou a matéria? Pensando em colapso quântico, a ideia do Luis Visentim não é tão absurda como possa parecer. Recomendo uma leitura bem interessante sobre isso chamado “A Física da Alma” do físico indiano Amit Goswami”… 😉

          3. Pelo contrário. Possivelmente, mas não menos não em definitivo, eu rejeito a idéia de que de nenhuma maneira com algum grau de incerteza eu inegavelmente sei, ou não sei, onde ele não deveria provavelmente estar, se de fato ele não estivesse aqui.

    3. Essa conversa e o fato de ter passado próximo ao sol me lembrou elite dangerous, sempre que uma viagem interestelar é feita passamos próximo ao Sol para abastecimento XD

    4. Rama?

      Seria legal, mas não parece o caso. Ele veio e se foi. Fiquemos felizes por tê-lo visto. Com desenvolvimento tecnológico e sorte de estar com o telescópio apontado para o lugar certo veremos os próximos, caso existam.

      1. Salvador, a passagem pelo Sol adicionou energia cinética ao cometa, um empurrão gravitacional? Nesse caso, a perda de massa com a aproximação deve ter potencializado ainda mais este efeito, uma vez que “caiu” mais massivo do que “subiu”. Será saiu com velocidade acima da de escape do sistema solar ou foi capturado, Caso tenha sido capturado, seria um bom candidato para estudos.

          1. Com relação ao Sol, saiu à mesma velocidade — toda aceleração que ele ganha se aproximando, ele perde se afastando. Com relação ao centro da Via Láctea, a velocidade mudou, mas não sei dizer quanto.

  22. Salvador, analizar esta assinatura de espectro seria uma evidência a mais de que ele veio mesmo de fora?
    E seu espectro poderia ser correlacionados com espectros de estrelas conhecidas para termos uma lista de possíveis sistemas de candidatos a sistemas de origem?

    1. Pode ser, pode não ser. Pode ajudar a distinguir entre asteroide ou cometa. Ou outra coisa ainda mais interessante… rs
      Por ora, as apostas estão sobre asteroide ou cometa extinto.

      1. “outra coisa ainda mais interessante” poderia ser uma sonda mandada por Proximanos para nos analisar?

        1. Por proximanos, pela trajetória, não. Mas vai saber de onde veio isso? E sua rota que o trouxe até o interior do Sistema Solar é uma bruta coincidência…

          1. Assim como fizemos recentemente, com uma sonda passando a toda por Plutão, esse objeto poderia (com um pouco de imaginação star treck) ser, pelo menos, uma sondinha extraterrestre!

          2. Sou totalmente leigo. Por que a rota é uma coicidência? não entendi. Por ter chegado até perto do Sol sem colidir com outras coisas no caminho?

      2. Entendi. Então dificilmente encontraríamos um padrão no espectro que pudéssemos usar como um “DNA” para descobrir de que sistema ele veio…

        1. Acho improvável. Talvez fosse possível encontrar um padrão que provasse que é extra-solar, mas daí a dizer de onde veio… complicadíssimo.

  23. Hiperbólico = imprevisível, estranho, fora do padrão… sem rumo. O universo não é tão previsível assim. Não sabemos de muitas coisas. Até a tentativa de falar numa 5a dimensão é válida sobre esse aspecto. O que pode acontecer é DESCOBRIRmos algo novo, não pensado/conhecido ainda. Mas não que não seja científico.
    Interessante colocar que esse cometa venha do centro da galáxia, por exemplo.

      1. Não sei de onde saiu essa definição…
        em gramatica hipérbole é figura de linguagem que exprime exagero. Ex: Morrer de rir.
        E não imprevisível, estranho ou tão pouco fora do padrão.

          1. Me refiro ao comentário do Siegfried.
            Que interpretou hiperbólico como sendo figura de linguagem e não como geometria.

          2. Ficou confuso porque você respondeu ao comentário do Salvador. rs.

            De qualquer forma, fica o link para quem ainda não entendeu. 🙂

    1. hiperbólico=imprevisível???? nem imagino de onde vc tirou esta associação…

  24. Só uma hipótese: E se ele colidisse com Europa, satélite de Júpiter, interagindo seus elementos químicos alienígenas com o possível alvorecer da vida sob a crosta terrestre da lua, o que aconteceria (conjecturando, é claro!)? Poderia haver uma aniquilação total da pretensa vida local? Será que ele contém vestígios de vida extraterrestre? Acho que estou sonhando demais…rs..rs..

    1. aniquilação total ou uma aceleração do processo evolutivo, com esta energia adicional repentina. como disse o Salvador, vai saber… 🙂

  25. Se o cometa em questão tem sua origem nas proximidades da constelação de Lira, seria esta região um “berçário” de cometas, algo como uma espécie de uma nova “nuvem oort” que exporta material de outros sistemas planetários?

    1. Não. Se ele veio do espaço interestelar, pode ter vindo da nuvem de Oort de virtualmente qualquer estrela na galáxia. Só calhou de chegar aqui vindo daquela direção.

      1. É correto o termo “Nuvem de Oort” para estruturas similares de outras estrelas? Ou foi apenas figura de linguagem?

  26. Houvesse tempo, poderia ser usado como Sedex intersolar. Deixaríamos uma mensagem para quem o encontrasse daqui 300 mil anos: 《Este cometa passou pela Terra》. Uma Voyager natural.

  27. É possível que esse cometa tenha trazido moléculas do espaço interestelar, e espalhado no Sistema Solar. Isso poderia ter acontecido com outros cometas há milhões de anos, não sabemos, mas a origem da vida aqui na terra ainda continua sendo um mistério. Se um cometa como este fizer polinização, digamos assim, seria de fato, um meio muito comum dentro das galáxias. Mas um ponto crucial para nós, é a distância com que ele percorreu até chegar aqui. Mas do ponto de vista do Universo, ele teria partido ontem, e chegado hoje.

  28. Olá, Salvador. Como você disse, a velocidade deste cometa (26 km/s) é incomum. Qual seria, então, a velocidade comum de um cometa?

    1. A velocidade só pode ser contrastada com a distância. A velocidade em questão é atípica para a distância, mas não atípica para cometas. A velocidade deles perto da órbita da Terra costuma oscilar entre 10 km/s e 70 km/s. Já o C/2017 U1 entrou no Sistema Solar com essa velocidade de 26 km/s, que é uma velocidade típica de quem está em órbita ao redor do centro da galáxia.

      1. A velocidade do cometa está bem perto do limite inferior dos cometas não justificando então tudo que foi dito sobre ele

        1. Pelas leis de Kepler, um astro viaja tão mais depressa quanto mais perto do objeto de maior gravidade, que fica num dos focos da elipse. Logo, cometas em órbita ao redor do Sol tem velocidade muito alta quando passam perto do Sol e velocidades mais moderadas quando mais distantes. Uma velocidade típica para um cometa ao redor do Sol quando ele cruza a órbita da Terra (ou seja, a 1 UA do Sol) varia tipicamente entre 10 km/s e 70 km/s. É provavelmente com base nisso que você está dizendo que a velocidade dele está perto do limite inferior dos cometas.

          Mas note que essa é a faixa de velocidades para o momento em que eles cruzam a órbita da Terra. O cometa em questão veio de fora do Sistema Solar a 26 km/s. Isso é muito alto para objetos que estivessem em órbita ao redor do Sol naquela distância. E é uma velocidade típica esperada de um objeto que estivesse em órbita do centro da Via Láctea.

          1. Salvador, eu entendi o motivo pelo qual se considera que a velocidade de 26 km/s é considerada alta considerando que o objeto está presumivelmente distante de um dos focos da elipse. Mas essa velocidade é inferior à velocidade de escape para um objeto que esteja mais próximo do Sol do que a órbita de Mercúrio (~67 km/s). Por que, então, o objeto não é capturado pela gravidade do Sol? Onde estou errando? Um abraço.

          2. Quando o objeto atingiu a órbita de Mercúrio, já estava além dos 90 km/s. Conforme foi se aproximando do Sol, como seria de se esperar, a gravidade solar o acelerou (e é isso que explica as leis de Kepler em termos da gravitação de Newton).

          3. Eu compreendi o conceito, basicamente o Sol serviu de estilingue para o objeto, não muito diferente do que fazemos com as sondas em fly-by por Júpiter. O que eu não havia entendido era como podia haver esse impulso se a velocidade do objeto era inferior à de escape na região.
            O que ocorreu então é que, no ponto onde o objeto foi visto e onde foi medida a sua velocidade, um objeto que estivesse orbitando o sol deveria estar mais devagar, correto?
            Isso me diz, portanto, que o objeto estava, em termos de distância, algo como entre Marte e Júpiter (embora não no mesmo plano, mas apenas à mesma distância do Sol), se os dados que tenho para a velocidade de escape em relação à gravidade da estrela estão corretos.
            Um abraço.

          4. A velocidade dele nunca foi inferior à de escape na região. Em que momento a velocidade dele foi inferior à de escape? É exatamente o que você diz em seguida. “O que ocorreu então é que, no ponto onde o objeto foi visto e onde foi medida a sua velocidade, um objeto que estivesse orbitando o sol deveria estar mais devagar, correto?” Correto.
            Ele foi descoberto em 19 de outubro, quando já estava a mais de 1 UA do Sol e viajava à velocidade de 46 km/s. Nos dias seguintes ele foi fotografado e sua trajetória plotada. Calculou-se então que ele entrou no Sistema Solar a 26 km/s.

          5. Correto, não foi inferior à de escape. Eu é que havia entendido que o objeto contornou o Sol a essa velocidade, mas em porção mais interna do que a órbita de Mercúrio, e pensei “como é possível que o objeto estivesse em velocidade inferior à de escape e mesmo assim não tenha sido capturado pelo Sol?”. E agora está claríssimo que essa velocidade foi medida bem mais distante do Sol (no caso, foi a velocidade “de entrada” no Sistema).
            Física, sua linda!
            Um abraço.

  29. Salvador,
    Haveria a possibilidade de esse cometa, durante sua passagem, “se enganchar” em alguma órbita e ficar pelas redondezas do nosso sistema solar, ou de algum outro?

    1. Uma combinação certa (e improvável) de sobrevoos por planetas e o Sol poderia capturá-lo em órbita solar.

  30. Salvador, nem pensar em parar! Os comentários terraplanistas e similares são muito escassos se comparados aos que realmente importam! Falei que trabalho de formiga trás resultado! 😀

  31. chega a ser patético esses astronomos só conseguiram achar esse cometa agora que ele está pertinho e querem dizer que sabem que Nibiru não existe se eles nem sabem de onde é que Ele está vindo. Gratidão.

    1. Entenda a diferença. Conseguimos observar um objeto em alta velocidade — em menos de dois meses entrou e saiu da nossa região do espaço — com apenas 200 metros de diâmetro, no máximo. Nibiru seria um troço andando mais devagar — porque, se está em órbita do Sol, sorry, tem de andar mais devagar — e muito maior (no mínimo dezenas de milhares de QUILÔmetros). Se houvesse Nibiru, até eu estaria vendo aqui com meu telescópio refrator de fundo de quintal. Mas não há, e por uma razão muito simples. A órbita proposta para Nibiru é instável — o planeta já teria sido arremessado para fora do Sistema Solar do mesmo modo que esse cometinha foi agora “expulso” pelo Sol, há bilhões de anos. Ou seja, a ideia de um planeta como Nibiru no Sistema Solar é, por si só, impossível, independentemente de termos visto alguma coisa ou não. Gratidão.

      1. Amigo, Nibiru tem vida ESPIRITUAL, na quinta esfera dimencional. as leis limitadas e obtusas dos humanos não se aplicam a Ele. Gratidão e muita luz.

        1. Assim fica fácil, né amigo? É só falar qualquer mer… e dizer que as leis naturais não se aplicam! Gratidão meusovo!!

        2. Perfeito! Leis limitadas e obtusas dos humanos mesmo! Quem inventou essa tal de lei da gravidade (um tal de Nilton), por exemplo, acabou impedindo que todos nós pudéssemos voar! Porque é uma lei limitada e obtusa dos humanos, não do universo. Certamente foi feita para favorecer as empresas aéreas! Gratidão e muita luz.

    2. Salva sabe que nao esta bem assim,vista toda materia informativa das ultimas descobertas de duas anans marrons proximas a nosso sistema solar. e a quantos anos estavam la sem estarem vistas. ,,,,,,,,,os porques ,etc.
      Ele tem a obrigacao de cumprir o papel do nao empirico, so isso. compreendam o lado dele.

    3. É sério??? Devemos jogar todas horas e dinheiro nas pesquisas espaciais dos astrônomos no lixo e esperarmos pela nossa extinção via Nibiru? E extinção em massa já aconteceu e irá se repetir. É inevitável. Os patéticos astrônomos estão trabalhando nisso agora mesmo. Uns vão esperar por Nibiru e outros vão estudar e trabalhar para nossa contínua evolução. Puxe uma cadeira.

  32. Sempre bom receber visitas – especialmente quando elas não aterrissam na terra…

    O quão perto do sol foi esse? Comparativamente às órbitas planetárias?

      1. Uau.
        Ou seja: absurdamente perto. Imagina atirar uma pedra do centro da galáxia para passar entre o Sol e mercúrio!
        Na minha conta de padaria, seria acertar uma bola de basquete do fundo da quadra em uma cesta do tamanho de 10 átomos!
        (Tudo bem que a bola seria menor que um elétron, mas mesmo assim é muita mira, rsss…)

        1. É, para uma coincidência, é das grandes. Por outro lado, é certo que só achamos esse objeto por causa disso. Podemos imaginar que muitos outros cruzam o Sistema Solar a distâncias maiores e jamais são detectados. Aí a coincidência ficaria menor…

          1. Mas ele não veio obrigatoriamente do centro da galáxia, veio daquela direção. E passar tão perto assim do sistema solar é algo auxiliado pela força da gravidade do Sol. Além disso é possível que esse fenômeno seja bem comum – mas que somente há pouco tempo a gente tenha tecnologia para detectá-lo. Imagine que passa um a cada vinte ou trinta anos em média. Não seria mais tão coincidência assim.

        2. Existem muitos sistemas estelares ao longo deste caminho. A chance dele passar perto do nosso sistema pode mesmo ser raro do nosso ponto de vista, mas a chance dele passar por ALGUM sistema é quase 100% do ponto de vista do cometa ou asteroide. Em particular, este “algum sistema” foi o nosso. Tudo é relativo… 🙂

  33. Salvador,

    Sobre minha dúvida a cerca de que a energia escura poderia ser as consequenciais de um evento que ainda não ocorreu pra nós, acha impossível ou algum físico já levantou essa possibilidade? Penso que se considerasse que isso fosse possível, poderia-se calcular o local onde esse evento irá ocorrer e quando ele vai detectado por aqui. Se isso ocorresse conforme calculado seria um avanço semelhante a teoria da relatividade em relação a lei da gravitação universal de Newton

    1. O que a energia escura está fazendo é em toda parte, não é em um lugar específico. E é isso que os astrônomos estão medindo atualmente, com precisão cada vez melhor, justamente para ver qual hipótese explica melhor. Por ora, está vencendo a hipótese de que a energia escura é a energia do próprio vácuo.

  34. Outro sistema solar? Isso é novo, acredito só ter um sol, como ter outro sistema solar se só existe um sol?

    1. Não, não é novo. É muito velho. Existe um único Sistema Solar. Mas existem incontáveis sistemas solares, porque sol (minúsculo) é sinônimo de estrela, do mesmo jeito que só há uma Lua, mas há incontáveis luas (sinônimo de satélites naturais) no Sistema Solar e em outros sistemas solares. Não gosto desse preciosismo de não chamar outras estrelas de sóis — na cabeça das pessoas, faz parecer que elas são qualitativamente diferentes do Sol, o que não é verdade. Depois tem gente por aí que não sabe que o Sol é uma estrela, e não entendemos por quê. É por esse tipo de preciosismo. 😉

      1. Estrelas, não sol, o correto seria sistemas estrelares, sol não é sinônimo de estrela, sol é o nome de nossa estrela e dá nome a um único sistema chamado de solar!

        1. Do Houaiss:

          sol, substantivo masculino
          1 estrela de quinta grandeza que faz parte da galáxia Via Láctea e que é o centro do sistema planetário, do qual participa a Terra; astro rei, astro do dia inicial maiúsc., esp. se a referência é astronômica
          2 p.ext. qualquer estrela, esp. aquelas que tb. são centro de um sistema planetário

          I rest my case.

          1. porque essa frescura de usar termos em inglês hein?

            não ficaria melhor escrever “não tenho mais nada a dizer” ?

          2. Putz, meu Houaiss não fala em estrela de quinta grandeza. Bem que o Houaiss podia se atualizar online, o meu é o 1.0 de 2009 🙂

          3. Pois é. Isso veio do Houaiss online, mas essa da quinta grandeza é do tempo da minha avó. rs

  35. Qual a chance de colher amostras extrassolares desse cometa? Seria nossa 1a e talvez única chance nesse milênio. Alias, qual o período de orbita?

    1. Sem chance, ele já está de saída. E não tem período orbital. É isso que significa estar numa rota hiperbólica. Está só de passagem. Não volta mais ao ponto de partida. (Deve ter um período orbital na Via Láctea, mas aí é coisa de 250 milhões de anos.)

      1. Já que esse tá de saída, teríamos tecnologia pra detectar um visitante desses um pouco antes, com tempo de enviar uma missão para interceptá-lo, e estudar amostras? Sendo isso possível, seria viável e interessante pra cientificamente, ou seja, quais respostas poderíamos obter?

        1. Seria interessante, mas só faria sentido se tivéssemos uma ampla gama de cometas solares estudados, a fim de comparar as diferenças. E não tem como detectá-los muito antes. Até que tivemos uma resposta rápida nesse caso.

          1. Vamos torcer pelo novo telescópio espacial Webb, tudo é possível nele, além da certeza de haver muitos outros cometas extrassolares por aí nos rodeando. Questao de tempo.

      2. Ao passar próximo ao Sol com certeza mudou seu rumo. Pode ter passado a fazer qualquer trajetória. Ao se distanciar do Sol chega um momento em que deixa de sofrer sua influência e a trajetória passa, de uma hipérbole “tendendo a zero”, para uma reta, até sofrer nova influência gravitacional. Essa nova trajetória, se bem que relativamente presa à rotação da galáxia, pode ter um rumo oposto ou seja, passar a orbitar ao contrário daquela rotação. Dependendo da velocidade pode “rodar prá trás”, andar devagar para a “frente”, ficar relativamente parado em relação a um observador externo (tipo Andrômeda) ou tentar sair do plano da Via Láctea numa trajetória mais ou menos perpendicular ao plano (vai ficar fazendo uma curva sinuosa, já que não vai escapar). Tá perdido. Tomara ache um ninho onde pousar…

  36. Bacana! Poderíamos convidar o cometa para um cafezinho, mas, infelizmente, parece que ele está com pressa

    Brincadeirinha à parte, é excitante testemunhar um evento que deve ser raro devido ao imenso espaço que existe entre as estrelas, mesmo as “próximas”. Um momento que deve ser único em milhões de anos, talvez bilhões.

    1. Observam o movimento do astro ao longo dos dias e computam sua trajetória no espaço tridimensional, levando em conta os movimentos da Terra.

  37. O ângulo entre a órbita do cometa e a eclíptica do Sol não seria um indicador de extra-solaridade? Ou ele está nivelado com a órbita dos demais corpos?

    1. Não está nivelado, mas há muitos cometas solares em ângulos de inclinação elevados. O ângulo não basta.

  38. Salvador, já que estrela Vega está a 25 anos-luz da Terra e esse cometa viaja a uma velocidade de 26km/s podemos dizer que o cometa levou pouco menos de 300 mil anos para chegar até aqui. Realmente seria muita coincidência um evento desses com origem numa de nossas estrelas vizinhas.

    1. Converti 25 anos luz no google, dividi por 26 e converti de segundos para anos, deu aproximadamente 11 mil anos de viagem (assumindo, obviamente que teria vindo um sistema equidistante a Vega, sem alteração significativa de velocidade por outros objetos massivos que porventura encontrasse no meio-tempo)….

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